A Blogosfera brasileira é hoje importante alternativa para a informação dos cidadãos e vem ocupando cada vez mais espaço, graças à democratização do acesso à internet, à agilidade na produção e veiculação de conteúdos e à diversidade de opiniões que viabiliza e estimula.
Como humilde pensadora da mídia, ávida consumidora de informação qualificada e produtora de conteúdo transmitido pelas mídias digitais, esta Blogueira, cidadã paulistana, se preocupa e muito com os destinos da cidade.
Estamos, blogueira e blog, muito atentos e em estado de alerta diante do quadro atual nas eleições para prefeito: o risco de uma continuidade do que aí está, o que seria uma lástima para uma cidade com gravíssimos e urgentes problemas a resolver, ou a ameaça de mais um "Salvador da Pátria", tendo um "bispo" nos governando nos bastidores...
Desiludidos com a politicalha praticada há décadas por uma parte considerável dos nossos homens públicos, o eleitorado muitas vezes também não se aplica na escolha de candidatos à Câmara Municipal, o que gera, por exemplo, o descalabro atual: um legislativo anêmico, subserviente ao Prefeito e voltado quase que em sua maioria para defender seus próprios interesses, privilégios e benesses.
O Povo Paulistano? Que se lixe!...
Está mais do que na hora de mudarmos radicalmente este quadro. Em tempos de sociedade digital, na era da informação e da comunicação intermediadas por avançadas tecnologias, numa etapa de upgrade global, a terceira maior cidade do planeta tem que ter uma câmara municipal à altura do momento mundial, não esta coisa chinfrim que aí está...
Esta Blogueira e o Abra a Boca, Cidadão!, independentes e não vinculados a qualquer partido, apoiam para a Câmara Municipal de São Paulo um jornalista, escritor e blogueiro, mas, mais do que isto, um homem de luta, de coragem, revolucionário, que não lambe botas de poderosos: Celso Lungaretti, do blog Náufrago da Utopia.
Conheçam sua extraordinária história de vida!
Acorda, São Paulo!
Ainda não considero cumprida minha missão
Prezado eleitor,
não estranhe se for eu mesmo, candidato a vereador de São Paulo, que estiver lhe entregando esta mensagem. Minha campanha é humilde e feita com muita dificuldade, como costumam ser as dos candidatos que não se comprometem a, eleitos, retribuírem as doações recebidas dos ricos e poderosos.
Sei que despejam propaganda política demais na vossa cabeça; mas, humildemente, peço uns minutinhos de atenção. Pois o que lerá aqui não são falsas promessas nem frases feitas. É uma história de vida.
Disputo a primeira eleição já sexagenário, mas meus ideais vêm de muito longe: aos 16 anos eu já discutia com meus colegas de escola formas de ajudarmos os melhores brasileiros a resistirem à ditadura mais bestial que este país já conheceu.
Tornei-me líder secundarista e, quando os golpistas de 1964 passaram a responder aos protestos pacíficos com assassinatos e torturas terríveis, não recuei: ao lado de sete jovens companheiros, ingressei no movimento de resistência armada ao despotismo que fora instalado pelas armas.
Mas, o que poderiam fazer uns tantos idealistas destreinados e mal armados contra aqueles que, além de terem as armas como instrumentos do seu ofício, contavam com esmagadora superioridade em efetivos, armamento e recursos? Dos oito que éramos, dois acabaram mortos; cinco, fomos presos e barbaramente torturados; e uma escapou ilesa, mas, traumatizada pela perda do marido e perseguições sofridas, nunca mais seria a mesma.
Quando enfim me libertaram, tive de reconstruir minha vida nas piores condições, com uma lesão permanente e várias sequelas, ameaçado, vigiado, estigmatizado.
Mesmo assim fiz longa carreira jornalística e continuei sempre defendendo as bandeiras que norteiam minha existência: liberdade e justiça social.
Até que os barões da imprensa, incomodados com minhas verdades, me privaram do direito de trabalhar nas suas redações e até de ser citado em suas publicações. Mas, limitado à internet, minha influência até cresceu e eu pude dar boa contribuição para várias causas; orgulho-me de, como defensor dos direitos humanos, haver evitado graves injustiças e ajudado a salvar pessoas valorosas.
Ainda não considero cumprida minha missão, nem completo o legado que quero deixar às minhas filhas, netos, e ao meu povo.
A São Paulo dos meus sonhos não é esta de qualidade de vida tão ínfima, de transporte tão infernal e de tamanho descaso com as necessidades e direitos mais elementares dos cidadãos - palco, ademais, de episódios chocantes como o de coitadezas sendo escorraçados a pontapés (ao invés de civilizadamente tratados da dependência química que os está levando à morte) porque atrapalham grandes empreendimentos imobiliários.
Admito sinceramente que o maior problema paulistano não pode ser solucionado por prefeitos e vereadores: é o fato de que aqui os interesses individuais prevalecem sobre os coletivos. Numa sociedade regida pela ganância em detrimento do bem comum, jamais a população será respeitada como merece.
Mas, a administração pública não precisa ser tão medíocre e desumana como a atual; nem os representantes do povo, tão traidores do povo.
Então, sem demagogia nem planos mirabolantes, eu apenas me proponho a continuar fazendo o que fiz durante toda a minha vida adulta: defender os direitos e os interesses dos humildes, contra a gula insaciável e as infames maquinações dos poderosos.
Pode parecer pouco, em relação ao que tantos prometem. No entanto, é bem mais do que eles entregarão.
Ficarei muito grato se merecer o vosso apoio.
Cordialmente,
Celso Lungaretti