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sábado, 6 de outubro de 2012

Blogueira Yoani é libertada em Cuba


No Brasil, a repressão a blogs e blogueiros é ainda velada, vem disfarçada de ações de danos morais e outras formas de calar cidadãos que têm crimes a denunciar, crimes muitas vezes cometidos com a cumplicidade de agentes públicos. Isto mostra que nós, blogueiras e blogueiros verdadeiramente progressistas, estamos no caminho certo, e que tais "autoridades" temem blogueiros independentes e a Blogosfera Cidadã.

O Abra a Boca, Cidadão! e esta Blogueira que vos escreve já entraram para os anais do Judiciário Brasileiro: foram referenciados em Segunda Instância, em Agravo de Instrumento, numa tentativa calhorda, da quadrilha que esbulha a cidadã, de difamá-la e silenciá-la. E a Blogueira responde a ação de danos morais impetrada - pasmem! - pela delinquente que há 15 anos viola o direito de propriedade da Blogueira, em conluio com servidores de subprefeitura e setores obtusos do Judiciário. 

Como disse o grande intelectual e humorista Millôr Fernandes, "O Brasil é o único país em que os ratos têm o descaramento de processar o 'queijo' ". Roubam o cidadão e entram com processo para achacá-lo e impedir suas denúncias.

Estes trogloditas são muito modernos (até o "segundo capítulo") e utilizam à saciedade as tecnologias mais avançadas para cometer seus crimes e continuar na impunidade. Mas são toscos em mentalidade, verdadeiros brucutus. Sua boçalidade e truculência estão completamente na contramão da cidadania planetária que desponta.




Yoani Sánchez é libertada após 30 horas de prisão em Cuba

Blogueira ia acompanhar o julgamento do espanhol acusado pela morte de Payá


JANAINA LAGE

LIS MILLER


                   Yoani em foto junto com o marido Reinaldo Escobar: os dois foram detidos 
                   na quinta-feira             JAVIER GALEANO / AP

RIO e HAVANA - Após 30 horas detida pela polícia cubana, a blogueira Yoani Sánchez, o rosto mais famoso da dissidência do país no exterior, foi libertada com seu marido, Reinaldo Escobar. Yoani, Escobar e Agustín Canino, que viajava como motorista, foram presos em Bayamo, capital da província de Granma, no Leste do país, por volta das 18 h de quinta-feira. A jornalista pretendia cobrir, como colaboradora do “El País”, o julgamento do espanhol Ángel Carromero, acusado pela morte do ativista Oswaldo Payá num acidente de carro, em julho.

A notícia da libertação foi dada pela jornalista em sua conta no Twitter, onde ela postou na noite de sexta-feira: “Já fomos liberados! Graças a todos que levantaram sua voz e a seus tuítes para que conseguíssemos voltar para casa”, escreveu. Sobre a prisão, disse que se recusou a se alimentar ou a beber enquanto esteve detida. “O primeiro copo d’água tomei ao chegar em casa, como fogo no esôfago”.

A detenção motivou críticas dos EUA e da Itália, além de pedidos de libertação de organizações de direitos humanos e associações de imprensa. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que não comentaria o caso por se tratar de assunto interno de Cuba. O porta-voz do ministério, Tovar Nunes, afirmou:

- O fato de existir Yoani e outros blogueiros mostra que existe espaço assegurado de manifestação da sociedade. O Brasil deu visto a Yoani quando ela quis vir aqui.

Na Itália, o ministro das Relações Exteriores, Giulio Terzi, disse que pediu à embaixada em Havana que acompanhe o caso de perto, e a Bruxelas que aumente a supervisão e avaliação dos acontecimentos referentes a direitos humanos na ilha. Nos EUA, o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, condenou o uso de detenções arbitrárias e o impedimento à atuação de jornalistas independentes.

- É muito claro que as condições de direitos humanos em Cuba permanecem pobres. O governo cubano continua a limitar liberdades fundamentais, incluindo a liberdade de expressão, inclusive para membros da imprensa.

Elizardo Sánchez, porta-voz da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional - organização que registra detenções políticas no país - acrescentou ao GLOBO que Yoani e Escobar não foram creditados pelo governo como repórteres que poderiam assistir à audiência de Carromero. Como as autoridades não reconhecem Yoani, Escobar e Díaz como jornalistas, mas sim como militantes, eles foram presos, conta Sánchez. Apesar de Yoani estar incomunicável, Sanchéz acredita que a detenção da blogueira e colaboradora do “El País” será temporária.

- Há uma metamorfose na repressão política cubana. Somente em setembro foram 533 detenções temporárias. É bom para o governo, que recebe menos críticas e desgasta os dissidentes - disse.

Manuel Cuesta Morúa, presidente do partido Arco Progressista, destaca que a nova estratégia reduziu a divulgação das prisões.

- O governo tenta banalizar a repressão para a imprensa internacional, já que a situação em Cuba é como um passeio em Copacabana comparado ao que ocorre na Síria.

Em seus comentários no Twitter antes da detenção, a blogueira apresentou fotos da estrada e comentou a ação de policiais que pararam o veículo mais de uma vez para jogar veneno contra mosquitos. A blogueira já havia enfrentado dificuldade com as autoridades antes: ela recebeu prêmios internacionais, mas nunca recebeu a autorização para viajar e recebê-los. Num episódio recente, gravou um vídeo pedindo a ajuda da presidente Dilma Rousseff para vir ao Brasil participar do lançamento de um documentário, mas as autoridades cubanas não autorizaram.

Logo após a detenção, o blogueiro pró-governo, identificado como Yohandry Fontana, relatou que ela havia sido presa porque pretendia provocar e fazer “um show midiático” no julgamento. Ele escreveu ainda que Yoani estava sendo conduzida junto com o marido de volta a Havana porque o carro do casal estava em “terríveis condições mecânicas”.

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e o Comitê de Proteção a Jornalistas solicitaram, em notas, a libertação da blogueira.

- Se as autoridades cubanas pretendiam minimizar a cobertura internacional do julgamento freando os esperados textos de Yoani, conseguiram o contrário com esta prisão arbitrária e de óbvio conteúdo político - disse Gustavo Mohe, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP.

No julgamento, Carromero repetiu sua versão do acidente e lamentou a morte de Payá. A promotoria pede pena de sete anos de detenção. A defesa quer absolvição e libertação imediata.

- Perdi muitas coisas, mas não há comparação com o sentimento de dor das famílias.

Em 9 meses, mais prisões que em todo ano de 2011

Um relatório divulgado pela Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional mostrou um aumento nas prisões por motivações políticas. Nos primeiros nove meses deste ano, foram mil detenções a mais que em 2011 inteiro. Em entrevista ao O GLOBO, por telefone, Elizardo Sánchez lembrou que a visita do Papa Bento XVI e as manifestações que ocorreram na época foram uma das causas para o salto do número, mas reforçou que a principal razão para o aumento da repressão mês a mês é um maior descontentamento da população cubana.

- Em Cuba, as pessoas não se manifestam como o que acontece no Chile ou no Brasil. Lá são sociedades abertas. Aqui, se elas forem às ruas, vão ser presas. A insatisfação está aumentando e os grupos de oposição também. Há algum tempo, as manifestações eram de poucas pessoas nas ruas. Agora são milhares - afirmou Sánchez.


O Globo Online


Destaques (vermelho e azul) do ABC!

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