Tradutor

quarta-feira, 2 de março de 2011

Mulheres Brasileiras: Railda Alves



Aqui não temos nenhum interesse em falar de hebes e anas marias. O que nos mobiliza é a "Brava Gente Brasileira". Anônima, vestida por roupas sem grife, desprovida do charme que alimenta a mídia de mercado. E nos interessa também contar sua história de vida, sua luta diária pela sobrevivência com dignidade.

Railda Alves: mulher, empreendedora, microempresária no sertão baiano.

Assim como Maria da Paixão, cuja história foi contada em post anterior, dona Railda é trabalhadora rural e vive da agricultura familiar, cultivando hortaliças e até as industrializando e comercializando em forma de conservas e temperos.


 

De mãe para filha: mulheres se organizam em associações para melhorar renda familiar


                                Dona Railda Alves (de vermelho) incentivou os filhos a participar da
                                agricultura familiar. Ela, as filhas e as noras são integrantes da
                                Associação de Mulheres Quilombolas da Comunidade Lagoa de Gaudêncio.
                                Foto: Rafael Alencar/PR


Setenta trabalhadoras rurais de municípios da Bahia expuseram seus produtos à presidenta Dilma Rousseff ontem (1/3) na “Mostra dos Grupos Produtivos de Mulheres Rurais”, em Irecê (BA). A exposição deu início ao Mês da mulher, que está sendo comemorado pelo governo da primeira mulher presidente da República com diversos eventos e ações sociais.

Dona Railda Alves, da comunidade quilombola Lagoa de Gaudêncio, em Lapão (BA), é uma das expositoras. Mãe de sete filhos, dedicou grande parte da vida à lavoura de feijão e milho de outros produtores, ganhando como diarista, sem carteira de trabalho assinada e com rendimento vinculado à produção diária.
“Quando tinha lavoura a gente ganhava um pouquinho e quando não tinha, a gente ficava sem nada”, conta do tempo de que não tem saudade.
Dona Railda prepara o vidro com os temperos que estão expostos na Mostra dos Grupos Produtivos de Mulheres Rurais. Foto: Rafael Alencar/PR

Foi por meio da agricultura familiar que dona Railda passou de empregada à produtora rural autônoma. “Após mais de 30 anos criando os filhos sem a certeza de que a renda viria”, ela e outras mulheres da região fundaram a Associação de Mulheres Quilombolas da Comunidade Lagoa de Gaudêncio. A associação é responsável por comercializar toda a produção de temperos e derivados de cenoura que é produzida pelas mulheres de forma caseira. Aos poucos, a culinária das mulheres de Lagoa de Gaudêncio vem conquistando a região: lá é possível experimentar a cocada e a rapadura de cenoura, os bolos e o famoso tempero de dona Railda, que tem destaque no estande de Lapão durante a mostra de Irecê.

Mais informações na matéria completa publicada no Blog do Planalto.