O assunto mais importante do noticiário nacional ontem foi o apagão-blecaute-interrupção de energia em oito estados do Nordeste nas primeiras horas da madrugada. E nas primeiras semanas do governo Dilma. O que seria um "prato cheio" para a oposição, as elites e a velha mídia.
Amanhecemos lendo a repercussão dos fatos nos portais informativos (iG, Terra, Estadão, Folha, G1, O Globo...), as medidas tomadas pelo governo, os contratempos gerados em vários estados, as possíveis causas do problema... antes de escrever nossos posts a respeito. Depois, sofremos aqui no bairro um "apagão tucano", ficamos sem energia elétrica quase o dia todo e só voltamos à internet no final da tarde.
A presidenta, ao que tudo indica, foi eficiente. Conhecedora profunda do sistema elétrico brasileiro desde que foi ministra das Minas e Energia, logo cedo chamou o ministro Edison Lobão para explicações, exigiu medidas de fiscalização e manutenção mais rigorosas e determinou que o ministro viesse a público para pronunciamento e entrevista sobre eventuais causas e providências.
O esclarecimento e o pronunciamento definitivos do governo serão dados, no entanto, na segunda-feira, após reunião do ministro das Minas e Energia com várias autoridades do setor elétrico.
Dois fatos chamaram nossa atenção: a velha mídia não teve muito interesse em usar o episódio para desgastar o governo, mantendo o destaque em seus noticiários para os conflitos no Egito. Pelo menos até o momento. E a blogosfera pouco ou nada postou a respeito.
O mais importante jornalista-blogueiro, salvo engano, não fez 1 post sequer sobre o assunto ao longo do dia de ontem. Nem seus colegas também jornalistas ligados a grandes redes de televisão.
O acontecimento do dia e seus desdobramentos para o governo Dilma não eram importantes para a blogosfera e seus leitores? O tratamento dado pela velha mídia não mereceria ao menos ser acompanhado? O apagão-blecaute-queda de energia pegou os blogueiros desprevenidos? Faltou agilidade na cobertura do fato?
O jornalismo dos blogs que se dizem jornalísticos sofreu também um "apagão"?