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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Mensalão: Peluso deve "arrebentar" com os réus


O Julgamento do Século continuará amanhã, com o esperado voto do ministro Cezar Peluso, que se aposenta e deixa o Supremo Tribunal Federal em 3 de setembro próximo, para alegria de todos nós que queremos um Judiciário aberto, transparente, moderno, democrático e cidadão.

Com exceção de Dias Toffoli, os ministros Rosa Weber, Luiz Fux e Carmen Lúcia aplicaram ontem duras condenações aos réus, mostrando que o Brasil está mudando e a sociedade não aceita mais bandalheiras e falcatruas de agentes públicos, muito menos em conluio com particulares.



Dia duro para os réus. E o próximo é Peluso

TIDOS ATÉ ENTÃO COMO VOTOS MISTERIOSOS, MINISTROS ROSA WEBER, LUIZ FUX E CÁRMEN LÚCIA VOTARAM COM O RELATOR JOAQUIM BARBOSA E, ATÉ AGORA, POUPARAM APENAS LUIZ GUSHIKEN NA AÇÃO PENAL 470; APENAS DIAS TOFFOLI VOTOU COM O REVISOR RICARDO LEWANDOWSKI; NÃO BASTASSE, ESTA QUARTA-FEIRA TRAZ O TEMIDO VOTO DE CEZAR PELUSO, EM SUA ÚLTIMA SEMANA NO STF

247 - Nem o compassivo voto do ministro Dias Toffoli foi capaz de amenizar a segunda-feira para os réus da Ação Penal 470, o chamado 'processo do mensalão', no Supremo Tribunal Federal (STF). Toffoli, que participa do julgamento sob as desconfianças de quem não consegue esquecer seu passado como advogado do PT, foi o único dos quatro ministros que votaram no início desta semana a seguir o revisor da ação, Ricardo Lewandowski, poupando o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) de todas as acusações. Todos os outros (Joaquim Barbosa, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia) votaram por apenas uma absolvição: a do ex-ministro Luiz Gushiken, e atendendo a recomendação da acusação apresentada pela Procuradoria-Geral da República.

Tidos até então como votos indefinidos (poderiam tanto votar pela absolvição quanto pela condenação), Rosa, Fux e Cármen votaram com dureza, como mostra trecho da manifestação da última: “Houve corrupção passiva por parte de João Paulo Cunha no recebimento de R$ 50 mil (...) Neste caso, houve recebimento, não apenas oferta, por meio da intermediação do saque da própria esposa. Sabia-se que era vantagem indevida, porque não havia nenhum débito por parte de Marcos Valério. Não me toca a circunstância de ele ter se valido da própria esposa”.

Por terem se manifestado bem mais rápido que os colegas que os precederam, os ministros que votaram nesta segunda-feira abriram espaço logo na terça-feira para a manifestação de Cezar Peluso, que frequenta pela última semana o STF (ele completa 70 anos na segunda-feira, idade limite para fazer parte da Corte Suprema). A dúvida que será enfim tirada nesta terça é se Peluso, tido como inclinado a condenar os réus, vai se limitar a votar sobre os seis réus em questão (atendendo à forma como propôs o relator) ou se adiantará de alguma forma seu voto sobre os outros 31 réus, já que não terá mais tempo para uma segunda intervenção.

A possibilidade da antecipação do voto de Peluso chegou a ser dada como certa, mas o próprio ministro apressou-se em negar, por meio da assessoria de imprensa do STF, qualquer vontade de fazê-lo: "É tudo mentira. Jamais revelei o que quer que seja nem para a minha mulher". Nesta segunda-feira, Peluso chegou a fazer uma intervenção durante a sessão, o que expôs seu interesse em participar do julgamento. A pergunta que fica e que será respondida nesta quarta-feira é se ele se contentará em participar apenas da primeira parte.


Brasil 247

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