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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Brasília: Marina Silva lança novo partido


Marina Silva:

"O que está acontecendo aqui é um partido para questionar a si próprio, e tem que ser assim. Não pode ser partido para eleição. Não é o principal. Estamos em uma nova visão de mundo, de sujeito político que não é mais espectador da política, esse sujeito é protagonista".

"Não é mais liderança única, é liderança multicêntrica, não é movimento de arco e flecha. Uma hora sou arco e outra sou flecha, só espero não ser o alvo."

"Precisamos de posição. Se Dilma estiver fazendo algo bom, vamos apoiar. Se não, não. Parece ingênuo, mas não tem nada de ingênuo".

A rede nasce do "desconforto com o que está acontecendo no Brasil e no mundo pela estagnação do poder pelo poder, do dinheiro pelo dinheiro".


                                                                                        Marina Silva/Facebook


Marina diz que nova sigla deve quebrar "lógica de partidos a serviço de pessoas"

MÁRCIO FALCÃO
ERICH DECAT


Em sua primeira manifestação no lançamento de seu novo partido, a ex-senadora Marina Silva disse neste sábado (16) que a ideia de criar uma nova legenda não é apenas para se colocar em uma eleição e criticou o "caciquismo" na política. Ela disse que a Rede, como é chamado o movimento, deve se colocar para quebrar a "lógica de partidos a serviço de pessoas".

"O que está acontecendo aqui é um partido para questionar a si próprio, e tem que ser assim. Não pode ser partido para eleição. Não é o principal. Estamos em uma nova visão de mundo, de sujeito político que não é mais espectador da política, esse sujeito é protagonista", afirmou, sendo fortemente aplaudida.



Sergio Lima/Folhapress 

Heloísa Helena e Marina Silva na apresentação de seu novo partido, em Brasília

Ela disse que a nova legenda está questionando a "incapacidade da política de interferir".

"Não tem conformação com o modelo anterior. É o questionamento das estruturas verticalizadas. Saímos de um ativismo dirigido pelo sindicato, pela ONG, pelo DCE, com a modernização do ativismo autoral. Você não tem estrutura na frente ou atrás das pessoas, você tem estruturas ao lado", disse. "Não tem liderança carismática que possa ser o grande líder, o messias, o condutor do grande grupo", completou.

Sem anunciar o nome da nova legenda, Marina disse que a ideia é fazer alianças pontuais, mas sem se rotular como governo ou oposição. "Não é mais liderança única, é liderança multicêntrica, não é movimento de arco e flecha. Uma hora sou arco e outra sou flecha, só espero não ser o alvo."

Ela disse que foi questionada sobre o posicionamento que adotaria em relação ao governo Dilma e afirmou que não terá posição fechada. "Estamos na época ao paradoxo, nem situação, nem oposição a Dilma. Precisamos de posição. Se Dilma estiver fazendo algo bom, vamos apoiar. Se não, não. Parece ingênuo, mas não tem nada de ingênuo".

Marina comparou a criação de sua sigla ao lançamento do PT nos anos 80 e 90. No evento, três deputados federais e três vereadores foram anunciados como fundadores do partido.

Farão parte do projeto os deputados Domingos Dutra (PT-MA), Walter Feldman (PSDB-SP) e Alfredo Sirkis (PV-RJ). Também estão em conversa com o partido, mas não foram citados, Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Reguffe (PDT-DF) e Alessandro Molon (PT-RJ). Também estava no evento e será uma das fundadoras a ex-senadora Heloísa Helena.

Indiretamente, ela minimizou a falta de um grande leque de apoiadores, justificando que nem todos que partilham do projeto terão atuação no partido. "Nós somos um movimento, e tem gente desse movimento que vai continuar em outros partidos, mas são do movimento".

Marina disse que a rede nasce do "desconforto com o que está acontecendo no Brasil e no mundo pela estagnação do poder pelo poder, do dinheiro pelo dinheiro".

A ex-senadora defendeu que é preciso enfrentar crises política, ética, econômica, ambiental que têm como base os problemas no sistema político. "São pessoas de um partido criando uma ferramenta para atuar na política".

Para ser criado, o novo partido precisa recolher e registrar na Justiça Eleitoral 500 mil assinaturas.


Folha Online

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