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domingo, 27 de março de 2011

Hora do Planeta e Carta da Terra

Ao acompanhar ontem toda a mobilização mundial em defesa do planeta, na celebração global chamada Earth Hour/Hora do Planeta, promovida pela organização não-governamental WWF, algumas reflexões me foram despertadas, e me lembrei do documento chamado Carta da Terra, uma espécie de Declaração Universal dos "Deveres" do Homem e do Cidadão Planetário. Deveres com os demais seres e com o planeta.

Esse tema renderia vários artigos. O assunto é apaixonante. E premente. É preciso reverter a situação calamitosa, a enrascada em que nos metemos enquanto humanidade. Sempre que possível, vou tentar fomentar aqui algumas discussões sobre solidariedade, ética e cidadania planetárias.

Após ficarmos por sessenta minutos numa escuridão voluntária e planetária, é hora de acendermos as luzes da percepção e do entendimento, a partir, quem sabe, da leitura e da prática dos valores luminosos da Carta da Terra.






Carta da Terra

PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações.

TERRA, NOSSO LAR
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A SITUAÇÃO GLOBAL
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

DESAFIOS FUTUROS
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas.

RESPONSABILIDADE UNIVERSAL
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as dimensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza.

Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interdependentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada.

PRINCÍPIOS

I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
  1. Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
  2. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
  1. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
  2. Assumir que, com o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder, vem a
    maior responsabilidade de promover o bem comum.
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
  1. Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
  2. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a obtenção de uma condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.
4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações.
  1. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
  2. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra a longo prazo.
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que sustentam a vida.
  1. Adotar, em todos os níveis, planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambiental sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
  2. Estabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
  3. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados.
  4. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que
    causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução desses
    organismos prejudiciais.
  5. Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam a saúde dos ecossistemas.
  6. Administrar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e não causem dano ambiental grave.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
  1. Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irreversíveis, mesmo quando o conhecimento científico for incompleto ou não-conclusivo.
  2. Impor o ônus da prova naqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas sejam responsabilizadas pelo dano ambiental.
  3. Assegurar que as tomadas de decisão considerem as conseqüências cumulativas, a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades humanas.
  4. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
  5. Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
  1. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
  2. Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e do vento.
  3. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias
    ambientais seguras.
  4. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.
  5. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
  6. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido.
  1. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
  2. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
  3. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, permaneçam disponíveis ao domínio público.
III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
  1. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, alocando os recursos nacionais e internacionais demandados.
  2. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma condição de vida sustentável e proporcionar seguro social e segurança coletiva aos que não são capazes de se manter por conta própria.
  3. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem e habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem suas aspirações.
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.
  1. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
  2. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e liberá-las de dívidas internacionais onerosas.
  3. Assegurar que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
  4. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais
    atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas
    conseqüências de suas atividades.
11. Afirmar a igualdade e a eqüidade dos gêneros como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
  1. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
  2. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
  3. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o carinho de todos os membros da
    família.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.
  1. Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
  2. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com condições de vida sustentáveis.
  3. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu
    papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
  4. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.
IV. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.
  1. Defender o direito de todas as pessoas receberem informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
  2. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações interessados na tomada de decisões.
  3. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de reunião pacífica, de associação e de oposição.
  4. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos judiciais administrativos e independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
  5. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
  6. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
  1. Prover a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
  2. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
  3. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no aumento da conscientização sobre os desafios ecológicos e sociais.
  4. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma condição de vida sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
  1. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimento.
  2. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
  3. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.
16. Promover uma cultura de tolerância, não-violência e paz.
  1. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
  2. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para administrar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
  3. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até o nível de uma postura defensiva não-provocativa e converter os recursos militares para propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
  4. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em
    massa.
  5. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico ajude a proteção ambiental e a paz.
  6. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.
O CAMINHO ADIANTE
Como nunca antes na História, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.

Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável nos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global que gerou a Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca conjunta em andamento por verdade e sabedoria.

A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade tem um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.

Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra como um instrumento internacionalmente legalizado e contratual sobre o ambiente e o desenvolvimento.

Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação dos esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.




Hora do Planeta no Brasil e no Mundo - Paris, Cidade Luz

Depois do 1 minuto inicial de silêncio em respeito às milhares de vítimas dos recentes desastres naturais no planeta, como o terremoto e o tsunami no Japão e as catástrofes provocadas pelas chuvas na região serrana do estado do Rio de Janeiro, mais de um bilhão de cidadãos planetários ativistas apagaram as luzes de suas casas por 60 minutos, entre 20:30 e 21:30 h, hora local. Governos e empresas também participaram do ato simbólico em defesa do planeta, deixando edifícios e monumentos no escuro por uma hora.

                            

Entre outros monumentos e cartões postais mundiais, a Torre Eiffel teve suas luzes apagadas na Hora do Planeta 2011.

Hora do Planeta no Brasil e no Mundo - Nordeste e Ásia

Depois do 1 minuto inicial de silêncio em respeito às milhares de vítimas dos recentes desastres naturais no planeta, como o terremoto e o tsunami no Japão e as catástrofes provocadas pelas chuvas na região serrana do estado do Rio de Janeiro, mais de um bilhão de cidadãos planetários ativistas apagaram as luzes de suas casas por 60 minutos, entre 20:30 e 21:30 h, hora local. Governos e empresas também participaram do ato simbólico em defesa do planeta, deixando edifícios e monumentos no escuro por uma hora


Milhões de cidadãos planetários celebram a Hora do Planeta pelo mundo

A Hora do Planeta é uma iniciativa mundial da Rede WWF e seus parceiros. Indivíduos, empresas, governos e comunidades estiveram todos mobilizados para desligar suas luzes durante uma hora neste sábado, 26 de março, a partir das 20h30min, para demonstrar seu apoio a ações ambientalmente sustentáveis.

Earth Hour Singapore 2011 (foto: ©WWF / Mabel Lee Singapore Skyline)
Earth Hour Singapore 2011 (foto: ©WWF / Mabel Lee Singapore Skyline)

O evento se originou em Sydney, por uma parceria entre o WWF-Austrália e as empresas australianas Leo Burnett e Fairfax Media, quando 2 milhões de pessoas desligaram as luzes em uma cidade. Em 2010, a Hora do Planeta fez história como a maior ação voluntária já vista, com a participação em 128 países e territórios de todos os continentes, com destaque para algumas das maravilhas naturais e construídas pelo homem. Essa ação ambiental tornou-se uma referência mundial.


Juazeiro do Norte apaga as luzes para ver um mundo melhor e cheio de estrelas


A cidade de Juazeiro do Norte, no estado do Ceará, participa da Hora do Planeta apagando as luzes de seu monumento mais importante: a estátua do Padre Cícero, fundador do município. Em Juazeiro do Norte, as manifestações da Hora do Planeta foram coordenadas pela Estação Astronômica PieGise. Este ano, a Hora do Planeta coincide com as comemorações pelos cem anos de emancipação política do município.

A estátua, construída em 1969 com 27 metros de altura, atrai milhões de religiosos e turistas todos os anos para a cidade, considerada um dos maiores centros de religiosidade popular da América Latina.

Enquanto o monumento estava com as luzes apagadas, a Estação PieGise aproveitou a escuridão para convidar os presentes a observarem o céu, oferecendo três telescópios. “O planeta Saturno e seus anéis, estrelas e nebulosas estarão ao alcance de todos”, escreveu o responsável pela estação, Valmir Martins de Morais.

A estação também organizou uma exposição de 20 painéis com imagens captadas por telescópios e sondas espaciais. Trata-se da exposição “Paisagens Cósmicas, da Terra ao Big Bang” cedida pelo Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo (USP). Os painéis mostram paisagens cósmicas, com galáxias, o sol, a lua e planetas.

Juazeiro do Norte, com cerca de 250 mil habitantes, fica no sul do estado do Ceará, na região Nordeste do Brasil, a 514 km da capital do Estado, Fortaleza, e foi uma das cidades participantes da Hora do Planeta no Brasil.


Hora do Planeta no mundo


Na Índia, a Hora do Planeta quase dobrou de tamanho em relação ao esforço inédito do ano passado, com 47 cidades de 12 estados confirmadas para este evento, em comparação com 27 cidades que participaram em 2010.

“Para a Hora do Planeta 2011, eu prometo não apenas desligar as luzes mas ir além da hora”, disse a conhecida atriz de Bollywood, Vidya Balan. “Cada um de nós tem o poder de fazer a diferença. Nós só precisamos nos conscientizar disso e ser sábios em nossas escolhas. Quando cada um de nós dá passos simples, nossas ações somam no conjunto. Eu apóio a luta contra as mudanças climáticas ao adotar algumas dessas ações. É hora de vocês fazerem o mesmo.”

Balan juntou-se à ministra chefe da Índia, Smt Sheila Dikshit, e junto com elas estavam Jim Leape, diretor geral do WWF-Internacional (secretariado geral da Rede WWF) e Ravi Singh, secretário geral do WWF-Índia, para a cerimônia para desligar as luzes no Portal da Índia em Nova Delhi – embora o monumento continuasse a brilhar à luz de velas, como se os holofotes tivessem amainado. Palash Sen, vocalista da popular banda indiana Euphoria, foi a estrela de uma espetacular noite musical junto ao monumento.

Em Mumbai, as luzes foram apagadas em pontos conhecidos da cidade como a estação Chatrapati Shivaji Terminus, a ponte Bandra Worli Sea Link, o hotel ITC Maratha e o bairro Taj Lands End. O mesmo aconteceu em bairros de setores públicos e privados, onde se encontram organizações como a empresa aérea Air India e os bancos ICICI e HSBC, para mencionar apenas alguns. A cidade de Bangalore também demonstrou seu apoio à Hora do Planeta ao apagar as luzes na rua Brigade Road, no banco ING Vysya, na empresa Infosys e no hotel Crowne Plaza.

“Ao ver o enorme impacto dessa campanha extraordinária, pode-se avaliar o poder da ação individual em prol de um melhor amanhã”, disse Ravi Singh, secretário-geral do WWF-Índia.

Em Colombo, no Sri Lanka, 4 mil pessoas se reuniram fora do campo de cricket para ver a Hora do Planeta, enquanto assistiam à partida semi-final da Copa Mundial – e se alegraram com a vitória do Sri Lanka. Os fãs foram estimulados pelos magnatas da música Bathiya e Santhus.

“Fazemos um apelo aos nossos fãs para que eles juntem a sua voz a esse apelo mundial por ações de combate às mudanças climáticas e juntem-se a nós indo além da hora, para mudar nosso estilo de vida e reduzir nossa pegada ambiental, ajudando a abrir o caminho para um amanhã mais verde”.

Proibir os plásticos, adotar lâmpadas eficientes e plantar árvores no berço de Buda.

O governo do Nepal assumiu um dos maiores compromissos na Hora do Planeta para ir “além da hora” com um empreendimento para dar um basta ao corte de árvores na área de 23 mil metros quadrados de Churiya Range. Essas incríveis colinas são chave como divisor de águas para a rica paisagem de Terai Arc no sul do Nepal – uma área onde o WWF trabalha há muito tempo para melhorar as condições das pessoas e da rica vida silvestre.

As comemorações da Hora do Planeta também acontecerão no local próximo de onde nasceu o nobre Buda, em Lumbini, perto da divisa com a Índia. Os destaques desse evento incluem promessas de instalar lâmpadas fluorescentes compactas em todos os monastérios de Lumbini Gardens e plantar 108 mil árvores lá este ano (um compromisso da Hora do Planeta e do Ano Mundial das Florestas), tendo como meta final 1 milhão de árvores no espaço de 10 anos. O sítio do Patrimônio Mundial também será declarado uma zona sem plástico.

Nas comemorações de Boudhanath Stupa na capital Katmandu, o céu foi iluminado por uma logomarca da Hora do Planeta desenhada com mil velas tradicionais, feitas com manteiga, enquanto em Salil Subedi e EarthBeat a população assistiu a uma apresentação musical de percussão e de um instrumento de sopro conhecido como “didgeridoo”.

Anil Manandhar, representante do WWF-Nepal, afirmou que a “Hora do Planeta não é apenas 60 minutos de solidariedade com o meio ambiente. Este ano, a Hora do Planeta vai além da hora e marca o momento em que cada indivíduo, governo e empresa pode se comprometer com ações ambientalmente sustentáveis para o ano vindouro”.


Mantenham a vida, pede o primeiro-ministro do Paquistão


No Paquistão, Sindh foi declarada uma Província da Hora do Planeta e o prédio da assembléia legislativa ficou às escuras, tendo Karachi liderado a lista de 15 cidades que participaram do evento.

A principal comemoração da Hora do Planeta no Paquistão foi no Túmulo de Qiad-e-Azam, onde foi sepultado Muhammad al-Jinnah e outros heróis fundadores do Paquistão. “Nosso mundo é uma aldeia global, com recursos finitos que precisam ser usados de forma a garantir o bem máximo para o maior número de pessoas” disse o presidente do Paquistão Asif Ali Zardari. O primeiro-ministro Syed Yusuf raza Gilani afirmou que o evento foi feito para mostrar ao mundo o respeito que temos pelo planeta Terra, que permite a vida da humanidade e todos os outros seres vivos.”

A figura lendária do criket paquistanês, Wasim Akram, fez a promessa de parar de usar sacolas de plástico e de aderir à reciclagem e ao reuso, bem como de utilizar sua persona pública para promover e incentivar esse mesmo comportamento em todo o Paquistão e no resto do mundo.

O Irã ficou às escuras pela primeira vez ao apagar as luzes de sua torre mais alta, a Torre Milad, em Teerã, que tem 435 metros de altura. Essa é a primeira participação oficial do país na Hora do Planeta e acontece logo depois das comemorações do 40º aniversário da adesão do país ao primeiro acordo ambiental mundial – a convenção internacional Ramsar, para a proteção de áreas úmidas que são essenciais para as aves migratórias.

A rivalidade foi deixada de lado no Casaquistão, quando a capital Astana e a maior cidade do país, Almaty, foram as primeiras de uma lista de 86 cidades em 10 províncias que participaram da Hora do Planeta nesta república da Ásia Central. O presidente Nursultan Nazarbayez e o primeiro-ministro Karim Massimov, juntamente com os ministros da Proteção Ambiental, Energia e Recursos Minerais, e ainda o da Comunicação e Informação, deram seu apoio a essa iniciativa mundial.


O edifício mais alto do mundo ficou às escuras em Dubai, com o apoio do Empire State Building


A recém concluída Torre do Califa — Burj Kalifa – em Dubai, com 828 metros de altura, é o edifício mais alto do mundo. Ao desligar cerca de meio milhão de lâmpadas, a Burj Kalifa ficou no topo da lista em que aparecem vários dos prédios mais altos do mundo que ficaram às escuras durante a Hora do Planeta. Seis dos 10 edifícios mais altos do mundo se cadastraram para participar do evento: o Taipei 101 em Taiwan, com 508 metros, é o segundo edifício mais alto do mundo; o centro financeiro World Financial Center de Xangai vem em terceiro lugar, com 492 metros; as torres Petronas em Kuala Lumpur, na Malásia, ficam em 5º e 6º lugar e medem 492 metros; e a torre Willis em Chicago, nos Estados Unidos, com 442 metros, fica em 8º lugar.

O arranha-céu mais famoso do mundo, o Empire State Building em Nova Iorque, com 381 metros de altura, ocupou o primeiro lugar entre os mais altos durante 40 anos (1931-1971), mas agora está no 17º lugar. No entanto, pela terceira vez este ano esse edifício faz uma declaração em prol do meio ambiente.

Burj Kalifa lidera ainda uma impressionante lista de pontos turísticos dos Emirados Árabes Unidos que ficaram no escuro. Entre eles estão a Grande Mesquita do Sheik Zayed, o Palácio dos Emirados, pontes e praias de Abu Dhabi e vários pontos conhecidos de Dubai, o símbolo da cidade, que é a Torre Árabe, Burj al Arab.

A Hora do Planeta nos Emirados Árabes Unidos também vai bem além da hora. Em Dubai, com o patrocínio do príncipe herdeiro Sua Alteza Sheikh Hamdan bin Mohammed bin Rashid al Maktoum. Uma iniciativa incomum são as lixeiras movidas a energia solar colocadas nas vias públicas para a Hora do Planeta.

O número recorde de participantes dos Emirados Árabes Unidos na Hora do Planeta também é inovador ao ir além da hora, compartilhando suas fotografias com os compromissos assumidos para dar continuidade a essa ação ambiental.

Em outro lugar do Golfo, o Kuwait comemorou sua data nacional e a Hora do Planeta desligando as luzes das Torres Gêmeas, que são o ponto turístico mais conhecido do país. No hotel Jeddah Hilton, na Arábia Saudita, o Forum Ambiental do Golfo, conhecido pela sigla em inglês GEF (de Gulf Environmental Forum), fez uma parceria com a organização Trees for the Future (árvores para o futuro) para garantir o plantio de 50 árvores no Haiti para cada palestrante no evento.

A participação entusiasmada da Jordânia ficou marcada pelo apagar das luzes na Jabal al-Qal’a, a cidadela que ocupa um sítio utilizado desde a Idade Neolítica, bem como em muitos outros edifícios e empresas dos quais se avista a capital Amã. O deserto também ficou no escuro quando foram desligados os holofotes que iluminam a enorme fortaleza de Saladino, construída no século 12, em Aljoun.

O Hotel Intercontinental de Amã também estará na liderança de um programa de software ambiental mundial chamado de Pacote Verde, que orienta a redução de desperdício e de uso energético, baseado na comparação do desempenho e no destaque às melhores práticas em hotéis similares. As primeiras experiências mostraram que a economia potencial chega a 25% e que o sistema permite que os hóspedes contribuam com sugestões de tecnologias e práticas mais verdes.

Na cidade antiga de Baku, às margens do Mar Cáspio, o símbolo mais conhecido do Azerbaijão, país que está nesse evento pela primeira vez, a Torre da Donzela – que faz parte do Patrimônio Mundial - participou da Hora do Planeta.

Israel marcou sua presença pela quarta vez na Hora do Planeta ainda na quinta-feira, 24 de março, para evitar conflitos com a comemoração do Shabbat (sábado é o dia sagrado na religião judaica). Centenas de estudantes de Tel Aviv se familiarizaram com a natureza no ambiente urbano, sendo que os escoteiros iniciaram um programa de educação ambiental e promoções para os jardins comunitários. O maior evento no país foi um concerto a energia verde, onde as principais bandas israelenses funcionaram a baterias movidas por bicletas fixas e um gerador a biodiesel.

Hora do Planeta no Brasil e no Mundo - Austrália



Depois do 1 minuto inicial de silêncio em respeito às milhares de vítimas dos recentes desastres naturais no planeta, como o terremoto e o tsunami no Japão e as catástrofes provocadas pelas chuvas na região serrana do estado do Rio de Janeiro, mais de um bilhão de cidadãos planetários ativistas apagaram as luzes de suas casas por 60 minutos, entre 20:30 e 21:30 h, hora local. Governos e empresas também participaram do ato simbólico em defesa do planeta, deixando edifícios e monumentos no escuro por uma hora.
               Monumentos brasileiros ficarão às escuras neste sábado 1.jpg

Opera House, Sydney, Austrália, com as luzes apagadas durante a Hora do Planeta.





Hora do Planeta no Brasil e no Mundo - capitais brasileiras

Depois do 1 minuto inicial de silêncio em respeito às milhares de vítimas dos recentes desastres naturais no planeta, como o terremoto e o tsunami no Japão e as catástrofes provocadas pelas chuvas na região serrana do estado do Rio de Janeiro, mais de um bilhão de cidadãos planetários ativistas apagaram as luzes de suas casas por 60 minutos, entre 20:30 e 21:30 h, hora local. Governos e empresas também participaram do ato simbólico em defesa do planeta, deixando edifícios e monumentos no escuro por uma hora.


Monumentos de 98 cidades do Brasil ficam 1 hora apagados


Em São Paulo, o Monumento às Bandeiras fica às escuras. Foto: Levi Bianco/Futura Press
Em São Paulo, o Monumento às Bandeiras fica às escuras
Foto: Levi Bianco/Futura Press

Os principais monumentos e atrações turísticas de 98 cidades brasileiras, entre elas o Cristo Redentor e a barragem da hidroelétrica de Itaipu, permaneceram neste sábado às escuras por uma hora em uma demonstração do apoio do Brasil à luta contra a mudança climática.

As cidades brasileiras, entre as quais 15 capitais regionais e cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, apagaram as luzes que iluminam seus principais monumentos durante a chamada Hora do Planeta, a mobilização mundial da organização ambientalista WWF contra o aquecimento global.

Além de milhares de brasileiros que apagaram as luzes de suas casas às 20h30, durante uma hora também ficaram às escuras monumentos e pontos turísticos como a praia de Copacabana, o Jardim Botânico de Curitiba, a estátua de Iracema de Fortaleza e o estádio Pacaembu de São Paulo.

Em Brasília, a sede do Congresso também apagou as luzes, bem como o Palácio do Buriti e Anexo, o Memorial JK, o Teatro Nacional, a Catedral, o Museu do Índio, o Complexo Cultural da República e a Ponte JK.

A adesão das cidades brasileiras à iniciativa mundial este sábado foi muito superior à do ano passado, quando 72 cidades apagaram suas luzes e Rio de Janeiro deixou pela primeira vez às escuras o enorme Cristo Redentor.

A grande novidade este ano foi o espetáculo musical oferecido pela Prefeitura do Rio de Janeiro nos Arcos da Lapa, onde a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o prefeito Eduardo Paes apagaram simbolicamente as luzes de toda a cidade.

O espetáculo começou com a apresentação de artistas como Tony Garrido, mas, às 20h30, quando os próprios Arcos ficaram na penumbra, o evento foi animado pelas baterias de quatro das principais escolas de samba que desfilam no Carnaval do Rio de Janeiro.

Entre as instituições que aderiram formalmente à "Hora do Planeta" este ano figura a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, que recomendou a seus 2,4 mil associados a divulgar notícias sobre a iniciativa.

A Hora do Planeta 2011, que pretendeu envolver mais de um bilhão de pessoas e mobilizar 3,8 mil cidades do mundo, teve atos hoje em pelo menos 131 países e em 26 megacidades.

As outras capitais brasileiras que apagaram as luzes de seus principais monumentos foram Aracaju, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Natal, Palmas, Porto Alegre, Recife, Rio Branco, Teresina e Vitória.


Portal Terra




Hora do Planeta no Brasil e no Mundo - São Paulo

Depois do 1 minuto inicial de silêncio em respeito às milhares de vítimas dos recentes desastres naturais no planeta, como o terremoto e o tsunami no Japão e as catástrofes provocadas pelas chuvas na região serrana do estado do Rio de Janeiro, mais de um bilhão de cidadãos planetários ativistas apagaram as luzes de suas casas por 60 minutos, entre 20:30 e 21:30 h, hora local. Governos e empresas também participaram do ato simbólico em defesa do planeta, deixando edifícios e monumentos no escuro por uma hora.



Cartões-postais e prédios de todo o mundo "apagam" na Hora do Planeta



Brasil teve participação recorde, com 123 cidades desligando as luzes por uma hora, entre 20h30 e 21h30


SÃO PAULO - O primeiro minuto da Hora do Planeta 2011 foi de silêncio, dedicado às vítimas das recentes tragédias de fenômenos naturais no mundo, como o terremoto e tsunami no Japão e as enchentes na Região Serrana do Rio. O movimento é um ato simbólico de luta contra as mudanças climáticas e previa o desligamento das luzes entre 20h30 e 21h30.

Levantamento da organização indicava a participação recorde de 123 cidades no País - no ano passado, foram 98 municípios. As prefeituras contribuíram apagando as luzes de monumentos famosos. Em São Paulo, foram apagadas as luzes da Ponte Octavio Frias de Oliveira, do Obelisco do Ibirapuera, do Monumento às Bandeiras, do Teatro Municipal, do Mercado Municipal, do Estádio do Pacaembu e da Biblioteca Municipal Mário de Andrade.

No Rio, cidade âncora da Hora do Planeta, houve uma festa aberta ao público nos Arcos da Lapa para comemorar o evento, com a participação das baterias de Mangueira e Portela. Ficaram no escuro o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar.  Em Ouro Preto (MG), foram apagadas as luzes da Igreja de São Francisco de Assis, do Museu da Inconfidência e da Estátua de Tiradentes.

"A participação de pessoas, organizações e governos na Hora do Planeta é um gesto em direção à busca da sustentabilidade. Significa que estamos preocupados e atentos ao aquecimento global", afirmou Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.

A ideia agora é ir além desse gesto. Na China, o governo de Chengdu apagou as luzes e anunciou que oferecerá ao público até 60 mil bicicletas baratas para aluguel em mais de mil pontos da cidade. E em Shenyang houve a promessa de uma grande ação de reflorestamento.

Iniciativa privada. Também foi registrada a adesão de pelo menos 1.948 empresas e organizações no site do movimento.  O Estado apagou as luzes externas de seu prédio e organizou um ato simbólico na entrada da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em parceria com a faculdade. Antes de as luzes se apagarem, às 20h30, foi feita uma projeção em 3D na fachada do prédio da Faap, tudo movido por um gerador alimentado por biocombustível. Além disso, a Eldorado é a rádio oficial do evento em São Paulo.

Alguns bancos também aderiram. O Banco do Brasil, por exemplo, apagou as luzes dos principais prédios em Brasília, Rio, São Paulo e Curitiba. Já o Itaú desligou a iluminação de diversos centros administrativos em São Paulo, Rio, Recife, Curitiba e Ribeirão Preto.

A Rede Pão de Açúcar decidiu desligar as esteiras dos caixas, a rádio interna, as luzes das áreas administrativas, da fachada e dos totens. E nas lojas das Casas Bahia e do Ponto Frio todos os televisores, computadores e aparelhos de áudio à venda foram desligados por uma hora.

E quem se hospedou no Staybridge Suites São Paulo e participou do evento ganhou uma lanterna com luz de LED, mais econômica que as tradicionais, e sem uso de pilhas como agradecimento. Na edição 2011, pela primeira vez no País, um Tribunal de Justiça aderiu ao movimento: o do Estado da Bahia. Na Argentina, o famoso time Boca Juniors também se engajou: no último domingo, entrou em campo com uma faixa da Hora do Planeta antes da partida contra o Olimpo.

Portal Estadão