Tenham uma Noite Iluminada.
Celebrem a Vida.
Sejam LUZ !
Feliz Natal !
Árvore de Natal
Apóllo Nátali*
Constelação de Órion
Aqui também tem árvore de Natal. Vocês vão concordar que é a mais linda e grandiosa. É toda feita de bolas grandes, radiosas e coloridas, e se movimentam suspensas no espaço. Ora, sucedeu que, num ponto qualquer da imensidão, a matéria primitiva se condensou e se incendiou, fazendo um movimento circular e lançando projéteis incandescentes que caíram longe, e se foram resfriando, formando esses globos com os nomes de Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Urano, Netuno, Saturno e Plutão. Todos cercados pelo fogo principal, que é o Sol.
Esses globos também lançaram outros projéteis, seus satélites e luas, sempre misteriosamente suspensos na amplidão. Ora, sucedeu que alguns projéteis não deram origem a nenhum globo secundário, e sim permaneceram suspensos e em movimento, solitários, no silêncio cósmico, sabe Deus com que crepúsculos e noites esplendorosas.
Noites esplendorosas interceptadas por astros errantes, os cometas, viajantes do Universo, que exploram domínios celestes profundos e noites estreladas. E estradas com poeira de ouro, que a nossa aturdida imaginação nem pode conceber. O globo Sol e as bolas planetas e luas estão envolvidos por outros milhões e milhões de sóis, mais brilhantes e mais refulgentes que esse que clareia a Terra. Sóis que também vagueiam, iluminam, fecundam, e do mesmo modo estão cercados por outros globos reluzentes, igualmente embelezados por seus cortejos de súditos fulgurantes. Todos, flores vivas das campinas celestes, formando essa faixa esbranquiçada a que os antigos deram o nome de Via Láctea, em virtude de sua aparência leitosa.
Via Láctea, regato de leite da mitologia, vasto campo de inconcebíveis maravilhas celestes. Nossos olhos privilegiados contemplam essas irradiações magníficas na abóbada da noite. Sabe os sóis luminosos da Via Láctea que envolvem o nosso Sol e os nossos planetas e luas? Também são ladeados por outros sóis e súditos, e as maravilhas vão se repetindo pela imensidão sem fim, com outros sóis envolvendo outros, e outros sóis envolvendo outros, com seus súditos e súditos e súditos reluzentes. Tem árvore mais linda como essa?
E essa bola azul, aqui no cantinho da imensidão, estão vendo? É a Terra! Também ela é uma festa de cores e luzes com seus magníficos crepúsculos e noites esplendorosas, berço de criaturas abrigadas nas asas da Providência. Da Terra se desprendeu a Lua que, como castigo por ser fria, foi permanentemente condenada a adoçar com seus olhos de prata levemente azulados os corações dos enamorados, tornando-os infantis e amorosos.
Mas olhe, bem em cima da árvore, há um foco luminoso. É o farol imortal de que ouvimos falar há dois mil anos, que ilumina os nossos caminhos e guia os nossos passos. É a luz daquele Pixotinho judeu, que faz aniversário agora, que cresceu e foi morto após espalhar amor e normas de vida feliz. Por exemplo: quer nos ver crianças. Criança não odeia, não atraiçoa, não oprime. O adulto-criança, esse Ele exorta a ser manso como as pombas. O Pixotinho é o Linguista do cosmo. Criou o idioma da imensidão, o idioma do amor, para ser falado eternamente em todos os globos e seus súditos, e em todas as poeiras de ouro e de leite, e em todos os lares. Aquele Pixotinho, a luz principal da árvore de Natal mais bonita de todos os tempos.
*Apóllo Nátali, jornalista e escritor.
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