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quinta-feira, 29 de março de 2012

São Paulo: A Blogueira Cidadã e o Crime da Árvore



JORNALISMO CIDADÃO - DENÚNCIA


Paulista e paulistana, esta Blogueira Cidadã sente "orgulho bom" de ter nascido e viver na cidade de São Paulo. Terra de contrastes. Riquíssima em alguns recantos aprazíveis, de primeiro mundo. Miserável em outros tantos lugares, centrais e periféricos.


                            Casa da Blogueira e casa dos "familiares". Imagem: Google.


Filha de pai nordestino, das Alagoas, e de mãe paulista, do Vale do Paraíba, a Blogueira nasceu, cresceu e viveu a maior parte de sua vida na chamada "ZL", zona leste de São Paulo, a região mais populosa, mais carente, mais abandonada pelo poder público, mais castigada pela ignorância, incompetência e desamor dos que têm o dever de cuidar da cidade.


São Paulo é belíssima, vibrante, complexa, rica, viva, fascinante. Mas há anos vem se tornando triste, suja, encardida, graças ao desrespeito, ao menoscabo, à ausência quase geral de comprometimento público de seus administradores. O atraso, a tacanhice, o obscurantismo, a arrogância, a prepotência, lastimavelmente, governam São Paulo.


Enchentes, alagamentos, deslizamentos, sucessivos e inexplicáveis incêndios em favelas, lixo, muito lixo, imundícies de toda a espécie. Inclusive a pior delas: a sujeira moral de gestores comprometidos apenas com seus interesses mais mesquinhos.


Aqui, na maior e mais próspera cidade do País, por incrível que possa parecer, acreditem, a necessidade da construção da cidadania se faz a mais radical, a mais premente, urgentíssima! Antes que as Sombras e as Trevas tomem conta de tudo. 


O Brasil inteiro está aqui. O mundo inteiro também. Tudo aqui é grande, gigantesco, exponencial. A corrupção e a criminalidade também. Inclusive e sobretudo a Corrupção e a Criminalidade "engravatadas".


E numa cidade cuja riqueza assanha tantos interesses, inclusive os mais espúrios e inconfessáveis, com tanta legislação moderna, comissão disso e daquilo, ouvidorias mil, o supra-sumo da civilidade... o pobre cidadão e a pobre cidadã são obrigados a "conviver" com a falta de compostura, o despreparo, a desfaçatez, a ignorância, o abuso de poder. De uma casta de "servidores" públicos que se julga acima das leis.




Uma "tragédia" anunciada


Há pouco mais de dois anos, nas vésperas da cidade comemorar mais um aniversário, um fato deplorável ocorreu num dos quintais da região leste de São Paulo, na casa ao lado de onde mora a Blogueira, no bairro de Engenheiro Goulart, Penha, muito próximo do Parque Ecológico do Tietê: uma cerejeira-do-campo (Eugenia involucrata), nativa, centenária, que ainda florescia e frutificava todos os anos, e que vinha sofrendo maus-tratos, uma cerejeira centenária foi derrubada, abatida, sem dó nem piedade, com a cumplicidade de agentes públicos municipais e de veículos de comunicação, acionados pela Blogueira, que preferiram proteger infratores e autoridades. 


É bom que se esclareça: árvore, sobretudo como esta, nativa e centenária, é "Bem de Interesse Público", protegido pela legislação. Pertence à comunidade. Cabe aos administradores públicos respeitar a Lei Orgânica do Município e proteger os bens públicos, que incluem as árvores.


A Blogueira Cidadã, até então apenas leitora de blogs e da mídia em geral, tomou uma série de medidas a propósito. Antes, durante e depois do descalabro. Alertou, avisou, pediu ajuda, gritou, denunciou. Para amigos, conhecidos, estudiosos, particulares, jornalistas e "otoridades" públicas. Inclusive para o então subprefeito da Penha, Cássio Freire Loschiavo e servidores da subprefeitura e da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.


A Blogueira "botou a boca no trombone", abriu a boca cidadã. Só não trepou na árvore porque o muro é alto e havia ameaça de processo por "invasão de domicílio" pelos "donos" da árvore. A Blogueira exerceu seus direitos de cidadania, pedindo apoio, explicações, questionando, acionando diversas esferas.


No dia do abate, a Blogueira botou várias viaturas da Polícia Militar na porta da casa, pediu que interrompessem o corte, pois a Secretaria do Meio Ambiente havia se comprometido a fazer nova vistoria.


A IGNORÂNCIA e AS TREVAS falaram mais alto: apoiados num laudo cheio de erros, assinado por "engenheiro agrônomo" que não sabia distinguir raiz de tronco e que classificava a cerejeira como "pau-ferro", a árvore foi pro chão, derrubada por três ou quatro trogloditas.


À Blogueira foi proibido o acesso ao conteúdo do laudo, violando-se também os Princípios Constitucionais da Transparência e da Legalidade que, entre outros, regem a administração pública.


Curiosamente, logo depois deste lamentável episódio, a Blogueira passou a sofrer todo tipo de ameaças, constrangimentos, violência moral, psicológica e institucional, atentados (sequestro? assassinato?) e outras violações de direito. De lá pra cá, nunca mais a Blogueira teve sossego. Nem dentro nem fora de sua casa. A Blogueira virou persona non grata na Subprefeitura da Penha.

A seguir, algumas imagens da violência feroz, gratuita e irreparada, sofrida pela pobre árvore.


A cerejeira, 1 semana antes do crime

Começa o descalabro...
                                                                         


                                                                                    








Não há mais copa...


 Crime consumado