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sábado, 13 de outubro de 2012

Kassab: mais uma "pedra no sapato" de José Serra


Há muitas perguntas que José Serra, candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, precisa responder a propósito da desastrosa administração do prefeito Gilberto Kassab. 

No caso (tenebroso!) de vir a ser eleito, manterá a cidade de São Paulo "militarizada", ou seja, administrada nas subprefeituras por coroneis reformados da Polícia Militar?

Outra questão de interesse público: servidores municipais de subprefeitura continuarão à vontade para violar a Lei Orgânica do Município, fazendo conluio com particulares para lesar terceiros em questões de regularização de imóveis?






PERGUNTAS A JOSÉ SERRA


JOSÉ DIRCEU

A ligação entre o tucano e o prefeito Gilberto Kassab não pode ser dissolvida na memória dos paulistanos. A pergunta inevitável é: como Serra vai explicar o desastre de uma gestão iniciada justamente por decisão dele?

Confirmada a realização de segundo turno em São Paulo entre Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB), e superado o malfadado "fenômeno" Celso Russomanno, chegamos ao momento em que o candidato tucano, inevitavelmente, terá de começar a prestar contas da péssima gestão de seu aliado e atual prefeito, Gilberto Kassab (ex-DEM, hoje PSD), uma das piores do país, e dos desmandos seus e de seu partido.

No início da campanha, Serra até tentou desvincular-se de Kassab - e de sua alta rejeição -, mas percebeu que seria impossível evitar essa "pedra" em seu sapato, afinal, a ligação entre os dois não pode ser dissolvida na memória dos paulistanos.

A pergunta inevitável é: como Serra vai explicar o desastre de uma gestão iniciada justamente por decisão dele?

Kassab, vice na chapa de Serra em 2004, assumiu como prefeito quando o tucano renunciou ao cargo (um ano e três meses depois!) para se candidatar ao governo do Estado. De acordo com pesquisa Datafolha realizada em agosto, a administração Kassab é aprovada por apenas 24% da população e reprovada por 36%. Com um dos piores desempenhos entre os prefeitos das capitais, sua nota média dada pela população é de 4,4.

Outra pergunta que não quer calar: como o candidato tucano vai explicar os escândalos que cercam a história do consórcio Kassab-Serra à frente da prefeitura? O que dizer, por exemplo, do caso Hussein Aref Saab, funcionário de confiança da dupla, acusado de receber propina para liberar alvarás de novos empreendimentos imobiliários na capital e de acumular irregularmente um patrimônio de mais de R$ 50 milhões? E a instalação de verdadeiras máfias em áreas fundamentais para a população, como a coleta de lixo, o transporte, o fornecimento de merenda e uniformes escolares?

Como explicar a crescente queda de qualidade de vida na maior e mais rica cidade do país, cujos problemas de falta de planejamento atingem a mobilidade urbana, as áreas de Saúde e Educação, passando por uma sórdida política higienista, que expulsa e agride, ao invés de acolher, os cidadãos mais vulneráveis?

E o que dizer, Serra, da série de incêndios ocorridos nas favelas da capital e das suspeitas de que estejam relacionados aos interesses da especulação imobiliária? Nos últimos seis anos, já ocorreram mais de 200 incêndios em favelas paulistanas, 33 do início deste ano até agora. Uma delas, a favela do Moinho, na região da Barra Funda, já foi atingida duas vezes apenas este ano.

Por que só São Paulo tem tantos incêndios, a maioria em locais com maior valorização imobiliária? E por que a CPI instaurada para apurar essas suspeitas não anda? Talvez porque o candidato, quando ainda prefeito, tenha extinto o programa de prevenção de incêndio nas favelas?

E mais: Serra vai continuar escondendo o chamado "mensalão tucano", esquema de desvio de recursos públicos para financiamento da campanha de um dos fundadores de seu partido, o então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, candidato à reeleição em 1998, cuja denúncia aguarda julgamento do Supremo Tribunal Federal?

E sobre a privataria tucana - irregularidades documentadas sobre as privatizações que ocorreram durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do qual Serra participou ativamente e cujas denúncias o atingem diretamente? Nada a dizer, candidato?

Serra seguirá negando a compra de votos para garantir a aprovação da emenda que permitiu ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reeleger-se, e que só não foi investigada porque a base governista, agraciada com verbas e cargos, recusou-se a assinar requerimento para instalação de CPI, e também porque o então presidente contava com apoio da grande mídia?

E o que Serra tem a falar sobre a sua habitual prática de loteamento de cargos públicos por apoio político - vide acordo recém fechado com o PTB de Roberto Jefferson neste segundo turno da eleição paulistana, fruto de mero fisiologismo e não em torno de princípios e programa de governo? Acordo selado sem que o candidato mencionasse o julgamento da Ação Penal 470, que ele tanto tem explorado de forma hipócrita e eleitoreira contra Haddad.

Neste ano o PSDB, partido de Serra, foi o campeão de candidatos barrados pela Lei da Ficha Limpa. Dos 317 prefeituráveis "fichas sujas", nada menos que 56 são do PSDB, um número preocupante, especialmente para um partido que se arvora como arauto da ética.

Por que Serra não se pronuncia sobre nada disso? Ele e todos de seu partido e aliados políticos têm a presunção da inocência, mas também o dever de dar à sociedade explicações sobre fatos tão graves.

Será que o candidato tucano não vai abandonar a postura falso-moralista e enxergar que a população paulistana não irá esquecer que utilizou o cargo de prefeito como trampolim político, descumprindo a promessa que fez aos seus eleitores e abandonando a prefeitura nas mãos de Kassab? Serra mentiu por escrito e depois disse que o documento que assinou, comprometendo-se a ficar quatro anos no cargo, tratava-se de um "papelzinho".

Até quando José Serra vai continuar subestimando a inteligência do eleitor de São Paulo e deixar tantas questões sem resposta?

Serra e toda a mídia que o apoia ostensivamente podem até se calar. Mas este silêncio certamente terá um preço. Pelos apontamentos do Datafolha, divulgados nesta semana, Fernando Haddad está na dianteira com dez pontos à sua frente: 47% a 37%, vantagem que deve se ampliar.

Para além das mentiras e contradições de Serra, essa preferência por Haddad e o PT está na forma de governar, no conjunto de propostas, no pensar novo e na força de um projeto popular de país que está mudando a vida das pessoas e tem nas experiências municipais suas grandes incubadoras.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

São Paulo: Blogueira sob risco de assassinato


"Com o falecimento de Geraldo José de Amorim, os herdeiros promoveram o inventário e partilha amigável e, durante a tramitação do processo de inventário, a requerida Sônia Maria de Amorim iniciou uma implacável e incansável campanha difamatória, caluniosa e injuriosa, contra a requerente e todos os membros da sua família, chegando até planejar a contratação de matador de aluguel para assassiná-los."

(Terceiro parágrafo de "petição" em ação de danos morais contra a Blogueira, movida por sua ex-cunhada no Foro Regional Penha de França, cidade de São Paulo)



                                                   Blogueira ameaçada de morte

Tanta coisa acontecendo no Brasil, por conta das eleições, do julgamento do Mensalão no STF, da CPI do Cachoeira... O Brasil todo fervilhando, e esta Blogueira Cidadã tendo que parar por algumas horas suas postagens normais para noticiar seu caso particular: refém de um esquema criminoso armado no tradicional bairro Penha de França (Penha), zona leste da cidade de São Paulo.

O "Caso da Blogueira" é gravíssimo, de interesse público, já que a cidadã é esbulhada e tem seus direitos violados de várias formas por quadrilha parecida com a do Cachoeira e a do Mensalão, constituída por "núcleos".

Os crimes contra a Blogueira, fartamente denunciados na Promotoria Criminal do Ministério Público do Estado de São Paulo, na Corregedoria Geral do Município de São Paulo e Gabinete do prefeito Gilberto Kassab, na Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça e outras instâncias, são cometidos por "familiares" [aspas, mesmo! dá pra chamar isso de "família"?!], servidores públicos da Prefeitura/Subprefeitura da Penha, agentes públicos do Judiciário, com o apoio de defensores públicos, policiais, três ex-inquilinos da Blogueira, vizinhos da Blogueira e outros. Acreditem! A Blogueira enfrenta, por baixo, umas 30 excrescências.

No começo dos ilícitos, os delinquentes tentaram "carimbar" a Blogueira de "louca", para isolá-la de vizinhos, conhecidos e parentes, desqualificar suas denúncias, silenciá-la, se apoderar de sua casa e se perpetuar na impunidade.


                              Casa da Blogueira, adquirida e legada a ela por seus pais.
                                   Engenheiro Goulart, Penha, cidade de São Paulo.

Esta Blogueira que vos escreve detém 3 (três) diplomas da maior, melhor e mais importante universidade brasileira, no ranking das melhores do mundo: a USP, Universidade de São Paulo. Esta Blogueira tem produção intelectual publicada, inclusive sua dissertação de mestrado, editada em livro e indicada em duas categorias ao mais importante prêmio intelectual do Brasil, o Prêmio Jabuti. Esta Blogueira exerceu atividades profissionais, com e sem vínculo, em pequenas, médias e grandes editoras. Esta Blogueira foi professora em universidades públicas e particulares. Esta Blogueira mantém no ar, há 2 (dois) anos, escrevendo diariamente, este aguerrido Abra a Boca, Cidadão!, blog que trata de Ativismo, Cidadania, Direitos Humanos, Justiça, Mídia e Poder, principalmente.

Evidentemente, o "carimbo" de "louca" não colou, não prosperou, como queriam os delinquentes. Transformada em refém dentro de sua própria casa, num "cárcere privado disfarçado", com câmeras de monitoramento e um "cão de guarda" vigiando suas movimentações o dia todo, a Cidadã Blogueira foi para a internet, para as redes sociais, Blogosfera e Facebook, onde tem feito amigos e simpatizantes, para o desespero dos marginais que a roubam e pretendem, agora, ao que tudo indica, assassiná-la. Ou, na melhor das hipóteses, colocar a Blogueira na cadeia, fabricando ilícitos contra ela.

Meus amigos, leitores, banda boa da família e demais frequentadores do ABC!: sou ativista desde os anos 70, quando entrei na USP (Letras) e na Cásper Líbero (Jornalismo), e como estudante, em movimentos de rua, participei das lutas para a derrubada da ditadura e a redemocratização do Brasil. Sou pacifista e defensora de Direitos Humanos, Animais e Meio Ambiente. Sou escritora e blogueira. 

De família católica mas de mente aberta e curiosa, sou adepta também de valores imperecíveis do Hinduísmo, Budismo e Espiritualidade Elevada. Discípula de Gandhi e da Ahimsa (Não Violência), não mato uma barata, uma formiguinha, sequer. E como moro em casa antiga, de vez em quando aparecem ratos em meu quintal, que são espantados pelo meu cãozinho caçula, o Arthur, e até por jatos dágua com balde e mangueira.


                                                       O pequeno e destemido Arthur 

Os delinquentes familiares, acumpliciados com uma "advocacia" criminosa, agora tentam vincular o nome honrado da Blogueira com pistolagem e matadores de aluguel [!!!], ao que tudo indica já armando um assassinato da Blogueira, que será "vendido" para a sociedade como "vingança do matador de aluguel contratado pela Blogueira"!!!

Entenderam a provável "jogada" da Quadrilha?  Sendo bem-sucedida a manobra, ao mesmo tempo em que se apropriam da casa e se livram de uma incômoda parente que virou blogueira e que não pára de fazer denúncias, eles se eximem de qualquer culpa, jogando um eventual assassinato da Blogueira nas costas de um "matador de aluguel", supostamente contratado pela Blogueira para eliminar os "meigos" familiares (aqueles que a roubam há 15 anos...). 

Tentam destruir, conspurcar, emporcalhar a imagem digna da Blogueira, tentam transformá-la de vítima de falcatruas de toda espécie em Ré... Inversão de papeis, assassinato de reputação, procedimentos muito utilizados por mafiosos.

As tentativas de tachar a Blogueira de "louca", interceptando-a, internando-a e mantendo-a dopada e calada, não deram certo. Os atentados contra a vida e a integridade física que a Blogueira sofreu em 2010 e 2011, este último dentro de sua casa, foram enfrentados e desarticulados pela Blogueira, com a ajuda de amigos e deste bravo blog. O "cárcere privado disfarçado", que impede a Blogueira de transitar livremente e trabalhar, não conseguiu impedir que a Blogueira trabalhe em casa, prestando serviços editoriais online.

Os achincalhes, o linchamento e assédio moral, o achaque que covardemente desferem contra esta Blogueira e o assassinato que ao que tudo indica preparam para calar suas denúncias, tomar sua casa e continuar na impunidade continuarão sendo enfrentados com a mesmíssima coragem, integridade e hombridade com que esta Cidadã sempre se portou em sua vida pessoal e profissional. Ao contrário dos delinquentes que a assediam, a Blogueira nunca teve qualquer contato com pistoleiros e afins. O círculo de relações da Blogueira, que inclui professores, escritores, jornalistas, advogados, ativistas e blogueiros de várias profissões, é e sempre foi elevadíssimo.

Esta Blogueira é do mundo da cultura, como mostra sua história de vida. O mundo do crime é o espaço de atuação dos delinquentes que a roubam e perseguem.

Esta Cidadã repudia com veemência todas as torpezas desesperadamente assacadas contra ela em autos de processos e verbalmente, por esses verdadeiros marginais, reles escória da sociedade. 

Mais uma vez esta Cidadã pede medidas urgentes do Estado brasileiro contra tais facínoras e para a proteção de sua vida, sob risco de iminente violência grave.

Justiça para a Blogueira Cidadã !!!




terça-feira, 25 de setembro de 2012

SP: Russomanno é o "Collor do Século XXI"


A maior, mais rica e mais importante cidade do País não deveria se encontrar nesse estado de "indigência moral", refém de máfias de todo o tipo. A quarta metrópole do planeta não deveria estar atolada nesse pântano político-administrativo.

Mas está e somos nós, cidadãs e cidadãos, que vivemos nesta Pauliceia Desvairada, que deveremos tirá-la desse esgoto, no próximo dia 7. E sem entregá-la a "Salvador da Pátria", "Caçador de Marajás", "Cacarecos Messiânicos" ou tranqueiras afins.

Acorda, Povo de São Paulo! Está mais do que na hora de aprender a votar!

Chega de mediocridade!

Às ruas e urnas, brioso Povo de Piratininga!



Russomanno é alvo principal de ataques em debate eleitoral

Na liderança da disputa municipal, candidato do PRB é chamado de "Collor do Século XXI"

LEONARDO GUANDELINE

GUSTAVO URIBE




SÃO PAULO – Na liderança da disputa municipal, o candidato do PRB, Celso Russomanno, foi o principal alvo dos ataques em debate promovido pela TV Gazeta e pelo Portal Terra, na noite da segunda-feira. O candidato do PRB foi chamado de “Fernando Collor do século XXI” e de “subproduto da atual política” e teve as suas propostas de governo criticadas pelos seus adversários políticos. Os candidatos do PT, Fernando Haddad, e do PSDB, José Serra, evitaram confrontos diretos.

O candidato do PSOL, Carlos Giannazi, por exemplo, questionou o fato de Celso Russomanno ter sido do PP, partido do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf, e da direção do PRB ser ligada à Igreja Universal. O candidato do PT , Fernando Haddad, também fez críticas ao adversário do PRB, sobretudo ao fato de Celso Russomanno não ter apresentado ainda proposta de governo. O ex-ministro do PT disse que “algumas questões ligadas a Celso Russomanno mereciam a atenção”.

Levy Fidélix, do PRTB, também alfinetou o candidato do PRB, dizendo que não sabia nem se ele tinha programa de governo. O candidato do PRB, que lembrou ter travado briga judicial com Paulo Maluf quando estava no PP, rebateu os ataques:

- Você deveria conhecer um pouco melhor a minha vida. Eu não era aliado de Paulo Maluf, briguei com ele judicialmente. Por falta de conhecimento, você fala da minha vida. A intenção de voto que recebo significa dezesseis anos de trabalho no Congresso Nacional - disse Celso Russomanno, em resposta a Carlos Giannazi.

O ex-ministro petista também criticou a proposta do adversário do PRB de instituir a tarifa proporcional de ônibus, na qual o usuário pagaria um valor proporcional ao trajeto percorrido. Ele achou também inviável a proposta em relação ao aumento do efetivo da Guarda Civil Metropolitana, de 6 mil para 20 mil homens. O candidato do PRB rebateu a crítica de que não tem plano de governo:

- Estou aqui com meu plano de governo impresso para quem quiser ver – disse Celso Russomanno, que mostrou um calhamaço.

Ao fim do primeiro bloco, a jornalista Maria Lydia, mediadora do debate, em referência a Celso Russomanno, chamou a atenção dos candidatos dizendo que não era permitido apresentar qualquer tipo de material no debate.

No debate eleitoral, o candidato do PT acusou ainda a oposição ao governo federal de ter sido “irresponsável” ao ter cobrado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicação sobre o seu suposto envolvimento no escândalo do mensalão. O ex-ministro petista acusou os partidos de oposição de agirem de maneira irresponsável desde 2003.

Na semana passada, PT, PMDB e PSB divulgaram nota que acusam PSDB, DEM e PPS de recorrer “a práticas golpistas”, ao defenderem reportagem publicada pela revista “Veja” que reproduz conversas do publicitário Marcos Valério com parentes e amigos nas quais afirma que o ex-presidente petista era o "chefe" e "fiador" do escândalo político.

- Eu entendo que o procedimento adotado pela oposição é completamente irresponsável, baseado em uma reportagem de revista semanal sem fonte. É de uma irresponsabilidade tamanha. A oposição tem agido assim desde 2003. O José Serra, por exemplo, disse que a presidente Dilma Rousseff não deveria meter o bico em São Paulo - disse o candidato do PT, em resposta à candidata do PPS, Soninha Francine.

Os candidatos Gabriel Chalita (PMDB) e José Serra (PSDB) também trocaram farpas. O tucano acusou o segundo de faltar a várias sessões da comissão de educação da Câmara Municipal, quando questionado sobre o aumento de 200% para subprefeitos e cargos de confiança durante a gestão de José Serra frente à prefeitura.

- Subprefeito merece ser bem remunerado, como todas as funções são importantes. O deputado, que integra a comissão de educação da Câmara, faltou a metade das sessões.

Gabriel Chalita rebateu, dizendo que Serra, quando deputado, faltou mais do que ele.

- Os jornalistas podem pesquisar quem faltou mais na Câmara; eu ou Serra quando foi deputado. Sou um deputado profundamente presente em Brasília.

Serra também criticou Haddad, que havia dito antes que São Paulo não tem o tatuzão escavando novas linhas de Metrô e que as obras estão paradas.

- Seria muito esquisito, de fato, ter tatuzão no ar. Duas linhas de metrô são aéreas. As obras estão acontecendo. O PT detesta metrô. A Marta Suplicy não deu nenhuma prioridade.

Carlos Giannazzi (PSOL) também disparou contra Haddad aproveitando para atacar o PT quando falava de Russomanno.

- Russomanno representa um subproduto do rebaixamento da política brasileira. E esse rebaixamento foi produzido pelo PT. Para vocês, do PT, parece que desenvolvimento é só consumo de geladeira e automóvel.

Fernando Haddad rebateu:

- Acredito tanto na educação na política, que nem a você vou criticar. Tenho muitas objeções à forma como você faz política.



O Globo Online

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

"Gestão de Kassab é controlada por máfias", diz Giannazi



O ex-ministro Fernando Haddad, candidato à prefeitura pelo PT, também já havia mencionado esse fato gravíssimo que acontece na cidade de São Paulo, não apenas na administração atual do prefeito Gilberto Kassab, mas há vários anos.

Muitos paulistanos se lembram: a ex-prefeita Marta Suplicy, tão criticada e até ridicularizada por parte da mídia, enfrentou corajosamente a máfia dos transportes, andando até de colete à prova de balas por muito tempo.


Giannazi diz que gestão de Kassab é controlada 
por "máfias"

Candidato do PSOL também criticou proposta de Bilhete Único mensal de Haddad e defendeu "Bilhete 24 horas"

Cristiane Salgado Nunes
O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Carlos Giannazi, em entrevista ao "Estado", nesta quinta-feira, 16, apresentou suas propostas na área de transporte e saúde, e atacou a gestão atual do prefeito Gilberto Kassab (PSD), que seria controlada por "máfias".

Carlos Giannazi durante entrevista para a TV Estadão. - Marcio Fernandes/AE
Marcio Fernandes/AE
Carlos Giannazi durante entrevista para a TV Estadão.
"Em São Paulo, existe a máfia do lixo, do transporte público, da especulação imobiliária, do serviço funerário", afirmou Giannazi, que prometeu criar uma "força-tarefa contra o comitê da corrupção", caso for eleito.

Na área de transporte, Giannazi declarou que pretende investir no transporte público de massa e prometeu a construção de mais corredores de ônibus e incentivar o uso de bicicleta.

Giannazi comentou a proposta de Bilhete Único mensal de Fernando Haddad (PT) e disse que é um projeto que sai caro ao usuário porque custaria R$ 150 por mês. O candidato propôs um Bilhete único 24 horas, que custaria R$ 90 reais mensal.

Quando questionado sobre o pedágio urbano, o candidato do PSOL disse ser totalmente contra: "É uma atitude criminosa instalar pedágio urbano em São Paulo".

Para a saúde, Giannazi prometeu construir no mínimo três hospitais na cidade e disse que vai revisar as privatizações no setor.

O candidato falou que se não for para o 2ª turno, não irá apoiar nenhum candidato, porque todos estão comprometidos com a lógica de administração autoritária e não-democrática. Segundo Giannazi, os postulantes à prefeitura estão ligados às grandes empreiteiras, que financiam suas campanhas.

"Ninguém tem coragem de revelar seu financiamento de campanha. O Serra vai gastar R$ 90 milhões". Giannazi afirmou que sua campanha gastará no máximo R$ 700 mil reais, conforme foi declarado ao TRE.


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sexta-feira, 1 de junho de 2012

O papa-hóstia Demóstenes e o "versículo 171"



O ABC! publica mais um excelente e espirituoso artigo do jurista Wálter Maierovitch, desta vez nos ajudando a entender as entranhas e os rituais das organizações criminosas.


Vamos ver como atuam as máfias, os capi, os chefões, a escória toda, em especial a organização delinquencial do Capo Cachoeira e do agente e senador bandido, agora também rato de sacristia, Demóstenes Torres.





Demóstenes Torres adota comportamento 
de capo mafioso

Durante anos, o senador Demóstenes Torres colocou-se em panos de Varão de Plutarco na defesa da ética, da probidade, do aumento das penas e contra a criminalidade organizada.

O passar do tempo incumbiu-se de demonstrar que Demóstenes não era um Varão de Plutarco, mas um farsante.

Na realidade, era o “tartufo” da consagrada obra do francês Molière.

Em duas operações da Polícia Federal — uma delas engavetada por mais de dois anos pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel – comprovou-se a ligação do senador Demóstenes com a organização criminosa cujo chefe era Carlinhos Cachoeira.

Hoje [ontem], perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) voltada a apurar os tentáculos da organização delinquencial de Cachoeira, o senador Demóstenes mostrou, como já havia ocorrido no seu depoimento longo, mentiroso e inconsistente, à Comissão de Ética do Senado, mais uma das suas facetas. Demóstenes adota o comportamento de capo (chefe) mafioso.

Um mafioso à siciliana. Sem o terno listrado, o par de sapatos bicolor nem o charuto cubano. O mafioso siciliano se veste discretamente e, no máximo, calça o anel de família. Demóstenes estava com vestes discretas e, pelo misticismo apresentado em pronunciamento estudado, parecia pronto para a primeira comunhão.

Todo o capo da Cosa Nostra, quer da siciliana quer da máfia sículo-norte-americana, apresenta-se em audiências públicas, perante a Justiça ou no Parlamento, como homem que observa com rigor os preceitos bíblicos e os do Novo Testamento.

No maxiprocesso decorrente do trabalho do juiz Giovanni Falcone, dinamitado pela Cosa Nostra, vários capi-mafia (chefões da Máfia) foram ouvidos. Todos, sem exceção, portavam e expunham para que todos vissem um exemplar da Bíblia ou exagerados rosários, com um enorme crucifixo pendurado.

Antes de mergulhar em profundo silêncio e de modo a não responder às perguntas acusatórias, os supracitados capi mafiosos falavam sobre Deus e faziam ecoar nas salas das audiências dos Tribunais colocações místicas. Demóstenes, no depoimento à CPMI, quis passar a imagem de místico e valoroso: “Aproximei-me muito dos homens e afastei-me de Deus”.

Numa síntese apertada, Demóstenes apresentou um novo personagem, uma vez que já despojado das vestes de Varão de Virago. Fez o tipo papa-hóstia, rato de sacristia, dono de franchising evangélica ou de um falso demiurgo enquadrável no Código Penal.

Demóstenes não quis ajudar na apuração da CPMI. Protegeu Cachoeira, que disse não saber que comandava a jogatina organizada na Goiás onde Demóstenes foi delegado de polícia, secretário de segurança pública, promotor criminal e procurador da Justiça. Tudo antes de chegar ao Senado.

Como desculpa esfarrapada, Demóstenes ofertou aos membros da CPMI, como se não pudessem requisitar, o relato dado à Comissão de Ética onde é acusado de faltar com a verdade em manifestação no Parlamento sobre a legalização dos jogos eletrônicos de azar.

Em outras palavras, Demóstenes não engana mais ninguém. Agora, comporta-se como um mafioso. Um capo silencioso, religioso e de valores supremos.

Certa vez, acompanhei o depoimento de um capo-mafia. Ele já havia integrado o órgão de cúpula, a comissão de governo, da Cosa Nostra siciliana. Esse capo-mafia, Antonino Salamone, levou um exemplar da Bíblia, disse que era muito religioso e se recusava, pelos seus valores morais, a responder acusações infundadas. Não respondeu a nenhuma pergunta formulada pelo juiz em depoimento numa carta-rogatória da Justiça italiana.

Outro, Bernardo Provenzano, ex-chefe-dos-chefes (capo dei capi) da Cosa Nostra siciliana, mandava ordens por meio de bilhetes. E cada destinatário era identificado pelo número de um versículo bíblico. Num exemplo da classificação de Provenzano, Demóstenes poderia ser o versículo 171.

Pano rápido. Demóstenes tem a esperança de que não será cassado. Aposta no voto secreto e já se aproximou de Renan Calheiros, que antes reprovava.

Wálter Fanganiello Maierovitch


Blog Sem Fronteiras


Destaques do ABC!
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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Brasil e Itália: as máfias e o crime organizado



“Infelizmente, as sociedades brasileira e italiana se parecem no seu aspecto mais grotesco: no poder paralelo que o crime organizado exerce sobre as instituições democráticas e na ineficiência do Estado em erradicar tais organizações.”
                                                             Alexandre Camanho, Procurador da República


20 anos sem Giovanni Falcone



Na década de 80, iniciou-se na Itália a Operação Mãos Limpas ("Mani Puliti"), que investigou a Máfia e o envolvimento de grandes autoridades da República Italiana, incluindo o Primeiro-Ministro Giulio Andreotti, com os esquemas criminosos. (Você já viu esse filme, não?)

Na Itália, Magistratura e Ministério Público são a mesma carreira, por isso muitas vezes referem-se a ele como o "Juiz Falcone". Na verdade, ele era um "Procuratore Della Repubblica". Meu colega, portanto.



No dia 23 de maio de 1992, na cidade de Palermo, o carro de Giovanni Falcone explodiu, matando também sua esposa e os agentes encarregados da segurança. A morte de Falcone foi ordenada por um chefão da Cosa Nostra, a facção siciliana da Máfia: Salvatore "Totó" Riina, que está preso desde 1993.

Cerca de dois meses depois o Procuratore della Repubblica Paolo Borsellino, principal parceiro de Falcone, foi igualmente dizimado de forma brutal.


Na Itália, o crime de organização criminosa tem pena mínima de 20 anos de cadeia, com pouquíssimo contato com o mundo exterior. Não há visitas íntimas e todas as conversas entre presos e visitas, com exceção dos diálogos com os advogados, são gravadas.

Segundo Roberto Scarpinato, magistrado que sentenciou Giulio Andreotti a 24 anos de prisão (e com quem tive a honra de estar há meses atrás, na companhia do Desembargador Wálter Fanganiello Maierovitch - choramos todos juntos ao falar de Falcone), “não se pode combater o crime organizado com as mesmas leis e as mesmas regras que valem para uma associação deliquencial simples, como quadrilhas e bandos, por exemplo. Para se combater um cancro, não se pode usar o mesmo remédio para se combater um problema estomacal comum”.

A ANPR - Associação Nacional dos Procuradores da República presta sua homenagem a este grande colega, que pagou com a vida a dedicação ao combate da impunidade e dos grandes esquemas criminosos (leia abaixo).


Leia, também, o emocionado depoimento de Wálter Maierovitch, titular do Instituto Giovanni Falcone:





Associação presta homenagem a procurador da República italiano assassinado há vinte anos

Nesta quarta-feira, 23, os procuradores da República brasileiros prestam homenagem ao procurador italiano Giovanni Falcone, assassinado há vinte anos, quando investigava as atividades da máfia Cosa Nostra. Ele e a sua esposa, a juíza Francesca Morvillo, - bem como os três agentes da sua escolta - foram dinamitados em 1992 ao se deslocarem do aeroporto de Punta Raisi para Palermo, na região da Sicília. Falcone e seu colega Paolo Borsellino - dinamitado 56 dias depois - haviam conduzido um enorme processo que culminou com a inédita punibilidade da organização mafiosa italiana e a prisão de diversos envolvidos.

Para o presidente da ANPR, Alexandre Camanho, é inevitável reconhecer as semelhanças entre as ameaças sofridas pelos membros dos Ministérios Públicos italiano e brasileiro. “Infelizmente, as sociedades brasileira e italiana se parecem no seu aspecto mais grotesco: no poder paralelo que o crime organizado exerce sobre as instituições democráticas e na ineficiência do Estado em erradicar tais organizações”, lamentou.

Camanho relembrou casos recentes como o de assalto sofrido por um procurador da República no Rio de Janeiro, o assassinato da juíza Patricia Acioli em São Gonçalo (RJ) e os trinta anos do assassinato do procurador da República Pedro Jorge, executado durante a investigação do chamado “Escândalo da Mandioca”, em Pernambuco.


Conheça o caso - No dia 30 de janeiro de 1992, a Corte de Cassação - a mais alta corte de Justiça da Itália - confirmou a sentença condenatória de membros da Cosa Nostra, organização criminosa transnacional que à época dos assassinatos de Falcone e Paolo Borsellino contava com representantes no Parlamento e na política partidária italiana. Sete vezes primeiro-ministro da Itália, Giulio Andreotti foi condenado definitivamente por associação mafiosa. No entanto, devido à idade avançada foi "salvo" pela prescrição.

Quase cinco meses depois, o procurador da República Giovanni Falcone desembarcou no aeroporto militar siciliano de Punta Raisi, vindo de Roma onde preparava projetos de lei antimáfia para o Ministério da Justiça e da Graça. Sua esposa, que era juíza da Infância e da Juventude, resolveu, na última hora, acompanhá-lo a Palermo. Dois carros da marca Fiat, blindados, estavam à espera dos magistrados, no aeroporto militar, assim como homens da escolta. Como gostava de dirigir e não tinha oportunidade, Falcone resolveu pilotar um daqueles automóveis e o motorista, que servia o magistrado fazia anos, ficou no banco traseiro, sendo o único sobrevivente da tragédia.


Na autoestrada que liga o aeroporto até a siciliana Palermo, próximo à cidade de Capaci, um comando militar mafioso dirigido por Giovanni Brusca, em cumprimento às ordens de Totò Riina (Salvatore Riina), o “capo dei capi” (chefe dos chefes) da Cosa Nostra, havia enchido de dinamite um largo duto de escoamento de águas pluviais que passava debaixo do asfalto da pista de rolamento. Com um aparelho de telecomando e posicionado em uma elevação próxima à autoestrada, Brusca detonou a carga explosiva quando o primeiro Fiat da escolta passava sobre o duto que cortava a pista. Brusca só não sabia que Falcone estava no segundo veículo. Giovanni Falcone morreu inconsciente no hospital de Palermo, durante um procedimento de reanimação.


Os 20 anos de morte de Giovanni Falcone 
e o seu legado de eficiência


Por Wálter Fanganiello Maierovitch

http://www.ibgf.org.br/index.php?data[id_secao]=2&data[id_materia]=2779


Giovanni Falcone, 
dinamitado pela Cosa 
Nostra em 23 de maio 
de 1992.

No dia 23 de maio de 1992, há 20 anos, a Cosa Nostra siciliana dinamitava e matava o juiz Giovanni Falcone, a sua esposa e juíza Francesca Morvillo e os três agentes da sua escolta, Vito Schifani, Rocco Dicillo e Antonio Montinaro.
 

Era a “vendetta”, pois, o maxiprocesso conduzido pelos magistrados Giovanni Falcone e Paolo Borsellino (dinamitado 56 dias depois) tinha terminado com a impunidade da Máfia.


Em 30 de janeiro de 1992 houve a confirmação da sentença condenatória pela Corte de Cassação, a mais alta corte de Justiça da Itália. Pela primeira vez na história foram descobertos os segredos da organização, os seus tentáculos (a Cosa Nostra tem como símbolo o polvo “la piovra”) e os chefões. Muitos deles foram presos por força do processo instrutório (maxiprocesso) comandado por Falcone.


A propósito, a Cosa Nostra siciliana é uma organização criminosa transnacional que à época dos assassinatos de Falcone e Paolo Borsellino contava com referentes no Parlamento e na política partidária italiana. Para se ter ideia, Giulio Andreotti, sete vezes primeiro-ministro da Itália, foi condenado definitivamente por associação mafiosa. Devido à idade avançada foi “salvo” pela prescrição. 


Naquele dia fatídico, Falcone, proveniente de Roma onde preparava projetos de leis antimáfia para o Ministério da Justiça e da Graça, desembarcou no aeroporto militar siciliano de Punta Raisi. Sua esposa, que era juíza da Infância e da Juventude, resolveu, na última hora, acompanhá-lo a Palermo.


Dois carros da marca Fiat, blindados, estavam à espera dos magistrados, marido e mulher, no aeroporto militar. Também os homens da escolta. Como gostava de dirigir e não tinha oportunidade, Falcone resolveu pilotar um daqueles automóveis da escolta e o motorista, que servia o juiz fazia anos, ficou no banco traseiro e restou o único sobrevivente da tragédia. 


Na autoestrada que liga o aeroporto até a siciliana Palermo, próximo à cidade de Capaci, um comando militar mafioso dirigido por Giovanni Brusca, em cumprimento às ordens de Totò Riina (Salvatore Riina), o “capo dei capi” (chefe dos chefes) da Cosa Nostra, havia enchido de dinamite um largo duto de escoamento de águas pluviais que passava debaixo do asfalto da pista de rolamento.


Com um aparelho de telecomando e posicionado em uma elevação próxima à autoestrada, Brusca detonou a carga explosiva quando o primeiro Fiat da escolta passava sobre o duto que cortava a pista. Brusca só não sabia que Falcone estava no segundo veículo. Giovanni Falcone morreu inconsciente no hospital de Palermo, durante um procedimento de reanimação.


Amanhã, o presidente da República, Giorgio Napolitano, e o primeiro-ministro Mario Monte estarão em Palermo para participar dos eventos que recordam os 20 anos da tragédia de Capaci. Na hora em que ocorreu a explosão, soarão todos os sinos das igrejas sicilianas.


Por volta das 8 horas, as duas “Navi della Legalità” atracam em Palermo. Delas vão desembarcar 2.600 jovens estudantes recolhidos de todos os portos italianos do Mediterrâneo para participar das celebrações, e se unir a 20 mil outros jovens inscritos em ações voltadas à difusão de uma cultura de legalidade, antimáfia. 


Esse espetáculo de civismo repete-se anualmente. Quando da notícia da morte, em 23 de maio de 1992, uma multidão de palermitanos reuniu-se na frente do prédio de apartamentos onde morava Falcone e Francesca. Defronte à entrada existe um fícus cujo tronco, até hoje, fica forrado de mensagens. O fícus recebeu o nome de “A árvore da vida”. É o símbolo da antimáfia e de estarem vivas as ideias de Falcone.


Giovanni Falcone elaborou e conseguiu aprovar, quando voltou do Brasil com o extraditado mafioso Tommaso Buscetta, uma legislação que beneficia os chamados colaboradores de Justiça, popularmente denominados “pentiti” (arrependidos).


Buscetta, casado com a brasileira Maria Cristina Guimarães, foi o primeiro colaborador do maxiprocesso e as suas delações, apelidadas de Teorema Buscetta, foram dadas como confiáveis pela Corte de Cassação, a mais alta corte de Justiça como acima ressaltado.


Um alerta de Buscetta a Falcone acabou por se confirmar. O mafioso alertou que, caso Falcone recolhesse os seus relatos, abriria uma espécie de conta-corrente com a Máfia e ela apenas se encerraria quando fosse assassinado. 


Tommaso Buscetta colaborou com a Justiça norte-americana ao delatar a Cosa Nostra sículo-norte-americana. Ele passou a viver nos EUA sob proteção e morreu de câncer. A viúva brasileira teve papel importante ao convencer Buscetta de que deveria delatar. Ela vive com os filhos nos EUA.


Um dado dramático ocorreu quanto aos colaboradores de Justiça. Giovanni Brusca, que acionou o botão do telecomando na explosão, virou um “pentito” (colaborador de Justiça) e está em liberdade. 


A Cosa Nostra continua forte e Riina encontra-se preso desde 15 de janeiro de 1993.


Com a lição de Falcone de que o crime organizado se combate atacando a sua economia, os policiais e magistrados antimáfia do Ministério Público conseguiram desfalcar da Cosa Nostra 60 bilhões de euros e isto em 20 anos.


Wálter Fanganiello Maierovitch


Blog da Janice Ascari
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