ATIVISMO SIM, VIOLÊNCIA NÃO
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, acionou a Polícia Federal para investigar as violentas manifestações de rua do Movimento Passe Livre.
"Eu disse e repito que não vou dialogar em uma situação de violência. A prefeitura dialoga com todos os segmentos sociais. Mas a renúncia à violência é o pressuposto de diálogo", declarou o prefeito Fernando Haddad, em Paris.
SECOM/PMSP
Prefeito condena violência em manifestações contra reajuste de tarifa
O direito à livre manifestação é um dos pilares da democracia. Mas, atos de violência, depredação de ônibus e patrimônio público são totalmente condenáveis. A afirmação foi feita pelo prefeito Fernando Haddad, em Paris, nesta quarta-feira (12), pouco antes de embarcar de volta para São Paulo.
Haddad estava em Paris, onde defendeu a candidatura de São Paulo à Exposição Internacional (Expo 2020) e acompanhou as manifestações de ontem até a madrugada, conectado com seus secretários por internet e telefone. "Depois de um certo momento, quando a manifestação começou a dispersar, alguns grupos muito minoritários, inconformados com o ambiente de liberdade, passaram a provocar e a depredar. Isso não é compatível com a vida democrática. Não é liberdade de expressão. Trata-se de outra coisa, trata-se de violência gratuita", comentou o prefeito.
As tarifas de ônibus, trens e metrô foram reajustadas no início do mês em 6,7%, passando de R$ 3 para R$ 3,20. A inflação acumulada desde janeiro de 2011, data do último reajuste, foi de 14,4%. Se fosse aplicada, elevaria a passagem para mais de R$ 3,40. Nos moldes atuais, o sistema de ônibus receberá subsídios de cerca de R$ 1,25 bilhão em todo o ano de 2013.
"Nós fizemos um esforço orçamentário, também acompanhado pelo Governo do Estado, e conseguimos junto ao Governo Federal uma desoneração de tributos, o que permitiu um reajuste muito abaixo da inflação. Nos últimos anos, os aumentos têm sido reiteradamente acima da inflação. E o nosso compromisso era de reverter essa tendência, o que nós de fato fizemos", afirmou o prefeito.
"Só este ano, o reajuste de salário de motoristas e cobradores foi de 10%. Fora os anos anteriores, em que a tarifa permaneceu congelada", lembrou Haddad.
Sobre a redução de tarifas anunciada em algumas cidades, o prefeito explicou que a maioria havia feito reajuste para R$ 3,30 em janeiro e, por conta da desoneração da Medida Provisória que zerou a alíquota do PIS/Cofins, voltou para R$ 3,20. "Toda a região metropolitana aumentou para R$ 3,30 em janeiro e está reduzindo para R$ 3,20 depois de seis meses. Quem está reduzindo hoje aumentou no começo do ano. Ao contrário de todas as cidades, nós seguramos o aumento da tarifa desde janeiro. Então, não é justo com o cidadão o que está sendo dito".
O prefeito Fernando Haddad falou ainda que a violência do movimento impede um diálogo com o grupo. "Eu disse e repito que não vou dialogar em uma situação de violência. A prefeitura dialoga com todos os segmentos sociais. Mas a renúncia à violência é o pressuposto de diálogo".
Por fim, Haddad comentou o fato de líderes do movimento terem admitido que perderam o controle porque integrantes de outros movimentos teriam se juntado ao grupo. "Aí é fácil lavar as mãos. Depois do que aconteceu, você promove um movimento, não tem capacidade de liderança e aí lava as mãos. Isso é falta de democracia. Democracia é assumir responsabilidades".
Balanço
Em relação aos protestos realizados na terça-feira (11) na região central de São Paulo, a Prefeitura registrou danos e avarias em 85 ônibus e em uma viatura da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Foram contabilizadas, ainda, 300 lixeiras (papeleiras) danificadas.
Portal PMSP
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