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domingo, 27 de outubro de 2013

Luísa Mell solta o verbo contra o Instituto Royal



VIOLÊNCIA CONTRA ANIMAIS



Por que autoridades governamentais defendem tanto o Instituto Royal?

Por que a grande imprensa insiste em criticar os ativistas que resgataram os beagles?

Por que o Instituto Royal, que é oscip, recebe verbas públicas?

Qual o destino dos 5 milhões de reais que saíram dos cofres públicos para o Instituto Royal? Que pesquisas científicas estes recursos financiaram?

O Instituto Royal faz testes em animais para indústrias de cosméticos e produtos de limpeza?

Quem são os clientes do Instituto Royal? Quais empresas, nacionais e internacionais, contratam os serviços do Instituto Royal?

A verdade. Nada além da verdade.

É o que pede a ativista Luísa Mell, "comandante" da invasão ao Instituto Royal, e todos nós, que repudiamos maus-tratos e atrocidades contra animais.





Saiba aqui a verdade! Por que o Instituto Royal é protegido pelo governo e grande parte da imprensa? Por lei, nós temos o direito de saber quem são os clientes do Instituto Royal... mas isso ninguém fala, né?

Amigos, confesso que fico muito emocionada com a quantidade de pessoas que estão me procurando para saberem quais marcas testam e quais não testam. O Brasil inteiro está discutindo o assunto. Tenho enteados de várias idades, e todos relataram que é o assunto nas escolas, no trabalho, nas Universidades!

Acho que uma das maneiras mais importantes de se mudar uma sociedade é sem dúvida nenhuma a discussão. Mas com argumentos sérios e verdadeiros. O que não acontece com o Instituto Royal, com parte da mídia e imprensa e principalmente com os órgãos do Governo responsáveis por tal assunto.

Chegou a ser vergonhosa a declaração do Ministro da Ciência e Tecnologia Marco Antônio Raupp: “Prefiro acreditar nos cientistas… do que ficar acreditando em ativistas. Ativistas têm opinião de todo tipo, mas o momento de se discutir isso (a legislação) já passou.”

Senhor ministro, gostaria de esclarecer ao senhor que não interessa em quem o senhor acredita. O senhor deve apurar os fatos. Já temos centenas de provas de maus tratos e crueldade. Temos provas contundentes que o dinheiro público foi repassado de maneira irregular, para um Instituto que até setembro deste ano só tinha alvará de canil, o Brasil inteiro está discutindo o assunto como relatei acima (em todas as faixas etárias e todas as classes sociais) e o senhor tem a coragem de dizer que a hora de discutir isso já passou ??????


Senhor Ministro Marco Antônio Raupp, ou o senhor vive em uma bolha, ou não sabe o que é democracia. Com todo o respeito, na minha opinião não sabe o que é ter um cargo público. Nem como deve agir alguém que tem o salário pago pelo povo.

Aliás, me parece que todos os envolvidos do governo neste caso, inclusive o Marcelo Marcos Morales, diretor do Consea (Conselho Nacional de Experimentação Animal), não entendem direito como funcionários públicos devem agir. Pois bem, ajudarei.

Vamos lá? O Instituto Royal é uma oscip.

O que é uma OSCIP?

OSCIP é uma organização da sociedade civil de interesse público o que, em outras palavras, é uma ONG que obtém um certificado emitido pelo Ministério da Justiça, comprovando o cumprimento de determinados requisitos estabelecidos na lei e, em contrapartida, pode celebrar com o poder público termos de parceria.

Para obter a qualificação de OSCIP, devem ser observados os seguintes requisitos estatutários:

1) Finalidade não lucrativa e empenho dos excedentes na consecução do objeto social

A lei que trata deste assunto é longa, mas dois artigos apenas já são suficientes para questionarmos o fato do Instituto Royal ser uma Oscip, fato que vocês podem notar não foi questionado, nem pela Rede Globo, nem Revista VEJA, nem todos que dizem fazer um jornalismo sério neste país.

O Instituto Royal tem uma lista de clientes, o que já nos parece estranho pois se são uma oscip, por que tem clientes? Isto ninguém responde, né?

Apesar de todo o escândalo envolvendo o Instituto, até agora não foi divulgada a lista de clientes que contratam os serviços do Instituto Royal. Nós ativistas já tentamos conseguir de todas as maneiras legais.

E isso também é contra a lei da OSCIP !!! Vejam o artigo:

CAPÍTULO III

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 16. É vedada às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público a participação em campanhas de interesse político-partidário ou eleitorais, sob quaisquer meios ou formas.

Art. 17. O Ministério da Justiça permitirá, mediante requerimento dos interessados, livre acesso público a todas as informações pertinentes às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.


Ou seja, por que ainda não foram abertos todos os dados que nós ativistas pedimos se nos é garantido por lei??? Por que nenhum grande jornal noticia a verdade????? Cadê a imprensa séria deste país?

E amigos, isto é só a ponta do iceberg!

Em discurso ontem na Câmara dos Deputados, o deputado Fernando Capez mostrou documentos que comprovam que o Instituto Royal tinha apenas alvará de canil em 2012, mesmo assim recebeu mais de 5 milhões do dinheiro público! Mesmo não tendo alvará para funcionar, nem realizar teste em animais!!!!

O mais estranho é que nenhum grande portal, nenhum jornal deu esta notícia!!

Liguei para um jornalista para questionar tal fato e ele me disse: "Ah, mas já tinham feito o pedido…" Isso é alguma piada? Juristas do meu Brasil se manifestem!

O Marcelo do Consea, órgão público que deveria fazer o controle da experimentação no Brasil, logo saiu em defesa do Royal. Aliás, em nenhum momento falou que iria investigar ou teve o comportamento de um funcionário público! Muito pelo contrário, apareceu em programas de televisão (inclusive o da Fátima Bernardes) como defensor do Instituto ????????????????????????

Outra dúvida que realmente não sai da minha cabeça:

Nossa, estava quase encontrando a cura do câncer? Isto quer dizer que já estava sendo testado em humanos, né? Até porque qualquer leigo no assunto sabe que o cientista só pode afirmar isso depois de ter realizado testes com seres humanos, pois a maioria dos medicamentos agem de formas diferentes em animais e humanos.

Junto com o tipo de câncer, qual medicamento, qual a empresa que contratou este serviço? Também exigimos saber quais pessoas participaram dos testes.

Como o Instituto Royal é uma oscip, temos o direito de saber absolutamente tudo, e devido a repercussão do caso imediatamente.
Bom, pelo visto este caso ainda vai longe. Apesar de toda corrupção no nosso país eu ainda acredito no nosso judiciário!

Minha decepção é com a imprensa!

Olhem o que esta jornalista (?!??) falou em rede nacional:


Sua ignorante e mentirosa! A Comunidade Européia proibiu teste em animais em cosméticos este ano! Assim como Israel e vários outros países.

Infelizmente pessoas como essa têm um microfone na mão para deixar o povo brasileiro cada vez mais ignorante. Assim é mais fácil de ser manipulado!

Vergonha!

Para finalizar, como nenhum órgão da imprensa deu espaço para cientistas que são contrários a Vivissecção, resolvi finalizar com a declaração do George Guimarães:

“Existem, sim, testes alternativos para todos aqueles testes que o Instituto Royal realiza hoje com cães e outros animais. O que há é o interesse econômico na indústria da vivissecção e não falta de tecnologia.”

E agora o relato de uma cientista que testava em animais:

Valquíria Koloss     A ciência por um cientista

Sou cientista e sou contra o uso de animais em experimentos. Por quê? O primeiro motivo é que a ciência que as pessoas olhavam como sinônimo de evolução e inteligência morreu há muito tempo. Hoje a ciência é exata: quem paga mais, leva, ou seja, a empresa pública ou privada que liberar mais recursos para a pesquisa é a empresa que deterá o poder da ciência. Pensa em um leilão “embaixo do pano”, é exatamente assim que funciona. Reparem que disse “deterão o poder da ciência”, porque o poder da patente, que é o que interessa, porque é o que entra no mercado para a população, o produto em si, isso já é uma outra longa história, que inúmeras vezes joga a pesquisa no lixo, porque é uma burocracia tão grande, que muitos nem tentam obter patente.

Quando falamos em cientista, logo lembramos de Einstein, extremamente dedicado em seus estudos, passando dias e noites em um mesmo estudo até conseguir um resultado, também essa imagem não existe mais. Hoje precisa-se de rapidez, porque se você, cientista, não faz, outro vai roubar sua ideia e vai fazer, e aí começa então o 1º round na Luta da Ciência. Além disso, leva “o prêmio” de melhor cientista aquele que tiver mais trabalho publicado e todos querem ser o melhor, porque se você não tiver tantos trabalhos publicados, você não é um bom pesquisador, esse é o 2º round.

E os animais? Eles são uma ferramenta rápida e barata para serem utilizados nos estudos. Porque se alguém indagar que se seu método é garantido, você responde que foi testado em animais. Isso eleva seu trabalho para o topo. Mas o teste em si não é garantia de segurança e eficiência, porque a fisiologia das cobaias é bastante diferente da do ser humano. Se fosse garantia, seria obrigatório e não opcional, como é. Países classificados como desenvolvidos, e para essa classificação é levada em consideração o nível científico do país, não utilizam animais em testes. Qual a lógica do Brasil usar animais em testes e buscar se desenvolver cientificamente, para ser considerado desenvolvido, se não é assim que os países desenvolvidos fazem?

Engraçado que 100% dos cientistas com quem trabalhei tinham animais de estimação em casa, matavam diversas espécies de animais durante o dia e chegavam em casa à noite e amavam seus animais. Nunca entendi a lógica disso. Quem eram esses cientistas na verdade? Um matador ou um amante de animais? Acho que nem eles sabem responder.

Os experimentos passam sim por um Comitê de Bioética para serem aprovados, mas como não há fiscalização, os pesquisadores submetem projetos com metodologia (como irão fazer os experimentos) distinta do que eles realmente irão executar, ou omitindo informações que “ferem a ética” (não sei a qual ética remetem). Quem fiscaliza se matou a cobaia com anestesia ou sem anestesia é você mesmo. E daí começa o 3º round. A gente aprende a ter ética na ciência na teoria, mas, na prática, você não pode perder tempo, porque tempo é dinheiro, é gente fazendo a pesquisa que você está demorando pra fazer, é gente publicando mais trabalho enquanto você ainda está executando o seu. É um verdadeiro hospício interno. E diria mais, a ciência hoje é a verdadeira “massagem de ego”, você tem que ser o melhor , senão não tem vez.

Cientista e ex-matadora de animais.



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