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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Dilma Rousseff - Presidenta da República do Brasil

Foto oficial da Presidenta da República, Dilma Rousseff _ Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Foto oficial: Roberto Stuckert Filho/PR

As "trevas" voltam a atacar?


Não vai muito longe a campanha eleitoral trevosa, obscurantista, suja, caluniosa e difamadora da ultradireita e seu candidato à Presidência da República contra Dilma Rousseff.

Acompanhamos pela internet o dia a dia desta campanha, seus golpes baixos, seu oportunismo, aproveitando-se da boa fé de parcela considerável da sociedade, pregando diariamente o ódio e a intolerância com posições e opiniões divergentes.

O governo da Presidenta Dilma dá seus primeiros passos. Não completou ainda duas semanas. E nos deparamos com a notícia abaixo, contendo acusações gravíssimas à Presidenta, ao PT, a membros do governo. Acusações de um grupo católico radical, antiaborto.

O Abra a Boca, Cidadão!, que cultiva a diversidade de opiniões e defende a livre expressão do pensamento, manifesta aqui seu estranhamento. E indaga:

As forças mais sinistras e sombrias que apoiaram José Serra já estão se reagrupando contra um governo democraticamente eleito pelo povo brasileiro? A manifestação deste grupo católico poderia estar sinalizando uma eventual tentativa de desestabilização (golpe) do governo popular que mal começou? Ou seria apenas a veiculação de opiniões de uma parcela da sociedade detentora de um pensamento conservador que deve ser respeitado? Luz “amarela”, indicando que a sociedade, a cidadania, todos nós, devemos ficar atentos e monitorar tais manifestações? Instrumentalização de pensamento retrógrado, obscurantista, visando inviabilizar, intimidar o governo Dilma?

Saudade dos holofotes, ventriloquia ou reles ignorância e obscurantismo mesmo?

O ABC! se pergunta, sem julgar, por enquanto: há algo por trás destas manifestações no mínimo intempestivas, açodadas, contra um governo que mal começou?

Aqui, antes de nos posicionar, vamos acompanhar o noticiário, monitorando, analisando as declarações, ouvindo (lendo) pontos de vista favoráveis e contrários, como deve ser feito entre cidadãos e sociedades verdadeiramente progressistas, modernas, avançadas.

Destacamos em vermelho os trechos que nos pareceram mais graves.



Líder de movimento contra aborto volta a atacar Dilma

Roldão Arruda/O Estado de S. Paulo/13.01.2011


O padre Luiz Carlos Lódi, presidente do movimento denominado Pró-Vida, divulgou nota pela internet atacando o governo da presidente Dilma Rousseff.

Segundo o padre, ministros recém-empossados estariam defendendo a "descriminalização do aborto e o uso de drogas". O padre também acusa o novo governo de defender a ampliação dos direitos dos homossexuais, usando como escudo para suas propostas o "combate à homofobia" e as resoluções contidas na terceira edição do Programa Nacional de Direitos Humanos - o chamado PNDH3, que provocou polêmicas no período pré-eleitoral de 2010.

O Pró-Vida, sediado em Anápolis, interior de Goiás, é um dos movimentos católicos mais radicais do País contra a descriminalização do aborto. Na campanha eleitoral passada, o padre Lódi fez campanha a favor do candidato José Serra (PSDB), utilizando argumentos do fundador do movimento e arcebispo emérito de Anápolis, d. Manoel Pestana Filho, segundo o qual a eleição do tucano representaria a escolha por um "incêndio limitado", enquanto Dilma seria a "catástrofe incontrolável".

D. Manoel morreu na semana passada. Seu sucessor, o padre Lódi, continua em campanha. Na nota que distribuiu pela internet, ele menciona trecho de uma entrevista da ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, na qual ela afirma não ver como obrigar alguém a ter um filho que não se sente em condições de ter. Para a ministra, ter filho ou não seria uma decisão individual, que deve ser respeitada.

A nota também menciona entrevistas concedidas pelos ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Maria do Rosário, de Direitos Humanos. O primeiro é citado por defender uma discussão pública, de toda a sociedade, sobre a descriminalização do uso de drogas. Já Maria do Rosário é lembrada por ter anunciado em seu discurso de posse que pretende adotar medidas de combate à homofobia.

Na opinião do padre, essas declarações fariam parte de uma escalada contra a vida, que estaria em curso no País: "O governo brasileiro se destaca, desde a ascensão do PT em 2003, por uma campanha ininterrupta e onipresente em favor da corrupção das crianças, da destruição da família e da dessacralização da vida. Para nossa vergonha, é difícil imaginar, em todo o planeta, um governo que mais tenha investido na construção da cultura da morte."

O texto tem várias imprecisões. Atribui ao governo Dilma uma resolução do Conselho Federal de Medicina, publicada no Diário Oficial da União no dia 6, que estendeu a duplas homossexuais o direito à reprodução assistida. Os conselhos federais profissionais são, de acordo com a Constituição, entidades autônomas. Ele também atribui a Dilma medidas adotadas por seu antecessor.

Embora o foco do movimento Pró-Vida seja a luta contra a descriminalização do aborto, a maior parte dos itens abordados no documento distribuído agora refere-se à questão dos homossexuais. "O Ministério da Educação e Cultura pretende forçar as escolas a corromper os adolescentes, apresentando a conduta homossexual como aceitável e a conduta homofóbica como abominável", afirma o padre.


Portal O Estado