CORRUPÇÃO NA PREFEITURA DE SÃO PAULO
Há quem considere que o maior problema que o prefeito Fernando Haddad enfrentará na administração da cidade de São Paulo será a solução das chuvas no verão paulistano, que provocam alagamentos, enchentes, desmoronamentos, fazendo desabrigados e até vítimas fatais, verdadeiro descalabro na cidade.
Há os que veem no trânsito caótico, nos engarrafamentos monstruosos e no sistema de transporte público que não dá conta da demanda o maior desafio para a gestão do petista.
Esta blogueira paulistana, que há décadas acompanha, como cidadã, os negócios públicos, a política e a administração da cidade, e que se tornou vítima de esquema criminoso promovido, ao que tudo indica, por agentes públicos em conluio com particulares, não tem qualquer dúvida: o grande embate do prefeito Fernando Haddad será contra a corrupção, que se alastra como um câncer, corroendo as entranhas da máquina municipal, lesando cidadãos indefesos, violentando as leis, desafiando o Estado de Direito.
Programa de governo de Fernando Haddad, a Controladoria Geral do Município de São Paulo já está atuando no combate aos agentes públicos ímprobos, verdadeira bandidagem instalada muitas vezes há décadas em vários setores, e espera a adesão da cidadania paulistana, com denúncias e participação ativa no enfrentamento da corrupção nos órgãos da prefeitura.
Cidadão paulistano, faça sua parte! Se você é vítima de agentes corruptos ou sabe de algum ilícito envolvendo a administração municipal, denuncie à CGM:
controladoriageral@prefeitura.sp.gov.br
Prefeito Fernando Haddad e Controlador Geral
Mário Vinícius Spinelli Foto: SECOM/PMSP
EVANDRO SPINELLI
ROGÉRIO PAGNAN
Os dois fiscais da Prefeitura de São Paulo presos em flagrante na semana passada por suspeita de corrupção já tinha sido punidos pelo mesmo crime.
Nicola Caramico, 69, e Sheila Maria Rodrigues Adell Caramico, 62, que são casados, foram presos em um café do shopping Morumbi ao receberem R$ 40 mil do engenheiro responsável pela obra de um hospital.
A operação foi montada em conjunto pela Controladoria-Geral do Município e Polícia Civil com colaboração da direção do hospital e da empresa responsável pela obra.
Nicola era chefe da fiscalização da Subprefeitura de Santo Amaro -- cargo do qual foi exonerado nesta sexta-feira. Sheila é fiscal do mesmo órgão.
Os dois são funcionários de carreira da prefeitura desde a década de 1970 e já responderam, juntos e separados, processos por corrupção e outras irregularidades.
OS CASOS
Em setembro de 1986, a prefeitura abriu uma sindicância contra Nicola por irregularidades administrativas. No mês seguinte ele foi suspenso preventivamente.
Em dezembro de 1987, a prefeitura decidiu demiti-lo a bem do serviço público. Dias depois, porém, sua pena foi alterada para suspensão do trabalho por 90 dias.
Este não havia sido o primeiro caso envolvendo Nicola. Em junho de 1982 ele já havia sido punido com suspensão de 60 dias por suspeita de cobrança de propina de um empresário da zona norte dois anos antes.
Em 1989 ocorreu a primeira investigação envolvendo marido e mulher juntos.
Eles eram suspeitos de corrupção e de deixarem de cobrar uma multa de um imóvel na avenida Deputado Emílio Carlos, na zona norte.
Na época, o casal trabalhava na Administração Regional (atual subprefeitura) da Freguesia do Ó. A investigação se arrastou até 1995, quando os dois foram suspensos por 90 dias.
Em 1988, Sheila havia sido investigada por suspeita de corrupção. Chegou a ser suspensa preventivamente por 90 dias, mas foi absolvida. Neste caso, o processo todo durou um mês e meio.
PUNIÇÃO
A prefeitura não quis comentar os casos antigos.
Sobre o atual processo contra o casal, a prefeitura informou apenas que eles respondem a um inquérito administrativo especial, apelidado de "via rápida", que pode levar à demissão dos dois. O inquérito corre em sigilo.
O "via rápida" pode ser aplicado em casos de corrupção praticada por servidores públicos.
O Controlador-Geral do Município, Mário Vinicius Spinelli, disse, em entrevista recente à Folha, que o órgão vai adotar medidas de controle interno para impedir casos de corrupção e, quando constatados, para garantir que os servidores sejam demitidos rapidamente e impedidos de voltar ao trabalho.
A Justiça [???] mandou soltar o casal Caramico [!!!] nesta sexta-feira. A defesa deles nega que eles tenham cobrado propina. O advogado dos dois não foi localizado ontem para comentar os casos anteriores.
Destaques do ABC!
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