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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Dilma e Barbosa no velório de Niemeyer


Brava Dilma!

Reparem no olhar frio, indignado, da presidenta Dilma. E em suas mãos fechadas, guardadas, num gesto de não acolhimento.

Nossa presidenta tem 1 cara só, o que por um lado é ótimo, convenhamos. Dilma não é falsa, não simula, não engana. Embora isso possa acarretar problemas institucionais, já que o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, vem mostrando uma face extremamente autoritária, prepotente, e um grande apetite pelo poder.

Uma imagem pode valer mais que mil palavras.

Turbulências em breve?


Sobre a foto de Dilma e Joaquim Barbosa no velório 
de Niemeyer

Uma coisa é certa: a foto não vai para o álbum de nenhum dos dois

Paulo Nogueira


Sorriso unilateral



De uma coisa não se pode acusar Dilma: de hipocrisia. É flagrante, é torrencial, é irreprimível o mal estar que a figura de Joaquim Barbosa provoca nela, como mostra a foto que o fotógrafo Gustavo Miranda, da Agência Globo, captou no velório de Oscar Niemeyer.

É o olhar de alguém que está oscilando entre o desprezo e o ódio, e que provavelmente se tenha visto na contingência de calar o que sente.

Que detalhes conhecerá Dilma das andanças de Barbosa por apoio político para ser nomeado para o STF? Ou será que ela não perdoa o que julga ser deslealdade e ingratidão de JB perante o homem a quem ambos devem o cargo, Lula?

Interessante examinar o rosto de JB no encontro. Ali está um sorriso de quem espera aprovação, compreensão, atenção – ou pelo menos um sorriso de volta, ainda que protocolar e falso.

Mas não.

O que ele recebe de volta é um olhar glacial, uma mensagem clara da baixa opinião de Dilma sobre ele. Parece estar acima das forças de Dilma fingir que não sente o que sente, ainda que por frações de segundo. A fotografia não vai para o álbum de lembranças de nenhum dos dois.

A franqueza por vezes desconcertante é uma característica de quem, como ela, não fez carreira na política. Fosse uma política, esta foto não existiria, não pelo menos deste jeito singular, e seria uma pena porque esta é uma das imagens que decerto marcarão a República sob Dilma, de um lado, e Barbosa, de outro.

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