A presidenta da Argentina Cristina Kirchner e a presidenta Dilma Rousseff estarão entre os cerca de 150 chefes de Estado que devem acompanhar na terça, 19, em Roma a coroação do Papa Francisco, argentino e ex-arcebispo de Buenos Aires.
Imagem/Portal do Vaticano
Cristina será a primeira Chefe de Estado a ser recebida pelo Papa
Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, tem um encontro com o papa Francisco, que é de Buenos Aires, na segunda-feira 18; audiência ocorrerá na Casa de Santa Marta, onde o pontífice se encontra alojado
Da Agência Lusa
Brasília - O papa Francisco, que até a sua eleição era o arcebispo de Buenos Aires, recebe na segunda-feira (18) a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, informou hoje (16) o gabinete de imprensa do Vaticano.
A audiência com Cristina será a primeira que o papa terá com um chefe de Estado e ocorrerá na Casa de Santa Marta, onde se encontra alojado, já que ainda não se instalou no palácio apostólico.
A presidenta argentina viajará a Roma para assistir à missa de coroação do pontífice, prevista para 19 de março, e na qual são esperados cerca de 150 chefes de Estado e de Governo.
Os jornais argentinos recordaram nos últimos dias a relação tensa entre o ex-arcebispo de Buenos Aires e a presidenta argentina, sobretudo durante a discussão acerca da lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
No dia da eleição de Jorge Mario Bergoglio como papa, a versão eletrônica do diário Clarín lembrou a "relação áspera" do prelado com os governos de Néstor e Cristina Kirchner.
"O ex-presidente chegou a identificar o então cardeal-arcebispo como 'verdadeiro representante da oposição'. Do mesmo modo, Bergoglio queixou-se das declarações de Kirchner", dizia o jornal.
A relação com Cristina Kirchner, que assumiu a presidência do país depois da morte do marido, Néstor, "foi mais cordial, mas com altos e baixos". O ponto mais tenso foi, de acordo com o Clarín, a respeito das discussões sobre a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
"Bergoglio foi o rosto da marcha contra o casamento gay e opôs-se rotundamente ao projeto que havia de tornar-se realidade", disse o jornal.
Em uma das suas últimas críticas a Cristina Kirchner, o então arcebispo de Buenos Aires chamou a atenção para a "destruição do trabalho digno, para as emigrações dolorosas e para a falta de futuro" no país.
No dia da eleição do papa, Cristina Kirchner desejou-lhe uma "função pastoral frutuosa".
"Como condutor e guia da Igreja desejamos-lhe uma tarefa pastoral frutuosa no exercício de tão grandes responsabilidades na busca da justiça, da igualdade, da fraternidade e da paz da humanidade", diz uma curta mensagem da presidente argentina, que se afirma católica praticante.
Jorge Mario Bergoglio, 76 anos, foi eleito na quarta-feira (13) como sucessor de Bento XVI, e será o 266º papa da Igreja Católica.
Brasil 247
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