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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

SP: Serra perde debate e eleição


Um elegante, tranquilo e bem-humorado Haddad enfrentando o sempre raivoso, grosseiro e mitômano Serra. 

Numa frase, esta pode ser a síntese do embate de ontem à noite na TV Bandeirantes entre os candidatos a prefeito de São Paulo.

17 pontos à frente de Serra nas pesquisas divulgadas ontem, Fernando Haddad, candidato do PT, mostrou no debate que pode ser o grande prefeito que São Paulo precisa para tirá-la do "pântano" (inclusive moral) em que se encontra. 

Enquanto Fernando Haddad procurou apresentar propostas arrojadas para a maior cidade do País, Serra se limitou a deselegantes insultos e a fazer relatório do que "diz que fez" quando esteve no poder.

José Serra é passado. Carta fora do baralho. Página virada de um "folhetim" de quinta categoria.

Fernando Haddad é o presente bem-sucedido e o futuro promissor.

Salve, São Paulo !!!

(E Salve, mais uma vez, "São Lula" !!!)






HADDAD E SERRA TROCAM FARPAS NO PRIMEIRO DEBATE


Com ataques a gestões petistas e tucanas, do plano municipal ao federal, candidatos à Prefeitura de São Paulo não chegaram a aprofundar propostas para a capital paulista no primeiro debate do segundo turno, promovido pela Band; provocações marcaram o encontro: "Genéricos foram medida para pobre ou rico?", questionou José Serra (PSDB); “Vocês voltam as costas para o que está acontecendo no Brasil”, retrucou Fernando Haddad (PT); enquanto Serra associou Haddad ao ex-ministro José Dirceu, Haddad associou Serra ao prefeito Kassab

247 - Clima quente. Desde o início da troca de perguntas, José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) mantiveram alta a temperatura do debate promovido pela Band na noite desta quinta-feira 18. Sempre destacando que o adversário estava mentindo ou que não respondera à pergunta formulada, os candidatos foram tentando minar o passado do opositor e de seu respectivo partido.

Haddad chegou a propor que a partir de agora os dois candidatos elevassem o tom do debate, por meio de um pacto. O tucano respondeu que apreciava a proposta, porque o PT é “especialista em campanha de baixo nível”. “Eles atacam, quando você se defende eles dizem que você está atacando. Esse é o estilo Zé Dirceu”, disse Serra, em referência ao ex-ministro da Casa Civil recentemente condenado por corrupção ativa pelo Supremo Tribunal Federal. Haddad voltaria a fazer a proposta uma segunda vez ao longo do debate, mas ela não pegou.

Entre as críticas de Haddad, estava a de que a gestão tucana em São Paulo não colaborou com os projetos federais e emperrou a realização dos projetos na capital. “É por isso que as coisas não vão bem. Porque vocês voltam as costas para o que está acontecendo no Brasil”, criticou. “Quando eu era ministro da Saúde, quando queria fazer algo importante, ia lá e fazia”, respondeu Serra.

O tucano disse que o candidato do PT se escora em desculpas para não reconhecer os defeitos da gestão no Ministério da Educação. Haddad retrucou que Serra está mal informado, acrescentando que o secretário de Educação de São Paulo foi o único do Brasil a não cumprir nenhuma das metas federais de qualidade. O petista disse que o prefeito Gilberto Kassab (PSD) prometeu ao então presidente da República Lula que cederia um prédio para uma universidade federal em São Paulo e não cumpriu.

Em seguida, Haddad perguntou a Serra sobre a decisão de “dispensar o Minha Casa, Minha Vida” em São Paulo, por considerar que “não se adaptava” à cidade. Ele questionou qual o plano de Serra para a área em vista da baixa aprovação da gestão atual. Serra respondeu que Haddad faltava com a verdade e disse que o PT é “ruim” ao executar os projetos e “só sabe falar”. Ele afirmou que a gestão petista em São Paulo “abandonou as favelas” e destacou como seria necessário urbanizá-las.

Quando Serra tocou no nome do ex-ministro José Dirceu pela segunda vez (então ao falar sobre PPPs), Haddad reagiu: "Você deve ter alguma obsessão pelo José Dirceu". Durante a discussão, Serra aproveitou para lembrar que Dirceu foi condenado recentemente pelo esquema do 'mensalão' no Supremo Tribunal Federal (pelo crime de corrupção ativa). O papel que Dirceu desempenhava para Serra foi ocupado, no caso de Haddad, pelo prefeito Gilberto Kassab, que foi, a toda hora, associado ao tucano pelo petista. Foi a vez de Serra diagnosticar: "você tem obsessão pelo Kassab".

Confronto

Mediado pelo jornalista Boris Casoy, o debate começou com a pergunta: “o que fazer sobre a segurança pública em São Paulo?”. “O prefeito tem muito a contribuir. Talvez não tanto com a repressão ou a inteligência, mas com a promoção da segurança na cidade”, respondeu Haddad. O petista disse que propõe transformar a guarda municipal em uma guarda comunitária, com agentes que cuidem dos bairros e conheçam a população.

Serra preferiu destacar a própria "experiência como governador e prefeito" para melhorar a segurança. O tucano disse que defende que seja melhorado “o sistema de coordenação da cidade”. Serra também disse que deve ser aumentado o contato entre as polícias através do uso de tecnologia.

Controlar

No quarto bloco do debate, Haddad questionou Serra sobre a taxa de inspeção veicular da Controlar. O petista disse que ninguém entende a medida, destacando que a taxa é aplicada em carros novos e que isso leva munícipes a registrar o carro em outras cidades. O petista lembrou também que o prefeito Kassab chegou a ter os bens bloqueados por supostas irregularidades nesse contrato.

Serra respondeu que o petista tem “muita coragem” de falar de taxas, devido à sua participação no governo de Marta Suplicy. O tucano diz que Haddad foi o “ideólogo da Martaxa”, "o ideólogo da taxa do lixo", e aproveitou para lembrar medidas como a Nota Fiscal Paulista, que devolvem imposto ao contribuinte.

Na tréplica, Haddad disse que vai acabar com a taxa de inspeção veicular se for eleito prefeito, e que seu chefe na gestão de Marta Suplicy era João Sayad, que Serra indicou para o comando da Fundação Padre Anchieta. Serra retrucou que Sayad “nunca foi petista” e que o tem em boa consideração. Antes de o bloco terminar, o tucano destacou os erros no Enem (“você estragou o Enem”) e disse que, se a taxa da inspeção veicular for abolida, na verdade ela será 'estatizada', ou seja, cobrada de toda a população através de impostos, inclusive de quem não tem carro.

Ideias

Sempre que um dos candidatos tentava introduzir discussão sobre um tema, o outro retrucava com críticas a gestões passadas. Ocorreu quando Serra propôs o tema acessibilidade. O tucano citou os programas da sua gestão e perguntou o que o petista pretende fazer sobre o tema.

Haddad, contudo, voltou à pergunta anterior para dizer que precisa falar de Kassab “porque ele é o atual prefeito”. O petista destacou que a população votou contra a gestão atual e disse que é preciso discutir as políticas públicas e não fazer críticas pessoais. Sobre a pergunta, ele disse ter orgulho de ter sido o ministro da Educação que mais incluiu crianças com deficiências.

Serra retrucou que a resposta do petista é contestável, já que ouviu, de pessoas ligadas às Apaes, muitas críticas à gestão do PT na área. O tucano disse que vai reforçar os programas atuais e desenvolver mais políticas para essa área. Haddad, então, voltou à primeira pergunta do debate e destacou que o tucano não tem eleitores na periferia. “É difícil achar um eleitor seu lá”, disse.

Provocações

"Genéricos foram medida para pobre ou rico?", perguntou José Serra, na primeira oportunidade de questionar Fernando Haddad (PT), inaugurando a série de provocações que seria trocada entre os dois ao longo do debate. O tucano lembrou feitos de suas administrações e mandatos, como o Fundo do Amparo ao Trabalhador (FAT), os remédios genéricos e escolas técnicas para responder a críticas da campanha de Haddad. "São feitos para os pobres ou para os ricos?", questionou Serra, a cada feito.

Na resposta, Haddad destacou que Serra prometeu hospitais na periferia e não cumpriu. Lembrou ainda que a gestão do tucano demorou para adotar as cotas raciais, dentre outros projetos do governo federal, e ligou Serra a Demóstenes Torres, crítico das cotas. "Vocês têm desempenho de construção do metrô pior do mundo", disse Haddad.

Serra disse que Haddad não respondeu à pergunta e que, quando foi prefeito, encontrou o município “no chão” após a gestão da hoje ministra da Cultura Marta Suplicy (PT). Ele citou outros projetos e voltou a perguntar se beneficiariam pobres ou ricos. Haddad retrucou que Serra atribui a si obras que foram feitas pela gestão de Geraldo Alckmin no Estado.

Haddad disse ainda que o tucano tem o hábito de esconder aliados, e citou a ausência do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha de 2010. Haddad acusou o tucano de ter um projeto para vender 25% dos leitos do SUS (Sistema Único de Saúde). Para o petista, a cidade vive uma crise e a gestão atual é desaprovada pela maioria da população. Serra retrucou dizendo que o Ministério da Educação, “com todo o dinheiro que tem, não fez uma única vaga em escola técnica na capital paulista”.


Brasil 247

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