Tradutor

terça-feira, 2 de julho de 2013

Dilma, o Povo e o neofascismo playboy


SINISTRA ESQUIZOFRENIA



"Um plebiscito também significa o aprofundamento da democracia. Vocês, manifestantes, querem promover uma ruptura no ritmo com o qual o Brasil vem mudando? Querem uma bebida mais forte? Tudo bem, vamos perguntar ao povo se ele concorda."

"Os protestos de rua conquistaram algumas vitórias, mas a um preço talvez excessivo: introduzimos o vírus da truculência na política brasileira. É alarmante que tanta gente ache “lindo” ver o povo destruindo pontes, ônibus, monumentos, lojas, restaurantes, rodoviárias, patrimônio público. E tudo pra quê? Por um mundo melhor?"

"Acabaram-se as tertúlias no programa da Ana Maria Braga, acabou-se o mito da faxineira da ética, da gestora séria e competente. Dilma se viu obrigada a fazer política. A ir para a TV. A convocar movimentos sociais, governadores e prefeitos. A ouvir as centrais sindicais. Agora não pode mais parar. Dilma tem de achar uma outra Dilma para si, para gerenciar o país, e tem que mergulhar de vez na agenda política. Participar mais do debate, ajudando a aprovar suas reformas no Congresso, a defender seu governo nos meios de comunicação."

"Por isso é tão necessário desenvolver uma estratégia de comunicação mais agressiva, mais jovem e mais dinâmica. O povo quer falar contigo, Dilma. Não apenas através de um plebiscito onde diremos sim ou não. Não através da Globo News. Quer falar contigo diretamente, olho no olho. Mas não pela TV, que tem um lado só. Tem que ser pela internet, onde podemos interagir. Talvez aí, nesse diálogo direto, veremos emergir uma surpreendente criatividade."





Dilma e a revolução dos coxinhas

Miguel do Rosário 

Dessa vez eles chegaram bem perto. A estratégia foi genial. Usaram um grupinho político da USP que tinha uma proposta simpática, a defesa do passe livre, e, com ajuda da brutalidade da polícia paulista, transformaram um protesto local no maior delírio coletivo das últimas décadas.

Ainda vai demorar para sabermos a extensão da influência dos grupos “anonymous” na organização virtual das manifestações. Mas as névoas estão começando a se dissipar. Depois do apoio dos Clubes Militares aos “protestos de rua”, as coisas vão ficando mais claras.

É um fenômeno que vem se repetindo nos últimos anos, e cada vez emerge mais forte. As novas investidas da direita têm se dado através da juventude da classe média. Pega-se uma bandeira ou candidato simpáticos, untados com antigovernismo, agressividade política, cobertura midiática favorável, um bocado de esquerdismo utópico e infantil, e pronto, eis uma causa capaz de reunir milhares de jovens. A estratégia de usar a juventude, e símbolos da esquerda, para lançar uma candidatura conservadora, é um excelente cavalo de Troia para dividir e confundir o eleitorado progressista. Em 2008, fizeram com Gabeira, símbolo de rebeldia, nas eleições municipais do Rio de Janeiro. Começou como queridinho dos jovens e terminou, como agora, com apoio do Clube Militar. Dois anos depois, Gabeira seria o candidato-fantoche do PSDB no estado do Rio, disputando uma eleição apenas para dar palanque a José Serra, e hoje o ex-guerrilheiro assina uma coluna udenista no Estadão.

Eu estive no protesto de Brasília. Observei os jovens segurando cartazes artesanais, individuais, com todo o tipo de platitude, como: “tanta coisa pra protestar que não cabe num cartaz”.

No dia seguinte, olhando a capa do Correio Braziliense, todavia, algo me chamou a atenção. A presença de uma faixa gigantesca. Tão grande que os próprios manifestantes deviam ter dificuldade de assimilar o conteúdo. Só dava para ser lida do alto do helicóptero da Rede Globo. A frase dizia: Prisão já para os Mensaleiros.

Num movimento não organizado por partidos, sindicatos ou movimentos sociais, a característica principal dos cartazes era a sua simplicidade. Aquela faixa era coisa de profissional. Deve ter custado uma fortuna, muito longe da realidade dos jovens manifestantes, apesar da minha impressão, ao observar seus rostos, que nenhum deles jamais perdeu uma noite de sono por causa de uma dívida. No Rio, também logo se viram faixas descomunais pedindo prisão de mensaleiros. A oposição, como se vê, pensou bem rápido e faturou em cima das manifestações.

As madames organizadas que fracassaram em levar adiante seus protestos contra “tudo o que está aí” assistiram, emocionadas, seus filhos assumindo seu lugar.

As pesquisas apontam que os protestos vistos nos últimos dias foram protagonizados principalmente por jovens universitários de classe média, que logo se viram acompanhados por elementos do chamado “lúmpem”, ou seja, camadas desorganizadas dos estratos mais pobres. Os elementos radicais de ambos os grupos praticaram um assombroso vandalismo, fazendo com que os protestos fossem os mais violentos de que se tem notícia em nossa história recente.

A insistência da mídia em falar que apenas “uma pequena minoria” praticou vandalismo tornou-se ridícula. Se os dez mil manifestantes de Brasília se pusessem a depredar o Itamaraty, aí não era manifestação, nem sequer vandalismo, e sim um ato de guerra civil antinacional, e eu mesmo iria à capital lutar em defesa do meu país, distribuindo uns tabefes nos irresponsáveis.

Congresso e Executivo tentam dar uma resposta política às manifestações, porque é tradição nacional procurar uma saída pacífica e conciliadora. Mas não podemos nos cegar para a emergência de um perigoso neofascismo playboy. No Rio, já vimos isso durante a candidatura de Marcelo Freixo, com o surgimento de uma legião de jovens absolutamente sectários, com a mesma visão messiânica, voluntarista e impaciente da política.

Mas a coisa é pior. Freixo ao menos tinha um programa, e pertencia a um partido. As manifestações de hoje não têm agenda, não têm foco, apenas um sentimento em comum: a impaciência, que na verdade reflete o voluntarismo arrogante de uma classe, historicamente favorável a soluções de força. “Queremos mudanças já! Agora! Não temos paciência para o jogo democrático! Não temos paciência para esperar as eleições do ano que vem e eleger novos deputados estaduais, novos governadores e um novo presidente!”

O rechaço à representatividade política, por sua vez, tão edulcorado pelos pós-modernos, é na verdade um rechaço à democracia. Porque a democracia não é um governo dos melhores e sim da maioria. O representante político não chega lá por concurso público. Não é o mais ético. Ele ganha uma eleição porque soube articular melhor, se organizar junto a um grupo, arrumar dinheiro para campanha. Os jovens voluntaristas não aceitam que seus representantes políticos sejam eleitos pela massa ignara, que não sabe diferenciar corruptos de não-corruptos, que vota em evangélicos, em fisiológicos, em petistas. Querem ganhar no grito.

As madames, revoltadas com o súbito aumento no custo das empregadas domésticas, indignadas com a invasão de pobres nos aeroportos, devem ter cortado a mesada dos filhos, que saíram às ruas em protesto contra essa situação. O passe livre significa que a patroa não precisará mais pagar a passagem de sua empregada doméstica. A legislação brasileira obriga o empregador a pagar o transporte do funcionário. Seu passe já é livre. Pessoas com mais de 60 anos não pagam passagem. Estudantes pagam meia em muitas cidades. E o autônomo tem se beneficiado, por sua vez, de uma forte disparada no preço dos serviços que presta. Os vinte centavos a mais na passagem, conforme os próprios manifestantes admitiram, nunca foram o cerne dos protestos.

A questão da mobilidade urbana deve ser monitorada de perto pelos cidadãos. Se os protestos fossem, especificamente, para melhorar a qualidade do transporte público, maravilha. Mas botar 300 mil pessoas na rua, sem agenda, protestando por protestar, é algo sinistro. Um alemão com quem conversei longamente em Brasília, falou assim mesmo: “It’s scaring”. É assustador. Eles – alemães – já viram esse filme antes e não guardam boas lembranças.

É a revolução dos “coxinhas” ou “almofadinhas”, apoiados por neohippies de butique, desmiolados, indignados úteis, adolescentes ingênuos, e toda espécie de malucos e idiotas políticos, que agora ganharam a companhia dos apopléticos dos clubes militares e das madames cansadas do Leblon.


Enquanto isso, Joaquim Barbosa, candidato preferido dos manifestantes, dá longas entrevistas à Globo News, defendendo o voto distrital e a possibilidade do povo “revogar” seu voto através de um “recall”. Detalhe: o voto distrital é o sonho da direita, porque seria a maneira mais rápida de matar o sindicalismo e, por consequência, todos os partidos de esquerda.

A proposta de Dilma Rousseff de fazer um plebiscito popular para decidirmos se devemos ou não eleger uma constituinte, para levar adiante a reforma política, deu o foco que o Brasil precisava. As acusações da oposição partidária de que seria um golpe apenas confirmam a sua inapetência política. A verdadeira oposição, aquela que hoje se encarna no cidadão Joaquim Barbosa, que tem se mostrado muito mais astuto e articulado que um Aécio Neves, apoia o plebiscito, porque entende que ele consiste, na verdade, numa jogada de risco para a presidenta. E uma oportunidade de ouro para a oposição ao PT. Uma Constituinte poderia introduzir, por exemplo, o voto distrital tão sonhado por Joaquim Barbosa.

Mas um plebiscito também significa o aprofundamento da democracia. Vocês, manifestantes, querem promover uma ruptura no ritmo com o qual o Brasil vem mudando? Querem uma bebida mais forte? Tudo bem, vamos perguntar ao povo se ele concorda.

A eleição de uma Constituinte para discutir a reforma política, por sua vez, é um gesto de deferência à rejeição vista nos protestos contra a classe política tradicional. É uma chance dos manifestantes provarem que seus protestos são consequentes e irem às ruas fazerem campanha para seus representantes preferidos. É uma oportunidade e tanto para sonháticos, barbosianos, éticos midiáticos, e independentes de todo o tipo.

Eu nem sei se defendo este plebiscito, essa constituinte, essa reforma política. O que eu sei é que se está oferecendo ao povo a oportunidade de decidir, e uma bandeira branca aos manifestantes. OK, vocês venceram, vamos consultar o povo. Agora deixemos o Brasil trabalhar e funcionar, porque sem estabilidade econômica e política todo mundo sai perdendo, a começar pelo mais pobre.

Os protestos de rua conquistaram algumas vitórias, mas a um preço talvez excessivo: introduzimos o vírus da truculência na política brasileira. É alarmante que tanta gente ache “lindo” ver o povo destruindo pontes, ônibus, monumentos, lojas, restaurantes, rodoviárias, patrimônio público. E tudo pra quê? Por um mundo melhor?


A coisa perdeu todo o sentido porque é chocantemente absurdo ver um jovem socialista marchando ao lado de um defensor da ditadura. De um defensor do aborto ombreando com um que prega o contrário. O nível de esquizofrenia dos protestos, aliado à condescendência da mídia, atingiu um ponto crítico.

Quanto ao governo, a grande lição é o fracasso retumbante de sua política de comunicação, e a derrota na batalha pelo coração da classe média. Acabaram-se as tertúlias no programa da Ana Maria Braga, acabou-se o mito da faxineira da ética, da gestora séria e competente. Dilma se viu obrigada a fazer política. A ir para a TV. A convocar movimentos sociais, governadores e prefeitos. A ouvir as centrais sindicais. Agora não pode mais parar. Dilma tem de achar uma outra Dilma para si, para gerenciar o país, e tem que mergulhar de vez na agenda política. Participar mais do debate, ajudando a aprovar suas reformas no Congresso, a defender seu governo nos meios de comunicação.

No meio da crise, com protestos correndo soltos em todo país, e ninguém sabendo direito onde aquilo ia dar, o blog da Dilma, uma ferramenta extraordinária para apagar incêndios, permaneceu parado. Twitter da Dilma, parado. Facebook da Dilma, idem. Um garoto do subúrbio carioca faz um trabalho melhor de comunicação para a presidenta, com o perfil Dilma Bolada, do que todo o pesado staff da Presidência da República e da SECOM.

A comunicação da presidenta é dominada pelo pensamento publicitário, pela mídia 1.0, onde tudo é pensado em termos de milhões de reais. Qual o custo em atualizar um blog, em escrever uns tuitezinhos por dia? Nenhum. Mas a presidência, sequestrada pela lógica pesada da SECOM, prefere torrar milhões para fazer um novo pronunciamento na TV. Por que não fazer um tweetcam semanal com jovens e internautas? Porque não inovar na comunicação, interagir diretamente com a população, sem intermediação de Globo, Veja, Folha, Estadão? Cristina Kirchner, Obama, Chávez, todo mundo tá fazendo (ou fez) isso, prezada Helena Chagas!

Há um lado positivo em tudo isso, que é a aceleração da História. Assim como uma manifestação pode começar pela esquerda e terminar pela direita, como é o que aconteceu, ela pode tender à esquerda novamente. Mesmo uma guinada à esquerda, porém, só seria positiva se viesse no bojo de um forte apoio do povo e dos estratos mais progressistas da classe média. Um neochavismo sem base popular, sem comunicação, turbulento, isolacionista e mal ajambrado, apenas abriria espaço para uma vitória conservadora em 2014.

Por isso é tão necessário desenvolver uma estratégia de comunicação mais agressiva, mais jovem e mais dinâmica. O povo quer falar contigo, Dilma. Não apenas através de um plebiscito onde diremos sim ou não. Não através da GloboNews. Quer falar contigo diretamente, olho no olho. Mas não pela TV, que tem um lado só. Tem que ser pela internet, onde podemos interagir. Talvez aí, nesse diálogo direto, veremos emergir uma surpreendente criatividade.


O Cafezinho

Destaques do ABC!

*

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Ensinamentos de um verdadeiro revolucionário


O JOIO E O TRIGO



"Desconfie do mais trivial, na aparência, singelo. E examine, sobretudo, o que parece habitual. Suplico expressamente: não aceite o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar. 

Há homens que lutam um dia, e são bons; há homens que lutam por um ano, e são melhores; há homens que lutam por vários anos, e são muito bons; há outros que lutam durante toda a vida, esses são imprescindíveis."





"Nada deve parecer impossível de mudar"

Camila Nogueira 


Bertolt Brecht é nosso convidado em mais uma etapa da série Conversas com Escritores Mortos.

“Muitos juízes são absolutamente incorruptíveis; ninguém consegue 
obrigá-los a fazer justiça.”

Bertolt Brecht foi um poeta, dramaturgo e diretor de teatro alemão, conhecido principalmente pela Ópera dos Três Vinténs. A obra foi adaptada para o cinema três vezes. A música “Mack the Knife”, vinda do musical, é um clássico do jazz, e foi gravada por artistas como Frank Sinatra, Louis Armstrong, Bobby Darin, Ella Fitzgerald, Robbie Williams e Michael Buble. Brecht, um socialista fervoroso, é nosso convidado para mais uma “Conversa com Escritores Mortos”.

Herr Brecht, o senhor foi um entusiasta das ideias marxistas e sempre se manteve muito ligado com a política, não é mesmo?

Eu sempre fui politizado, pois acredito que apenas quando somos instruídos pela realidade podemos mudá-la. Devo acrescentar que, para mim, o pior analfabeto é o analfabeto político.

Mesmo? Por quê?

Ele não ouve, não fala, nem participa de eventos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe e da farinha, do aluguel, dos sapatos e da medicina, tudo depende de decisões políticas. O analfabeto político é tão estúpido que é com orgulho que afirma odiar política. O imbecil não imagina que é da ignorância política que nascem as prostitutas, as crianças abandonadas, os piores ladrões de todos, os péssimos políticos, corruptos e lacaios de empresas nacionais e multinacionais.

Quando o ouço falar de prostitutas e ladrões, não posso deixar de me lembrar de sua vasta obra teatral. Sua colaboração musical mais famosa foi Die Dreigroschenoper, a Ópera dos Três Vinténs, uma adaptação da Ópera dos Mendigos de John Gay. Na Ópera dos Três Vinténs, temos como protagonista Macheath, ou Mack the Knife, um anti herói com códigos morais bem questionáveis. Não quero ser indiscreta, mas gostaria de saber se o senhor simpatiza com seu personagem.


Mack, como você disse, é um anti herói. É um personagem complexo e levemente sádico, além de ser um assassino. Mas, se você quer saber a verdade, parafraseio meu próprio personagem, o célebre Macheath: “Não sei o que é pior: Roubar um banco ou fundá-lo.”

Essa é uma verdade incontestável.


Talvez sim, talvez não. Tenho para mim que a única verdade realmente incontestável e imutável é que a vida é uma vadia e então você morre.

Uma verdade levemente pessimista.

Mas, ainda assim, verdade! A maior parte das pessoas teme a morte, e eu lhes diria uma única coisa: temam menos a morte do que a vida insuficiente.

Na Ópera dos Três Vinténs o senhor passou, muito habilmente, uma mensagem de apelo social e de crítica contra o capitalismo, ambos mesclados com uma comédia muito divertida. Mas o que você realmente quis dizer com a história de Mack the Knife?


Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama de violentas as margens que o comprimem.

Que margens são essas?


Posso destacar uma: a justiça. A justiça é simples e solenemente feita para a exploração daqueles que não a compreendem ou daqueles que, presos em uma situação miserável, são impedidos de obedecê-la.

Entendo.

E os tribunais são lamentáveis – verdadeiras piadas! Muitos juízes são absolutamente incorruptíveis; ninguém consegue obrigá-los a fazer justiça.

E qual atitude o senhor considera que deve ser tomada para acabar com a desigualdade social?


Alimentar os pobres. Para quem está em uma boa posição social, falar de comida é coisa baixa. É compreensível: eles já comeram.


Hmmm…


Esses senhores pensam que têm a missão de purificar os pobres dos sete pecados. Mas antes deveriam alimentá-los, e então começar a pregação – caso contrário, que proclamem sua bela filosofia, mas esperem pelo pior. Todos aqueles que se limitam a rezar deveriam perceber, de uma vez por todas, que o mundo continua girando. Não importa o quanto tentem disfarçar ou quais são as mentiras que contam, primeiro vem a comida e depois a moral.

Herr Brecht: alguma declaração final?


Desconfie do mais trivial, na aparência, singelo. E examine, sobretudo, o que parece habitual. Suplico expressamente: não aceite o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar. Há homens que lutam um dia, e são bons; há homens que lutam por um ano, e são melhores; há homens que lutam por vários anos, e são muito bons; há outros que lutam durante toda a vida, esses são imprescindíveis.

Diário do Centro do Mundo

*

domingo, 30 de junho de 2013

Carta para a Companheira Dilma


  1. O PODER EMANA DO POVO









    CARTA PARA A COMPANHEIRA DILMA QUE JAMAIS FUGIU A LUTA! 


    Rio de Janeiro, 21/06/2013


    Querida companheira Dilma, 

    sabemos o imenso amor que você tem pela sua pátria, pelo seu povo e, assim, como deve estar sendo difícil este momento, onde o cheiro de enxofre começa a aparecer no ar, com as forças retrógradas oportunistas tentando manipular as manifestações legítimas, na tentativa de golpe. 

    Retome o comando companheira! Você sabe o rumo! Volte às lembranças do seu tempo de juventude e reveja aquela jovem guerreira e valente, que em nenhum momento vacilou em entregar a própria vida na defesa da sua Pátria. Busque o vigor revolucionário que existe em você e resista novamente, pois o seu povo mais uma vez clama e necessita da sua atuação! Reveja tudo e, se necessário, reforme os ministérios, derrote o grande lobby parasitário que tenta te impedir de avançar e liberte-se do capital que tenta te fazer de refém. 

    Sabemos que o nosso projeto é muito mais forte que todas estas barreiras, pois ele é verdadeiro, ele é o nosso povo, ele é a nossa essência, a razão que nos faz amanhecer todos os dias e ter garra para continuar lutando. 

    Companheira Dilma: se possível controle um pouco o seu temperamento, pois sei que as explosões que às vezes tem, e são mal interpretadas, são na ânsia de avançar, pois a fome, a libertação de um povo requer pressa, mas temos que ter a paciência histórica com muitos companheiros. 

    Saiba que temos muito respeito pela sua história e orgulho de você ser uma Filha do Brasil, que Jamais Fugiu à Luta! 

    Os companheiros da Rocinha te mandam um grande abraço representando os milhões de brasileiros que gostariam de te abraçar neste momento, te fazer um carinho e dizer que você não está sozinha. 

    Avance companheira, retorne ao seu DNA, venha para mais perto de nós para sempre se revigorar e nunca perder o rumo. 

    Vencer ou Vencer! 

    Abraço fraterno.

    Niura Maria Antunes - Militante Social em Comunidades do RJ 

    PS: A companheirada tem reclamado muito da Gleisi; veja o que está acontecendo.


    Niura/RJ 30.06.2013 às 21:38


    *

Às ruas, pra porta da Rede Globo !!!


DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO


Rebeldes com causa: Vamos acabar com esta patifaria chamada Mídia Golpista, Latifúndio Midiático, Máfia Televisiva.

Quarta-feira, dia 3 de julho, 17 horas, na porta da Rede Globo, Jardim Botânico, Rio de Janeiro.

E por que não, organizadores, protestos também na Globo São Paulo, Brooklin, Ponte Estaiada? E nas globos do Brasil todo?

Programação

R. Von Martius, 22 - Jardim Botânico - RJ

17:00 - Protocolaremos na Globo o documento da Receita Federal que comprova a sonegação da Globo.

17:30 - Início da Assembleia Temática "Democratização da Mídia"

Durante a assembleia recolheremos assinaturas do abaixo-assinado da Lei da Mídia Democrática.

Organização:
Cidadania Sim! Pig Nunca mais.
Barão de Itararé






Às ruas, contra a Máfia Televisiva


TODO PODER EMANA DO POVO



Manifestantes, ativistas, "rebeldes com causa", cidadãs e cidadãos manipulados e desinformados do Brasil todo: às ruas, contra a Mídia Golpista, o Oligopólio Midiático, a Máfia Televisiva!


Dia 3 de julho, quarta-feira: protestos contra a Rede Globo!

"A Verdade é Dura. A Rede Globo Apoiou a Ditadura !!!"




Bomba! O mensalão da Globo!


Miguel do Rosário

O Cafezinho acaba de ter acesso a uma investigação da Receita Federal sobre uma sonegação milionária da Rede Globo. Trata-se de um processo concluído em 2006, que resultou num auto de infração assinado pela Delegacia da Receita Federal referente à sonegação de R$ 183,14 milhões, em valores não atualizados. Somando juros e multa, já definidos pelo fisco, o valor que a Globo devia ao contribuinte brasileiro em 2006 sobe a R$ 615 milhões. Alguém calcule o quanto isso dá hoje.

A fraude da Globo se deu durante o governo Fernando Henrique Cardoso, numa operação tipicamente tucana, com uso de paraíso fiscal. A emissora disfarçou a compra dos direitos de transmissão dos jogos da Copa do Mundo de 2002 como investimentos em participação societária no exterior. O réu do processo é o cidadão José Roberto Marinho, CPF número 374.224.487-68, proprietário da empresa acusada de sonegação.

Esconder dólares na cueca é coisa de petista aloprado. Se não há provas para o mensalão petista, ou antes, se há provas que o dinheiro da Visanet foi licitamente usado em publicidade, o mensalão da Globo é generoso em documentos que provam sua existência. Mais especificamente, 12 documentos, todos mostrados ao fim do post. Uso o termo mensalão porque a Globo também cultiva seu lobby no congresso. Também usa dinheiro e influência para aprovar ou bloquear leis. O processo correu até o momento em segredo de justiça, já que, no Brasil, apenas documentos relativos a petistas são alvo de vazamento. Tudo que se relaciona à Globo, à Dantas, ao PSDB, permanece quase sempre sob sete chaves. Mesmo quando vem à tona, a operação para abafar as investigações sempre é bem sucedida. Vide a inércia da Procuradoria em investigar a privataria tucana, e do STF em levar adiante o julgamento do mensalão “mineiro”.

Pedimos encarecidamente ao Ministério Público, mais que nunca empoderado pelas manifestações de rua, que investigue a sonegação da Globo, exija o ressarcimento dos cofres públicos e peça a condenação dos responsáveis.

O sindicato nacional dos auditores fiscais estima que a sonegação no Brasil totaliza mais de R$ 400 bilhões. Deste total, as organizações Globo respondem por um percentual significativo.

A informação reforça a ideia de que o plebiscito que governo e congresso enviarão ao povo deve incluir a democratização da mídia. O Brasil não pode continuar refém de um monopólio que não contente em lesar o povo sonegando e manipulando informações, também o rouba na forma de crimes contra o fisco.

Pdf unificado from megacidadania


Destaques do ABC!

*

sábado, 29 de junho de 2013

Golpe em andamento: Cai aprovação de Dilma


ATIVISMO, SIM. GOLPISMO, NÃO!



Uma semana antes do início dos protestos nas ruas, a aprovação da presidenta Dilma Rousseff alcançava recorde inédito, batendo até os índices de popularidade do ex-presidente Lula.

Tudo o que as elites sinistras, apátridas e violentas, movidas a interesses mesquinhos e inconfessáveis, saudosas da ditadura que pisoteou o Brasil e o Povo Brasileiro, instruídas e insufladas pelo Jornalismo de Esgoto da Mídia Golpista, pretendiam, com esta "Pantomima fantasiada de Primavera Árabe", acaba de acontecer:

Aprovação do governo da presidenta Dilma Rousseff cai 27 pontos, indo de 57 a 30%, segundo o Datafolha. 

Rede Golpe, oposição, conservadores, fascistas e neonazistas, direita raivosa... comemoram.

O Brasil é historicamente alvo da inveja, da ganância, da cobiça dos "abutres". E as elites brasileiras nunca se conformaram com o governo popular e trabalhista, democraticamente eleito, que há 12 anos comanda o País.

Todos atentos e mobilizados, em defesa da Democracia.

Muita água ainda vai correr por debaixo da ponte...

VIVA O POVO BRASILEIRO !!!



Momento mágico da vida política brasileira: ex-guerrilheira, ex-presa política, torturada na ditadura militar: Presidenta da República e Chefe Suprema das Forças Armadas





*

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Eles querem o caos. Nós queremos a Democracia


ATIVISMO, SIM. GOLPISMO, NÃO!



"Não é preciso brincar com fogo para melhorar o país."





O joio, o trigo e a razão

Mauro Santayana


A situação criada com as numerosas manifestações, no Brasil, nas últimas semanas, não se resolverá com a reunião realizada ontem em Brasília, da presidente Dilma Rousseff, com governadores e prefeitos de todo o país — embora o encontro seja um importante passo para atender às reivindicações dos que foram às ruas.

Seria fácil enfrentar a questão se as pessoas que vêm bloqueando avenidas e rodovias — levantando cartazes com todo o tipo de queixas — fossem apenas multidão bem intencionada de brasileiros, lutando por um país melhor.

A Polícia Civil de Minas Gerais já descobriu que bandidos mascarados, provavelmente pagos, recrutados em outros estados, têm percorrido o país no rastro dos jogos da Copa das Confederações, provocando as forças de segurança a fim de estabelecer o caos.

Mensagens oriundas de outros países, em inglês, já foram identificadas na internet, como parte da estratégia que deu origem às manifestações. 


É preciso separar o joio do trigo.
Além do Movimento Passe Livre, com sua postulação clara e legítima, há cidadãos que ocupam as ruas, com suas famílias, para manifestar repúdio à PEC-37, que limita o poder do Ministério Público, ou para exigir melhoria na saúde e na educação.

E há outros que pedem a cabeça dos “políticos”, como se eles não tivessem sido legitimamente eleitos pelo voto dos brasileiros. Esses pregam a queda das instituições, atacam a polícia e depredam prédios públicos, provavelmente com o intuito de gerar material para os correspondentes e agências internacionais, e ajudar a desconstruir a imagem do país no exterior.


O aumento brusco do dólar, a queda nos investimentos internacionais, a diminuição do fluxo de turistas em eventos que estamos sediando, como a visita do papa, a Copa e as Olimpíadas, não prejudicarão só o governo federal, mas também as oposições, que governam alguns dos maiores estados e cidades do país, e dependem da economia para bem concluir os seus mandatos.

Os radicais antidemocráticos se infiltram, às centenas, no meio das manifestações e nas redes sociais, para pregar o ódio irrestrito à atividade política, aos partidos e aos homens públicos, e a queda das instituições republicanas. Eles não fazem distinção, posto que movidos pela estupidez, pelo ódio e pela ignorância, entre situação e oposição, entre esse ou aquele líder ou partido.


Eles apostam no caos que desejam. Querem ver o circo pegar fogo para, depois, se refestelarem com as cinzas. Não têm a menor preocupação com o futuro da nação ou com o destino das pessoas a quem incitam à violência agora. Agem como os grupos de assalto nazistas, ou os fascistas italianos, que atacavam a polícia e os partidos democráticos nas manifestações, para depois imporem a ordem dos massacres, da tortura, dos campos de extermínio, dos assassinatos políticos, como o de Matteotti.


Acreditar que o que está ocorrendo hoje pode beneficiar a um ou ao outro lado do espectro político é ingenuidade. No meio do caminho, como mostra a História, pode surgir um aventureiro qualquer. Conhecemos outros “salvadores da pátria” que atacavam os “políticos”, e trouxeram a corrupção, o sangue, o luto, a miséria e o retrocesso ao mundo.

O encontro entre a chefe de Estado, membros de seu governo e os governadores dos estados é o primeiro passo em busca de um pacto de união nacional em defesa do regime democrático, republicano e federativo. A presidente propôs consultar a população e a convocação de nova Assembleia Constituinte a fim de discutir, a fundo, a reforma política, que poderá, conforme as circunstâncias, alterar as estruturas do Estado, sem prejudicar a sua natureza democrática.

É, assim, um entendimento que extrapola a mera questão administrativa — de resposta às reivindicações dos cidadãos honestos que marcham pelas ruas — para atingir o cerne da questão, que é política. Há outras formas de ação da cidadania a fim de manifestar suas ideias e obter as mudanças. A proposta popular de emenda constitucional é bela, como no caso da Ficha Limpa. Cem mil pessoas que participam de uma manifestação podem levantar 500 mil assinaturas em uma semana a fim de levar ao Congresso uma sugestão legislativa.

Não é preciso brincar com fogo para melhorar o país.


JB Online

Destaques do ABC!

*