Rainha e outras nove pessoas foram presas na quinta, 16, pela Operação Desfalque, da Polícia Federal (PF). O líder sem-terra é acusado por desvio de verbas destinadas a assentamentos da reforma agrária. Ele está na Cadeia Pública de Presidente Venceslau, no Pontal do Paranapanema.
A propósito o ABC! publica artigo sobre a prisão do ativista José Rainha Júnior e a repressão aos trabalhadores do campo.
Ofensiva dos latifundiários
Enquanto os corruptos estão soltos, em mais uma investida do governo contra os trabalhadores sem-terra, a Polícia Federal prendeu o líder José Rainha por suposto desvio de verbas federais
“Estamos diante da tentativa do governo do PT/PCdoB/PMDB e seus aliados latifundiários assassinos de frear a luta pela reforma agrária”
O líder sem-terra José Rainha Júnior foi preso na cidade onde mora na quinta-feira (dia 16) pela Polícia Federal na chamada Operação Desfalque. Para a ação, a Justiça expediu dez mandados de prisão de sem-terra, sete mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é encaminhada para depoimento) e 13 mandados de busca e apreensão.
Cerca de 60 agentes da PF estão cumprindo os mandados em Andradina, Araçatuba, Euclides da Cunha Paulista, Presidente Bernardes, Presidente Epitácio, Presidente Prudente, Sandovalina, São Paulo e Teodoro Sampaio, numa clara perseguição ao movimento sem-terra que está incomodando os latifundiários com uma grande concentração de ocupações de terra na região.
As acusações contra José Rainha revelam uma clara perseguição política contra as lideranças sem-terra na região do Pontal do Paranapanema. O suposto esquema de desvio de verbas montado por Rainha não passa de fachada para satisfazer uma antiga vontade dos latifundiários assassinos apoiados pelo governo petista de colocar um freio na luta pela reforma agrária.
As sucessivas tentativas de prisão de José Rainha e inúmeros processos vêm sendo uma maneira sistemática da direita para intimidá-lo. É público e notório que diversas vezes os latifundiários organizados em torno da UDR (União Democrática Ruralista) na região articularam seus representantes no Parlamento e nos tribunais para prenderem e investigarem José Rainha e outras lideranças sem-terra.
A tentativa de prendê-lo é tamanha que possui mais de 80 processos em decorrência de sua militância no movimento sem-terra e estão sob sua coordenação 41 assentamentos e 6,5 mil famílias.
A sua prisão é um reflexo do acirramento das lutas no campo, um dado importante é que aumentaram o número de ocupações de terra neste ano. Só no “Abril Vermelho”, o grupo ligado a Rainha realizou mais de 50 ocupações de terra na região do Pontal, a maior mobilização do tipo nos últimos seis anos.
A presença da Polícia Federal no Pontal mostra a que vieram as forças policiais: simplesmente para reprimir os movimentos sociais e suas lideranças. Por isso devemos repudiar qualquer tentativa do governo de estabilizar a região com o envio de policiais. Assim como está acontecendo na região do Pará onde foram assassinados cinco trabalhadores com o envio da Força Nacional de Segurança.
Este fato, somado à onda de assassinatos que ocorreram na região Norte do país, só evidencia cada vez mais a ofensiva do latifúndio contra os trabalhadores rurais com a total cobertura do PT e do PCdoB. É preciso denunciar o apoio desses partidos à direita, pois dão cobertura e impulsionam o massacre que está em marcha contra os sem-terra.
Também é necessário iniciar uma campanha pela imediata libertação de José Rainha, preso político da luta pela terra.
- Pela imediata libertação de José Rainha Jr. e de todos os presos políticos da luta pela terra!
- Abaixo a “Operação Desfalque” e todas as operações policiais para reprimir os movimentos de luta dos trabalhadores da cidade e do campo!