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sábado, 15 de novembro de 2014

FHC: de "Príncipe da Sociologia" a reles golpista


QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ...




"FHC é um ator consumado. Ao atacar os petistas na televisão ontem, ele se portou como se fosse um homem de reputação ilibada, alguém cujo passado é absolutamente isento de manchas. Quem não o conhece chega até a acreditar que FHC está realmente preocupado com o combate à corrupção. Há algumas décadas a imprensa transformou-o no príncipe da sociologia. Ontem o Jornal da Gazeta o utilizou como uma arma para destruir o governo Dilma Rousseff e FHC se ajustou perfeitamente ao novo papel que a imprensa lhe atribuiu. Ele é o novo rei da hipocrisia."


domingo, 9 de novembro de 2014

O Bolsa Família e as "divindades togadas"


O JUDICIÁRIO NOSSO DE CADA DIA



Desembargadora que criticou Dilma defendia Bolsa-Família. Família dela, no Tribunal

Fernando Brito


O Judiciário brasileiro é um espanto.

Depois do juiz da carteirada, agora surge a desembargadora da árvore genealógica.

Justamente a Excelentíssima Doutora Elizabeth Carvalho, presidenta do TRE de Alagoas, aquela que despiu a toga e foi às redes sociais se dizer decepcionada com “as pessoas esclarecidas” que “esqueceram de si mesmas e dos seus filhos e dos seus irmãos” e votaram em Dilma Rousseff.

A ínclita magistrada, fico sabendo pelo Twitter, não esquece de si mesma, dos seus filhos, dos seus irmãos e nem dos cunhados e primos.

Em 2006, quando finalmente o Judiciário proibiu o nepotismo, a Doutora Elizabeth lamentou pelos DEZ parentes que empregava no Tribunal de Justiça das Alagoas.

“Eu tenho dez pessoas nessa situação. Então vou tirar pessoas da minha família, que são pessoas da minha confiança e colocarei pessoas amigas, mas que sejam dignas e honestas porque, evidentemente, que inimigo é que eu não vou colocar”, disse ela a Globo.com, àquela altura.

Eu, francamente, não estou decepcionado, não sei porque…

A “divindade” judicial, como foi evidente na condenação da agente que foi condenada por dizer que um deles “não era Deus” ao ser parado numa blitz, parece ser um fenômeno se não generalizado, ao menos bem frequente.

O exemplo, infelizmente, veio de cima.

Em lugar do magistrado austero, silencioso e recatado, desde a atuação de figuras como Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa no Supremo, grosseria, espalhafato e prepotência passaram a ser glorificados como sinais de poder para os juízes pela mídia.

Em lugar de reputações sólidas, construídas com trajetórias de coerência, discrição e saber jurídico, há muitos procurando seus quinze minutos de fama.

Talvez porque não tenham aprendido, apesar dos latinismos que usam, o que é “sic transit gloria mundi”.




Destaque do ABC!

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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Dilma, vai pra cima! Eles perderam. Nós ganhamos. Ponto.


BRASIL: BOLA PRA FRENTE !!!

VAI PRA CIMA, PRESIDENTA !!!





Aos 19 anos, venceu a tortura perpetrada covardemente por um bando de trogloditas de alta patente, que a seviciaram barbaramente. Venceu a ditadura e junto com milhões de brasileiros ajudou a botá-la no chão, em escombros. Venceu o câncer, que sorrateiramente surgiu como feroz inimigo. Venceu o preconceito e se tornou Presidenta da República. Acabou de vencer uma batalha duríssima, uma verdadeira guerra, cujas hostes inimigas eram constituídas por nada mais nada menos que mídia golpista (veja, folha, estadão, globo e afins) + elites historicamente daninhas ao País, pseudo elites, que almoçam e jantam, podem andar de avião e comprar tranqueiras eletrônicas e carros de luxo, se "acham"... mas continuam mais analfabetas políticas do que nunca (leiam Brecht!) + empresariado apátrida, movido pelo lucro a qualquer preço, que quer que o País e o zé povinho se danem + praticantes da política mais rasteira, insaciáveis, igualmente interessados em encher cada vez mais seus bolsos sempre sem fundos... e por aí vai. Teve até apoio do "Fainencial Taimes"...


Uma guerra violenta e sangrenta. Sem uma morte, sem se derramar uma gota de sangue sequer. Porque afinal Deus é brasileiro. Alguém duvida?

Dilma foi em tudo o que é "bola dividida". Até "tomar no c..." fez parte da artilharia pesada do inimigo. Que foi vencido. Com a diferença de TRÊS E MEIO MILHÕES DE VOTOS. 

Não existe "país dividido" coisa nenhuma, como querem os inimigos. Não conseguem ganhar nas urnas (isso aqui é democracia ou não? a vontade soberana do povo vale ou não? e se a oposição tivesse ganho?), e vão pra "puxação de tapete", com impeachment e outras baixarias.

Dilma já começou a encarar a nova batalha que lhe foi posta à frente.

Alguém tem dúvida de quem vencerá?





“Dilma vírgula muda mais”



Diário do Centro do Mundo


Publicado no site do Instituto Moreira Salles. A autora, Carla Rodrigues, é professora de Filosofia da UFRJ.


A diferença que uma vírgula faz


Enquanto o noticiário vai passar as próximas semanas, talvez meses, batendo insistentemente na tecla do país dividido – só três milhões de votos de diferença –, quem tem outras perspectivas sobre as origens dessa divisão pode começar a pensar numa vírgula. A ideia não é originalmente minha, mas achei das mais inteligentes sacadas da reta final da eleição. Quem apoiou a reeleição da presidenta Dilma Rousseff ostentava um de seus melhores slogans – “Dilma muda mais” – espalhado em adesivos, faixas e fotos nas redes sociais. Coube ao meu amigo Rafael Haddock-Lobo perceber que, a partir da vitória, se tratava de incluir aí uma vírgula, produzindo um equívoco, um lapso, uma nova significação para a frase: “Dilma, muda mais”.

Com a vírgula, o que era afirmativo ganha tom de reivindicação, de apelo, de clamor. Para que a vírgula vigore, no entanto, a partir da vitória passamos nós, eleitores de Dilma, a olhar menos para o confronto com o PSDB e mais para as forças de esquerda que compuseram a chance de vitória do PT.

Em grande medida, pode-se dizer que o segundo turno sofrido foi consequência do desencantamento de parte da esquerda com o descaso do projeto petista por novos avanços. Se fatores como o enfrentamento da desigualdade social, econômica e racial foi decisivo para o apoio à reeleição, há também um grande número de críticas que fez com que PSOL e Rede ganhassem espaço político, seja na questão ambiental, cara ao grupo de apoio a Marina Silva, seja na exigência de ampliação da participação popular, ponto cego no governo Dilma e uma das pautas mais interessantes do PSOL.

O lado ruim do alarido tucano contra o PT e o barulho do argumento da alternância de poder é que esses ruídos acabem sendo mais altos do que a oposição de esquerda, em silêncio estratégico desde o início do segundo turno. Entendo a vírgula como o mecanismo que pretende virar a frase para a esquerda, argumentar a favor de pautas políticas até agora ignoradas, como o elemento de linguagem que pretende levar Dilma para lugares onde ela ainda não esteve. A armadilha da polarização, no entanto, é que o novo governo pretenda se pautar pelo enfrentamento a um suposto PSDB fortalecido como oposição. “Dilma vírgula muda mais” quer dizer que está na hora de olhar para os aliados, o que significa olhar para as ruas, onde os protestos iniciados no ano passado pediam esse “muda mais”.

Para isso, no entanto, me parece que existe uma frase depois da vírgula, em vigor durante todo o primeiro mandato, a ser extinta: Dilma, a gerentona. Em nome desse perfil gerencial, seu governo foi marcado por uma pauta principalmente desenvolvimentista, construída sobre os pilares do crescimento econômico e do combate à pobreza e à desigualdade. Se a redução da desigualdade é, de fato, seu maior trunfo, é também o que a enfraquece. Não, eu não vou escrever contra o combate à desigualdade brasileira.

Vou escrever contra a percepção de que, em nome do combate à desigualdade, qualquer coisa possa ser negociada. Não, não pode. É prioridade inequívoca, mas de alguma forma tem funcionado como a fundamentação de um modelo gerencial que trava o próprio combate à desigualdade, já que continua sendo gestado e gerido de cima para baixo, do gabinete para o povo, do Planalto Central para o resto do país. Abrir-se mais à participação popular do que ao PMDB, mais aos movimentos sociais do que à bancada evangélica, mais aos representantes indígenas do que às empreiteiras, mais aos grupos LGBTs do que aos homofóbicos de plantão é o que vem depois da vírgula e da vitória.

Uma das marcas mais interessantes dos protestos de rua foi a pauta descentralizada, aberta a todo tipo de reivindicação, não necessariamente organizada por partidos políticos. Cada um de nós tinha seu próprio cartaz, slogan, palavra de ordem. A minha, aquela que eu gostaria de acrescentar depois da vírgula do “Dilma, muda mais”, é contra a misoginia. Dilma Rousseff foi a primeira mulher eleita e agora reeleita presidenta de um país em que os números de participação feminina na política são pífios. A mim parece que isso dá a ela uma responsabilidade peculiar: combater a misoginia.

Essa é a minha pauta para os próximos quatro anos, como foi nos últimos quatro. Tenho insistido em dizer que muitas das críticas ao governo Dilma passam por uma misoginia por vezes velada, por vezes escancarada. Quando ouço na rua alguém dizendo “foi só colocarem uma mulher lá e virou bagunça” ou escuto um economista consagrado se referir a ela como “aquela mulher”, ou ainda quando leio perfis da presidente dedicados a desqualificá-la pela maneira como se veste, pelo corte de cabelo etc., é que penso na pauta que me moverá. Denunciar todas as formas de protesto que se valem da sua condição de mulher para agredi-la. Porque entre as inúmeras divisões das urnas, não posso esquecer que a eleição foi entre um homem e uma mulher. Ela venceu. Nós ganhamos, ponto.


Destaques do ABC!

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domingo, 2 de novembro de 2014

Os babacas da Paulista e a Nova Dilma


GOVERNO NOVO, IDEIAS NOVAS




No Tijolaço:    


Babacas pedem golpe, espertos exigem lucro e o Brasil quer governo



Fernando Brito



Logo após as eleições escrevi um post com o título “Nós perdemos, mas exigimos ganhar, entende?”, onde procurava demonstrar que os grupos dominantes brasileiros, embora tenham sofrido uma derrota eleitoral, querem impor ao novo governo sua própria pauta.

Não se enganem com os mil ou dois mil babacas que fizeram, ontem, a patética manifestação do “perdi e não brinco mais de democracia”.
Eles são o que são, apenas uns babacas com quem a vida foi e é gentil e que respondem a isso com intolerância e brutalidade.

O importante é entender em que caldo de cultura brotam estes cogumelos e que forças os adubam, e com que fins.

Para que insuflar dúzia e meia de ressentidos, agressivos e autoritários?

Simples, como simples foi o que fizeram com as senhoras carolas das “Marchas com Deus pela Família e pela Liberdade”, com que acusavam um tolerante e pacífico fazendeiro, João Goulart, de pretender implantar o comunismo e o confisco generalizado de bens.

Porque ganham dinheiro com isso.

Muito, e afinal é isso o que querem.

Querem, por acaso, uma governante mais austera e “pão-dura” com os gastos públicos desnecessários?

Procurem por aí e terão imensa dificuldade, impossibilidade até, de encontrar alguém que tenha mais este perfil que Dilma.

Ou um Presidente mais avesso às composições de interesses dos políticos?

Novamente não acharão.

Não, o que querem é apenas uma governante fraca, débil, incapaz de implementar um programa econômico que não seja integralmente o seu.

Nem mesmo um golpe militar, como aquele em que nossas Forças Armadas amarraram a vaca do Estado para que os grupos econômicos a ordenhassem.

Sabem que isso não sobrevive no mundo moderno, onde não há – exceto dos babacas da Avenida Paulista – o medo ao “comunismo ateu e apátrida” com que justificaram o autoritarismo de há 50 anos.

E, como não há fundamentalistas islâmicos disponíveis no Brasil para usarem como sucedâneos dos “russos de Moscou”, não há na praça quem possam usar, senão a genérica categoria dos “corruptos”, à qual se agarram. Como fazia-se os papagaios repetirem a única palavra que seus cérebros minúsculos poderiam reter.

A história só se repete como farsa.

Estão enganados os que, amanhã, quando começa de fato seu segundo governo, esperam encontrar uma Dilma dócil por assustada.

Tão enganados quanto os que esperam uma Dilma agressiva por desespero.

Dilma fará gestos de boa-vontade inequívocos em relação aos agentes econômicos e à deplorável realidade do nosso sistema parlamentar.

Mas a “nova Dilma” que começa a se mostrar amanhã será bem diferente da primeira.

Vai apelar à serenidade, à normalidade, mas não vai oferecer tibieza em troca.

Dilma viveu décadas neste ano de campanha.

Entendeu, com profundidade, a diferença em ser a administradora dura, exigente e austera – o que sempre foi e seguirá a ser – e ser uma líder política que simboliza desejos, sentimentos e aspirações sociais.

É isso o que alguns, ao exigirem que ela tenha uma agressividade que não pode ter – porque a marca da agressividade e da intolerância, afinal, é a marca e o estigma de seus adversários – não compreendem.

Podem crer que ninguém será mais dura com os erros que, no primeiro mandato, cometeu - ao achar que intenções, esforços e resultados bastariam para suprir a polêmica política – do que ela própria.

Mas sabe que, de imediato, o povo brasileiro quer o final da campanha eleitoral, que a direita e a mídia tentam prolongar, com suas patéticas manifestações, e o início do Governo que elegeu.

É pensando nisso – e no que é necessário para que isso aconteça – que Dilma chega hoje a Brasília, para a “posse informal” de seu segundo governo.

Que começa amanhã mesmo.

Um governo novo, com ideias novas.


Destaques do ABC!

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