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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Eleições: a direita raivosa e o "apagão midiático"


MÍDIA DIREITISTA E ELEIÇÕES 2014



"Embora seja uma característica recorrente, no Brasil, a mídia tradicional comportar-se como partido de oposição, nos últimos anos ela parece seguir uma nova estratégia.

Os barões das grandes corporações midiáticas brasileiras, com a ajuda de seus ideólogos, perceberam que, para haver uma oposição de direita forte, é preciso formar uma ampla opinião pública direitista. (...)


Embora essa imprensa ainda seja, normalmente, a dona da informação, seu impacto é cada vez menos medido pela audiência do próprio meio - que anda em declínio em praticamente todos os veículos tradicionais - e mais pela sua capacidade de propagação pela internet - blogs, redes sociais e canais de vídeo, principalmente pelo Youtube. E a versão que se propaga da notícia acaba sendo tão ou mais importante do que a notícia em si."





Por que a direita anda mais raivosa do que nunca?


Os barões das grandes corporações midiáticas perceberam que, para haver uma oposição de direita forte, é preciso uma ampla opinião pública direitista.

Antonio Lassance *


Faz tempo que as campanhas eleitorais são espetáculos dantescos, movidos por baixarias sem limites. Enquanto o Tribunal Superior Eleitoral fica muitas vezes cuidando da perfumaria, os dinossauros reinam.

Mas há algo de novo nesta campanha.

A começar do fato de que boa parte da perversidade de campanha seguia, antes, o seguinte roteiro: denúncias na imprensa, primeiro em jornais e revistas, que depois se propagavam na tevê e no rádio e, finalmente, ganhavam a rua pela ação dos cabos eleitorais.

Agora, o roteiro é: denúncias pela imprensa, mas divulgadas primeiro via internet; propagação pelas redes sociais; repetição pela tevê e pelo rádio e, por último, sua consolidação pelo colunismo e editorialismo da imprensa tradicional.

Embora essa imprensa ainda seja, normalmente, a dona da informação, seu impacto é cada vez menos medido pela audiência do próprio meio - que anda em declínio em praticamente todos os veículos tradicionais - e mais pela sua capacidade de propagação pela internet - blogs, redes sociais e canais de vídeo, principalmente pelo Youtube. E a versão que se propaga da notícia acaba sendo tão ou mais importante do que a notícia em si.

Antes, as pesquisas de opinião calibravam os rumos das campanhas. Nesta eleição, a internet é quem tende a ditar o ritmo. As pesquisas vão servir para aferir, tardiamente, o impacto de alguns assuntos que ganharam peso na guerrilha virtual.

Antes, o trabalho de amaldiçoar pra valer os adversários políticos era feito pelos cabos eleitorais que batiam de porta em porta. Agora, os cabos eleitorais que caçam votos perambulam pelos portais de internet, pelos canais de vídeo e entram nos endereços dos eleitores pelas redes sociais.

Uma outra diferença, talvez tão decisiva quanto essa, é que a direita resolveu aparecer. Antes, o discurso da direita era de que não existia mais esse negócio de "direita x esquerda".

A direita, finalmente, saiu do armário e anda mais raivosa do que nunca. Em parte, a raiva vem do medo de que, talvez, ela tenha perdido o jeito de ganhar eleições e de influenciar os partidos.

Por outro lado, a direita imagina que a atual campanha petista está mais vulnerável que em outras épocas. A raiva é explicada, nesse aspecto, pelo espírito de "é agora ou nunca".

Os bombardeios midiáticos raivosos têm assumido feições mais pronunciadamente ideológicas.

Ao contrário de outras eleições, os ataques têm não só mentiras, xingamentos e destemperos verbais de todos os tipos. Têm uma cara de pensamento de direita.

Querem não apenas desbancar adversários. Querem demarcar um campo.

Não é só raiva contra um partido. É ódio de classe contra tudo e contra todos os que se beneficiam (e nem tanto quanto deveriam) de algumas das políticas governamentais.

É ódio contra sindicatos de trabalhadores, organizações comunitárias, movimentos de excluídos (Sem Terra, Sem Teto), grupos em defesa de minorias e de direitos humanos que priorizam a crítica a privilégios sociais e aos desníveis socioeconômicos mais profundos.

A mídia direitista tem desempenhado um papel central. Sua principal missão é orientar os ataques para que eles tenham consequência política e ideológica no seio da sociedade brasileira.

Como sempre, a mídia é diretamente responsável por articular atores dispersos e colocá-los em evidência, conforme uma pauta predeterminada.

Embora seja uma característica recorrente, no Brasil, a mídia tradicional comportar-se como partido de oposição, nos últimos anos ela parece seguir uma nova estratégia.

Os barões das grandes corporações midiáticas brasileiras, com a ajuda de seus ideólogos, perceberam que, para haver uma oposição de direita forte, é preciso formar uma ampla opinião pública direitista.

Antes mesmo de cobrar que os partidos se comportem e assumam o viés de direita, é preciso haver uma base social que os obrigue a agir enquanto tal.

A mídia tradicional entendeu que os partidos oposicionistas são erráticos em seus programas e na sua linha política não por falta de conservadorismo de suas principais lideranças, mas pela ausência de apelo social em sua pregação.


Em função disso, coisas como o Instituto Millenium se tornaram de grande importância. O Millenium tem, entre seus mantenedores e parceiros, a Abert (controlada pelas Organizações Globo) e os grupos Abril, RBS e Estadão. O instituto é também sustentado por outras grandes empresas, como a Gerdau, a Suzano e o Bank of America.

O Millenium tenta fazer o amálgama entre mídia, partidos e especialistas conservadores para gerar um programa direitista consistente, politicamente atraente e socialmente aderente.

O colunismo midiático, em todas as suas frentes, é outro espaço feito sob medida para juntar jornalistas, especialistas e lideranças partidárias dedicadas a reforçar alguns interesses contrariados por algumas políticas públicas criadas nos últimos 12 anos.

A estratégia midiática de reinvenção da direita brasileira representa, no fundo, uma tentativa desesperada e consciente dessa mesma mídia de reposicionar-se nas relações de poder, diante da ameaça de novos canais de comunicação e de novos atores que ganharam grande repercussão na opinião pública.

Com seu declínio econômico e o fim da aura de fonte primordial da informação, o veneno em seus anéis tornou-se talvez seu último trunfo no jogo político.


* Antonio Lassance é cientista político.

Carta Maior

Destaques do ABC!

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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

2014: o ano do tudo ou nada para a direita


GOLPE EM ANDAMENTO



" (...) para os setores mais conservadores do país, a meta desse ano que se inicia é que tudo dê errado no Brasil.

Eles querem que a economia vá de mal a pior; que as taxas de emprego caiam; que a audiência dos grande grupos de mídia aumente – já que está em queda há algum tempo; que a Copa do Mundo seja um fiasco, dentro e fora de campo (por que não?); que as manifestações de junho de 2013 voltem a ocorrer, de preferência com foco real em Dilma para facilitar – na cabeça deles – o trabalho em outubro, mês das eleições.

Mas esse é o ponto central: derrotar Dilma nas eleições. Não importa a que custo."

 

Os desejos da direita para 2014

CADU AMARAL


Para os setores mais conservadores do país, a meta desse ano que se inicia é que tudo dê errado no Brasil

O que esperar para 2014? Há quem deseje ter uma conta bancária mais rechonchuda ou encontrar o amor da sua vida. Também tem quem queira a realização de um sonho determinado ou mesmo apenas os velhos chavões como paz e felicidade. Mas para os setores mais conservadores do país, a meta desse ano que se inicia é que tudo dê errado no Brasil.


Eles querem que a economia vá de mal a pior; que as taxas de emprego caiam; que a audiência dos grande grupos de mídia aumente – já que está em queda há algum tempo; que a Copa do Mundo seja um fiasco, dentro e fora de campo (por que não?); que as manifestações de junho de 2013 voltem a ocorrer, de preferência com foco real em Dilma para facilitar – na cabeça deles – o trabalho em outubro, mês das eleições.


Mas esse é o ponto central: derrotar Dilma nas eleições. Não importa a que custo. Eles, os conservadores, já não aguentam mais perder eleições. Ver setores seus apoiando o governo encabeçado pelo PT. Sim, afinal há políticas conservadoras no governo, como em todo e qualquer governo de coalizão à esquerda.


E para conseguir isso vale até suprimir direitos básicos em uma democracia como o de defesa. Rasgar os códigos do Direito; midiatizar julgamentos e engavetar escândalos de bilhões de reais dos seus aliados e braços da política institucional. A agonia é tanta que, em 2013, até a cor da roupa da presidenta usado em pronunciamento no rádio e na tevê virou ação no Ministério Público.


Especiais em programas na televisão ou mesmo a participação em jogos bobocas de programas de auditórios estão no repertório da direita através da grande mídia (ou seria apenas mídia grande?). Não seria surpresa, aliás como já houve, em serem transmitidas minisséries para tentar induzir o julgamento das pessoas para o pleito de outubro.


Para isso se pode dar dois nomes: golpismo e agenda vazia. Além do cacoete em expor o povo brasileiro às suas vontades à força, a direita no Brasil também não tem agenda para apresentar ao povo. Pelo menos uma que a possibilite vencer a eleições democraticamente. Qualquer pessoa com um olhar mais atento já percebeu tal falta do que falar no debate entre Dilma e Serra no segundo turno da eleição presidencial em 2010. Todas as propostas do candidato tucano já estavam postas em prática pelo então governo Lula.


Esse ano não será dos mais fáceis. É o ano do tudo ou nada para a direita. Senão terão que esperar mais quatro anos ou tirar de uma vez por todas sua máscara e repetir o feito de 1964. Aguardemos o desenrolar do ano que está apenas começando.


Brasil 247

Destaques do ABC!

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sábado, 28 de dezembro de 2013

Protestos nas ruas: a "bala de prata" da direita em 2014


OPINIÃO



"A irrupção de protestos em plena Copa do Mundo tornou-se assim a nova bala de prata acalentada por aqueles que, corretamente, ressentem-se de um amálgama capaz de injetar torque e dinamismo ao acerto de contas que buscam com a agenda progressista brasileira. (...)

O que se desenha para 2014 está mais próximo de um 2002 radicalizado, do que daquilo que se assistiu nas disputas de 2006 e 2010.

Mobilizações de massa não são a primeira escolha de elites mais afeitas a golpes e arranjos de cúpula. (...)


Se o conservadorismo se inclina às ruas , a resposta progressista não pode ser a defesa retrógrada de instituições ultrapassadas pelo avanço da sociedade.

Instituições não são neutras. (...)


Se eles convocam as ruas é porque o extraordinário bate à porta.

E quando o extraordinário acontece não bastam as receitas da rotina."






A vez dos amigos do povo


Quando os amigos do povo convocam as ruas é porque as instituições já não bastam para assegurar o poder do conservadorismo.

Saul Leblon 



                                                  A hora dos amigos do povo 

O conservadorismo brasileiro percorreu todo um alfabeto de alternativas ao longo de 2013 até se convencer de que, isoladamente, nenhuma das vogais ou consoantes lhe daria o que procura.

O caminho da volta ao poder.

A rua emerge como a derradeira aposta de quem, sucessivamente, ancorou o seu futuro no julgamento da AP 470, na explosão da inflação, no apagão das hidrelétricas, no abismo fiscal e, ainda há pouco, na hecatombe decorrente da redução da liquidez nos EUA.

Cada uma dessas alternativas, mesmo sem deixar de impor constrangimentos objetivos ao país e ao governo, mostrou-se incapaz de destruir o contrapeso de acertos e conquistas acumulados ao longo dos últimos 12 anos.

A irrupção de protestos em plena Copa do Mundo tornou-se assim a nova bala de prata acalentada por aqueles que, corretamente, ressentem-se de um amálgama capaz de injetar torque e dinamismo ao acerto de contas que buscam com a agenda progressista brasileira.

Não se espere passividade a partir dessa avaliação.

Está em curso o vale tudo para mobilizar uma classe média eterna aspirante a elite, ademais de segmentos que consideram indiferente ter na chefia da nação Dilma, Aécio ou Campos.

Juntos eles compõem o novo rosto da velha agenda banqueira.

Importa reter desse mutirão aquilo que ele informa sobre a singularidade da campanha eleitoral de 2014.

Junho de 2013 encerra lições nesse sentido.

Delas, o conservadorismo tem a pretensão de ser o aprendiz mais aplicado na prova de fogo que se avizinha.

Apostar a reeleição de Dilma em uma estratégia essencialmente publicitária, como tem objetado Carta Maior, pode reduzir a campanha progressista a um sino de veludo, diante dos decibéis convocados, manipulados e magnificados pela estridência do carrilhão midiático.

O que se desenha para 2014 está mais próximo de um 2002 radicalizado, do que daquilo que se assistiu nas disputas de 2006 e 2010.

Mobilizações de massa não são a primeira escolha de elites mais afeitas a golpes e arranjos de cúpula.

Seu medo atávico às ruas remonta às revoluções burguesas do século XVIII, sendo a contrarrevolução francesa um exemplo clássico do empenho em resgatar o poder para a segurança de um diretório armado, se preciso.

As reticências empalidecem, no entanto, em momentos da história em que a rua é o que de mais palpável se apresenta à regeneração de um domínio conservador espremido em uma correlação de forças que ameaça escapar ao seu controle.

Hoje, não por acaso, o chão firme desses interesses no país se equilibra em duas hipertrofias insustentáveis: a do judiciário e a da mídia.

A campanha do PT em 2014 não pode hesitar diante dessa mistura de esgotamento e desespero.

Se o conservadorismo se inclina às ruas , a resposta progressista não pode ser a defesa retrógrada de instituições ultrapassadas pelo avanço da sociedade.

Instituições não são neutras.

Elas cristalizam uma correlação de forças de um dado momento histórico.

A representação da sociedade no atual sistema político - a exemplo de seu ordenamento de mídia, já não expressa o aggiornamento ecumênico verificado na correlação de forças nos últimos anos.

É justamente a urgência dessas atualizações institucionais que a agenda petista deveria incorporar à campanha eleitoral de 2014.

Não como recurso ornamental de um cuore publicitário.

Mas como diretrizes efetivas de mobilização e engajamento político de amplos setores em torno da candidatura Dilma.

Não se trata de criar um antídoto às ruas.

Mas de levar às ruas uma referência efetiva de renovação histórica, em resposta a expectativas sistematicamente fraudadas pela cepa dos que hoje se fantasiam de amigos do povo.

Se eles convocam as ruas é porque o extraordinário bate à porta.

E quando o extraordinário acontece não bastam as receitas da rotina.


Carta Maior

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