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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"Bandidos de Toga": entrevista com Eliana Calmon, do CNJ



Dando prosseguimento à "Retrospectiva Eliana Calmon 2011", estamos publicando os posts mais importantes do ABC! sobre a "Guerra no Judiciário", que explodiu no final de setembro, quando a ministra-corregedora denunciou a existência dos "Bandidos de Toga".


Alguns falam em guerra, outros em crise. Aqui, somos mais otimistas. Acreditamos que a Ditadura do Judiciário começou a ruir, a desabar, pelas mãos da Grande Mulher da Justiça, quando corajosamente "desembainhou a espada" e partiu pra cima dos magistrados corruptos. Aqui falamos em "Primavera Judiciária". Os "Mubaraks" estão aí, diante de nós, para quem tiver olhos pra ver e ouvidos pra ouvir...


A seguir, post do dia 28 de setembro de 2011.


"Bandidos de Toga": entrevista com Eliana Calmon, do CNJ


A ministra Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça, concedeu entrevista à Associação Paulista de Jornais, e acabou provocando uma espécie de crise no Judiciário, com direito a nota de protesto do Presidente do STF e CNJ, ministro Cézar Peluso, presidentes de outros tribunais, OAB e outros juristas.



Além das declarações polêmicas, em que a ministra se refere a "bandidos escondidos atrás da toga", na entrevista ela falou ainda sobre os projetos do CNJ, Conselho Nacional de Justiça, para agilizar os procedimentos no Judiciário e cobrou mobilização popular contra a corrupção na política. 


O ABC! apoia a ministra Eliana Calmon e a atuação firme e ampla do CNJ para extirpar do Judiciário as excrescências que comprometem a plena administração da Justiça e o Estado Democrático de Direito.


Vamos acompanhar esta discussão aqui, inclusive a manifestação do STF hoje à tarde a respeito.


Abaixo, trechos selecionados da entrevista da ministra e corregedora.

APJ - Ministra, quais são as principais ações da senhora na Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça?



Eliana Calmon - Desde que assumi em setembro do ano passado, tenho entendimento de que a Corregedoria do CNJ não é para ter apenas função disciplinar. A Corregedora também tem por função orientar, direcionar, dirigir e facilitar a magistratura. Corregedoria é também corregência. Tenho trabalhado nestas duas posições. De orientação, de desmanchar os nós que se apresentam na condução da atividade jurisdicional e, ao mesmo tempo, a questão disciplinar dos magistrados que estão, de alguma forma, com algum problema no seu comportamento como julgador. Na questão de orientar e direcionar, temos diversos programas. Cito como exemplo o programa Justiça Plena, que nasceu a partir do interesse da Secretaria de Direitos Humanos por força de processos que o Brasil estava respondendo em cortes internacionais por estar transgredindo direitos humanos aos quais tinha se comprometido em priorizar a realização. Muitas dessas transgressões, indicadas pela Corte Internacional, é no sentido de que os processos judiciais não estão andando. Como exemplo, crimes cometidos por milícias ou crimes praticados na área rural, que tiveram grande repercussão social, e que não andam. A partir daí que pediram a interferência da Corregedoria do CNJ. Aí que criamos este programa Justiça Plena e começamos a monitorar alguns processos que têm interesse grande, têm relevância e importância social e alguns deles que o Brasil tem interesse absoluto de resolver.


APJ – A Corregedoria do CNJ identifica os gargalos da Justiça e cria programas específicos para resolvê-los?


Eliana - Inclusive na questão até política. Passei isto tudo para o presidente do CNJ, que é o ministro Cezar Peluso. Ele deu todo o apoio e disse vamos para imprensa dizer quem é o vilão da história. A partir daí, o INSS pediu calma. Disse eu me rendo e vamos fazer parceria, vamos resolver. Para os juizados especiais federais traçamos a meta prioritária. Até dezembro, o INSS se comprometeu em cumprir todas as sentenças transitadas em julgado, todos os acordos e todas as decisões que o Supremo Tribunal Federal tomou em relevância. A meta 2 deste programa é para resolvermos no segundo semestre, que são todos os processos do Brasil que não dependem de decisões, mas sim de cálculos. Cálculos para saber quanto é o valor de cada aposentadoria. Em seis meses vamos resolver estes problemas. Traçamos metas e no cumprimento dessas metas vamos tirando o inchaço da Justiça. São pessoas, como no caso que citei do homem que esperava indenização há 40 anos, que nem tem mais esperança na Justiça. É aí que o CNJ entra. Quero destacar outro programa, que é o Pai Presente, para agilizar os processos de reconhecimento de paternidade. Temos índice de 30% que reconhece imediatamente quem é o pai, manda fazer o registro e elimina a necessidade de processo judicial. De 40% a 50% os pais dizem que reconhecem os filhos se for feito o exame e mandamos fazer. Fica percentual pequeno depois da triagem, de 10% que dizem que só pagam se o juiz mandar. E aí damos sequência ao processo.



APJ - Na avaliação da senhora, quais são hoje os principais problemas do Judiciário brasileiro e como o CNJ tem atuado para ajudar a solucioná-los?


Eliana - Acho que o problema do Judiciário brasileiro ainda é gestão, mas já melhorou bastante. O CNJ veio para ensinar gestão ao poder Judiciário, como é que se gere, e criar um padrão uniforme para todos os tribunais. Antes do CNJ, nós tínhamos 27 tribunais estaduais que eram ilhas isoladas, cuja informática não se comunicava porque os sistemas eram incompatíveis. Hoje, estamos marchando para estabelecer uma só forma de todos administrarem o precatório, uma só forma de todos terem o controle interno, uma só forma de ter um sistema de servidores públicos. Assim, vamos administrando esta parte, uniformizando e criando metas a serem alcançadas.


APJ - Como o CNJ identifica os problemas e onde é preciso mais investimento para agilizar a Justiça?


Eliana - Através de inspeções. Isso nós fazemos, é um trabalho constante. Nossa equipe é muito pequena e nos ressentimos disto. Temos apenas 40 pessoas, contando com os juízes e comigo. Muito pouca gente, mas o que vamos fazer? Inclusive, quando vamos para inspeção, começamos também a fazer a triagem de problemas disciplinares. Magistrados que não estão cumprindo seus deveres, processos que estão paralisados por vontade própria e que estão guardados nas prateleiras, dentro dos armários. Temos encontrado muitas coisas feias, que as corregedorias são incapazes de tomar partido, muitas vezes por corporativismo e outras vezes porque o plenário não dá guarida ao corregedor. O Órgão Especial não deixa ou não tem quórum para condenar o juiz, muitas vezes por fatos gravíssimos.



APJ - Pegando o exemplo de São Paulo, onde faltam prédios, juízes e estrutura, como a senhora faz? A senhora cobra do governador mais recursos para o Tribunal de Justiça?


Eliana - Sabe que dia eu vou inspecionar São Paulo? No dia em que o sargento Garcia prender o Zorro. É um Tribunal de Justiça fechado, refratário a qualquer ação do CNJ e o presidente do Supremo Tribunal Federal é paulista.


APJ - Como resolver isto? A senhora tem tentado?


Eliana - Tenho sensibilizado e monitorado. Ficam dizendo assim sobre mim: ela vem. De vez em quando, eu vou lá e faço uma visita de cortesia. É muito difícil. Eu só posso fazer uma inspeção em São Paulo pontual. Por exemplo, eu vou para as varas de execução penal ou para as varas de recuperação judicial, onde existem muitos problemas. Mas fazer uma inspeção geral não dá porque São Paulo é um monstro. Quando eu assumi a corregedoria no ano passado, o ministro Gilmar Mendes me disse o seguinte: se você não resolver o problema de São Paulo, você não resolve nada. Porque São Paulo representa 60% dos processos ajuizados no Brasil. Lá é hermético. Eles não informam para o CNJ os valores pagos para os desembargadores. De qualquer forma, São Paulo tem uma coisa de boa. São Paulo tem um órgão de controle dos juízes de primeiro grau muito bom, com muita estrutura. Então, não me preocupo tanto. Há corporativismo, há coisas equivocadas e tal, mas não me preocupo tanto. A minha preocupação são tribunais que estão absolutamente sem controle, inclusive na questão disciplinar. Bato muito nesta tecla. As corregedorias estaduais não são capazes de cumprir seu papel. Não têm o apoio necessário dos membros do tribunal, não têm estrutura adequada, o corregedor muitas vezes não tem quadro de pessoal nem verba própria, as corregedorias estão desestruturadas. E o que pior, as corregedorias não têm continuidade. Como não têm quadros próprios, cada corregedor que chega traz seu pessoal e está sempre começando. Então, minha luta hoje é estabelecer quadros próprios para as corregedorias, de tal forma que os servidores da corregedoria fiquem como servidores de corregedoria. E que as corregedorias tenham orçamento próprio, para o corregedor saber o que vai fazer e elaborar seus projetos. A corregedoria tem que ser um órgão dissociado dos demais.


APJ - A senhora já conversou sobre isto com a presidente Dilma?  


Eliana - Com a presidente Dilma, não. Mas já conversei com os corregedores, com os presidentes dos tribunais de justiça, que não querem naturalmente. Mas vou levar este projeto para o Tribunal Pleno do CNJ para ver se conseguimos impor esta situação aos tribunais de justiça.


APJ - Nas cidades do interior, há pequeno número de varas federais e de defensores públicos. Como melhorar esta situação?

Eliana - Na Defensoria Pública, há déficit mas é uma luz no fim do túnel. São Paulo foi o último estado a ter defensor público. Tinha de ser o primeiro, o carro-chefe, pela estrutura que tem. Mas temos que ter um pouco de paciência, porque não dá para ter tudo. A estrutura da Defensoria Pública Federal está melhorando também.


APJ - Apesar de já ter projetos atualmente em discussão no Congresso Nacional, a modernização dos códigos Civil e Penal tem demorado para ser implementada. Por que isto acontece e quais mudanças que estão em discussão a senhora destaca como mais importantes?

Eliana - Todo código é muito demorado. Quando se faz a lei, ele já está defasado. Com a velocidade da vida, os códigos ficam envelhecidos. Acho que as codificações pecam por interesses que nem sempre são da Justiça. Acho que o processo penal brasileiro está em absoluta crise, porque tem prevalecido teses jurídicas dos grandes escritórios de advocacia.


APJ - O que pode ser modernizado?

Eliana - Primeiro, o Foro Especial. O tamanho dele é absurdo. Segundo, esta plêiade de recursos. Ninguém aguenta mais. Hoje no Brasil, você tem quatro instâncias. Até chegar à última instância, as pessoas já morreram e não aguentam mais esperar. E a corrupção dentro do poder Judiciário vem muito desta ideia. Na medida em que você demora muito na Justiça, você começa a criar os atritos e os problemas. Se for rápido, também dá ensejo a que exista menos recursos e menos corrupção. A corrupção também existe porque o processo demora tanto que neste interregno começa a haver uma série de incidentes. A Justiça é muito entupida porque um conflito na sociedade gera dez processos. Ninguém aguenta este grande número de recursos.


APJ - Há atualmente uma enorme pressão para que o STF reduza as competências do CNJ, proibindo-o de investigar e punir juízes acusados de corrupção e ineficiência antes que as corregedorias do tribunais de Justiça dos Estados façam este trabalho de apuração e julgamento. Por que há esta pressão e como a senhora se posiciona?  


Eliana - Já disse e está em todos os jornais. Acho que isto é o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga.


APJ - O CNJ tem enfrentado dificuldade para punir os casos de juízes e promotores acusados de corrupção? Por quê?

Eliana - Já começa a ter dificuldade.


APJ - Como eliminar estas dificuldades?

Eliana - A palavra está com o Supremo Tribunal Federal.


APJ - O CNJ se dispôs a implantar nas cidades brasileiras varas específicas da Lei Maria da Penha, que está completando cinco anos. Como está este trabalho, quais cidades já foram beneficiadas e quais estão em processo de instalação?

Eliana - O CNJ está devagar nesta parte, mas na realidade temos todo incentivo. Temos que deixar que os tribunais façam este trabalho. O CNJ faz a conscientização da necessidade de serem criadas estas varas da Lei Maria da Penha.


APJ - Como a senhora analisa os casos recorrentes de corrupção na política, principalmente no governo federal?

Eliana - Estamos em uma intimidade indecente entre cadeia de poderosos e isto tudo está acontecendo em razão de um esgarçamento ético muito grande. Não existem culpados. A sociedade caminhou para este grande abismo e hoje precisa resgatar isto. Está difícil resgatar porque na sociedade capitalista o valor maior é o dinheiro. E as pessoas só entendem esta linguagem. A linguagem moral e ética é uma linguagem fraca dentro de uma sociedade de consumo. Mas chegamos a um estágio de tanto esgarçamento que ou partimos para uma posição de radicalizar uma providência contra a corrupção ou nós não vamos sobreviver como nação civilizada. Estamos pagando muitos impostos e esses impostos estão indo pelo ralo. E uma sociedade tranquila como a brasileira, uma sociedade meio anestesiada, quase que já se banalizou a corrupção. Mas a sociedade já está mostrando muita impaciência. Acredito que já estamos chegando ao fundo do poço e, quando isto acontece, temos que partir para decisões muito drásticas. O que não é bom para a democracia, mas às vezes é necessário.


Com destaques do ABC!


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A Suprema Ditadura do STF



Nem vou acrescentar uma introdução como costumo fazer quando publico artigos de outros autores. O texto abaixo, do jurista Walter Maierovitch, é altamente esclarecedor.


Aproveito apenas para reiterar: vivemos sob a ditadura do mais poderoso, fechado, arcaico, oligarca, elitista, machista, tacanho, obscurantista, truculento e arrogante dos poderes da República. Chegou a hora de derrubarmos esta ditadura.


Primavera Judiciária Já!!!





Futuro presidente do Tribunal de São Paulo acusa CNJ em mais um episódio corporativo


Ivan Sartori, posse em janeiro.

O futuro presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, em entrevista ao jornal o Estado de S. Paulo, acusa o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de atropelar o devido processo legal, não respeitar o direito de defesa e o de não admitir recursos. O desembargador Ivan Ricardo Garisio Sartori, que toma posse na presidência na próxima semana, comparou os atos do CNJ aos da ditadura.

O Conselho Nacional de Justiça foi instalado em 2005. Numa penada liminar, o ministro Marco Aurélio suspendeu toda a sua atividade correcional e se adiantou ao concluir que a atuação desse órgão é apenas subsidiária.

Numa outra penada suprema e sempre no apagar das luzes do ano Judiciário, o ministro Lewandowsky suspendeu a correição em São Paulo e não lembrou que em quatro outros estados tinham sido realizadas, sem problemas. E em São Paulo, como bem sabia Lewandowsky, o presidente José Roberto Bedran, magistrado íntegro, teve de “apagar um incêndio” de uma administração anterior, dada como plena de irregularidades, como sabem até as colunas de mármore de Itu da exuberante Sala dos Passos Perdidos do andar térreo.

Nesta quadra, cabem algumas perguntas: Por que liminar só agora ? E por que o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), com a participação e o acordo de Marco Aurélio, adiou o julgamento, em setembro passado, da ação que versa sobre a competência correcional do CNJ, proposta pela Associação de Magistrados Brasileiros (AMB) ?

A propósito de adiamentos, por 13 vezes o STF deixou de julgar a matéria sobre a legitimidade de apuração autônoma pelo CNJ. Em setembro, a Corte entendeu que não “havia clima”, dada a pressão feita pela opinião pública.

A decisão liminar do ministro Marco Aurélio, além de ilegal pois não fundada na urgência (desde 2005 funciona o CNJ), tem a matriz autoritária de uma ditadura judiciária. E sobre isso o desembargador Sartori, próximo presidente, não percebe.

Dois ministros, Marco Aurélio e Lewandowsky, decidiram individualmente. Avançaram o mérito e paralisam um Conselho que atua desde 2005, pois não querem vê-lo apurar, autonomamente, desvios funcionais, muitos deles graves.

Não se deve esquecer que, a vingar a posição de Marco Aurélio e Lewandowsky, haverá a anulação das decisões do CNJ que puniram disciplinarmente magistrados . Um dos punidos (se é que aposentadoria compulsória com vencimentos garantidos pode ser tida por punição), o ministro Paulo Medina, foi presidente da AMB. Ele foi acusado, quando judicava no Superior Tribunal de Justiça (STJ), de vender liminar.

Na visão dos supracitados ministros, às corregedorias dos tribunais estaduais e federais competeria apurar os eventuais desvios funcionais dos magistrados e o CNJ só atuaria nas omissões e excepcionalmente.

Marco Aurélio determinou, ainda, o envio dos processos disciplinares e dos procedimentos apuratórios instalados pelo CNJ para as corregedorias estaduais e federais, conforme a competência de cada uma delas. Se o Plenário do STF decidir o contrário, os processos e procedimentos voltarão, depois de um “giro turístico” decorrente de liminar corporativa e autoritária, em desrespeito a um órgão colegiado que entendeu em adiar a solução de mérito.

A visão do futuro presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, apresentada na matéria do jornal O Estado de S. Paulo, é igualmente corporativa e míope ao não detectar que as liminares de Mello e de Lewandowsky é que se assemelham a atos de ditaduras.

O futuro presidente Ivan Sartori foi infeliz ao falar em violações a sagrados princípios constitucionais sem apontar um único caso concreto. Esqueceu-se que o CNJ é dirigido, desde 2005, pelo presidente do STF. Será que os presidentes que passaram pelo CNJ admitiram julgamentos sem direito de defesa a acusados, impediram utilização de recursos para atacar decisões e não observaram o devido processo?

Sartori andou mal, antes de começar a sua gestão. Não bastasse, apresentou uma solução nada ética, que já está se incorporando aos hábitos de órgãos dos outros poderes. Afirmou que os desembargadores que receberam de forma incorreta verbas remuneratórias poderão devolvê-las de modo a se adequar ao parcelamento. Esse tipo de conduta de quem é surpreendido com a boca na botija já foi amplamente utilizada. Por exemplo, caso da Tapioca do ex-ministro Orlando Silva e do senador Eduardo Suplicy que, depois da descoberta (antes, não), devolveu o valor das passagens pagas pelo Senado à sua namorada.

Pano Rápido. É falso o discurso de Sartori e de presidentes de associações classistas de que desejam apurações, mas, como regra, pelas corregedorias. O CNJ nasceu em razão de as corregedorias não apurarem devidamente.

Em São Paulo, convém recordar, uma gravação e prova provada mostraram a venda de liminares por um desembargador do Órgão Especial e que ocupou, em exercício, uma das vice-presidências. Ele foi convidado a pedir aposentadoria. Concordou e está aposentado, sem punição alguma.

Wálter Fanganiello Maierovitch



Sem Fronteiras/Terra Magazine


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"Justiça sofre com BANDIDOS DE TOGA", diz Eliana Calmon



Desde o final de setembro último, o Abra a Boca, Cidadão! vem publicando posts sobre a luta encarniçada da aguerrida ministra-corregedora ELIANA CALMON, enfrentando os "bandidos de toga", contra o despotismo judiciário, em defesa do POVO BRASILEIRO. Foram quase 70 posts. E estamos reproduzindo aqui os mais significativos.


Neste momento histórico, em que as máscaras começam a cair, e vemos claramente quem está comprometido com interesses espúrios e mesquinhos e quem defende o Estado Democrático de Direito e o Povo Brasileiro, esta cidadã que aqui escreve, com alguma vivência no enfrentamento de violência institucional, abuso de poder, máfias e ditaduras, aconselha que fiquemos todos atentos e mobilizados. Não vai ser fácil. Mas é possível e precisa ser feito.


Esta blogueira e este blog cidadão oferecem todo o seu apoio e solidariedade à Grande Mulher da Justiça, ministra Eliana Calmon, Orgulho da Magistratura Brasileira!




Chega de Violência e Arbitrariedades! Basta de Iniquidades! O Povo Brasileiro está farto de ser esbulhado e pisoteado!


Abaixo, post publicado em 27 de setembro deste ano.


Ministra acusa: Justiça sofre com "bandidos de toga"

A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, fez duros ataques a seus pares ao criticar a iniciativa de uma entidade de juízes de tentar reduzir o poder de investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). "Acho que é o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga", declarou em entrevista à Associação Paulista de Jornais. A matéria é um dos destaques da edição de hoje (27) da Folha de S. Paulo.

Wanderlei Salvador



Ministra Eliana Calmon / Foto: Arq. Jornal O Barriga Verde

O STF deve julgar amanhã (28) ação proposta pela AMB (Associação dos Magistrados do Brasil) que quer restringir o poder de fiscalização do CNJ. A associação pede que o CNJ só atue depois de esgotados os trabalhos das corregedorias regionais. Na entrevista, Eliana Calmon criticou a resistência dos tribunais a serem fiscalizados pelo CNJ, citando o TJ de São Paulo:

"Sabe que dia eu vou inspecionar São Paulo? No dia em que o sargento Garcia prender o Zorro. É um Tribunal de Justiça fechado, refratário a qualquer ação do CNJ", disse a corregedora.

Nos últimos dias, magistrados acusados de irregularidades tentaram evitar seus respectivos julgamentos antes de o STF se pronunciar sobre o CNJ. Este, por sua vez, incluiu em sua pauta de discussão onze processos que podem punir magistrados por conduta irregular. Se somados, o CNJ terá mais de 20 casos de juízes investigados na pauta de julgamento neste mês.

Este ano, houve uma guerra velada que colocou em lados opostos Eliana Calmon e o presidente do CNJ e do STF, ministro Cezar Peluso. O CNJ começou a funcionar em 2005 e já condenou 49 magistrados. Recentemente, porém, ministros do Supremo concederam liminares suspendendo decisões do CNJ que determinavam o afastamento de magistrados.
Zveiter

Ontem, o CNJ adiou o julgamento do presidente do TRE do Rio, Luiz Zveiter. Segundo Eliana Calmon, o adiamento aconteceu a pedido do advogado de Zveiter, o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, que está fora do país.

As supostas irregularidades ocorreram no ano passado, quando Zveiter era presidente do Tribunal de Justiça. O caso foi a plenário em fevereiro, quando três conselheiros foram favoráveis ao afastamento e à abertura de processo disciplinar. Saiu da pauta para análise de suspeição de dois conselheiros.

Segundo a corregedoria, há indícios de que informações prestadas por Zveiter beneficiaram a construtora RJZ Cyrela, cliente do escritório de parentes seus. Zveiter, o escritório e a Cyrela afirmam que o terreno em disputa não tem relação com empreendimentos da construtora.
Frase

"É o primeiro caminho para impunidade da magistratura, com problemas de infiltração de BANDIDOS ATRÁS DA TOGA". (Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça).


O Barriga Verde


Destaques do ABC!


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Eliana Calmon e a Primavera Judiciária



Desde o final de setembro último, o Abra a Boca, Cidadão! vem publicando posts sobre a luta encarniçada da aguerrida ministra-corregedora ELIANA CALMON, enfrentando os "bandidos de toga", contra o despotismo judiciário, em defesa do POVO BRASILEIRO. Foram quase 70 posts. E vamos reproduzir aqui os mais significativos.




Neste momento histórico, em que as máscaras começam a cair, e vemos claramente quem está comprometido com interesses espúrios e mesquinhos e quem defende o Estado Democrático de Direito e o Povo Brasileiro, esta cidadã que aqui escreve, com alguma vivência no enfrentamento de violência institucional, abuso de poder, máfias e ditaduras, aconselha que fiquemos todos atentos e mobilizados. Não vai ser fácil. Mas é possível e precisa ser feito.


Esta blogueira e este blog cidadão oferecem todo o seu apoio e solidariedade à Grande Mulher da Justiça, ministra Eliana Calmon, Orgulho da Magistratura Brasileira!


Chega de Violência e Arbitrariedades! Basta de Iniquidades! O Povo Brasileiro está farto de ser esbulhado e pisoteado!


Eliana Calmon e a Primavera Judiciária*


Acima do Poder Judiciário existe uma coisa que se chama POVO BRASILEIRO.


(Eliana Calmon, ministra do STJ e Corregedora Nacional de Justiça)


Adoro quando posso trazer boas notícias aos meus leitores. A que trago hoje é mais do que boa. Estamos todos aguardando-a há "séculos":


Começou a cair a Ditadura do Judiciário !


Podem espernear, podem estrebuchar aqueles que se beneficiam de um judiciário fechado, arcaico, elitista e antidemocrático e resistem a mudanças. Agora é só uma questão de tempo. Daqui para melhor...


Observem a conduta digna e altaneira que vem mostrando ao País, há muitos meses, a combativa e destemida ministra Eliana Calmon, do Conselho Nacional de Justiça. Atentem para suas palavras em entrevistas, palestras e outras declarações. 


Leiam e ouçam bem as palavras da ministra-corregedora:


"E aqui fica uma promessa (...) de quem jurou cumprir a Constituição e as Leis da República:


Eu não os decepcionarei, brasileiros !


Eu não os decepcionarei, baianos !


Estou atenta para as minhas responsabilidades e os meus deveres constitucionais, para que um dia eu possa dizer, depois da minha aposentadoria, como nós acabamos de recitar:


NUNCA MAIS, NUNCA MAIS o Despotismo regerá a nossa nação ! "




Link do vídeo


* Publicado originalmente em 23 de novembro de 2011.