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sábado, 31 de março de 2012

A cumplicidade entre o "Homem da Lei" e a mídia corrupta



O alerta do juiz Marcelo Semer é mais que oportuno. O caso Demóstenes Torres mostra que a conivência de setores importantes da grande imprensa com a corrupção e o crime organizado não pode ser minimizada ou desconsiderada. 


A mesmíssima mídia que no ano passado "deitou e rolou", brincando de tiro ao alvo nos ministros da Dilma, faz vistas grossas e pode até ter se acumpliciado com o crime organizado que compromete políticos da oposição. 


O suposto envolvimento da VEJA e eventualmente de outros veículos precisa ser apurado. No caso Demóstenes e em outros tantos.




Silêncios denunciam imprensa no caso Demóstenes

Por coincidência, são os mesmos que se acostumaram a dar notícias bombásticas sobre irregularidades no governo ou em partidos da base

Marcelo Semer

Demóstenes Torres é promotor de justiça. Foi Procurador Geral da Justiça em Goiás e secretário de segurança do mesmo Estado. No Senado, é reputado como um homem da lei, que a conhece como poucos. Além de um impiedoso líder da oposição, é vanguarda da moralidade e está constantemente no ataque às corrupções alheias. A mídia sempre lhe deu muito destaque por causa disso.

De repente, o encanto se desfez.

O senador da lei e da ordem foi flagrado em escuta telefônica, com mais de trezentas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, de quem teria recebido uma cozinha importada de presente.

A Polícia Federal ainda apura a participação do senador em negócios com o homem dos caça-níqueis e aponta que Cachoeira teria habilitado vários celulares Nextel fora do país para fugir dos grampos. Um deles parou nas mãos de Demóstenes.

Há quase um mês, essas revelações têm vindo à tona, sendo a última notícia um pedido do senador para que o empresário pagasse seu táxi-aéreo.

Mesmo assim, com o potencial de escândalo que a ligação podia ensejar, vários órgãos de imprensa evitaram por semanas o assunto, abrandando o tom, sempre que podiam.

Por coincidência, são os mesmos que se acostumaram a dar notícias bombásticas sobre irregularidades no governo ou em partidos da base, como se uma corrupção pudesse ser mais relevante do que outra.

Encontrar o nome de Demóstenes Torres em certos jornais ou revistas foi tarefa árdua até para um experiente praticante de caça-palavras, mesmo quando o assunto já era faz tempo dominante nas redes sociais. Manchetes, nem pensar.

Avançar o sinal e condenar quando ainda existem apenas indícios é o cúmulo da imprudência. Provocar o vazamento parcial de conversas telefônicas submetidas a sigilo beira a ilicitude. Caça às bruxas por relações pessoais pode provocar profundas injustiças.

Tudo isso se explica, mas não justifica o porquê a mesma cautela e igual procedimento não são tomados com a maioria dos "investigados" - para muitos veículos da grande mídia, a regra tem sido atirar primeiro, perguntar depois.

Pior do que o sensacionalismo, no entanto, é o sensacionalismo seletivo, que explora apenas os vícios de quem lhe incomoda. Ele é tão corrupto quanto os corruptos que por meio dele se denunciam.

Todos nós assistimos a corrida da grande imprensa para derrubar ministros no primeiro ano do governo Dilma, manchete após manchete. Alguns com ótimas razões, outros com acusações mais pífias do que as produzidas contra o senador.

Não parece razoável que um órgão de imprensa possa escolher, por questões ideológicas, empresariais ou mesmo partidárias, que escândalo exibir ou qual ocultar em suas páginas. Isso seria apenas publicidade, jamais jornalismo.  

Durante muito tempo, os jornais vêm se utilizando da excludente do "interesse público" para avançar sinais na invasão da privacidade ou no ataque a reputações alheias.

A jurisprudência dos tribunais, em regra, tem lhes dado razão: para o jogo democrático, a verdade descortinada ao eleitor é mais importante do que a suscetibilidade de quem se mete na política.

Mas onde fica o "interesse público", quando um órgão de imprensa mascara ou deliberadamente esconde de seus leitores uma denúncia de que tem conhecimento?

O direito do leitor, aquele mesmo que fundamenta as imunidades tributárias, o sigilo da fonte e até certos excessos de linguagem, estaria aí violentamente amputado.

Porque, no fundo, se trata mais de censura do que de liberdade de expressão.

Marcelo Semer é Juiz de Direito em São Paulo. Foi presidente da Associação Juízes para a Democracia. Coordenador de "Direitos Humanos: essência do Direito do Trabalho" (LTr) e autor de "Crime Impossível" (Malheiros) e do romance "Certas Canções" (7 Letras). Marcelo Semer é responsável pelo Blog Sem Juízo.


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sexta-feira, 30 de março de 2012

As "trapalhadas" de um Judiciário destrambelhado



Se fossem só "trapalhadas"...


No Mais Poderoso, Caro (Dispendioso) e Moroso dos Poderes da República, o que temos visto estampado todos os dias nos jornais e portais da web é incompetência, desonestidade, abuso de poder, falta total de compostura e decoro.




Graças ao Conselho Nacional de Justiça, ao ministro Gílson Dipp e agora à aguerrida e midiática ministra Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça, essas mazelas estão vindo a público e todos nós, cidadãos brasileiros, indignados e estarrecidos, que bancamos isso tudo, estamos nos perguntando o que precisa ser feito com urgência para mudar radicalmente essa coisa grotesca que parece ser a (In) Justiça brasileira.


Muita "Pompa e Circunstância", mas resultado, que é bom, pífio, em geral. Pelo menos para o cidadão comum. Para as elites endinheiradas, a estória é bem outra... A "tartaruga manca" vira um verdadeiro cavalo de corrida, um ágil avestruz...


"Muito verniz e pouca raiz", como diria o doutor Drauzio Varella.


CRISE NO JUDICIÁRIO
A Justiça atrapalhada

Luciano Martins Costa



A Justiça é tema da imprensa nas edições de quinta-feira (29/3), em um par de decisões polêmicas e manifestações desastradas. No conjunto, fica cada vez mais claro que os representantes da Magistratura, de modo geral, carecem de porta-vozes qualificados e não têm se dedicado à necessária reflexão sobre seu papel na sociedade democrática.


Deixando de lado os fatos objetivos que têm produzido continuamente notícias negativas para o setor nos últimos quatro meses, chega a surpreender a capacidade que o Judiciário demonstra de criar, alimentar e permanecer em crise.


Uma irregularidade é revelada, a imprensa cumpre seu papel de explorar o assunto e, na hora de prestar contas à sociedade, os porta-vozes da magistratura acabam lançando ainda mais combustível na polêmica.



Legislação e Direito


Em geral, os comunicadores que trabalham com prevenção e gestão de crise poderiam resumir a origem desse comportamento destrutivo da própria reputação a certa arrogância e a um alto grau de isolamento entre a instituição, representada pelo conjunto de seus integrantes, e a própria sociedade.


O certo é que, em poucos meses, presidentes de tribunais, dirigentes de associações de magistrados e juízes comuns têm composto uma força-tarefa de alta competência dedicada à missão de destruir a reputação de um dos pilares do sistema republicano.


Há pouco a se dizer do comportamento da imprensa. As declarações de autoridades do Poder Judiciário, algumas delas inaceitavelmente entremeadas de ameaças a jornais, jornalistas e à própria liberdade de imprensa, demonstram que falta na formação dos juízes a qualificação para se comunicar fora do âmbito forense.


As trapalhadas são tão grotescas e frequentes que se pode afirmar que o melhor para a Justiça seria que alguns de seus representantes fossem proibidos de se manifestar fora dos autos.


Uma análise ligeira do discurso recorrente de magistrados nas controvérsias recentes publicadas pela imprensa revela que eles não têm a mais primária noção de comunicação institucional – ou, como preferem certos autores, comunicação organizacional ou corporativa.


É preciso considerar, em primeiro lugar, a dificuldade inerente à tradução do pensamento jurídico para o linguajar e o entendimento comuns. De forma geral, o cidadão considera função da Justiça impor sanções correspondentes aos delitos, de modo que se possa perceber uma relação clara entre o grau do ato delituoso e a punição correspondente.


Da mesma forma, entende o cidadão comum que, havendo uma lei que responde a certas demandas da sociedade pela solução de problemas emergentes, o Judiciário responda automaticamente a esse processo de correção, aplicando com presteza a lei.


Mas não é assim que funcionam as instituições republicanas, e, se a imprensa eventualmente não consegue esclarecer certas sutilezas da relação entre legislação e Direito, a culpa não é do Judiciário.


Decisões polêmicas


No caso da decisão do Superior Tribunal de Justiça que deixa sem efeito, na prática, a “lei seca”, ao acabar com a validade de testemunhos e exames clínicos como prova de delito, a percepção do público é de que o “governo” – ou seja, o poder Executivo, que propôs a lei, e o Legislativo, que a aprovou – estão sendo boicotados pelo Judiciário.


O que fez o STJ foi simplesmente lembrar o princípio constitucional segundo o qual ninguém pode ser obrigado a produzir provas contra si mesmo. A lei é que precisa ser aperfeiçoada.


Na vida real, vale o que diz um promotor ouvido pelos jornais: “A lei seca está enfraquecida, a não ser que a pessoa, com todo respeito, seja muito otária, e se submeta ao bafômetro”.


Também continua merecendo comentários escandalizados na imprensa a decisão do mesmo Tribunal Superior de Justiça de inocentar um homem acusado de estuprar meninas de doze anos de idade, com o argumento de que elas eram prostitutas.


Entidades como a Associação Nacional de Procuradores da República e a ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos precisaram lembrar aos magistrados que, muito além dessa interpretação da lei, não se pode ignorar que meninas de doze anos, mesmo que eventualmente prostituídas, devem ser consideradas em sua circunstância de exclusão social e vulnerabilidade.


Evidentemente, uma decisão desse teor, tomada por um órgão superior da Justiça, remete todo o Poder Judiciário ao ambiente social do século 19.


Considere-se, então, as demais polêmicas produzidas pelo abuso no gozo de privilégios discutíveis, como a pretensão de desembargadores paulistas de receber licenças-prêmio correspondentes ao período em que atuaram como advogados. Isso, então, corresponde a um insulto à cidadania.


A conclusão a que se chega, com a leitura dos jornais, é de que a magistratura perdeu a noção de si mesma.

Observatório da Imprensa


Destaques do ABC!
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quinta-feira, 29 de março de 2012

São Paulo: A Blogueira Cidadã e o Crime da Árvore



JORNALISMO CIDADÃO - DENÚNCIA


Paulista e paulistana, esta Blogueira Cidadã sente "orgulho bom" de ter nascido e viver na cidade de São Paulo. Terra de contrastes. Riquíssima em alguns recantos aprazíveis, de primeiro mundo. Miserável em outros tantos lugares, centrais e periféricos.


                            Casa da Blogueira e casa dos "familiares". Imagem: Google.


Filha de pai nordestino, das Alagoas, e de mãe paulista, do Vale do Paraíba, a Blogueira nasceu, cresceu e viveu a maior parte de sua vida na chamada "ZL", zona leste de São Paulo, a região mais populosa, mais carente, mais abandonada pelo poder público, mais castigada pela ignorância, incompetência e desamor dos que têm o dever de cuidar da cidade.


São Paulo é belíssima, vibrante, complexa, rica, viva, fascinante. Mas há anos vem se tornando triste, suja, encardida, graças ao desrespeito, ao menoscabo, à ausência quase geral de comprometimento público de seus administradores. O atraso, a tacanhice, o obscurantismo, a arrogância, a prepotência, lastimavelmente, governam São Paulo.


Enchentes, alagamentos, deslizamentos, sucessivos e inexplicáveis incêndios em favelas, lixo, muito lixo, imundícies de toda a espécie. Inclusive a pior delas: a sujeira moral de gestores comprometidos apenas com seus interesses mais mesquinhos.


Aqui, na maior e mais próspera cidade do País, por incrível que possa parecer, acreditem, a necessidade da construção da cidadania se faz a mais radical, a mais premente, urgentíssima! Antes que as Sombras e as Trevas tomem conta de tudo. 


O Brasil inteiro está aqui. O mundo inteiro também. Tudo aqui é grande, gigantesco, exponencial. A corrupção e a criminalidade também. Inclusive e sobretudo a Corrupção e a Criminalidade "engravatadas".


E numa cidade cuja riqueza assanha tantos interesses, inclusive os mais espúrios e inconfessáveis, com tanta legislação moderna, comissão disso e daquilo, ouvidorias mil, o supra-sumo da civilidade... o pobre cidadão e a pobre cidadã são obrigados a "conviver" com a falta de compostura, o despreparo, a desfaçatez, a ignorância, o abuso de poder. De uma casta de "servidores" públicos que se julga acima das leis.




Uma "tragédia" anunciada


Há pouco mais de dois anos, nas vésperas da cidade comemorar mais um aniversário, um fato deplorável ocorreu num dos quintais da região leste de São Paulo, na casa ao lado de onde mora a Blogueira, no bairro de Engenheiro Goulart, Penha, muito próximo do Parque Ecológico do Tietê: uma cerejeira-do-campo (Eugenia involucrata), nativa, centenária, que ainda florescia e frutificava todos os anos, e que vinha sofrendo maus-tratos, uma cerejeira centenária foi derrubada, abatida, sem dó nem piedade, com a cumplicidade de agentes públicos municipais e de veículos de comunicação, acionados pela Blogueira, que preferiram proteger infratores e autoridades. 


É bom que se esclareça: árvore, sobretudo como esta, nativa e centenária, é "Bem de Interesse Público", protegido pela legislação. Pertence à comunidade. Cabe aos administradores públicos respeitar a Lei Orgânica do Município e proteger os bens públicos, que incluem as árvores.


A Blogueira Cidadã, até então apenas leitora de blogs e da mídia em geral, tomou uma série de medidas a propósito. Antes, durante e depois do descalabro. Alertou, avisou, pediu ajuda, gritou, denunciou. Para amigos, conhecidos, estudiosos, particulares, jornalistas e "otoridades" públicas. Inclusive para o então subprefeito da Penha, Cássio Freire Loschiavo e servidores da subprefeitura e da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.


A Blogueira "botou a boca no trombone", abriu a boca cidadã. Só não trepou na árvore porque o muro é alto e havia ameaça de processo por "invasão de domicílio" pelos "donos" da árvore. A Blogueira exerceu seus direitos de cidadania, pedindo apoio, explicações, questionando, acionando diversas esferas.


No dia do abate, a Blogueira botou várias viaturas da Polícia Militar na porta da casa, pediu que interrompessem o corte, pois a Secretaria do Meio Ambiente havia se comprometido a fazer nova vistoria.


A IGNORÂNCIA e AS TREVAS falaram mais alto: apoiados num laudo cheio de erros, assinado por "engenheiro agrônomo" que não sabia distinguir raiz de tronco e que classificava a cerejeira como "pau-ferro", a árvore foi pro chão, derrubada por três ou quatro trogloditas.


À Blogueira foi proibido o acesso ao conteúdo do laudo, violando-se também os Princípios Constitucionais da Transparência e da Legalidade que, entre outros, regem a administração pública.


Curiosamente, logo depois deste lamentável episódio, a Blogueira passou a sofrer todo tipo de ameaças, constrangimentos, violência moral, psicológica e institucional, atentados (sequestro? assassinato?) e outras violações de direito. De lá pra cá, nunca mais a Blogueira teve sossego. Nem dentro nem fora de sua casa. A Blogueira virou persona non grata na Subprefeitura da Penha.

A seguir, algumas imagens da violência feroz, gratuita e irreparada, sofrida pela pobre árvore.


A cerejeira, 1 semana antes do crime

Começa o descalabro...
                                                                         


                                                                                    








Não há mais copa...


 Crime consumado



quarta-feira, 28 de março de 2012

Lula comemora e agradece Vitória da Vida



Como contamos no post anterior, exames mostraram hoje que não há mais sinais do câncer de laringe que acometeu o Presidente Luiz Inácio LULA da Silva.


Há pouco o Instituto Lula divulgou um vídeo onde LULA agradece a todos pelo apoio e solidariedade. Vejam aí!


Felicidades, Presidente Lula!!!




Link do vídeo



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Lula comemora: não há mais sinais do câncer !



Emocionados, ABC! e Blogueira também comemoram a melhor notícia do dia: Não há sinais do câncer que acometeu o presidente Lula. Muito provavelmente, Lula está curado!


Felicidades, Presidente Lula!!!


                                                           Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula


BOLETIM MÉDICO – 28/3/2012 – 11h50
O ex-presidente da República, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, esteve no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, na manhã de hoje (28/03), para realização de exames e avaliação dos resultados do tratamento ao qual foi submetido.
Foram realizados exames de ressonância nuclear magnética e laringoscopia, que mostraram a ausência de tumor visível, revelando apenas leve processo inflamatório nas áreas submetidas à radioterapia, como seria esperado.
O ex-presidente continua realizando sessões de fonoaudiologia e iniciará programação de avaliações periódicas.
A equipe médica que o assiste é coordenada pelos Profs. Drs. Roberto Kalil Filho, Artur Katz, Paulo Hoff, João Luís Fernandes da Silva, Luiz Paulo Kowalski e Rubens de Brito Neto.
Dr. Antonio Carlos Onofre de Lira        Dr. Paulo Cesar Ayroza Galvão
Diretor Técnico Hospitalar                     Diretor Clínico
Informações médicas para Imprensa: 
Assessoria de Imprensa do Hospital Sírio-Libanês: 
WN&P Comunicação:         
Maristela Orlowski (orlowski@hsl.org.br)
Mirtes Bogéa (mirtes.bogea@hsl.org.br)
Tel: (11) 3155-1090 / 3155-1180
Plantão: (11) 9135-1217

Emocionado, Lula liga para Marisa e Dilma para dar boa notícia

Ricardo Galhardo/iG

Emocionado - mas sem chorar - o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou na manhã desta quarta-feira para sua mulher, a ex-primeira-dama Marisa Letícia, para contar que os exames apontaram o desaparecimento de seu tumor na laringe. De acordo com médicos, exames detectaram "ausência de tumor visível, revelando apenas leve processo inflamatório nas áreas submetidas à radioterapia, como seria esperado".

Leia: Exames de Lula confirmam desaparecimento de tumor

Poder Online: De Cuba, Chávez envia mensagem para Lula

Em seguida, Lula telefonou para a presidenta Dilma Rousseff, que está na Índia, onde recebeu o título de doutora honoris causa na Universidade de Nova Délhi. O terceiro a receber a notícia de Lula foi o presidente da República em exercício, deputado Marco Maia (PT-RS).

Apesar dos indicativos de que o tumor havia regredido totalmente, Lula estava muito apreensivo desde ontem à noite. Hoje, aliviado, o ex-presidente também cumprimentou e parabenizou toda a equipe médica do Hostpial Sírio-Libanês pelos resultados.

Apesar do desaparecimento do tumor, Lula só será dado como curado do câncer daqui a cinco anos, caso não haja recidiva.

Os exames deveriam ter sido realizados na semana passada, mas tiveram de ser adiados por conta de um imprevisto. O ex-presidente ingeriu um pedaço de carne que provocou uma inflamação na garganta. A inflamação provocou rouquidão e o adiamento dos exames, realizados hoje.

Segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o ex-presidente deverá se submeter agora a procedimentos médicos periódicos para acompanhar o quadro de saúde. "Ele venceu essa etapa. É como se ele tivesse ganho na loteria", disse Okamotto.

Articulação

Lula deixou o hospital por volta das 11h30, sem falar com a imprensa, dirigindo-se ao Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, na capital paulista. Esta é a primeira vez que Lula vai até o instituto desde o início da radioterapia.

Neste momento, está reunido com amigos e colegas. Ele deve gravar um vídeo que será divulgado em breve. Além disso, ele avalia se vai participar, na próxima sexta-feira, de evento realizado pelo instituto no Hotel Jaraguá. A agenda de compromissos relativos às eleições municipais de outubro também será definida no encontro de hoje.

A amigos, o ex-presidente afirmou que gostaria de tirar 20 dias de férias antes de voltar à articulação política em torno, especialmente, da candidatura do ex-ministro Fernando Haddad em São Paulo. Os amigos, no entanto, não acreditam que ele conseguirá ficar mais de uma semana afastado.

Lula já recuperou 2 kg dos 18 kg que perdeu desde que iniciou o tratamento contra o câncer.

                                                                                                    Foto: Instituto Lula

Portal iG e Instituto Lula (Boletim Médico)



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Blogosfera Progressista ou Esgotosfera Governista?



Recordar é Viver...




Como blogueira, estou aqui no ABC! há 17 meses, quase um ano e meio. Antes disso, fui leitora de muitos blogs, principalmente dos que se autodenominam "progressistas": Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada), Luís Carlos Azenha (Vi o Mundo), Rodrigo Viana (Escrevinhador), Eduardo Guimarães (Blog Cidadania) e Conceição Oliveira (Maria Frô).


Como leitora, tive comentários censurados por PHA anos atrás. Comentários que contradiziam suas posições sobre a ex-ministra Marina Silva, contra a qual ele desferia ataques cheios de achincalhe, desprezo e ridicularização, como costuma fazer quando elege "inimigos". Em seguida fui "bloqueada" pelo jornalista-blogueiro, o que obviamente percebi como algo gravíssimo para quem se coloca como guardião da democracia e da liberdade de expressão. Com o Eduardo Guimarães tive experiência parecida. Enquanto elogiava seus posts e concordava com seus pontos de vista, maravilha. Mas ao expressar opiniões críticas e contrárias, deixei de ser bem-vinda no Cidadania.


No episódio da entrevista do presidente Lula a tais blogueiros, quando manifestei contrariedade sobre atitudes de tal grupinho, de novo estes senhores e senhora "progressistas" se uniram para se auto-elogiar e criticar as posições contrárias. Eles são muito solidários. Entre si. Atuam sempre em grupo, agem como "donos" e "estrelas" da blogosfera, se incensando mutuamente....


Como Mestra em Ciências da Comunicação, apaixonada e estudiosa da mídia, me preocupam os rumos da Blogosfera Brasileira, os equívocos, os enganos, os embustes. Venho falando bastante de direito e justiça no ABC! e das bandas boa e podre do Judiciário. Há que separar também o joio do trigo na Blogosfera.


Sou uma blogueira independente. O Abra a Boca, Cidadão! é um blog pequeno, mas bravo e indignado. E nunca esteve nem estará atrelado a grupo nenhum. Não é blog sabujo, satélite, lambe-botas. Aprende com os grandes e pequenos, repercute pontos de vista que considera merecedores de reflexão, mas tem coragem o suficiente para discordar do "alto escalão" blogosférico e oferecer opinião divergente. "Desafinando o Coro dos Contentes", como digo na abertura.


Venho lendo há alguns dias posts do grande jornalista Fábio Pannunzio, da Rede Bandeirantes de Televisão. Pannunzio vem publicando em seu blog artigos críticos sobre o trabalho jornalístico e as posições políticas de Mino Carta e Paulo Henrique Amorim, na revista VEJA, na época da ditadura. Mino foi sempre para mim uma "divindade" do jornalismo. E continuava sendo. Ele e seus "botões"... O blog de PHA era uma fonte de informação variada, mas ficou comprometido desde as atitudes truculentas de cerceamento a que me referi.


Considero os artigos que Fábio Pannunzio vem publicando importante contribuição para que todos nós, pequenos e grandes, que fazemos a Blogosfera Brasileira, como leitores, comentaristas ou blogueiros, possamos crescer, ampliar nosso olhar sobre quem faz esta mídia tão apaixonante e aprender a distinguir joio e trigo.



Como os “cães de guarda” da imprensa ladravam para a caravana da ditadura passar em 1970

Fábio Pannunzio



Do nada, um certo site da nova, novíssima esquerda, começa a derramar posts em série sobre a ditadura brasileira. Chama de “cães de guarda” dos milicos os jornalistas que apoiaram descaradamente a ditadura militar brasileira. O nome desse site é Conversa Afiada. Poderia se chamar mesmo Conversa Fiada, uma vez que seu editor, Paulo Henrique Amorim, foi um dos mais dóceis cãezinhos de guarda da ditadura nos anos 70. Para o desespero dele, não é difícil demonstrar.

Alguns leitores bem-intencionados têm se mostrado surpresos com a série de revelações. Acreditavam, de bom coração, na sinceridade de PHA em sua defesa do governo Lula, do governo da Dilma, do governo FHC, … até de gente como o Zé ‘empate’ Dirceu, na sua retórica a favor dos pobres e oprimidos. Acreditavam até que PHA nasceu na esquerda. Até que ele agora é líder do movimento negro.

Aos fatos.

Muito jovem, quando todos costumam ser de esquerda, PHA já era uma espécie de poodle dos homens de farda. Naquele tempo, a revista Veja não assinava a maior parte das reportagens e, por isso, não é fácil encontrar o nome de PHA em muitas delas. De 70 a 74, foi o editor de economia da revista, segundo atesta o próprio currículo que ele publica em seu site.

Nessa condição, pode-se dizer, com segurança, que todas as reportagens econômicas ufanistas, de apoio à ditadura, têm o dedo dele. Convido o leitor a passear pelas páginas de economia da revista naquele período, consultando o arquivo digital, aberto a todos na internet (mas se preparem para o enjoo, diante de tanta propaganda pró-ditadura). Algumas vezes, porém, o editor da revista, Mino Carta, na seção “Carta ao Leitor”, denunciava a autoria das reportagens. E, quando isso acontece, não há como se esconder.

Foi o caso da edição de 26/08/70. Mino Carta escreve na Carta ao Leitor: “O anúncio do Programa de Integração Social [o PIS], o assunto da reportagem de capa daquela edição (página 28, texto final de Paulo Henrique Amorim e Emilio Matsumoto), confirma uma antecipação de Veja.”

O enjoo, caro leitor, começa pelo título: “Um programa à brasileira”. Assim mesmo, com esse ufanismo patriótico de conveniência a serviço da farda e do coturno. A ânsia de vômito aparece no subtítulo grandiloquente: “A integração social através de um fundo sem igual”.

Poucos leitores não passarão mal com o texto em si. Começa com uma rematada mentira: “Quem ganhar pelo menos dois salários mínimos por mês receberá, na pior das hipóteses, seu ordenado multiplicado por 36, ao se aposentar depois de trinta anos de serviços.”

Prossegue com um delírio fascista, o do fim das tensões, naturais, entre patrões e empregados, algo que a ditadura perseguia a ferro, fogo e pau-de-arara. Eis aí o fulcro da questão, o que francamente interessava ao regime — e a seu lulu adestrado — na época: afastar as discussões sobre a participação nos lucros, esta sim a verdadeira reivindicação dos operários. “Estão evitadas na mensagem presidencial todas as possibilidades de tensão entre patrões e empregados. Não se fala em participação nos lucros. Ao contrário, criou-se uma fórmula original, retirada da famosa inventividade brasileira. Os empregados participarão, através de um fundo, do faturamento (ou seja, das receitas) das empresas e não de seus lucros (o que significa tecnicamente o resultado da diferença entre receita e despesa).”

E, claro, acaba por bajular o ditador Médici, mentindo para os brasileiros ao dizer que o general tinha como objetivo uma sociedade próspera e aberta, tudo o que o Brasil não era à época: “‘O segredo mais bem guardado é o que todos imaginam’. A frase de Bernard Shaw, sábio dramaturgo irlandês, aplica-se inteiramente ao PIS. A notícia explodiu na semana passada com o impacto das grandes revelações. No entanto, analistas mais observadores já podiam prevê-la desde o dia 7 de outubro do ano passado, quando o Presidente Médici, pela televisão, comunicou que aceitava sua indicação para presidente da República. Naquele dia, mencionou seu desejo em promover uma revisão da distribuição da riqueza numa sociedade próspera e aberta. Na primeira reunião ministerial pediu aos seus auxiliares imediatos que estudassem medidas que viessem a marcar seu governo com as intenções reformistas a que se propunha.”

Não é segredo para ninguém que o lulu da economia de Veja se empenhava — e como! — em sua função de propagandista dos feitos homéricos do pior presidente que o País já teve. Pior no sentido de mais cruel, desumano. Aqui mesmo, neste espaço, publiquei outro dia um post revelando que PHA certa vez, nos idos dos 70, ganhou um prêmio Esso ao contestar o Censo, que acabara de sair com algo que não convinha ao comando da quartelada. O IBGE, que não era propriamente um bunker do PIG de então, constatou que havia, como a história provou, uma enorme concentração de renda no tal Milagre Econômico. PHA, no entanto, se fiou a um estudo assinado por Carlos Langoni para desqualificar o censo e provar que o Brasil Grande era maior e mais justo do que realmente era. Maior e mais justo. Au-au!

Volto ao assunto anterior. Na descrição do PIS, PHA não poupa adjetivos para vender aos brasileiros a falsa imagem de que o programa era uma coisa genial. Para isso, adula todos os czares da ditadura da época, para que nenhum deles se sentisse enciumado: “Acabou surgindo a fórmula do PIS, árvore de muitas sementes, depositadas com cuidado por Delfim, Barata, Leitão de Abreu, chefe do gabinete civil, e poucos assessores. (…) Fecha-se assim o círculo desse engenhoso mecanismo”. Engenhoso, diga-se de passagem, a ponto de ser anunciada desta forma: “Afastada a solução da participação nos lucros, o presidente apelou para a imaginação criativa de seus ministros“. Só elogios!

Não se esqueçam, ele estava falando do PIS, que vocês conhecem tão bem.

Para não haver dúvidas sobre a grandiloquência do projeto do recém-empossado ditador Médici, fecha com uma declaração de Delfim, com o objetivo de anestesiar os trabalhadores de então, vítimas do que, na época, chamavam de arrocho salarial: “‘O fundo demonstra claramente a preocupação do governo com os trabalhadores. Além disso, significa também uma verdadeira abertura política, já que as lideranças parlamentares foram convocadas pelo Presidente Médici para conhecerem com antecedência o conteúdo do programa’, disse Delfim. Para o ministro, porém, o PIS tem uma inestimável vantagem adicional, não fosse ele um de seus idealizadores: ‘Essa fórmula é brasileira. Não há no mundo sistema idêntico ou semelhante.’”

Verdadeira abertura política no governo Médici, cara pálida? Au-au!

Ora, em 1970, o Brasil vivia o auge da ditadura militar, com Dilma presa, torturada, assim como milhares de outros. Não havia sociedade próspera e aberta coisa nenhuma. E também nenhuma integração entre patrões e empregados. A reportagem, na verdade, é uma peça de propaganda da ditadura. Escrita pelo PHA.



Por que relembro todos esses casos? Porque acho que os jornalistas devem viver da verdade. Não à toa, conheço poucas pessoas que sejam contra a Comissão da Verdade. Os brasileiros, sem prejuízo da Lei da Anistia, devem conhecer a sua história. Mas esse conhecimento tem de ser completo. Se devemos conhecer quem eram os torturadores e golpistas, devemos saber quem eram os jornalistas que os apoiaram — a verdadeira imprensa golpista, que propagandeou sem nenhum constrangimento o golpe militar. A Comissão da Verdade pode começar por aí.

Para que você não se perca nesse emaranhado diáfano da história, publico na íntegra a reportagem ufanista que Paulo Henrique Amorim produziu. Reiterando que o Blog do Pannunzio não descontextualiza declarações para construir a crítica política, prática comum em certos canis virtuais contemporâneos.


Link do Blog do Pannunzio, com o post e o acesso à reportagem completa de PHA na VEJA.


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terça-feira, 27 de março de 2012

A VEJA e o Crime Organizado: um atentado à Democracia



E cadê o Álvaro Dias, o "Bastião da Moralidade"? Ficou faltando o Álvaro "Botox" Dias...


Reproduzo abaixo importante post do jornalista André Lux, em seu blog, o Tudo Em Cima.


A associação da mídia com o crime

                       Os varões da ética da Veja: piada pronta 

O esquema Veja-Cachoeira-Demóstenes foi um jogo criminoso, um atentado às instituições democráticas.

- por Luis Nassif, em seu blog

Está na hora de se começar a investigar mais a fundo a associação da Veja com o crime organizado. Não é mais possível que as instituições neste país - Judiciário, Ministério Público - ignorem os fatos que ocorreram.

Está comprovado que a revista tinha parceria com Carlinhos Cachoeira e Demóstenes. É quase impossível que ignorasse o relacionamento entre ambos - Demóstenes e Cachoeira.

No entanto, valeu-se dos serviços de ambos para interferir em inquéritos policiais (Satiagraha), para consolidar quadrilhas nos Correios, para criar matérias falsas (grampo sem áudio).

Até que a Polícia Federal começasse a vazar peças do inquérito, incriminando Demóstenes, a posição da revista foi de defesa intransigente do senador, através dos mesmos blogueiros das quais se valeu para tentar derrubar a Satiagraha.

Aproveitando a falta de coragem do Judiciário, arvorou-se em criadora de reputações, em pauteira do que deve ser denunciado, em algoz dos seus inimigos, valendo-se dos métodos criminosos de aliados como Cachoeira. Paira acima do bem e do mal, um acinte às instituições democráticas do país, que curvam-se ao seu poder.

O esquema Veja-Cachoeira-Demóstenes foi um jogo criminoso, um atentado às instituições democráticas. Um criminoso - Cachoeira - bancava a eleição de um senador. A revista tratava de catapultá-lo como reserva moral, conferindo-lhe um poder político desproporcional, meramente abrindo espaço para matérias laudatórias sobre seu comportamento. E, juntos, montavam jogadas, armações jornalísticas de interesse de ambos: do criminoso, para alijar inimigos, da revista para impor seu poder e vender mais.

Para se proteger contra denúncias, a revista se escondeu atrás de um macartismo ignóbil, conforme denunciei em "O caso de Veja".

Manteve a defesa de Demóstenes até poucas semanas atrás, na esperança de que a Operação Monte Carlo não conseguisse alcançá-lo. Apenas agora, quando é desvendada a associação criminosa entre Cachoeira e Demóstenes, é que resolve lançar seus antigos parceiros ao mar.

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Judiciário em Festa



O que eles tanto comemoram? De onde sai o dinheiro para bancar tanta festa?



Há sempre uma festa no Judiciário


TRF-3: sessão de posse em fevereiro e ”cerimônia comemorativa de posse” em abril


A escolha dos dirigentes de tribunais é uma praxe, ocorre a cada dois anos num processo de seleção limitada, sem o voto dos juízes de primeira instância, e, em geral, sem surpresas.

No STF, há um rodízio. A eleição sempre indica para a presidência, por ordem de chegada, aquele que ainda não exerceu o cargo. O processo só é repetido se todos já tiverem exercido a presidência. Nos demais tribunais, são elegíveis apenas os mais antigos, na mesma quantidade de cargos em disputa, excluídos os que já tenham exercido cargo de direção.

Em princípio, nada haveria a comemorar, pois se trata de procedimento administrativo, alternância burocrática no comando das Cortes.
[Mas...]
No último dia 17 de fevereiro, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região realizou, em sessão extraordinária, a posse de seus dirigentes para o biênio 2012-2014: Newton De Lucca (presidente), Salette Nascimento (vice) e Fábio Prieto (corregedor).
Segundo informativo do tribunal, “prestigiaram a cerimônia, dentre outras autoridades, o deputado federal Arnaldo Faria de Sá, representando a Câmara dos Deputados; a vice-prefeita e secretária de Assistência Social do Município de São Paulo Alda Marco Antônio; o secretário municipal dos Negócios Jurídicos, Cláudio Lembo, representando o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab; a chefe da Procuradoria Regional da República da 3ª Região, Luiza Cristina Fonseca Frischeisen; o secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil-Seção São Paulo, Braz Martins Neto, representando o presidente da entidade, Luiz Flávio Borges D’Urso”.
[De novo...]

No próximo dia 2 de abril, o TRF-3 realizará a “cerimônia comemorativa de posse” dos novos dirigentes da Corte, no Teatro Municipal de São Paulo.


Como já houve a cerimônia oficial de posse, o cidadão comum deve ficar sem saber a razão da solenidade, seus custos e o que, afinal, estão comemorando.
[Pergunta, então, o ABC!: O que, afinal, estão comemorando?!...]
Interesse Público



Destaques do ABC!


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segunda-feira, 26 de março de 2012

Eliana Calmon e os "penduricalhos da toga"



Todas as verbas pagas a magistrados deverão ser publicizadas, inclusive os "penduricalhos" que engordam os salários de desembargadores e juízes, fazendo com que estourem o teto constitucional.


É o que quer a ministra-corregedora Eliana Calmon, em mais uma corajosa empreitada contra os "Bandidos de Toga". 


Ela quer. Ela pode. Ela fará.


Alguém duvida? 


                                                                                                     Alpino/Yahoo


CNJ quer cadastro de penduricalho pago a juízes e desembargadores estaduais


Lista de benefícios nos contracheques será aberta a acesso público, afirma corregedora


Fausto Macedo

SÃO PAULO - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai preparar um cadastro dos penduricalhos dos juízes e desembargadores estaduais. O índex vai revelar dados relativos a todos os tipos de verbas concedidos pelos tribunais de Justiça, benefícios e vantagens que fazem o contracheque da toga furar o teto constitucional. “Nós queremos fazer um cadastro onde estejam registradas todas as verbas que são pagas aos magistrados”, anunciou nesta sexta-feira, 23, a ministra Eliana Calmon, corregedora nacional da Justiça.


Segundo Eliana Calmon, périplo pelas cortes revelou diversos pagamentos irregulares - Marcio Fernandes/AE - 23/03/2012
Marcio Fernandes/AE - 23/03/2012
Segundo Eliana Calmon, périplo pelas cortes revelou diversos pagamentos irregulares
O controle, disse a ministra, já existe na Justiça Federal, na Justiça do Trabalho e na Militar. “As informações são públicas. Quem acessar está lá. Pode estar errado ou certo, mas está lá.”

Calmon participou de reunião-almoço no Jockey Club, [sexta, 23] , promovido pelo Instituto dos Advogados de São Paulo, centenária instituição da classe. “Para que haja transparência nós vamos verificar (as verbas). Nos Estados temos encontrado essa diversidade de situação e aí vem a questão”, disse.

Ela destacou que “existem alguns Estados” onde o CNJ identificou esses pagamentos que, em muitos casos, estouram o limite imposto pela Constituição - teto aplicado ao Supremo Tribunal Federal. “O CNJ exige obediência ao teto. Então, criam-se algumas situações dizendo o seguinte: ganha porque faz parte da comissão de regimento, ganha uma gratificação porque faz parte da comissão de jurisprudência”, disse ela. E continuou: “Funções inerentes ao cargo de desembargador são remuneradas à margem. Dá aula na escola de magistratura, então ganha o teto e mais todas essas gratificações aquilo e daquilo outro. Na hora que a gente soma tudo e divide por 12 extrapola o teto”.

Missão. A corregedora revelou achados em seu périplo pelas cortes do País afora. “Tenho encontrado ao longo dessa minha jornada de inspeções diversas formas de cálculo erradas, equivocadas. Encontrei em um tribunal pagamento de gratificação de férias a desembargador que estava aposentado havia 14 anos [!!!]. E também encontrei a forma de pagamento da verba de equivalência calculada de diversas formas, inclusive em alguns Estados sem descontar o imposto de renda. Consideravam que era uma verba indenizatória e que a verba dessa natureza não desconta imposto.”


A uma plateia de 150 advogados que a interromperam com aplausos, ela relatou as dificuldades que enfrentou para fiscalizar o TJ de São Paulo, o maior do País. Em recado à ala da magistratura que não tolera sua ação, declarou: “Em administração, não é o tamanho que mete medo, nem é o tamanho que dá grandeza. O que dá grandeza é a humildade de dizer que precisa de ajuda.”


Destaques do ABC!

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