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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Dilma encara Obama e bate pesado nos EUA


O Abra a Boca, Cidadão! transmitiu direto de Nova York, hoje de manhã, o discurso da presidenta Dilma Rousseff, abrindo a 68a. Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Blogueira e blog vibraram quando Dilma "bateu pesado" no "Grande Irmão do Norte", aquele que acha que pode tudo, inclusive bisbilhotar conversas e mensagens de correio eletrônico da mandatária brasileira.

É o Brasil, mais uma vez, levantando a cabeça, falando grosso e mostrando, a quem possa interessar, que não é satélite dos EUA, e nunca mais vai se postar de joelhos diante dos americanos, como muitos presidentes brasileiros fizeram.

É o Brasil saindo da condição de "República Bananeira" para ocupar um lugar de proa no cenário internacional.


Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Veja o vídeo


A justa cacetada que Dilma deu nos Estados Unidos

Paulo Nogueira, Londres


Foi um dos maiores momentos da história diplomática nacional –
se não o maior – o discurso de Dilma hoje na ONU.

A justa, exata, forte pancada na espionagem americana simboliza um país que cansou de se colocar de joelhos perante a predação americana.

Os Estados Unidos abusaram da paciência não apenas do Brasil – mas do mundo. Se fosse um filme, eles fariam o papel de policial – mas um policial que, nos bastidores, é um criminoso intensamente perigoso.

A fala de Dilma consagra, também, o bravo Snowden, o jovem americano que sacrificou uma vida mansa no Havaí para expor ao mundo um esquema de espionagem planetário de extrema delinquência.

Não é de hoje que a política externa americana é um horror. Leia – recomendo vivamente – “A História do Povo Americano”, de Howard Zinn.

Nas Filipinas, no México, em Cuba, na Coreia, na Guatemala, no Irã, no Vietnã, no Iraque, no Afeganistão, em tudo que é lugar em que se meteram, os Estados Unidos levaram praticamente desde sua independência destruição e exploração. Com sua política predatória sistemática no Oriente Médio, os americanos acabaram por se tornar uma fábrica de terroristas: jovens islâmicos em quantidade crescente se revoltam, se radicalizam e, desesperados, morrem e matam em seu ódio aos Estados Unidos.

É tal a raiva que os americanos despertam no mundo árabe que cresceram lá extraordinariamente, nos últimos meses, atentados de soldados locais treinados por tropas ocidentais. Teoricamente aliados, tais soldados simplesmente se viram e atiram contra forças americanas, britânicas etc.

No próprio Brasil, os americanos tiveram participação expressiva – com a famigerada CIA — no golpe militar que acabaria transformando o país no campeão mundial da iniquidade.

Os horrores americanos apenas se tornaram mais claros hoje graças à disseminação ampla de informações pela internet.

É neste quadro novo que entra o Wikileaks, que mostrou a guerra do Iraque como ela é, e não como os americanos fingiam que era.

E é aí também que brilha Snowden.

Snowden, caçado, ajudou as pessoas a entender melhor o mundo. De quantas pessoas se pode dizer o mesmo?


O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Destaques do ABC!

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ONU: Dilma bate duro na "bisbilhotice digital" americana


A presidenta Dilma Rousseff abriu hoje, em Nova York, a 68a. Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, denunciando a recente espionagem eletrônica do governo norte-americano sobre cidadãos e autoridades brasileiras, inclusive invadindo e bisbilhotando conversas e mensagens da própria Presidenta!

Sob o olhar e ouvidos atentos do presidente Barack Obama, Dilma declarou que a intrusão dos EUA em outros países por meio das novas tecnologias de comunicação constituem violação de direitos humanos.

Dilma propôs que as nações promovam um marco civil da internet e tratou também dos avanços sociais brasileiros, falando das manifestações das ruas em junho, dos pactos promovidos pelo seu governo em resposta aos protestos, e enfatizou também a importância do multilateralismo nas relações entre os países, com respeito pela soberania de cada nação.




Na ONU, Dilma propõe governança global para internet



Presidenta Dilma Rousseff durante abertura do debate da 68ª 
Assembleia-geral das Nações Unidas. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira (24), durante discurso de abertura da 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, o estabelecimento de um marco civil multilateral para a governança e uso da internet e de medidas que garantam uma efetiva proteção dos dados.

Dilma afirmou que as recentes revelações sobre as atividades de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indignação e repúdio em amplos setores da opinião pública mundial. No Brasil, a situação foi ainda mais grave, pois dados pessoais de cidadãos e da própria presidenta da República foram indiscriminadamente objeto de interceptação.

“Lutei contra o arbítrio e a censura e não posso deixar de defender de modo intransigente o direito à privacidade dos indivíduos e a soberania de meu país. Sem ele – direito à privacidade – não há verdadeira liberdade de expressão e opinião e, portanto, não há efetiva democracia. Sem respeito à soberania, não há base para o relacionamento entre as nações”, disse.

Dilma propôs a implementação de mecanismos multilaterais capazes de garantir os seguintes princípios: Liberdade de expressão, privacidade do indivíduo e respeito aos direitos humanos; Governança democrática, multilateral e aberta; Universalidade que assegura o desenvolvimento social e humano e a construção de sociedades inclusivas e não discriminatórias; Diversidade cultural, sem imposição de crenças, costumes e valores; e neutralidade da rede, ao respeitar apenas critérios técnicos e éticos, tornando inadmissível restrição por motivos políticos, comerciais e religiosos.

Para a presidenta, este é o momento de se criar as condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra, por meio da espionagem, da sabotagem, dos ataques contra sistemas e infraestrutura de outros países. Segundo Dilma, a ONU deve desempenhar um papel de liderança no esforço de regular o comportamento dos Estados frente a essas tecnologias.

No discurso, a presidenta afirmou que não se sustentam os argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo, pois o Brasil é um país democrático que repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas. Ela disse ainda que o Brasil “redobrará os esforços para dotar-se de legislação, tecnologias e mecanismos que nos protejam da interceptação ilegal de comunicações e dados”.

“Fizemos saber ao governo norte-americano nosso protesto, exigindo explicações, desculpas e garantias de que tais procedimentos não se repetirão. Governos e sociedades amigos, que buscam consolidar uma parceria efetivamente estratégica, como é o nosso caso, não podem permitir que ações ilegais, recorrentes, tenham curso como se fossem normais. Elas são inadmissíveis”, disse.



Nova York Ao Vivo: Dilma fala na ONU


A presidenta Dilma Rousseff faz o discurso de abertura da 68a. Assembleia Geral das Nações Unidas, que reúne mais de 190 chefes de Estado, em Nova York.

Espera-se que Dilma faça duras críticas à "bisbilhotice" do governo americano em relação a conversas da presidenta com ministros e assessores, invasão de mensagens de correio eletrônico de milhares de cidadãos brasileiros e espionagem contra a Petrobras e o Pré-Sal. 

A presidenta deve propor a adoção de fortes sanções pela comunidade internacional em relação às atitudes americanas, que ferem frontalmente a soberania das nações.

Presidente Barack Obama estará presente e falará logo após a presidenta Dilma.

Acompanhem conosco!





Transmissão encerrada às 11:20 h.
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Velha Mídia: Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a Lei!


A Lei dura e implacável. 

E se possível a Teoria do Domínio do Fato!

Sem dó nem piedade...



PIG - Partido da Imprensa Golpista


MÍDIA & POLÍTICA
Do céu ao inferno midiático

Francisco Fernandes Ladeira*


É interessante constatar como a mídia hegemônica brasileira tem a capacidade de superestimar uma determinada instituição quando os seus interesses conservadores são atendidos; e, por outro lado, com igual intensidade, demonizar a mesma instituição nas ocasiões em que os seus desejos são contrariados. Um exemplo emblemático dessa prática corriqueira é a relação da imprensa nacional com o Poder Judiciário no caso da Ação Penal 470, mais conhecida pelo epíteto “mensalão”.

Quando os ministros do STF condenaram os primeiros réus do processo, no segundo semestre do ano passado, a imprensa hegemônica saudou o Judiciário como arauto da ética no Brasil. Joaquim Barbosa, principal personagem do julgamento mais midiático da história, foi elevado ao status de herói nacional, com direito a capa na revista Veja e intensa exposição nos principais telejornais do país. E nas redes sociais surgiram várias campanhas para a candidatura de Barbosa à presidência da República.

Desse modo, a direita brasileira, impossibilitada de voltar ao poder máximo da nação pela via eleitoral – vide a decadência dos tradicionais partidos conservadores – viu no Poder Judiciário uma maneira extraparlamentar para influenciar as principais decisões políticas do país.


Mídia não protestou

Entretanto, na quarta-feira (18/9), quando a corte suprema do país, após o voto de minerva do ministro Celso de Mello, decidiu aceitar o pedido de embargo infringente proposto pelos advogados de alguns dos réus do “mensalão”, o que veio a postergar o resultado final do julgamento, imediatamente o discurso midiático em relação ao Judiciário mudou radicalmente de tonalidade. Frases como “no Brasil, a justiça só funciona para os pobres”, “ricos não vão para a cadeira” e “a justiça é lenta” foram exaustivamente repetidas como mantras pelos principais jornais e revistas de circulação nacional.

Ora, se tais frases fossem divulgadas por veículos de comunicação democráticos e progressistas seriam autênticas. Todavia, ao serem proferidas por um oligopólio a serviço das classes mais abastadas do país, soam demagógicas e hipócritas.

Por outro lado, o fato de o cargo de ministro do STF não ser eletivo, mas indicação do presidente da República, passou a ser sistematicamente questionado (dos onze juízes da composição atual, oito foram nomeados pelos governos petistas). No entanto, é interessante ressaltar que até a última quarta-feira, quando o ministro Celso de Mello aceitou os embargos infringentes, a mídia brasileira não havia protestado contra o caráter não-democrático de nosso judiciário.


Inerentemente corruptível

Ademais, o que se pode esperar de uma imprensa que apoiou a ditadura militar, que já tentou manipular um processo eleitoral (contra Leonel Brizola, em 1982) e criminaliza os movimentos sociais?

Evidentemente que a corrupção na política brasileira não começou com o PT e tampouco o atual executivo federal é o único a se utilizar de práticas moralmente condenáveis para governar. Sendo assim, qualquer manifesto anticorrupção deve passar, inexoravelmente, pelo questionamento do sistema econômico vigente. O capitalismo, ao colocar o lucro como objetivo a ser alcançado a todo custo, e ao pressupor que os interesses individuais se sobreponham aos interesses da coletividade é, inerentemente, corruptível.

Portanto, a realidade nos mostra que a mídia brasileira, de forma parcial e tendenciosa, escolhe quais políticos vai condenar frente a “opinião pública”. Nesse sentido, casos de corrupção envolvendo partidos atrelados aos grandes veículos de comunicação são propositalmente ignorados. Em última instância, parafraseando uma clássica frase: aos meus inimigos, a lei; aos meus amigos, o apoio midiático.

* Francisco Fernandes Ladeira é especialista em Ciências Humanas: Brasil, Estado e Sociedade pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e professor de Geografia em Barbacena, MG.


Observatório da Imprensa

Destaques do ABC!

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