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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Médicos cubanos começam a atender índios


MAIS MÉDICOS, MAIS SOLIDARIEDADE





Só elites podres e apátridas, gente egocêntrica, sem qualquer traço de humanidade, que usa da medicina para ascensão social e econômica, pode ser contra isto:

Médicos estrangeiros fazem primeiro contato com estrutura de saúde para os índios brasileiros



Médicos têm primeiro contato com população indígena em Brasília. 
Foto: Rodrigo Vasconcelos/ Blog do Planalto

Profissionais do programa Mais Médicos vindos da cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) visitaram, na manhã desta sexta-feira (6), a Casa de Apoio à Saúde do Índio (Casai) do Paranoá, cidade-satélite do Distrito Federal. Ao todo, 38 médicos cubanos, um colombiano e um brasileiro formado na Venezuela conheceram o local que é referência no tratamento aos indígenas de várias partes do país.

O evento faz parte do processo de avaliação e preparação dos profissionais do Mais Médicos. O objetivo da visita foi de proporcionar uma primeira experiência com a estrutura e os próprios índios com os quais eles vão trabalhar, a partir do dia 16. Na Casai, os estrangeiros receberam palestras sobre a atenção primária específica para povos indígenas, passaram pelos dormitórios, centros de enfermagem e até apreciaram o artesanato e a culinária nativa durante o almoço.

Carlos Enrique Diaz é um dos médicos que chegou recentemente de Cuba ao Brasil. Ele já trabalhou por quatro anos com comunidades indígenas na Guatemala. Prevê que vai encontrar uma situação parecida por aqui, e, embora já esteja acostumado, acredita que vai vivenciar uma experiência única propiciada pelo programa Mais Médicos.

“Tenho certeza de que vai ser algo que vou contar para os meus netos, sobre a viagem que fiz para ajudar os índios no Brasil. Estou aqui para ajudar e atender a população das comunidades, tanto indígenas como de periferia. Vou trabalhar onde a povo brasileiro precisar”, contou Diaz, que deve trabalhar com as tribos em Roraima.


Mais Médicos

Os profissionais da Opas contribuíram para que fosse cumprida toda a demanda de distritos indígenas feita ao programa Mais Médicos, segundo o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Maranhão, Amazonas, Acre, Pará, Tocantins e Roraima são os estados onde as comunidades serão diretamente atendidas. Os 40 médicos desta primeira etapa começam a atender a partir do dia 16 deste mês.

Durante sessão da comissão geral na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (4), Padilha também lembrou que, além de ajudar os índios, os estrangeiros também serão fundamentais para trabalhar nos 701 municípios onde ainda não há médicos residentes. Estes locais concentram uma população estimada de 12 milhões de brasileiros.

Blog do Planalto

Destaques do ABC!

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Elogio ao ócio


"Sobrecarregar a agenda equivale a sobrecarregar o espírito, e traz inevitavelmente angústia. Ninguém que tenha muitas tarefas, ou que se atribua muitas, pode ser feliz."

É preciso livrar-se da agitação desregrada, à qual se entrega a maioria dos homens. Eles vagam ao acaso, mendigando ocupações. Suas saídas absurdas e inúteis lembram as idas e vindas das formigas ao longo das árvores, quando elas sobem até o alto do tronco e tornam a descer até embaixo, para nada. (Sêneca)

Deixemos de nos comportar como formigas. 

Cultivemos o ócio.



Ibirapuera, São Paulo. Nem correr, nem pedalar. Simplesmente, flanar...


"Ocupe-se de pouco para ser feliz"

Paulo Nogueira, Londres 

Ninguém alcança a felicidade quando tem uma agenda sobrecarregada, como escreveu Demócrito.


Existe beleza e sabedoria em nada fazer

“Ocupe-se de pouco para ser feliz”. Foi essa a primeira frase de um livro de Demócrito, filósofo grego do século 5 a.C. O livro se chama Sobre o Prazer, e não chegou à posteridade senão por citações de outros pensadores. A palavra grega para tranquilidade da alma é euthymia, e sobre ela se debruçaram intensamente os sábios. A recomendação básica de Demócrito, sob diferentes enunciados, é encontrada sempre. Sobrecarregar a agenda equivale a sobrecarregar o espírito, e traz inevitavelmente angústia. Ninguém que tenha muitas tarefas, ou que se atribua muitas, pode ser feliz.

Um homem sábio da Antiguidade não abria nenhuma correspondência depois das quatro horas da tarde. Era uma forma de não encontrar mais nenhum motivo de inquietação no resto do dia, que ele dedicava a recuperar a calma que perdera ao entregar-se ao seu trabalho. Se olharmos para nós, nos veremos com frequência abrindo mensagens no computador alta noite, e não raro nos perturbando por seu conteúdo. O único resultado disso é uma noite maldormida.

O fato é que fazemos muitas coisas desnecessárias. Coloque num papel as atividades de um dia. Depois veja o que realmente era preciso fazer e o que não era. Já fiz isto. A lista das inutilidades suplantou sempre a das ações imperiosas. O imperador filósofo Marco Aurélio, do começo da Era Cristã, louvou a frase de Demócrito em suas clássicas Meditações. Acrescentou, com sagacidade, que devemos evitar não apenas os gestos inúteis, mas também os pensamentos desnecessários. Marco Aurélio recomendava o formidável exercício de conduzir a mente, quando desviada, para pensamentos relevantes. Isso conseguido, à base de perseverança, controlamos a mente, esse cavalo selvagem, em vez de sermos controlados por ela.

Ninguém escreveu com tanta graça sobre o tema como Sêneca, pensador romano também dos primórdios da Era Cristã. Sêneca usou as expressões “agitação estéril” e “preguiça agitada” ao tratar dos atos que nos trazem apenas desassossego. “É preciso livrar-se da agitação desregrada, à qual se entrega a maioria dos homens”, escreveu Sêneca. “Eles vagam ao acaso, mendigando ocupações. Suas saídas absurdas e inúteis lembram as idas e vindas das formigas ao longo das árvores, quando elas sobem até o alto do tronco e tornam a descer até embaixo, para nada. Quantas pessoas levam uma existência semelhante, que se chamaria com justiça de preguiça agitada?”

Agimos como formigas quase sempre, subindo e descendo sem razão o tronco das árvores, e pagamos um preço alto por isso: ansiedade, aflição, fadiga física e mental. Nossa agenda costuma estar repleta. É uma forma de fugir de nós mesmos, como escreveu sublimemente um poeta romano. O resultado é inquietação.

Eliminar ao menos algumas das tantas tarefas inúteis que nos impomos a cada dia é vital para a euthymia da qual falavam os sábios gregos. Quem busca a paz fará bem em refletir na frase com a qual Demócrito iniciou um livro que, tamanha era sua força, sobreviveu aos séculos, ainda que com base apenas em citações.



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