O OVO DA SERPENTE
Depois de toda a lambança no Supremo Tribunal Federal ao longo do julgamento da Ação Penal 470 ("mensalão"), culminando com este abominável espetáculo das prisões ilegais em pleno feriado de comemoração da República, articulado, por óbvio, com a mídia golpista, defendemos que o Senado, a quem cabe constitucionalmente processar ministros do STF, promova o impeachment do ministro Joaquim Barbosa, que se comporta como déspota, ditador, confrontando os demais poderes, criando caos na sociedade, insultando o Povo Brasileiro e fomentando instabilidade institucional.
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...
BATOCHIO: "DEMOCRACIA ESTÁ AMEAÇADA NO BRASIL"
Um dos maiores criminalistas do País, o advogado José Roberto Batochio se diz estarrecido com a postura de alguns meios de comunicação diante da Ação Penal 470; "esse clima de linchamento faz com que o Brasil caminhe a passos largos para o autoritarismo", diz ele; Batochio afirma ainda que a colocação dos presos em situação análoga à do regime fechado foi uma "rematada ilegalidade"; sobre o erro, ele diz que o vértice do sistema judiciário brasileiro não é o presidente do Supremo Tribunal Federal, "que pode muito, mas não pode tudo", mas sim o seu colegiado, que tem o dever de corrigir exageros
247 - O criminalista José Roberto Batochio, que figura entre os maiores advogados do País e já presidiu a seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil, tem uma visão sobre o desfecho da Ação Penal 470 que extrapola as condenações dos réus e eventuais equívocos cometidos no ato mais recente, que foi a prisão decretada no feriado da República. Segundo ele, a se manter o mesmo clima de linchamento moral e de pressão de setores da mídia sobre a opinião pública, a própria democracia brasileira estará em risco. "Do jeito que está, o Brasil marchará a passos largos para o autoritarismo", adverte Batochio.
Batochio lembra uma frase latina para exemplificar seu ponto de vista: "fiat justitia, pereat mundus". Ou seja, faça-se Justiça, ainda que o mundo desabe. Na sua visão, tomar decisões para que elas tenham caráter simbólico – como se prisões num dia 15 de novembro pudessem simbolizar a fundação de uma nova república – em nada contribui para o fortalecimento da democracia. Ao contrário. "Não havia a menor razão para o açodamento e a própria realidade demonstrou isso, uma vez que praticamente todos os réus, inclusive aqueles com maior capacidade econômica, se entregaram". Henrique Pizzolato, na sua visão, é a exceção que confirma a regra.
Sobre a transferência dos presos para Brasília e a colocação dos condenados ao regime semiaberto em regime fechado, ele não poupa palavras. "Foi uma rematada ilegalidade, uma indignidade", avisa. Mas o que fazer se a decisão partiu do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa? "O vértice do Poder Judiciário no Brasil não é o presidente da suprema corte, mas a suprema corte em si, ou seja, seu próprio colegiado", afirma. "Um presidente do STF pode muito, mas não pode tudo".
Batochio faz um alerta aos meios de comunicação, que, a seu ver, poderão ser as próximas vítimas do processo de "envenenamento da opinião pública" em curso no Brasil. "Dissemina-se a imagem de que todos os políticos não prestam. O que será que eles querem? Os militares?", questiona. "Nós todos sofremos muito para chegar até aqui e para assegurar direitos básicos a todos os indivíduos. Há aqueles que se realizam no sofrimento humano, nos revezes do próximo e que até encontram nisso motivo de felicidade interior. Mas esse sentimento de vingança nada tem a ver com Justiça".
Batochio adverte ainda que o ovo da serpente está colocado e afirma que os jornalistas e os meios de comunicação poderão ser as próximas vítimas dessa onda que se forma na sociedade brasileira. "Quando todos forem engolidos, os próximos serão justamente aqueles que não poderão mais denunciar o novo poder. Será que não leram os filósofos, os clássicos? A democracia é imperfeita, mas ainda não inventaram um sistema político melhor", diz Batochio, que já foi parlamentar, eleito pelo PDT, de Leonel Brizola.
Ex-político e hoje criminalista respeitado, Batochio faz um alerta aos juízes e à sociedade. "Justiça é sinônimo de serenidade, de sobranceria e de cautela", afirma. "Máxime quando estamos a tratar da liberdade".
Brasil 247
Destaques do ABC!
247 - O criminalista José Roberto Batochio, que figura entre os maiores advogados do País e já presidiu a seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil, tem uma visão sobre o desfecho da Ação Penal 470 que extrapola as condenações dos réus e eventuais equívocos cometidos no ato mais recente, que foi a prisão decretada no feriado da República. Segundo ele, a se manter o mesmo clima de linchamento moral e de pressão de setores da mídia sobre a opinião pública, a própria democracia brasileira estará em risco. "Do jeito que está, o Brasil marchará a passos largos para o autoritarismo", adverte Batochio.
Batochio lembra uma frase latina para exemplificar seu ponto de vista: "fiat justitia, pereat mundus". Ou seja, faça-se Justiça, ainda que o mundo desabe. Na sua visão, tomar decisões para que elas tenham caráter simbólico – como se prisões num dia 15 de novembro pudessem simbolizar a fundação de uma nova república – em nada contribui para o fortalecimento da democracia. Ao contrário. "Não havia a menor razão para o açodamento e a própria realidade demonstrou isso, uma vez que praticamente todos os réus, inclusive aqueles com maior capacidade econômica, se entregaram". Henrique Pizzolato, na sua visão, é a exceção que confirma a regra.
Sobre a transferência dos presos para Brasília e a colocação dos condenados ao regime semiaberto em regime fechado, ele não poupa palavras. "Foi uma rematada ilegalidade, uma indignidade", avisa. Mas o que fazer se a decisão partiu do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa? "O vértice do Poder Judiciário no Brasil não é o presidente da suprema corte, mas a suprema corte em si, ou seja, seu próprio colegiado", afirma. "Um presidente do STF pode muito, mas não pode tudo".
Batochio faz um alerta aos meios de comunicação, que, a seu ver, poderão ser as próximas vítimas do processo de "envenenamento da opinião pública" em curso no Brasil. "Dissemina-se a imagem de que todos os políticos não prestam. O que será que eles querem? Os militares?", questiona. "Nós todos sofremos muito para chegar até aqui e para assegurar direitos básicos a todos os indivíduos. Há aqueles que se realizam no sofrimento humano, nos revezes do próximo e que até encontram nisso motivo de felicidade interior. Mas esse sentimento de vingança nada tem a ver com Justiça".
Batochio adverte ainda que o ovo da serpente está colocado e afirma que os jornalistas e os meios de comunicação poderão ser as próximas vítimas dessa onda que se forma na sociedade brasileira. "Quando todos forem engolidos, os próximos serão justamente aqueles que não poderão mais denunciar o novo poder. Será que não leram os filósofos, os clássicos? A democracia é imperfeita, mas ainda não inventaram um sistema político melhor", diz Batochio, que já foi parlamentar, eleito pelo PDT, de Leonel Brizola.
Ex-político e hoje criminalista respeitado, Batochio faz um alerta aos juízes e à sociedade. "Justiça é sinônimo de serenidade, de sobranceria e de cautela", afirma. "Máxime quando estamos a tratar da liberdade".
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