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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Yoani Sánchez, a inveja e a intolerância humana


LIBERDADE DE EXPRESSÃO


Não são "só" os dinossáuricos esquerdinhas, com sua descabida, ridícula e colossal truculência, que se encontram incomodados com a visita da blogueira cubana ao Brasil. 

Famosos jornalistas estão visivelmente perturbados com o espaço que a ativista cubana conseguiu, até falando no Congresso Nacional!

A blogosfera autodenominada "progressista", então, parece em "estado de choque". Os tais "blogueiros sujos" estão quase todos mudos, talvez torcendo para que a visita da cidadã cubana termine logo. Alguns deles também fomentam, discretamente, o ódio à blogueira cubana, difundindo inverdades e suspeitas de modo leviano e covarde.

Inveja pelo estrondoso sucesso da cidadã cubana no mundo todo? Ressentimento pelos milhões de acessos ao seu blog e prêmios internacionais que recebeu?

A todos os que a criticam, ridicularizam e menosprezam, aos que reproduzem acusações irresponsáveis, aos que não permitem que ela expresse suas ideias: CONHEÇAM o Generación Y, o blog da ativista cubana Yoani Sánchez; LEIAM  o que ela escreve.

Yoani é uma escritora talentosíssima, com um domínio magistral da escrita. É fascinante ler o texto simples e ao mesmo tempo artesanalmente trabalhado que ela produz.

Gostem ou não, ela é uma grande escritora, blogueira, jornalista e ativista, que apesar das limitações materiais e cerceamento à liberdade de expressão que sofre em seu país, criou um baita blog, mundialmente acessado e lido.

Yoani com o "sombrero nordestino" (chapéu-de-couro) 
que ganhou de presente. Twitter


YOANI SÁNCHEZ NO BRASIL
A visita que virou um circo

Ligia Martins de Almeida

Nos últimos dias os jornais têm falado muito de uma cubana em visita ao Brasil. Conhecida blogueira, Yoani Sánchez despertou a ira de extremistas no Nordeste, onde elogiou a liberdade de manifestação e comentou que estava acostumada com agressões. Acabou – suprema ironia – andando com escolta no país que se orgulha de uma recém-conquistada democracia. Por sorte, alguns políticos de Brasília saíram em defesa dela, dizendo que não é da nossa tradição maltratar os visitantes.

Delicada, educada e simpática, a cubana de 37 anos merecia um tratamento melhor dos extremistas de esquerda e, da imprensa, um qualificativo mais adequado do que “blogueira”. Merecia, no mínimo, ser chamada de jornalista ou escritora, já que seu texto – o blog Generación Y merece ser lido – é da melhor qualidade. Ela própria recomendou aos seus opositores que lessem o que escreve para descobrirem que ela não é financiada pelos Estados Unidos e muito menos uma traidora de Cuba. [!!!]

Yoani se negou a falar do Brasil porque não quer repetir o erro das pessoas que ficam uma semana em Cuba e tentam explicar o país a ela, conforme afirmou ao Estado de S. Paulo (19/2/). Em suas crônicas diárias, escreve sobre os problemas da educação, da saúde, da pobreza, mas também fala de cachorros, de teatro e de mulheres, dando, aos leitores de fora de Cuba, um retrato realista de sua terra.

Entre especulações sobre conspirações governamentais cercando a visitante, proteção policial e manifestações, a autora do Generación Y continua conhecendo o Brasil que a fascinou na chegada pela rapidez da internet. E a imprensa segue acompanhando seus passos.

Melhores momentos

O primeiro dia, segundo a Folha de S. Paulo (19/2):

“Recebida sob protestos em Recife, Salvador e Feira de Santana nesta segunda-feira (18), Sánchez afirmou que em Cuba as manifestações contrárias ao governo são repelidas com truculência pelas autoridades. ‘Contra o governo, os protestos não duram um minuto. Quem é contra é agredido e torturado’, contou a blogueira. Sánchez também negou que recebe financiamento de grupos ligados a grandes meios de comunicação e falou sobre o que chama de ‘Reforma Raulista’. ‘Eu creio que a direção esteja correta, com melhoras econômicas. O problema é a velocidade e a profundidade que não são suficientes para o que necessita a nação e a velocidade é desesperadora’, afirmou. Perguntada se era de esquerda ou direita, ela respondeu: ‘Eu sou por Cuba, não creio mais em definições de direita ou esquerda, pois sou pelo século 21, um governo não pode dizer que é de esquerda com ações retrógradas. Sou pró-Cuba’, completou.”

O segundo dia, pelo jornal Estado de S. Paulo (20/2):

“A chegada de Yoani ao Congresso foi marcada por tumulto. Na Câmara dos Deputados, alguns parlamentares a aplaudiram e outros protestaram contra a interrupção da votação de uma medida provisória que estava ocorrendo no momento. Houve bate-boca entre os parlamentares. Ela chegou a subir no palanque, mas não falou aos presentes. Logo em seguida, a comitiva da blogueira deixou o plenário e seguiu para a sala dos trabalhos da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.”

A pergunta que Yoani deve estar se fazendo, a essa altura, é se os manifestantes não têm nada melhor a fazer do que defender um regime político que não conhecem. Quando gritaram com ela na Bahia, respondeu com um sorriso. Sorriso que repetiu em Brasília. onde, certamente, ninguém teve tempo de contar que do lado de fora do Congresso Nacional havia gente protestando contra o presidente do Senado – e que em algumas fotos tiradas lá dentro estão parlamentares condenados por corrupção e outros sob investigação. De sua visita ao Brasil, Yoani declarou que vai levar a lembrança do pluralismo político. E disse que os cubanos e brasileiros são iguais – a não ser pela liberdade, que os cubanos não têm.

Tem razão a jornalista cubana ao dizer que no Brasil temos liberdade. Pena que aqueles jovens que protestavam contra ela conheçam pouco da história recente do país, quando a censura e o medo eram parte da nossa realidade. E por isso não dão valor ao direito de dizer o que pensam. Nem mostram respeito por uma pessoa que luta pelo direito de poder dizer o que sente. A mídia, felizmente, está fazendo a sua parte, mostrando o circo em que se transformou a viagem de Yoani Sánchez ao Brasil.

Tomara que a imprensa ainda possa registrar bons momentos de Yoani no país, com direito a conversas tranquilas, passeios descontraídos e a civilidade que a jornalista certamente sonhava encontrar por aqui.


Ligia Martins de Almeida é jornalista.


Destaques do ABC!

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Esquerda burra volta a atacar Yoani Sánchez


LIBERDADE DE EXPRESSÃO


Desta vez foi em São Paulo, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, ontem à noite, quando estava acontecendo uma conversa da blogueira cubana Yoani Sánchez com blogueiros, e em seguida haveria uma sessão de autógrafos do seu livro De Cuba, com carinho.

Há flagrante violação do direito fundamental à livre expressão do pensamento e uma certa incompetência por parte dos organizadores destes eventos, que já deveriam ter requerido reforço policial para a proteção da blogueira e interessados em ouvi-la.

Essa esquerda totalitária e brontossáurica é adepta do pensamento único. São fascistas, violando as leis do País e confrontando as autoridades e o Estado de Direito. 

Esta blogueira que vos escreve e este brioso blog, amigos de Cuba e do Povo Cubano, defendem a liberdade de expressão e o direito de Yoani Sánchez transitar livremente pelo País, compartilhando suas ideias publicamente, sem riscos de sofrer violência moral, psicológica ou física. Yoani não é criminosa. É uma blogueira ativista que viaja ao Brasil legalmente e tem todo o direito de discordar do regime cubano.


Este "festival de intolerância e truculência" precisa acabar.


                          Yoani Sánchez em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo
                          transmitida pela internet, ontem de manhã. Print-screen.


"São Paulo das Alturas"

                                                        Yoani Sánchez (Twitter)



O Twitter de Yoani 




Manifestação cancela noite de autógrafos de Yoani em São Paulo

Blogueira cubana tentou responder perguntas por 30 minutos, mas sua fala foi interrompida diversas vezes

Marcelle Ribeiro (Facebook/Twitter)


Manifestantes interrompem noite de autógrafos de blogueira cubana 

em São Paulo   Paulo Whitaker/Reuters

SÃO PAULO - A noite de autógrafos que a blogueira cubana Yoani Sánchez faria no auditório da Livraria Cultura no Conjunto Nacional, na região central de São Paulo, foi cancelada devido ao tumulto causado por manifestantes contrários a ela. A blogueira cubana tentou responder perguntas de um público de cerca de 300 pessoas no local por 30 minutos, mas sua fala foi interrompida diversas vezes por dezenas de pessoas que gritavam frases como “Sai fora blogueira imperialista, a América Latina vai ser toda comunista”, “Mercenária” e “Funcionária da CIA”.

A confusão começou antes mesmo do início do evento, nos corredores do prédio. Dezenas de manifestantes contrários à blogueira discutiram com pessoas que foram defendê-la com cartazes. Com cartazes com os dizeres “Viva Raul Castro” e “Cuba, 0% analfabetos’, os que foram protestar contra a blogueira pareciam estar em maior número e faziam mais barulho. Entre eles havia muitos jovens e alguns carregavam uma bandeira do PCB. Na internet, o Facebook do Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba convocou para o protesto.

Em menor número, o grupo favorável a Yoani gritava “Fora Fidel” e chamava o líder cubano de carniceiro em cartazes. O policiamento foi reforçado no local.

Durante a palestra, a blogueira foi questionada pela organização sobre o que achava do protesto.

- Adoraria que quando Raúl Castro estivesse dando um discurso os cubanos pudessem se manifestar assim - disse. - As pessoas gritam quando não têm argumentos - complementou.

A dissidente disse que mesmo que acabe o bloqueio americano a Cuba isso não mudaria muita coisa no país. Para ela, os cubanos não vão às ruas protestar porque têm medo da violência da polícia e do sistema.

- Mudaria muito pouco. É difícil falar do futuro. Cuba é um país que tem poucos recursos para comprar fora. Não se muda o governo porque há o medo paralisante, de que um vizinho te delate. As pessoas pensam “não quero que aconteça comigo o mesmo que aconteceu com a Yoani”.

Ela criticou ainda a reforma migratória do governo cubano, dizendo que ela é insuficiente.

- Se você ler o decreto lei da reforma migratória verá que a entrada e a saída do país não é um direito e sim uma autorização que se dá.

A organização do evento pediu para que os interessados no autógrafo da cubana deixassem seus exemplares no local, para que ela assinasse posteriormente.


O Globo Online

Destaques do ABC!

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