“Quando o Brasil começou a colher dados para a conferência internacional de Beijing descobriu que todos os poderes tinham em sua cúpula representantes do sexo feminino, menos o Poder Judiciário. Em 1997 não havia qualquer mulher na cúpula dos tribunais superiores”, afirmou a corregedora, ao participar do fórum “Equidade de Gênero – Pressuposto para o Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza”, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.
“Isso aconteceu graças a um valoroso movimento de mulheres que praticamente forçou o Estado a tomar essa diretriz”, disse. O fórum, promovido pela Fiesp, faz parte do projeto Humanidades e é um dos eventos paralelos à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontece até o dia 22 de junho na capital fluminense.
Eliana Calmon falou sobre a importância da igualdade de gêneros para o equilíbrio da sociedade. “A igualdade é política pública para o equilíbrio da sociedade e não teremos uma sociedade equilibrada se não inserirmos nesse contexto a mulher, principalmente quando 40% dos chefes de família são mulheres”, afirmou. Segundo a ministra, mesmo com as conquistas alcançadas pelo movimento feminista nos últimos anos, o poder, ainda hoje, é masculino e as mulheres enfrentam dificuldades em chegar à cúpula dos órgãos, entidades e empresas em que trabalham.
Ao participar da abertura do evento, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, sugeriu uma parceria entre o setor empresarial e as três esferas de governo no Rio de Janeiro e em São Paulo para a criação de um programa que possa garantir creches a cerca de 400 mil mulheres que trabalham nestes estados e não têm onde deixar seus filhos. Já a ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu uma presença maior das mulheres nos Conselhos de Administração das grandes empresas.
Também estiveram presentes à abertura a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Helena de Bairros, a senadora Marta Suplicy e o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, entre outros representantes de órgãos públicos e de entidades da sociedade civil.
Tatiane Freire
Agência CNJ de Notícias
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