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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Yoani denuncia a "satanização" de que é vítima


Graças à atuação desastrosa dos esquerdinhas baderneiros em Recife e Feira de Santana, cerceando a liberdade de expressão da blogueira cubana Yoani Sánchez com um festival de ofensas, grosserias e acusações, e impedindo que a ativista se manifestasse devidamente, Yoani acabou sendo convidada a ir a Brasília hoje à tarde, onde pôde falar na Câmara dos Deputados com relativa tranquilidade e esclarecer alguns pontos obscuros.

A cidadã cubana se declarou contra o embargo econômico promovido pelos Estados Unidos contra Cuba. E também criticou Guantánamo. E defendeu a libertação de 5 presos cubanos nos Estados Unidos.

Yoani comentou a "satanização" de que é vítima em Cuba. A nosso ver, essa "demonização" é promovida também em alguns setores autodenominados "progressistas" da blogosfera brasileira.

                                                                                              Facebook de Yoani


No Congresso, Yoani diz que é satanizada

Blogueira cubana afirmou que teve o "dia mais louco de sua vida" e criticou embargo econômico a Cuba

Jailton de Carvalho e Cristiane Jungblut



Yoani é recebida pelo deputado Otávio Leite (PSDB/RJ) em sua chegada a Brasília

para visita à Câmara dos Deputados, onde debateu liberdade de expressão. 
Foto: André Coelho

BRASÍLIA - Depois de enfrentar protestos em Salvador e no Recife, a blogueira cubana Yoani Sánchez afirmou que teve o “dia mais louco de sua vida” após uma sessão de desagravo no Congresso brasileiro, na tarde desta quarta-feira. Após uma chegada tumultuada, em que foi acompanhada por parlamentares e curiosos, Yoani discursou contra a censura política e disse que vem sendo satanizada desde que criou seu blog, o Generación Y. Ela criticou ainda a carestia, a escassez e a falta de liberdade para manifestação política em Cuba. Às 15h30m, a dissidente partiu para o aeroporto, rumo a São Paulo, e afirmou que está exultante com a recepção que teve no Congresso.

- Este é o dia mais louco da minha vida. Eu pensava uma coisa e aconteceu outra - disse a blogueira antes de deixar o local.

Yoani confirmou que tem uma agenda enorme no país, mas que não se sente cansada. Ela, que pretende voltar ao país em breve, afirmou que o “brasileiro tem adrenalina, vitamina”.

Após a sessão, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) reforçou a crítica aos que se manifestaram contra a blogueira. Segundo ele, a viagem dela ao Brasil representa uma oportunidade de reforçar o movimento contra o bloqueio econômico imposto a Cuba e pela liberação dos presos cubanos nos Estados Unidos.

- Eles (os críticos) estão gastando energia na direção errada - disse.

Durante a sessão, em resposta ao deputado Glauber Braga (PSB-RJ), Yoani se manifestou contra o bloqueio econômico dos Estados Unidos a seu país e contra a prisão na Baía de Guantánamo. A blogueira também defendeu a libertação de cinco presos cubanos nos EUA, que estariam sem direito a visitas.

- Cuba não é um partido, não é uma ideologia, não é um homem. Cuba é a diversidade, com muitas flores - disse Yoani.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) voltou a cobrar explicações do governo brasileiro e do embaixador cubano sobre uma reunião em que teria sido entregue um dossiê sobre a blogueira, durante a qual teria sido preparado um esquema de investigação da blogueira em sua viagem pelo Brasil. Ele afirmou que está tentando agendar uma viagem dela a Curitiba.

O deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) disse que Yoani é “simples, honesta e talentosa como escritora”. Ele criticou os grupos que a acusam de estar sendo financiada pela CIA.

- Se tem a mão da CIA em algum ponto desse processo, o que eu não acredito, seria mais uma ação dessas turmas fascistoides - disse Sirkis.

Um grupo de aproximadamente 30 militantes do Comitê de Defesa da Revolução Cubana e outras entidades foi proibido de entrar na sala da comissão de Constituição e Justiça, para acompanhar os debates. Segundo o segurança, só poderiam entrar funcionários e jornalistas credenciados na sala. Do lado de fora, o grupo gritou palavras de ordem contra a blogueira.

Tumulto na chegada ao Congresso

Houve confusão na chegada de Yoani ao Congresso. A entrada do prédio ficou tomada de parlamentares e curiosos. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ministro Dias Toffoli, do STF, passaram quase despercebidos. Já o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), deixou a Casa minutos antes da chegada da blogueira, alegando que iria gravar um vídeo para seu partido. Por isso, quem presidia a sessão na sua chegada era o deputado Simão Sessin (PP-RJ).

A blogueira foi recebida por parlamentares da oposição, como os líderes do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), e do PSDB, Carlos Sampaio (SP). Yoani seguiu para o Plenário, com uma legião de parlamentares, curiosos e fotógrafos no seu encalço. A entrada da cubana no Plenário gerou mais confusão, porque estava ocorrendo uma sessão extraordinária para votar a MP 582. Os parlamentares reclamaram que a sessão foi mantida, e ela teve que ir para uma comissão temática da Casa.

Indagada se estava satisfeita com a viagem ao Brasil, ela disse que mesmo com manifestações de ontem estava feliz.

- Era tudo que eu esperava multiplicado por dez.


O Globo Online, com adaptações.

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Yoani Sánchez: "Não me assustam os repressores!"



LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Ao promover agressões verbais e barulhaço, impedindo que a blogueira dissidente cubana, Yoani Sánchez, expusesse seus pontos de vista sobre o regime cubano e respondesse as acusações que lhe fazem, os "geniais" representantes da esquerda burra e mal-educada simplesmente acabaram por proporcionar um prato cheio e enorme de munição aos rola-bostas da direita raivosa, na mídia e no parlamento.
Yoani não se deixou intimidar, administrou bem os insultos e quase linchamento que vivenciou em Pernambuco e na Bahia, e acabou recebendo um convite para ir a Brasília, para falar em comissão na Câmara.
Antes de deixar Salvador, a polêmica blogueira declarou ao portal G1:

“Saio da Bahia bastante satisfeita. Não me importei com os protestos. Respeito a liberdade de expressão. Os abraços da Bahia foram mais quentes que os insultos e eu não dou adeus à Bahia, dou um até logo...”
Muitos que criticam a blogueira, que, aliás, escreve muitíssimo bem, jamais tiveram o cuidado de pelo menos conhecer o seu blog - o Generación Y - e se limitam a repetir mecanicamente, ad infinitum, as críticas dos defensores do regime que vigora na ilha.


Abaixo, o post de ontem do blog de Yoani, onde ela comenta as agressões que sofreu por parte de um "piquete de extremistas".

Podiam ter passado sem essa!...


O velho ato de repúdio


Talvez vocês não saibam – porque não se conta tudo num blog – porém o primeiro ato de repúdio que vi na minha vida foi quando só tinha cinco anos. A agitação no casarão chamou a atenção das duas meninas que éramos minha irmã e eu. Assomamos a grade do corredor estreito para olhar para o piso de baixo. As pessoas gritavam e levantavam o punho em volta da porta de uma vizinha. Com tão pouca idade não tinha a menor ideia do que se passava. Mais ainda, quando agora relembro o acontecimento apenas tenho a recordação do frio do corrimão nos meus dedos e um curto instante dos que vociferavam. Anos depois pude ordenar aquele caleidoscópio de evocações infantis e soube que havia sido testemunha da violência desatada contra quem queria emigrar pelo porto de Mariel.

Pois bem, desde aquilo tenho vivido então vários atos de repúdio de perto. Seja como vítima, observadora, ou jornalista… Nunca – vale a pena esclarecer – como participante. Recordo um especialmente violento que experimentei junto às Damas de Branco, onde as hordas da intolerância nos cuspiram, empurraram e até puxaram os cabelos. Porém o de ontem à noite foi inédito para mim. O piquete de extremistas que impediu a projeção do filme de Dado Galvão em Feira de Santana era algo mais do que uma soma de adeptos incondicionais do governo cubano. Todos tinham, por exemplo, o mesmo documento – impresso a cores – com uma fieira de mentiras sobre minha pessoa, tão maniqueístas como fáceis de rebater numa simples conversação. Repetiam um roteiro idêntico e guiado, sem ter a menor intenção de escutar a réplica que eu poderia lhes dar. Gritavam, interrompiam, num momento tornaram-se violentos e de vez em quando exibiam um coro de palavras de ordem dessas que já não são ditas em Cuba.

Contudo, com a ajuda do Senador Eduardo Suplicy e a calma ante as adversidades que me caracteriza, conseguimos começar a falar. Resumo: só sabiam berrar e repetir as mesmas frases, como autômatos programados. Assim a reunião foi muito interessante. Eles tinham as veias do pescoço inchadas, eu esboçava um sorriso. Eles me faziam ataques pessoais, eu conduzia a discussão ao nível de Cuba que sempre será mais importante que esta humilde servidora. Eles queriam me linchar, eu conversar. Eles obedeciam a ordens, eu sou uma alma livre. No fim da noite sentia-me como depois de uma batalha contra os demônios do mesmo extremismo que atiçou os atos de repúdio daquele ano oitenta em Cuba. A diferença é que desta vez eu conhecia o mecanismo que fomenta estas atitudes, eu podia ver o longo braço que os move desde a Praça da Revolução em Havana.

Tradução e administração do blog em língua portuguesa por Humberto Sisley de Souza Neto



Destaques do ABC!

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Enfim, a esquerda boçal deixou Yoani Sánchez falar


LIBERDADE DE EXPRESSÃO


Precisou que as autoridades baianas colocassem policiais civis e militares para escoltar a cidadã cubana Yoani Sánchez, que legalmente visita o Brasil, para que a turba que só faltava linchá-la se acalmasse e assumisse um mínimo de equilíbrio e compostura.

Houve protestos, gritos e tumulto, claro, no debate que aconteceu ontem em Feira de Santana (BA), mas finalmente a mundialmente famosa blogueira cubana Yoani Sánchez conseguiu responder algumas indagações e esclarecer posições críticas que tem sobre o regime cubano, que combate.

Entre outras coisas, vejam só, ela declarou que quer uma imprensa livre em Cuba:

“Não uma imprensa que traga meus rancores com o governo, sobre o que já vivi, mas uma imprensa livre, séria e objetiva, que informe com qualidade, mas que também possa opinar livremente e levar a discussão das questões a todos”, disse sobre o seu "sonho", como chamou.

Alguém pode ser contra isso?

Nós, aqui, do Abra a Boca, Cidadão! somos a favor e aplaudimos sua iniciativa.

Liberdade de Expressão é garantia constitucional. Esses esquerdinhas aloprados só fazem, com tais freges, comprometer a imagem da esquerda séria e verdadeiramente progressista.

Leiam mais, abaixo, sobre o debate que finalmente aconteceu e vejam também a Nota de Repúdio às agressões sofridas pela blogueira, divulgada pela Associação Bahiana de Imprensa.

                                                                                Facebook de Yoani Sánchez


Yoani Sánchez afirma desejo de criar um "meio de imprensa livre" em Cuba


Blogueira cubana participou de um debate que reuniu cerca de mil pessoas. Evento foi marcado por uma plateia formada por simpatizantes e opositores.


Yoani Sánchez participa de debate em ginásio em Feira de Santana, na Bahia 
(Foto: Egi Santana/G1)

A blogueira Yoani Sánchez afirmou o desejo de criar "meio de imprensa livre” em Cuba durante o debate realizado no ginásio de uma faculdade particular em Feira de Santana nesta quarta-feira (19) à noite, o último compromisso na primeira cidade que visita depois de deixar a ilha caribenha beneficiada com a reforma migratória.

Mais de mil pessoas, entre estudantes, militantes e membros da sociedade civil, participaram do evento, que durou pouco mais de uma hora. Para ela, a experiência de percorrer pelo menos 12 países em 80 dias, como pretende, trará conhecimento para ela tentar implantar um veículo de comunicação no território cubano.


Opositores a blogueira compareceram ao debate (Foto: Egi Santana/G1)

“Não uma imprensa que traga meus rancores com o governo, sobre o que já vivi, mas uma imprensa livre, séria e objetiva, que informe com qualidade, mas que também possa opinar livremente e levar a discussão das questões a todos”, disse sobre o seu "sonho", como chamou.

Mais uma vez, Yoani ouviu muitos gritos de protesto como "Viva Fidel" e "Viva a revolução" em sua passagem pela Bahia e, desta vez, também aplausos dos que foram favoráveis ao discurso.

Yoani comentou sobre a influência do blog "Generación Y", em que é autora, na sua formação de cidadã. “Esse blog mudou minha vida, me fez uma cidadã melhor, me fez compreender a magnífica capacidade do ser humano para exercer a solidariedade. A solidariedade, por exemplo, de todos os tradutores voluntários que traduzem o meu blog a 20 línguas. O problema é que o sistema que está acostumado a ordenar a solidariedade não entende as espontaneidades”, completou.


Divergências

A estudante de medicina da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Ana Karen, disse que já passou um mês em Cuba para viver a experiência do sistema de saúde da ilha.

“Acredito que os cubanos chorariam ao ouvir as críticas que essa senhora [Yoani] está aqui a dizer. Eu convido qualquer pessoa que esteja nesse local para ir a Cuba e vivenciar o que é o processo da revolução cubana”, criticou. Na opinião da estudante, o regime político cubano deu certo, mas não teria prosperado por conta das sanções econômicas. Em sua pergunta à blogueira, ela questionou a relação de Yoani com seus financiadores, como referenciou.



Debate com Yoani Sánchez em Feira de Santana, na Bahia 
(Foto: Egi Santana/G1)

Por outro lado, Alcilene Bandeira, que também contou ter vivido na ilha, classificou o modelo de governo como tirano e excludente. “Quem vê de longe acha lindo e maravilhoso. Quando eu estive lá, através do Centro Latino de Educação Sexual, os turistas não podiam ficar perto dos cubanos. Foi tirada a liberdade dos cubanos. Foi tirada a alma, porque a alma, a liberdade, cria, constrói”, opinou.

Ela perguntou à blogueira se os nativos ainda são retirados dos locais por conta da presença de turistas. A blogueira respondeu: “Somente em 2008, nós, cubanos, pudemos nos hospedar, em mais de quatro décadas, em hotéis do país. Isso era como um apartheid doloroso, sofrido, que ninguém denunciava. Com isso, terminou uma segregação em uma parte, mas não todo. Por exemplo, há algumas zonas políticas que os cubanos continuam impedidos de se hospedar em hoteis”, disse.



Yoani Sánchez participa de debate em ginásio em Feira de Santana, na Bahia 
(Foto: Egi Santana/G1)

Filme


A blogueira cubana Yoani Sánchez
desmarcou o tour que faria em Salvador e adiou o horário de ida a São Paulo, ambos compromissos previstos para a quarta-feira (20), para comparecer à Câmara dos Deputados, em Brasília, onde deve assistir ao filme "Conexão Cuba-Honduras", do cineasta Dado Galvão.

A exibição seria feita na segunda-feira (19), no espaço Parque do Saber, em Feira de Santana, mas foi cancelada. Antes, um grupo protestou em defesa do regime político em Cuba e contra a postura da blogueira.

A sessão ocorrerá ao meio-dia, no plenário 1 da Câmara. O convite foi formalizado pelo deputado Otávio Leite (PSDB-RJ). “Entendemos que esse assunto deveria ser debatido dentro desta Casa. Não é possível que ela [Yoani] não tenha conseguido, até o presente momento, se colocar em razão das ofensas. Ela tem sofrido um verdadeiro corredor polonês, está sendo impedida de manifestar o que ela veio dizer aqui no Brasil”, enfatizou o líder do PSDB, Carlos Sampaio (PSDB-SP).


G1

Destaques do ABC!


ABI repudia manifestações que tentam calar a jornalista cubana Yoani Sánchez

As manifestações de membros do PT e do PCdoB contra a jornalista cubana Yoani Sánchez, em Feira de Santana, impedindo-a de falar, receberam, nesta terça-feira (19/2), o repúdio da Associação Bahiana de Imprensa, que divulgou nota lamentando o ocorrido.

Diz a nota da ABI:

A Associação Bahiana de Imprensa - ABI - instituição com 82 anos de existência dedicando-se à defesa da liberdade de expressão do pensamento, repudia veementemente as manifestações anti-democráticas com que alguns grupos, usando de violência verbal, agridem a jornalista cubana Yoani Sánchez que ora visita a Bahia.

Ao invés de tentar silenciá-la, é preciso louvar os seus esforços em favor dos Direitos Humanos e auto-determinação dos povos, a começar pela liberdade de comunicação e pelo respeito ao direito de ir e vir, condições inerentes às sociedades modernas e civilizadas.

Daí a necessidade de que, à jornalista Yoani Sánchez, sejam asseguradas plenas condições para a exposição de suas ideias e informações, impedindo-se os atos de intolerância daqueles que abominam o contraditório, por não entendê-lo, ou não o desejarem como uma forma de aprimoramento da democracia.


A nota é assinada pelo presidente da ABI, Walter Pinheiro.

Tribuna da Bahia
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