Cidadania, Comunicação e Direitos Humanos * Judiciário e Justiça * Liberdade de Expressão * Mídia Digital Editoria/Sônia Amorim: ativista, blogueira, escritora, professora universitária, palestrante e "canalhóloga" Desafinando o Coro dos Contentes...
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quinta-feira, 18 de agosto de 2011
PSICOPATAS, mais um blog da Sonia Amorim
Companheiras e companheiros de ciberespaço, convido vocês todos a conhecer e a participar de mais um blog que editarei: PSICOPATAS.
O assunto é relevante. Estamos cercados, muitas vezes reféns, destes seres sombrios e desprovidos de valores éticos. E precisamos aprender a identificá-los e a combatê-los.
Abraços a todos.
Sonia Amorim
PSICOPATAS http://serpsicopata.blogspot.com
*
A fúria midiática contra Dilma
Catástrofe Humanitária A Somália é um país da costa oriental da África. A vida de milhões de somalianos, principalmente crianças, está em risco pela fome, seca, doenças e outras violências. Assista o vídeo e saiba como ajudar clicando nos links Ajude Help Ayuda Aide . Participe! Divulgue!
E a "lua de mel" acabou.
A presidenta Dilma bem que tentou conviver em harmonia com a velha e putrefata mídia. Contrariou o preceito bíblico e atirou "pérolas aos porcos"...
Deu no que deu.
Que aprenda finalmente a lição.
A guerra que se anuncia
Leandro FortesO movimento era previsível e as razões óbvias, mas não deixa de ser perturbadora a investida dos grandes grupos midiáticos ao governo da presidenta Dilma Rousseff, depois de um curto período de risível persistência de elogios e salamaleques cujo único objetivo era o de indispô-la – e a seu eleitorado – com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Digo que era um movimento previsível não apenas por conta do caráter ideologicamente hostil dos blocos de mídia com relação a Dilma, Lula, PT ou qualquer coisa que abrigue, ainda que de forma distante, relações positivas com movimentos sociais, populares e de esquerda. A previsibilidade da onda de fúria contra o governo também se explica pela transição capenga feita depois das eleições, um legado de ministros e partidos de quinta categoria baseado numa composição política tão ampla quanto rasa, e que, agora, se desmancha no ar.
Assim, pode-se reclamar da precariedade intelectual da atual imprensa brasileira, da sua composição cada vez mais inflada de jornalistas conservadores, repórteres raivosos e despolitizados, quando não robotizados por manuais de redação que os ensina desde a usar corretamente o hífen, mas também como se comportar num coquetel do Itamaraty. É tudo verdade, como também é verdade que, ao herdar de Lula essa miríade de ministros-jabutis colocados na Esplanada dos Ministérios, Dilma aceitou iniciar o governo com diversos flancos abertos, a maioria resultado da aliança com o PMDB, e se viu obrigada a fazer essa tal “faxina” pela mídia, embora se negue a admiti-lo, inclusive em recente entrevista à CartaCapital.
Dilma caminha, assim, sobre a mesma estrada tortuosa do primeiro ano do primeiro mandato de Lula, quando o ex-operário chegou a crer, cegado pela venda de inacreditável ingenuidade, que as grandes corporações de mídia nacionais, as mesmas que fizeram Fernando Collor derrotá-lo, em 1989, poderiam ser cooptadas somente na base do amor e do carinho. Dessa singela percepção infantil adveio a crise do “mensalão”, a adoção sem máscaras do jornalismo de esgoto nas redações brasileiras, a volta do golpismo como pauta de reportagem e a degeneração quase que absoluta das relações entre o poder público e a imprensa.
Em 2010, agregados ao projeto de poder do PSDB e de seu cruzado José Serra, os grupos de mídia formaram um único e poderoso bloco de oposição e montaram um monolítico aríete com o qual tentaram derrubar, diuturnamente, a candidatura de Dilma Rousseff. Não fosse a capacidade de comunicação de Lula com as massas e a consequente transferência de votos para Dilma, essa ação, inconsequente e, não raras vezes, imoral, teria sido vitoriosa. Perdeu-se, contudo, na inconsistência política de seus líderes, na impossibilidade de comparação entre os dois projetos de País em jogo e, principalmente, na transfiguração final – triste e patética – de Serra num fundamentalista religioso, homofóbico e direitista, cuja carreira política se encerrou na melancólica e risível farsa da bolinha de papel na careca.
Ainda assim, Dilma Rousseff foi comemorar os 90 anos da Folha de S. Paulo, sob alegada conduta de chefe de Estado, como se não tivesse sido o jornalão da Barão de Limeira o primeiro condutor do circo de mídia montado, em 2010, para evitar que ela chegasse à Presidência. Foi a Folha que publicou, na primeira página, uma ficha falsa da então candidata, com o intuito de vendê-la como fria guerrilheira de outrora, disposta a matar e sequestrar inocentes, sequer para lutar contra a ditadura, mas para implantar no Brasil uma ditadura comunista, ateia e, provavelmente, abortista. O fim da civilização cristã no Brasil. Dilma sobreviveu à tortura e à prisão, mas não conseguiu escapar dessa armadilha, e foi lá, comemorar os 90 anos da Folha. Agora, instada a fazer a tal “faxina”, talvez esteja recebendo um salutar choque de realidade.
O fato é que o embate entre as partes, haja ou não uma Lei dos Meios, nos moldes da legislação argentina, não é só inevitável, mas também inadiável. A presidenta reluta, naturalmente, em iniciar um conflito entre a lei e os meios de comunicação, não é por menos. Ela sabe o quanto foi dura e ainda é a vida dos colegas vizinhos da Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador e Paraguai com os oligopólios locais. Faz poucos dias, um jornalista brasileiro, encastelado numa dessas colunas de horror da imprensa nativa, chamou a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, de “perua autoritária”, em resposta a leitores que lhe enviaram comentários indignados com um texto no qual ele a acusava, Cristina, de usar o próprio luto (o marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, morreu em outubro do ano passado) para fins eleitorais. Implícito está, ainda, a questão do machismo (a “faxina” da nossa presidenta), ou melhor, a desenvoltura do chauvinismo, ainda isento de freios sociais eficazes.
Tenho cá minhas dúvidas se o mesmo jornalista, profissional admirado e reconhecido por muitos, teria coragem de se referir ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como “pavão engabelado”, apenas para ficar na mesma alegoria do mundo animal atribuída a Cristina Kirchner, por ter posado de pai amantíssimo ao assumir, 18 anos depois, a paternidade de um filho da jornalista Miriam Dutra, da TV Globo – e, aos 80 anos, descobrir que caiu no golpe da barriga. Passou dois mandatos refém da família Marinho por conta de um menino que não era dele. Algum comentário sarcástico nas colunas e blogs da “grande imprensa” a respeito? Necas de pitibiriba. Com a presidenta argentina, mulher que enfiou o dedo na cara de um grupo midiático “independente” que sustentou uma ditadura nazista, responsável pelo assassinato de 20 mil pessoas, o colunista, contudo, se solta e se credencia a nos fazer rir.
Duvido que Cristina Kirchner fosse ao aniversário do Clarín.
Assim, pode-se reclamar da precariedade intelectual da atual imprensa brasileira, da sua composição cada vez mais inflada de jornalistas conservadores, repórteres raivosos e despolitizados, quando não robotizados por manuais de redação que os ensina desde a usar corretamente o hífen, mas também como se comportar num coquetel do Itamaraty. É tudo verdade, como também é verdade que, ao herdar de Lula essa miríade de ministros-jabutis colocados na Esplanada dos Ministérios, Dilma aceitou iniciar o governo com diversos flancos abertos, a maioria resultado da aliança com o PMDB, e se viu obrigada a fazer essa tal “faxina” pela mídia, embora se negue a admiti-lo, inclusive em recente entrevista à CartaCapital.
Dilma caminha, assim, sobre a mesma estrada tortuosa do primeiro ano do primeiro mandato de Lula, quando o ex-operário chegou a crer, cegado pela venda de inacreditável ingenuidade, que as grandes corporações de mídia nacionais, as mesmas que fizeram Fernando Collor derrotá-lo, em 1989, poderiam ser cooptadas somente na base do amor e do carinho. Dessa singela percepção infantil adveio a crise do “mensalão”, a adoção sem máscaras do jornalismo de esgoto nas redações brasileiras, a volta do golpismo como pauta de reportagem e a degeneração quase que absoluta das relações entre o poder público e a imprensa.
Em 2010, agregados ao projeto de poder do PSDB e de seu cruzado José Serra, os grupos de mídia formaram um único e poderoso bloco de oposição e montaram um monolítico aríete com o qual tentaram derrubar, diuturnamente, a candidatura de Dilma Rousseff. Não fosse a capacidade de comunicação de Lula com as massas e a consequente transferência de votos para Dilma, essa ação, inconsequente e, não raras vezes, imoral, teria sido vitoriosa. Perdeu-se, contudo, na inconsistência política de seus líderes, na impossibilidade de comparação entre os dois projetos de País em jogo e, principalmente, na transfiguração final – triste e patética – de Serra num fundamentalista religioso, homofóbico e direitista, cuja carreira política se encerrou na melancólica e risível farsa da bolinha de papel na careca.
Ainda assim, Dilma Rousseff foi comemorar os 90 anos da Folha de S. Paulo, sob alegada conduta de chefe de Estado, como se não tivesse sido o jornalão da Barão de Limeira o primeiro condutor do circo de mídia montado, em 2010, para evitar que ela chegasse à Presidência. Foi a Folha que publicou, na primeira página, uma ficha falsa da então candidata, com o intuito de vendê-la como fria guerrilheira de outrora, disposta a matar e sequestrar inocentes, sequer para lutar contra a ditadura, mas para implantar no Brasil uma ditadura comunista, ateia e, provavelmente, abortista. O fim da civilização cristã no Brasil. Dilma sobreviveu à tortura e à prisão, mas não conseguiu escapar dessa armadilha, e foi lá, comemorar os 90 anos da Folha. Agora, instada a fazer a tal “faxina”, talvez esteja recebendo um salutar choque de realidade.
O fato é que o embate entre as partes, haja ou não uma Lei dos Meios, nos moldes da legislação argentina, não é só inevitável, mas também inadiável. A presidenta reluta, naturalmente, em iniciar um conflito entre a lei e os meios de comunicação, não é por menos. Ela sabe o quanto foi dura e ainda é a vida dos colegas vizinhos da Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador e Paraguai com os oligopólios locais. Faz poucos dias, um jornalista brasileiro, encastelado numa dessas colunas de horror da imprensa nativa, chamou a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, de “perua autoritária”, em resposta a leitores que lhe enviaram comentários indignados com um texto no qual ele a acusava, Cristina, de usar o próprio luto (o marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, morreu em outubro do ano passado) para fins eleitorais. Implícito está, ainda, a questão do machismo (a “faxina” da nossa presidenta), ou melhor, a desenvoltura do chauvinismo, ainda isento de freios sociais eficazes.
Tenho cá minhas dúvidas se o mesmo jornalista, profissional admirado e reconhecido por muitos, teria coragem de se referir ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como “pavão engabelado”, apenas para ficar na mesma alegoria do mundo animal atribuída a Cristina Kirchner, por ter posado de pai amantíssimo ao assumir, 18 anos depois, a paternidade de um filho da jornalista Miriam Dutra, da TV Globo – e, aos 80 anos, descobrir que caiu no golpe da barriga. Passou dois mandatos refém da família Marinho por conta de um menino que não era dele. Algum comentário sarcástico nas colunas e blogs da “grande imprensa” a respeito? Necas de pitibiriba. Com a presidenta argentina, mulher que enfiou o dedo na cara de um grupo midiático “independente” que sustentou uma ditadura nazista, responsável pelo assassinato de 20 mil pessoas, o colunista, contudo, se solta e se credencia a nos fazer rir.
Duvido que Cristina Kirchner fosse ao aniversário do Clarín.
Leandro Fortes
Leandro Fortes é jornalista, professor e escritor, autor dos livros Jornalismo Investigativo, Cayman: o dossiê do medo e Fragmentos da Grande Guerra, entre outros. Mantém um blog chamado Brasília eu Vi.
http://brasiliaeuvi.wordpress.com
CartaCapital
http://brasiliaeuvi.wordpress.com
CartaCapital
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Dilma: uma presidenta "Margarida"
“Vocês têm em mim uma presidenta Margarida como vocês”
Brasília foi palco, nesta terça-feira (17/8), de um dia que entrará para a história do país: o encontro da primeira presidenta mulher com cerca de 100 mil trabalhadoras rurais, que marcharam à capital federal em busca de justiça social e equidade de gênero. Ao participar da cerimônia de encerramento da Marcha das Margaridas 2011, a presidenta Dilma Rousseff divulgou uma série de conquistas alcançadas pelas trabalhadoras rurais a partir de negociações com o governo federal.
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Entre as medidas anunciadas, a presidenta destacou a construção de 16 unidades básicas de saúde fluviais e de 10 centros de referência em saúde do trabalho voltados para o campo e floresta até 2012; um plano integrado em saúde para trabalhadores do campo e da floresta; o aumento do limite de venda da agricultura familiar para fornecimento da merenda escolar, de modo a atingir, ainda em 2011, os 30% de compra direta do governo à agricultura familiar previstos na lei; a inserção da Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS) no Plano Brasil sem Miséria e aumento da dotação orçamentária do programa; ampliação do crédito rural, com elevação da participação da mulher e linha exclusiva às trabalhadoras; ampliação do acesso à creche e expansão da rede escolar na zona rural, entre outros.
Brasília foi palco, nesta terça-feira (17/8), de um dia que entrará para a história do país: o encontro da primeira presidenta mulher com cerca de 100 mil trabalhadoras rurais, que marcharam à capital federal em busca de justiça social e equidade de gênero. Ao participar da cerimônia de encerramento da Marcha das Margaridas 2011, a presidenta Dilma Rousseff divulgou uma série de conquistas alcançadas pelas trabalhadoras rurais a partir de negociações com o governo federal.
Os ganhos das trabalhadoras envolvem ações na área da saúde, educação, segurança, geração de renda, acesso à terra e crédito rural e erradicação da miséria, entre outras. O resultado das mesas de negociação foi reunido em um caderno resposta, que a presidenta Dilma fez questão de entregar pessoalmente às Margaridas na solenidade de encerramento da Marcha.
“Minhas queridas Margaridas, hoje estou aqui para dizer que a Marcha de vocês me toca e me emociona profundamente, não apenas como presidenta da República, mas como mulher e cidadã (…), e para reconhecer que muitas das demandas de vocês foram acatadas (…). O principal resultado é a continuidade do diálogo e do respeito entre vocês e o governo federal, iniciados pelo presidente Lula. Me comprometo a dar continuidade a esse diálogo respeitoso e companheiro e a ampliar o atendimento às justas reivindicações das trabalhadoras rurais”, disse a presidenta, ao iniciar seu discurso.
Entre as medidas anunciadas, a presidenta destacou a construção de 16 unidades básicas de saúde fluviais e de 10 centros de referência em saúde do trabalho voltados para o campo e floresta até 2012; um plano integrado em saúde para trabalhadores do campo e da floresta; o aumento do limite de venda da agricultura familiar para fornecimento da merenda escolar, de modo a atingir, ainda em 2011, os 30% de compra direta do governo à agricultura familiar previstos na lei; a inserção da Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS) no Plano Brasil sem Miséria e aumento da dotação orçamentária do programa; ampliação do crédito rural, com elevação da participação da mulher e linha exclusiva às trabalhadoras; ampliação do acesso à creche e expansão da rede escolar na zona rural, entre outros.
A presidenta também chamou a atenção para um plano de enfrentamento à violência contra a mulher do campo, a implantação de programa de documentação civil na Amazônia, com foco na mulher, a instituição de grupo de trabalho para elaboração, com a participação da sociedade civil, de um programa nacional de agroecologia e o início de um diagnóstico de todos os assentamentos rurais no Brasil, para “definir como encaminhar a questão do acesso à terra daqui por diante”.
Texto do Blog do Planalto“Eu quero intensificar o diálogo do governo com vocês. Tenho certeza de que o debate com os movimentos sociais é fundamental. E tenho certeza de que as críticas e as sugestões são essenciais e muito bem vindas, pois permitem que façamos cada vez melhor, que possamos, juntas, construir o Brasil que queremos: um país sem miséria, um país rico (…) e um país mais justo e menos desigual”, concluiu.
Blogueiro carioca faz mais denúncias sobre o assassinato da juíza
Isso é gravíssimo!
Foram encontrados diversos documentos que mostram que a juíza Patrícia Acioli, brutalmente assassinada na porta de sua casa no último dia 12, em Niteroi, Rio de Janeiro, pediu, requereu, suplicou, por meio de "ofícios dramáticos" dirigidos a diversas autoridades, inclusive ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, proteção à sua vida por escolta armada.
Patrícia Acioli, juíza combativa e linha dura, que colocava em primeiro lugar suas obrigações como servidora do povo brasileiro dentro do Judiciário, já havia condenado cerca de 60 policiais envolvidos com o crime organizado, e foi barbaramente executada com 21 tiros na última sexta-feira.
Leia e veja abaixo a indignação do destemido blogueiro carioca Ricardo Gama, sobrevivente de atentado no início do ano, quando levou 6 tiros.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Documentos retirados de sala de juíza Patrícia Lourival Acioli morta em Niterói comprovam ameaças
Vídeo comentário.
Link do vídeo no youtube.
O Tribunal de Justiça do RJ e Desembargadores foram desmascarados, todos mentiram, e conforme sempre disse a família da juíza assassinada, ela sempre pediu proteção, mas os "poderosos" desembargadores, data maxima venia, cagaram solenemente para a vida da juíza.
Será que dá processo isso, dizer que os desembargadores "cagaram solenemente" ?
Foram achados dezenas de ofícios hoje no gabinete da juíza onde ela suplica proteção ao Tribunal de Justiça, e aí ?
Com certeza, a preocupação do Tribunal de Justiça sempre foi com a obra bilionária em suas dependências feita pela Delta Construtora, aquela que o dono, Fernando Cavendish, é amigo íntimo de Sérgio Cabral.
Com certeza, os desembargadores da cúpula do TJ também têm culpa na morte da juíza Patrícia Lourival Acioli, eles poderiam responder por omissão.
Esse é o Brasil, um país da VERGONHA e do DESCASO, até quando ?
Reprodução do site R7

O advogado contratado pela família da juíza Patrícia Acioli, assassinada na última quinta-feira (8) [sexta-feira, 12] com 21 tiros no momento em que chegava em sua casa, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, revelou que documentos encontrados no gabinete da magistrada comprovam as ameaças de morte recebidas por ela nos últimos anos. Passa de cem o número de ligações para o Disque-Denúncia com informações sobre o assassinato da juíza Patrícia Lourival Acioli.
De acordo com o criminalista Técio Lins e Silva, a juíza enviou diversos ofícios ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) relatando os riscos que corria.
- As autoridades sabiam (das ameaças), a polícia sabia e a divisão de segurança do Tribunal de Justiça sabia. Tudo foi comunicado pela Patrícia ao longo dos anos.
Os papéis foram entregues à DH (Divisão de Homicídios), que investiga o crime. A Corregedoria da Polícia Militar informou que a juíza esteve no órgão uma semana antes de ser morta, mas não comentou sobre nenhuma ameaça de morte contra ela.
O advogado cita ainda um depoimento dado pela juíza à corregedoria da PM e um documento com relatos sobre uma ameaça descoberta em uma interceptação telefônica da Polícia Federal.
Segundo ele, "há ofícios dramáticos em que Patrícia pede providências" para a garantia de sua segurança. O TJ-RJ (Tribunal de justiça) alega que a magistrada abriu mão de sua escolta em 2007 e não voltou a pedir proteção.
Investigadores analisaram na segunda-feira (15) as imagens das câmeras do Fórum de São Gonçalo, onde Patrícia trabalhava. Dois homens em uma moto teriam feito uma tocaia e esperado o carro da juíza sair da garagem.
Ao ver o veículo na saída, eles teriam seguido para a casa da magistrada. No mesmo fórum, a comissão de três juízes criada para assumir provisoriamente os casos sob responsabilidade de Patrícia começou a estudar os processos. Uma audiência marcada para esta semana foi adiada para a semana que vem.
As câmeras do circuito interno de segurança do condomínio em Piratininga, região oceânica de Niterói, onde a juíza Patrícia Acioli foi assassinada no início da madrugada desta sexta-feira (12), não gravaram o momento do crime. A informação foi confirmada por policiais da DH, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
O juiz Fabio Uchôa, que considerou nula a segurança aos juízes um dia após a morte da juíza, foi escolhido para coordenar a comissão. Ele admitiu contar com uma equipe de segurança.
- Minha rotina vai continuar a mesma. Tenho meus mecanismos de segurança, que não ficaram mais rigorosos após o assassinato de Patrícia.
Ele se dedicará exclusivamente à 4ª Vara Criminal, local em que uma comissão do Conselho Nacional de Justiça acompanhará as investigações sobre o assassinato de Patrícia.
Em nota, a Anistia Internacional condenou a execução da magistrada e cobrou ações do governo brasileiro contra as milícias e grupos de extermínio.
Link do vídeo no youtube.
O Tribunal de Justiça do RJ e Desembargadores foram desmascarados, todos mentiram, e conforme sempre disse a família da juíza assassinada, ela sempre pediu proteção, mas os "poderosos" desembargadores, data maxima venia, cagaram solenemente para a vida da juíza.
Será que dá processo isso, dizer que os desembargadores "cagaram solenemente" ?
Foram achados dezenas de ofícios hoje no gabinete da juíza onde ela suplica proteção ao Tribunal de Justiça, e aí ?
Com certeza, a preocupação do Tribunal de Justiça sempre foi com a obra bilionária em suas dependências feita pela Delta Construtora, aquela que o dono, Fernando Cavendish, é amigo íntimo de Sérgio Cabral.
Com certeza, os desembargadores da cúpula do TJ também têm culpa na morte da juíza Patrícia Lourival Acioli, eles poderiam responder por omissão.
Esse é o Brasil, um país da VERGONHA e do DESCASO, até quando ?
Reprodução do site R7


De acordo com o criminalista Técio Lins e Silva, a juíza enviou diversos ofícios ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) relatando os riscos que corria.
- As autoridades sabiam (das ameaças), a polícia sabia e a divisão de segurança do Tribunal de Justiça sabia. Tudo foi comunicado pela Patrícia ao longo dos anos.
Os papéis foram entregues à DH (Divisão de Homicídios), que investiga o crime. A Corregedoria da Polícia Militar informou que a juíza esteve no órgão uma semana antes de ser morta, mas não comentou sobre nenhuma ameaça de morte contra ela.
O advogado cita ainda um depoimento dado pela juíza à corregedoria da PM e um documento com relatos sobre uma ameaça descoberta em uma interceptação telefônica da Polícia Federal.
Segundo ele, "há ofícios dramáticos em que Patrícia pede providências" para a garantia de sua segurança. O TJ-RJ (Tribunal de justiça) alega que a magistrada abriu mão de sua escolta em 2007 e não voltou a pedir proteção.
Investigadores analisaram na segunda-feira (15) as imagens das câmeras do Fórum de São Gonçalo, onde Patrícia trabalhava. Dois homens em uma moto teriam feito uma tocaia e esperado o carro da juíza sair da garagem.
Ao ver o veículo na saída, eles teriam seguido para a casa da magistrada. No mesmo fórum, a comissão de três juízes criada para assumir provisoriamente os casos sob responsabilidade de Patrícia começou a estudar os processos. Uma audiência marcada para esta semana foi adiada para a semana que vem.
As câmeras do circuito interno de segurança do condomínio em Piratininga, região oceânica de Niterói, onde a juíza Patrícia Acioli foi assassinada no início da madrugada desta sexta-feira (12), não gravaram o momento do crime. A informação foi confirmada por policiais da DH, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
O juiz Fabio Uchôa, que considerou nula a segurança aos juízes um dia após a morte da juíza, foi escolhido para coordenar a comissão. Ele admitiu contar com uma equipe de segurança.
- Minha rotina vai continuar a mesma. Tenho meus mecanismos de segurança, que não ficaram mais rigorosos após o assassinato de Patrícia.
Ele se dedicará exclusivamente à 4ª Vara Criminal, local em que uma comissão do Conselho Nacional de Justiça acompanhará as investigações sobre o assassinato de Patrícia.
Em nota, a Anistia Internacional condenou a execução da magistrada e cobrou ações do governo brasileiro contra as milícias e grupos de extermínio.
Assassinato de juíza expõe corrupção policial, diz Anistia
Catástrofe Humanitária A Somália é um país da costa oriental da África. A vida de milhões de somalianos, principalmente crianças, está em risco pela fome, seca, doenças e outras violências. Assista o vídeo e saiba como ajudar clicando nos links Ajude Help Ayuda Aide . Participe! Divulgue!
A Anistia Internacional divulgou nota em que condena o brutal assassinato da juíza Patrícia Acioli, no último dia 12, em Niterói, Rio de Janeiro, e cobra medidas urgentes do governo brasileiro no sentido de promover investigação ampla e independente para chegar nos responsáveis e medidas eficazes para coibir a corrupção policial e o crime organizado. Leia mais abaixo.
Anistia Internacional condena assassinato de juíza no Rio
Ana Cláudia Barros
A organização de direitos humanos Anistia Internacional condenou a morte da juíza Patricia Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, vítima de emboscada e execução na madrugada da última sexta-feira (12). Em nota, a entidade afirmou que "o assassinato de um juiz por homens armados destaca os profundos problemas da cidade (Rio de Janeiro) com a corrupção policial e o crime organizado".
- O assassinato brutal de Patrícia Acioli expõe uma situação profundamente preocupante - disse o pesquisador da Anistia Internacional, Patrick Wilcken.
A organização enfatizou ainda que a morte "de um juiz que estava simplesmente realizando seu dever desferiu um duro golpe para o Estado de Direito e o sistema judicial no Brasil" e que era preciso "uma investigação completa e independente" para levar os responsáveis à Justiça.
A Anistia Internacional destacou que muito mais precisa ser realizado para erradicar o crime organizado no Rio de Janeiro. "As autoridades federais, estaduais e municipais devem implementar medidas coordenadas" e "fornecer a proteção adequada para os envolvidos na investigação", reprimindo policiais corruptos e gangues criminosas.
Afirmou ainda que, apesar das mais de 500 prisões efetuadas após a instalação da CPI das Milícias na Assembleia Legislativa fluminense, em 2008, desde então, "pouco tem sido feito para combater as atividades ilegais econômicas que alimentam" esses grupos. Na avaliação da entidade, um passo importante é a repressão à "economia paralela que sustenta e consolida a corrupção policial e o crime organizado".
A entidade internacional lembrou que Patricia Acioli era conhecida como uma "juíza inflexível" e que durante a última década havia condenado cerca de 60 policiais envolvidos em esquadrões da morte e milícias. A magistrada foi executada com 21 tiros, quando chegava em casa, no município de Niterói.
Terra Magazine
*
A Anistia Internacional divulgou nota em que condena o brutal assassinato da juíza Patrícia Acioli, no último dia 12, em Niterói, Rio de Janeiro, e cobra medidas urgentes do governo brasileiro no sentido de promover investigação ampla e independente para chegar nos responsáveis e medidas eficazes para coibir a corrupção policial e o crime organizado. Leia mais abaixo.
Anistia Internacional condena assassinato de juíza no Rio
Ana Cláudia Barros
A organização de direitos humanos Anistia Internacional condenou a morte da juíza Patricia Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, vítima de emboscada e execução na madrugada da última sexta-feira (12). Em nota, a entidade afirmou que "o assassinato de um juiz por homens armados destaca os profundos problemas da cidade (Rio de Janeiro) com a corrupção policial e o crime organizado".
- O assassinato brutal de Patrícia Acioli expõe uma situação profundamente preocupante - disse o pesquisador da Anistia Internacional, Patrick Wilcken.
A organização enfatizou ainda que a morte "de um juiz que estava simplesmente realizando seu dever desferiu um duro golpe para o Estado de Direito e o sistema judicial no Brasil" e que era preciso "uma investigação completa e independente" para levar os responsáveis à Justiça.
A Anistia Internacional destacou que muito mais precisa ser realizado para erradicar o crime organizado no Rio de Janeiro. "As autoridades federais, estaduais e municipais devem implementar medidas coordenadas" e "fornecer a proteção adequada para os envolvidos na investigação", reprimindo policiais corruptos e gangues criminosas.
Afirmou ainda que, apesar das mais de 500 prisões efetuadas após a instalação da CPI das Milícias na Assembleia Legislativa fluminense, em 2008, desde então, "pouco tem sido feito para combater as atividades ilegais econômicas que alimentam" esses grupos. Na avaliação da entidade, um passo importante é a repressão à "economia paralela que sustenta e consolida a corrupção policial e o crime organizado".
A entidade internacional lembrou que Patricia Acioli era conhecida como uma "juíza inflexível" e que durante a última década havia condenado cerca de 60 policiais envolvidos em esquadrões da morte e milícias. A magistrada foi executada com 21 tiros, quando chegava em casa, no município de Niterói.
Terra Magazine
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terça-feira, 16 de agosto de 2011
Presidenta Dilma: vamos derrubar a Ditadura do Judiciário?
Catástrofe Humanitária A Somália é um país da costa oriental da África e seu povo, sobretudo as crianças, está padecendo por fome, seca, doenças e outras violências. Assista o vídeo e saiba como ajudar clicando nos links Ajude Help Ayuda Aide . Participe! Divulgue!
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As cidadãs e os cidadãos brasileiros têm todo o direito de escolher, eleger, seus representantes também no Poder Judiciário e no Supremo Tribunal Federal.
Chega de Judiciário elitista!
O ABC! já vem dizendo isso há meses e publica abaixo Carta Aberta da Associação Juízes para a Democracia dirigida à presidenta Dilma Rousseff nesse sentido.
Presidenta Dilma, a senhora que combateu e ajudou a derrubar a feroz ditadura militar, sendo até perseguida e barbaramente seviciada, agora como Presidenta da República tem muito mais poder para derrubar esta outra ditadura...
Junte-se a nós, Presidenta Dilma !
AJD demanda participação popular no processo de escolha dos juízes do STF
EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTA DA REPÚBLICA DILMA ROUSSEFF.
Ref.: nomeação ministro Supremo Tribunal Federal
A Associação Juízes para a Democracia, entidade não governamental, sem fins corporativos, fundada em 1991, que tem dentre seus objetivos estatutários o respeito absoluto e incondicional aos valores próprios do Estado Democrático de Direito vem à presença de Vossa Excelência requerer, no que diz respeito ao preenchimento de vagas de Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), requerer que, mediante decreto, estabeleça procedimento que permita e estimule a participação popular no processo de escolha dos integrantes do STF, sem vulnerar o sistema estabelecido na Constituição Federal, de nomeação pelo Presidente da República, mediante aprovação pelo Senado.
Ao STF foi atribuída elevada função institucional, pois é o intérprete final da Constituição Federal e dos Direitos Humanos, encargo que conferiu à Corte parcela de poder decisivo na organização das relações sociais públicas e privadas. Conquanto desempenhe papel de protagonista na vida política do país e que o serviço jurisdicional afete diretamente a vida e os interesses de cada cidadão e cidadã individualmente considerados, como também o conjunto da sociedade e a escolha de seus integrantes seja ato de interesse primordial de todo o povo brasileiro, o processo de nomeação continua desprovido de procedimento que possibilite a efetiva participação popular.
O princípio republicano indica a necessidade de que o(a/s) jurista(a/s) considerado para a vaga seja apresentado à nação, de modo a permitir o conhecimento público de sua trajetória política e profissional. O princípio democrático impõe considerar que a sociedade brasileira tenha reconhecido o direito de se manifestar sobre os pretendentes, desde as legítimas expectativas populares e das entidades da sociedade civil organizada.
A implementação deste processo político democrático, no qual o Presidente da República estabelece um amplo debate com a sociedade acerca do perfil dos possíveis candidatos, certamente ofertará elementos ímpares para sua escolha.
O mecanismo permite e exige uma ação transparente, na perspectiva democrática, o que implica, igualmente, um sentido de colaboração com a democracia e com a tarefa do Presidente da República, na medida que oferta elementos para a escolha da composição da mais alta Corte do Poder Judiciário, considerando aspectos relevantes, como legitimidade e representação social de cada pretensão, vinculação dos postulantes com os fundamentos constitucionais da cidadania, da dignidade da pessoa humana, dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e seus compromissos com os objetivos constitucionais de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, de erradicação da pobreza e da marginalização social, da redução das desigualdades regionais, e da promoção do bem de todos sem distinção de origem, raça, sexo, cor, idade e outras formas de discriminação.
É premente que se aprofunde o sistema democrático no que tange a nomeação dos ministros do STF, que deve ter como pressuposto a adoção de procedimento que permita a máxima divulgação do histórico dos juristas que são considerados para integrar o STF, assim como preveja período razoável para o debate e a manifestação formal dos cidadãos, associações e entidades acerca dos candidatos indicados.
A participação popular proporcionará um debate efetivo e enriquecedor sobre o papel do STF no Estado Democrático de Direito e sobre a trajetória profissional e os compromissos assumidos pelo indicado durante sua carreira e vida, o que acarretará um aperfeiçoamento institucional e o aumento do interesse dos cidadãos pela coisa pública, requisitos imprescindíveis à consolidação da democracia em nosso país.
Deste modo, requeremos a Vossa Excelência que, desde já, mediante decreto, disponha sobre o processo de nomeação ao cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal no âmbito da Presidência da República, prevendo a máxima divulgação do histórico dos juristas que são considerados para a vaga, prazo para debate e meios de recepção de considerações e sugestões pelos cidadãos, cidadãs e pela sociedade civil organizada.
Certos que os compromissos sociais e vínculos populares do Presidente da República ensejarão o acatamento desta proposição cidadã, subscrevemos o presente e encaminhamos exemplar do jornal Juízes para a Democracia, cujo editorial trata do tema e do decreto argentino 222/03 que adotou mecanismo de participação social.
Ao STF foi atribuída elevada função institucional, pois é o intérprete final da Constituição Federal e dos Direitos Humanos, encargo que conferiu à Corte parcela de poder decisivo na organização das relações sociais públicas e privadas. Conquanto desempenhe papel de protagonista na vida política do país e que o serviço jurisdicional afete diretamente a vida e os interesses de cada cidadão e cidadã individualmente considerados, como também o conjunto da sociedade e a escolha de seus integrantes seja ato de interesse primordial de todo o povo brasileiro, o processo de nomeação continua desprovido de procedimento que possibilite a efetiva participação popular.
O princípio republicano indica a necessidade de que o(a/s) jurista(a/s) considerado para a vaga seja apresentado à nação, de modo a permitir o conhecimento público de sua trajetória política e profissional. O princípio democrático impõe considerar que a sociedade brasileira tenha reconhecido o direito de se manifestar sobre os pretendentes, desde as legítimas expectativas populares e das entidades da sociedade civil organizada.
A implementação deste processo político democrático, no qual o Presidente da República estabelece um amplo debate com a sociedade acerca do perfil dos possíveis candidatos, certamente ofertará elementos ímpares para sua escolha.
O mecanismo permite e exige uma ação transparente, na perspectiva democrática, o que implica, igualmente, um sentido de colaboração com a democracia e com a tarefa do Presidente da República, na medida que oferta elementos para a escolha da composição da mais alta Corte do Poder Judiciário, considerando aspectos relevantes, como legitimidade e representação social de cada pretensão, vinculação dos postulantes com os fundamentos constitucionais da cidadania, da dignidade da pessoa humana, dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e seus compromissos com os objetivos constitucionais de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, de erradicação da pobreza e da marginalização social, da redução das desigualdades regionais, e da promoção do bem de todos sem distinção de origem, raça, sexo, cor, idade e outras formas de discriminação.
É premente que se aprofunde o sistema democrático no que tange a nomeação dos ministros do STF, que deve ter como pressuposto a adoção de procedimento que permita a máxima divulgação do histórico dos juristas que são considerados para integrar o STF, assim como preveja período razoável para o debate e a manifestação formal dos cidadãos, associações e entidades acerca dos candidatos indicados.
A participação popular proporcionará um debate efetivo e enriquecedor sobre o papel do STF no Estado Democrático de Direito e sobre a trajetória profissional e os compromissos assumidos pelo indicado durante sua carreira e vida, o que acarretará um aperfeiçoamento institucional e o aumento do interesse dos cidadãos pela coisa pública, requisitos imprescindíveis à consolidação da democracia em nosso país.
Deste modo, requeremos a Vossa Excelência que, desde já, mediante decreto, disponha sobre o processo de nomeação ao cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal no âmbito da Presidência da República, prevendo a máxima divulgação do histórico dos juristas que são considerados para a vaga, prazo para debate e meios de recepção de considerações e sugestões pelos cidadãos, cidadãs e pela sociedade civil organizada.
Certos que os compromissos sociais e vínculos populares do Presidente da República ensejarão o acatamento desta proposição cidadã, subscrevemos o presente e encaminhamos exemplar do jornal Juízes para a Democracia, cujo editorial trata do tema e do decreto argentino 222/03 que adotou mecanismo de participação social.
São Paulo, 01 de agosto de 2011.
José Henrique Rodrigues Torres
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A morte da Justiça
Catástrofe Humanitária A Somália é um país da costa oriental da África e seu povo, sobretudo as crianças, está padecendo por fome, seca, doenças e outras violências. Assista o vídeo e saiba como ajudar clicando nos links Ajude Help Ayuda Aide . Participe! Divulgue!
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De la justice à la démocratie en passant par les cloches
Da justiça à democracia, passando pelos sinos
Começarei por vos contar em brevíssimas palavras um fato notável da vida camponesa ocorrido numa aldeia dos arredores de Florença há mais de quatrocentos anos. Permito-me pedir toda a vossa atenção para este importante acontecimento histórico porque, ao contrário do que é corrente, a lição moral extraível do episódio não terá de esperar o fim do relato, saltar-vos-á ao rosto não tarda.
Estavam os habitantes nas suas casas ou a trabalhar nos cultivos, entregue cada um aos seus afazeres e cuidados, quando de súbito se ouviu soar o sino da igreja. Naqueles piedosos tempos (estamos a falar de algo sucedido no século xvi) os sinos tocavam várias vezes ao longo do dia, e por esse lado não deveria haver motivo de estranheza, porém aquele sino dobrava melancolicamente a finados, e isso, sim, era surpreendente, uma vez que não constava que alguém da aldeia se encontrasse em vias de passamento. Saíram portanto as mulheres à rua, juntaram-se as crianças, deixaram os homens as lavouras e os mesteres, e em pouco tempo estavam todos reunidos no adro da igreja, à espera de que lhes dissessem a quem deveriam chorar. O sino ainda tocou por alguns minutos mais, finalmente calou-se. Instantes depois a porta abria-se e um camponês aparecia no limiar. Ora, não sendo este o homem encarregado de tocar habitualmente o sino, compreende-se que os vizinhos lhe tenham perguntado onde se encontrava o sineiro e quem era o morto. «O sineiro não está aqui, eu é que toquei o sino», foi a resposta do camponês. «Mas então não morreu ninguém?», tornaram os vizinhos, e o camponês respondeu: «Ninguém que tivesse nome e figura de gente, toquei a finados pela Justiça porque a Justiça está morta.»
Que acontecera? Acontecera que o ganancioso senhor do lugar (algum conde ou marquês sem escrúpulos) andava desde há tempos a mudar de sítio os marcos das estremas das suas terras, metendo-os para dentro da pequena parcela do camponês, mais e mais reduzida a cada avançada. O lesado tinha começado por protestar e reclamar, depois implorou compaixão, e finalmente resolveu queixar-se às autoridades e acolher-se à proteção da justiça. Tudo sem resultado, a espoliação continuou. Então, desesperado, decidiu anunciar urbi et orbi (uma aldeia tem o exato tamanho do mundo para quem sempre nela viveu) a morte da Justiça. Talvez pensasse que o seu gesto de exaltada indignação lograria comover e pôr a tocar todos os sinos do universo, sem diferença de raças, credos e costumes, que todos eles, sem exceção, o acompanhariam no dobre a finados pela morte da Justiça, e não se calariam até que ela fosse ressuscitada. Um clamor tal, voando de casa em casa, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, saltando por cima das fronteiras, lançando pontes sonoras sobre os rios e os mares, por força haveria de acordar o mundo adormecido... Não sei o que sucedeu depois, não sei se o braço popular foi ajudar o camponês a repor as estremas nos seus sítios, ou se os vizinhos, uma vez que a Justiça havia sido declarada defunta, regressaram resignados, de cabeça baixa e alma sucumbida, à triste vida de todos os dias. É bem certo que a História nunca nos conta tudo...
Suponho ter sido esta a única vez que, em qualquer parte do mundo, um sino, uma campânula de bronze inerte, depois de tanto haver dobrado pela morte de seres humanos, chorou a morte da Justiça. Nunca mais tornou a ouvir-se aquele fúnebre dobre da aldeia de Florença, mas a Justiça continuou e continua a morrer todos os dias. Agora mesmo, neste instante em que vos falo, longe ou aqui ao lado, à porta da nossa casa, alguém a está matando. De cada vez que morre, é como se afinal nunca tivesse existido para aqueles que nela tinham confiado, para aqueles que dela esperavam o que da Justiça todos temos o direito de esperar: justiça, simplesmente justiça. Não a que se envolve em túnicas de teatro e nos confunde com flores de vã retórica judicialista, não a que permitiu que lhe vendassem os olhos e viciassem os pesos da balança, não a da espada que sempre corta mais para um lado que para o outro, mas uma justiça pedestre, uma justiça companheira quotidiana dos homens, uma justiça para quem o justo seria o mais exato e rigoroso sinônimo do ético, uma justiça que chegasse a ser tão indispensável à felicidade do espírito como indispensável à vida é o alimento do corpo. Uma justiça exercida pelos tribunais, sem dúvida, sempre que a isso os determinasse a lei, mas também, e sobretudo, uma justiça que fosse a emanação espontânea da própria sociedade em ação, uma justiça em que se manifestasse, como um iniludível imperativo moral, o respeito pelo direito a ser que a cada ser humano assiste.
Mas os sinos, felizmente, não tocavam apenas para planger aqueles que morriam. Tocavam também para assinalar as horas do dia e da noite, para chamar à festa ou à devoção dos crentes, e houve um tempo, não tão distante assim, em que o seu toque a rebate era o que convocava o povo para acudir às catástrofes, às cheias e aos incêndios, aos desastres, a qualquer perigo que ameaçasse a comunidade. Hoje, o papel social dos sinos encontra-se limitado ao cumprimento das obrigações rituais e o gesto iluminado do camponês de Florença seria visto como obra desatinada de um louco ou, pior ainda, como simples caso de polícia. Outros e diferentes são os sinos que hoje defendem e afirmam a possibilidade, enfim, da implantação no mundo daquela justiça companheira dos homens, daquela justiça que é condição da felicidade do espírito e até, por mais surpreendente que possa parecer-nos, condição do próprio alimento do corpo. Houvesse essa justiça, e nem um só ser humano mais morreria de fome ou de tantas doenças que são curáveis para uns, mas não para outros. Houvesse essa justiça, e a existência não seria, para mais de metade da humanidade, a condenação terrível que objetivamente tem sido. Esses sinos novos cuja voz se vem espalhando, cada vez mais forte, por todo o mundo são os múltiplos movimentos de resistência e ação social que pugnam pelo estabelecimento de uma nova justiça distributiva e comutativa que todos os seres humanos possam chegar a reconhecer como intrinsecamente sua, uma justiça protetora da liberdade e do direito, não de nenhuma das suas negações. Tenho dito que para essa justiça dispomos já de um código de aplicação prática ao alcance de qualquer compreensão, e que esse código se encontra consignado desde há cinquenta anos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, aqueles trinta direitos básicos e essenciais de que hoje só vagamente se fala, quando não sistematicamente se silencia, mais desprezados e conspurcados nestes dias do que o foram, há quatrocentos anos, a propriedade e a liberdade do camponês de Florença. E também tenho dito que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tal qual se encontra redigida, e sem necessidade de lhe alterar sequer uma vírgula, poderia substituir com vantagem, no que respeita a retidão de princípios e clareza de objetivos, os programas de todos os partidos políticos do orbe, nomeadamente os da denominada esquerda, ancilosados em fórmulas caducas, alheios ou impotentes para enfrentar as realidades brutais do mundo atual, fechando os olhos às já evidentes e temíveis ameaças que o futuro está a preparar contra aquela dignidade racional e sensível que imaginávamos ser a suprema aspiração dos seres humanos. Acrescentarei que as mesmas razões que me levam a referir-me nestes termos aos partidos políticos em geral, as aplico por igual aos sindicatos locais, e, em consequência, ao movimento sindical internacional no seu conjunto. De um modo consciente ou inconsciente, o dócil e burocratizado sindicalismo que hoje nos resta é, em grande parte, responsável pelo adormecimento social decorrente do processo de globalização econômica em curso. Não me alegra dizê-lo, mas não poderia calá-lo. E, ainda, se me autorizam a acrescentar algo da minha lavra particular às fábulas de La Fontaine, então direi que, se não interviermos a tempo, isto é, já, o rato dos direitos humanos acabará por ser implacavelmente devorado pelo gato da globalização econômica.
E a democracia, esse milenário invento de uns atenienses ingênuos para quem ela significaria, nas circunstâncias sociais e políticas específicas do tempo, e segundo a expressão consagrada, um governo do povo, pelo povo e para o povo? Ouço muitas vezes argumentar a pessoas sinceras, de boa fé comprovada, e a outras que essa aparência de benignidade têm interesse em simular, que, sendo embora uma evidência indesmentível o estado de catástrofe em que se encontra a maior parte do planeta, será precisamente no quadro de um sistema democrático geral que mais probabilidades teremos de chegar à consecução plena ou ao menos satisfatória dos direitos humanos. Nada mais certo, sob condição de que fosse efetivamente democrático o sistema de governo e de gestão da sociedade a que atualmente vimos chamando democracia. E não o é. É verdade que podemos votar, é verdade que podemos, por delegação da partícula de soberania que se nos reconhece como cidadãos eleitores e normalmente por via partidária, escolher os nossos representantes no parlamento, é verdade, enfim, que da relevância numérica de tais representações e das combinações políticas que a necessidade de uma maioria vier a impor sempre resultará um governo. Tudo isto é verdade, mas é igualmente verdade que a possibilidade de ação democrática começa e acaba aí. O eleitor poderá tirar do poder um governo que não lhe agrade e pôr outro no seu lugar, mas o seu voto não teve, não tem, nem nunca terá qualquer efeito visível sobre a única e real força que governa o mundo, e portanto o seu país e a sua pessoa: refiro-me, obviamente, ao poder econômico, em particular à parte dele, sempre em aumento, gerida pelas empresas multinacionais de acordo com estratégias de domínio que nada têm que ver com aquele bem comum a que, por definição, a democracia aspira. Todos sabemos que é assim, e contudo, por uma espécie de automatismo verbal e mental que não nos deixa ver a nudez crua dos fatos, continuamos a falar de democracia como se se tratasse de algo vivo e atuante, quando dela pouco mais nos resta que um conjunto de formas ritualizadas, os inócuos passes e os gestos de uma espécie de missa laica. E não nos apercebemos, como se para isso não bastasse ter olhos, de que os nossos governos, esses que para o bem ou para o mal elegemos e de que somos portanto os primeiros responsáveis, se vão tornando cada vez mais em meros «comissários políticos» do poder econômico, com a objetiva missão de produzirem as leis que a esse poder convierem, para depois, envolvidas nos açúcares da publicidade oficial e particular interessada, serem introduzidas no mercado social sem suscitar demasiados protestos, salvo os de certas conhecidas minorias eternamente descontentes...
Que fazer? Da literatura à ecologia, da fuga das galáxias ao efeito de estufa, do tratamento do lixo às congestões do tráfego, tudo se discute neste nosso mundo. Mas o sistema democrático, como se de um dado definitivamente adquirido se tratasse, intocável por natureza até à consumação dos séculos, esse não se discute. Ora, se não estou em erro, se não sou incapaz de somar dois e dois, então, entre tantas outras discussões necessárias ou indispensáveis, é urgente, antes que se nos torne demasiado tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida política e social, sobre as relações entre os Estados e o poder econômico e financeiro mundial, sobre aquilo que afirma e aquilo que nega a democracia, sobre o direito à felicidade e a uma existência digna, sobre as misérias e as esperanças da humanidade, ou, falando com menos retórica, dos simples seres humanos que a compõem, um por um e todos juntos. Não há pior engano do que o daquele que a si mesmo se engana. E assim é que estamos vivendo.
Não tenho mais que dizer. Ou sim, apenas uma palavra para pedir um instante de silêncio. O camponês de Florença acaba de subir uma vez mais à torre da igreja, o sino vai tocar. Ouçamo-lo, por favor.
José Saramago
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