Tradutor

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

SP: Blogueira denuncia crimes ambientais e impunidade


Amo o Nordeste, terra do meu pai, onde já vivi alguns anos. Sou fascinada pelas montanhas mineiras, por Paraty e litoral norte de São Paulo. Adoro ser paulistana. 

E na semana em que a querida cidade de São Paulo completa 459 anos, além de comemoração e homenagens, é preciso também falar de suas mazelas e buscar soluções, como já começou a fazer o prefeito Fernando Haddad, que aniversaria junto com a cidade.

Há exatamente três anos, em 23 de janeiro de 2010, uma cerejeira nativa e centenária foi derrubada na casa vizinha desta Blogueira, a mando da professora Roseli Velucci de Amorim, com o apoio de José Válter dos Santos, os mesmos que hoje esta Blogueira denuncia pelo envenenamento de plantas e árvores em seu quintal semanas atrás, pedindo investigação das instâncias devidas.

O descalabro da derrubada da pobre cerejeira aconteceu com a participação da Subprefeitura da Penha: engenheiro agrônomo, que não sabia a diferença entre "tronco" e "raiz" e classificou a cerejeira (árvore frutífera) como "pau-ferro" (árvore ornamental !!!), e subprefeito (Loschiavo), que não permitiu acesso da Blogueira ao laudo autorizando o corte.

No final de março do ano passado, publiquei post a respeito do "crime da árvore", que reproduzo abaixo.

E finalizo informando a quem possa interessar: 

Árvores são Bem de Interesse Público, propriedade da sociedade, da comunidade. E cabe às autoridades, servidores públicos e a todos nós cidadãos protegê-las, e nunca colaborar para sua destruição.

Destruir árvores por ignorância, vazio existencial, falta do que fazer ou simplesmente para afrontar alguém é CRIME AMBIENTAL, contemplado na Lei Federal n. 9.605/98.


   Pinheiro envenenado há 3 semanas, junto com outras árvores, no quintal da Blogueira


São Paulo: A Blogueira Cidadã e o Crime da Árvore

JORNALISMO CIDADÃO - DENÚNCIA

Paulista e paulistana, esta Blogueira Cidadã sente "orgulho bom" de ter nascido e viver na cidade de São Paulo. Terra de contrastes. Riquíssima em alguns recantos aprazíveis, de primeiro mundo. Miserável em outros tantos lugares, centrais e periféricos.


              Casa da Blogueira. Imagem: Google.

Filha de pai nordestino, das Alagoas, e de mãe paulista, do Vale do Paraíba, a Blogueira nasceu, cresceu e viveu a maior parte de sua vida na chamada "ZL", zona leste de São Paulo, a região mais populosa, mais carente, mais abandonada pelo poder público, mais castigada pela ignorância, incompetência e desamor dos que têm o dever de cuidar da cidade.

São Paulo é belíssima, vibrante, complexa, rica, viva, fascinante. Mas há anos vem se tornando triste, suja, encardida, graças ao desrespeito, ao menoscabo, à ausência quase geral de comprometimento público de seus administradores. O atraso, a tacanhice, o obscurantismo, a arrogância, a prepotência, lastimavelmente, governam São Paulo.

Enchentes, alagamentos, deslizamentos, sucessivos e inexplicáveis incêndios em favelas, lixo, muito lixo, imundícies de toda a espécie. Inclusive a pior delas: a sujeira moral de gestores comprometidos apenas com seus interesses mais mesquinhos.

Aqui, na maior e mais próspera cidade do País, por incrível que possa parecer, acreditem, a necessidade da construção da cidadania se faz a mais radical, a mais premente, urgentíssima! Antes que as Sombras e as Trevas tomem conta de tudo. 

O Brasil inteiro está aqui. O mundo inteiro também. Tudo aqui é grande, gigantesco, exponencial. A corrupção e a criminalidade também. Inclusive e sobretudo a Corrupção e a Criminalidade "engravatadas".

E numa cidade cuja riqueza assanha tantos interesses, inclusive os mais espúrios e inconfessáveis, com tanta legislação moderna, comissão disso e daquilo, ouvidorias mil, o supra-sumo da civilidade... o pobre cidadão e a pobre cidadã são obrigados a "conviver" com a falta de compostura, o despreparo, a desfaçatez, a ignorância, o abuso de poder. De uma casta de "servidores" públicos que se julga acima das leis.


Uma "tragédia" anunciada


Há pouco mais de dois anos, nas vésperas da cidade comemorar mais um aniversário, um fato deplorável ocorreu num dos quintais da região leste de São Paulo, na casa ao lado de onde mora a Blogueira, no bairro de Engenheiro Goulart, Penha, muito próximo do Parque Ecológico do Tietê: uma cerejeira-do-campo (Eugenia involucrata), nativa, centenária, que ainda florescia e frutificava todos os anos, e que vinha sofrendo maus-tratos, foi derrubada, abatida, sem dó nem piedade, com a cumplicidade de agentes públicos e de veículos de comunicação, acionados pela Blogueira. 

É bom que se esclareça: árvore, sobretudo como esta, nativa e centenária, é "Bem de Interesse Público", protegido pela legislação. Pertence à comunidade. Cabe aos administradores públicos respeitar a Lei Orgânica do Município e proteger os bens públicos, que incluem as árvores.

A Blogueira Cidadã, até então apenas leitora de blogs e da mídia em geral, tomou uma série de medidas a propósito. Antes, durante e depois do descalabro. Alertou, avisou, pediu ajuda, gritou, denunciou. Para amigos, conhecidos, estudiosos, particulares, jornalistas e "otoridades" públicas. Inclusive para o então subprefeito da Penha, Cássio Freire Loschiavo e servidores da subprefeitura e da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.

A Blogueira "botou a boca no trombone", abriu a boca cidadã. Só não trepou na árvore porque o muro é alto e havia ameaça de processo por "invasão de domicílio" vinda dos "donos" da árvore. A Blogueira exerceu seus direitos de cidadania, pedindo apoio, explicações, questionando, acionando diversas esferas.

No dia do abate, a Blogueira botou várias viaturas da Polícia Militar na porta da casa, e a policial no comando pediu que interrompessem o corte, pois a Secretaria do Meio Ambiente havia se comprometido a fazer nova vistoria.

A IGNORÂNCIA e AS TREVAS falaram mais alto: apoiados num laudo cheio de erros, assinado por "engenheiro agrônomo" que não sabia distinguir raiz de tronco e que classificava a cerejeira de "pau-ferro", a árvore foi pro chão, derrubada por três ou quatro sorridentes trogloditas.

À Blogueira foi proibido o acesso ao conteúdo do laudo, violando-se também os Princípios Constitucionais da Transparência e da Legalidade que entre outros regem a administração pública.

Curiosamente, logo depois deste lamentável episódio, a Blogueira que vos fala passou a sofrer todo tipo de ameaças, constrangimentos, violência moral, psicológica e institucional, atentados (sequestro? assassinato?) e outras violações de direito. De lá pra cá, nunca mais a Blogueira teve sossego. Nem dentro nem fora de sua casa. A Blogueira virou persona non grata na Subprefeitura da Penha.

A seguir, algumas imagens da violência feroz e gratuita, sofrida pela pobre árvore.


A cerejeira, 1 semana antes do crime

Começa o descalabro...
                                                                         


                                                                                    




Não há mais copa...



 Crime consumado




Nenhum comentário:

Postar um comentário