CIDADE
Começa a acabar a "farra imobiliária"...
O Prefeito Fernando Haddad vai ter muito trabalho nos próximos anos para "botar a casa em ordem" e consertar tudo o que a "mediocridade trevosa" cometeu contra a cidade de São Paulo.
São Paulo é um país. Cada uma das 31 subprefeituras cuida de uma região muitas vezes maior que diversas capitais brasileiras. E a cidade foi quase destruída pela "nulidade defenestrada", que "ameaça" se candidatar ao governo do estado em 2014.
Só Deus, mesmo, para nos proteger dessa incompetência travestida de administrador público.
Coragem, Prefeito Haddad! Seu compromisso é com os milhões de cidadãos que o elegeram e com a cidade quase dizimada pelo descalabro.
Vista um colete à prova de balas, como fez a ex-prefeita Marta Suplicy ao enfrentar a máfia dos transportes, e vá pra cima!
Haddad embarga condomínio de luxo na Vila Mariana
Licença para construir três torres de 27 andares a quatro quadras do Ibirapuera havia sido dada por Hussain Aref em março de 2011
Adriana Ferraz e Diego Zanchetta
A Prefeitura de São Paulo suspendeu ontem o alvará de execução de obra concedido em março de 2011 para a construção de um condomínio de luxo na Vila Mariana, zona sul. A licença para o empreendimento de três torres residenciais, de 27 andares cada, foi emitida por Hussain Aref Saab [aquele, de triste memória também...], ex-diretor do Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov), afastado sob suspeita de enriquecimento ilícito [aliás, em que pé estão as investigações sobre este "rico" senhor?]. Quase dois anos depois, o Município investiga a existência de um riacho no local.
Ibirapuera Boulevard. Suspeita é de que haja um riacho no terreno,
o que inviabilizaria a obra Evelson de Freitas/AE
O canteiro de obras do Condomínio Ibirapuera Boulevard, que prevê apartamentos de até 391 m² avaliados em R$ 5 milhões, ocupa um terreno nobre de 9.356 m² na Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, a apenas quatro quadras do Parque do Ibirapuera. Em fase de escavações, o projeto terá de ser paralisado.
O embargo é mais um capítulo da batalha travada por moradores do bairro contra a construção do condomínio. Por meio de uma petição pública, o grupo denunciou à gestão Gilberto Kassab (PSD) que o Rio Boa Vista, canalizado nos anos 1960, corta o terreno e, por isso, inviabiliza a construção - segundo a legislação ambiental brasileira, são proibidas novas edificações à beira de corpos d'água.
Com cerca de 5 mil assinaturas, a petição foi parar no Ministério Público Estadual e provocou uma investigação interna na Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. A partir daí, uma série de decisões pró e contra o projeto foi publicada até a suspensão do alvará.
No fim do ano passado, por exemplo, o Termo de Compromisso Ambiental (TAC) firmado com a Mofarrej Empreendimentos - construtora responsável pela obra - também foi suspenso. De acordo com a Prefeitura, essa decisão, de 22 de dezembro, já deveria ter paralisado a obra. Ontem, porém, a reportagem flagrou caminhões no local.
A empresa informou que a decisão publicada no Diário Oficial da Cidade foi apenas uma medida de cautela. "Não foi indicada qualquer irregularidade na execução da obra, cujo projeto foi devida e corretamente aprovado pela Prefeitura. Por cautela, a secretaria determinou nova consulta à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo)", informou a Mofarrej, por meio de nota. A empresa nega a existência de um riacho no terreno.
Muro
A suspensão da licença foi comemorada por moradores que protestam contra a construção. Batizado de "Do outro lado do muro", o movimento criado em julho de 2011 usa cartazes e mensagens para chamar a atenção de quem passa pelo local.
Além da suposta existência de um riacho na área, o grupo afirma que o empreendimento não realizou estudo de impacto ambiental no terreno onde funcionou por 50 anos uma indústria de cera nem se comprometeu a realizar obras de contrapartida. Segundo lei municipal, o condomínio será um polo gerador de tráfego por oferecer mais de 500 vagas de estacionamento.
Moradora de um sobrado vizinho, a arquiteta Luciana de Souza Tomaz, de 44 anos, ainda reclama do reduzido recuo dos futuros prédios em relação às casas. "É minúsculo, menos de 3 metros", diz. A expectativa dela e de outros moradores é de que a suspensão da obra seja cumprida desta vez. "Se não pararem, eu mesma vou solicitar a fiscalização", afirma Sonia Pizzolato, de 51. A Subprefeitura da Vila Mariana informou ontem que fará vistoria no local.
O canteiro de obras do Condomínio Ibirapuera Boulevard, que prevê apartamentos de até 391 m² avaliados em R$ 5 milhões, ocupa um terreno nobre de 9.356 m² na Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, a apenas quatro quadras do Parque do Ibirapuera. Em fase de escavações, o projeto terá de ser paralisado.
O embargo é mais um capítulo da batalha travada por moradores do bairro contra a construção do condomínio. Por meio de uma petição pública, o grupo denunciou à gestão Gilberto Kassab (PSD) que o Rio Boa Vista, canalizado nos anos 1960, corta o terreno e, por isso, inviabiliza a construção - segundo a legislação ambiental brasileira, são proibidas novas edificações à beira de corpos d'água.
Com cerca de 5 mil assinaturas, a petição foi parar no Ministério Público Estadual e provocou uma investigação interna na Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. A partir daí, uma série de decisões pró e contra o projeto foi publicada até a suspensão do alvará.
No fim do ano passado, por exemplo, o Termo de Compromisso Ambiental (TAC) firmado com a Mofarrej Empreendimentos - construtora responsável pela obra - também foi suspenso. De acordo com a Prefeitura, essa decisão, de 22 de dezembro, já deveria ter paralisado a obra. Ontem, porém, a reportagem flagrou caminhões no local.
A empresa informou que a decisão publicada no Diário Oficial da Cidade foi apenas uma medida de cautela. "Não foi indicada qualquer irregularidade na execução da obra, cujo projeto foi devida e corretamente aprovado pela Prefeitura. Por cautela, a secretaria determinou nova consulta à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo)", informou a Mofarrej, por meio de nota. A empresa nega a existência de um riacho no terreno.
Muro
A suspensão da licença foi comemorada por moradores que protestam contra a construção. Batizado de "Do outro lado do muro", o movimento criado em julho de 2011 usa cartazes e mensagens para chamar a atenção de quem passa pelo local.
Além da suposta existência de um riacho na área, o grupo afirma que o empreendimento não realizou estudo de impacto ambiental no terreno onde funcionou por 50 anos uma indústria de cera nem se comprometeu a realizar obras de contrapartida. Segundo lei municipal, o condomínio será um polo gerador de tráfego por oferecer mais de 500 vagas de estacionamento.
Moradora de um sobrado vizinho, a arquiteta Luciana de Souza Tomaz, de 44 anos, ainda reclama do reduzido recuo dos futuros prédios em relação às casas. "É minúsculo, menos de 3 metros", diz. A expectativa dela e de outros moradores é de que a suspensão da obra seja cumprida desta vez. "Se não pararem, eu mesma vou solicitar a fiscalização", afirma Sonia Pizzolato, de 51. A Subprefeitura da Vila Mariana informou ontem que fará vistoria no local.