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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Dilma está certa: primeiro a banda larga

Desde que o jornalista-blogueiro PHA começou a criticar o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, logo no início do governo Dilma, afirmando que o ministro estava "com medo da Globo" e que a Lei da Mídia não seria implementada, estou para escrever um post a respeito.

O ministro declarou que a prioridade do governo é universalizar a banda larga. Isso não quer dizer que o governo descartou a necessária regulação da mídia.

No meu entendimento, trata-se de uma "estratégia" do governo. Mexer no "vespeiro" da mídia tradicional, "botar o dedo na ferida" daquela meia-dúzia de "coronéis midiáticos" e seus feudos, vai gerar muito estardalhaço. E é claro que o governo vai receber "chumbo grosso" das mazelas da comunicação. Ou seja, represálias.

Inteligente e estratégica, a presidenta Dilma determinou ao ministro que primeiro trabalhe para democratizar a internet rápida. E aí, claro, terá muito mais apoio da sociedade para atacar os latifúndios midiáticos.

Essa sempre foi a minha interpretação das falas do ministro.

Me pareceu "à época" (menos de 2 meses) tão óbvio, que estranhei o açodamento, a precipitação nas críticas ferozes do jornalista-blogueiro ao ministro e ao governo.

Hoje li um post a respeito, que compartilho aqui, e que vai na direção do meu raciocínio inicial.

Governo da presidenta Dilma está certo: PNBL tem que vir antes da Ley de Medios


Para quem ainda tinha dúvida, Tunísia e Egito ensinaram o caminho: a comunicação via internet pode ajudar a derrubar ditaduras. No nosso caso, a da comunicação.

Do que adiantaria colocar para votação a Ley de Medios
agora, com o Governo e o Congresso começando a dar os primeiros passos? Quem teria a lucrar com isso? Já toquei neste assunto aqui: Tres propostas de Comparato. Sem a primeira, as outras duas são arapucas.

Alguém imagina que Rede Globo, Abril, Folha e Estadão vão ficar apenas repercutindo as discussões? Eles vão usar de todas as suas (ainda) poderosas estruturas de comunicação para fragilizar o governo, denunciar suposta censura à imprensa livre, perseguição política (a la RCTV
na Venezuela) para fazer com que a Ley de Medios seja aprovada como uma Lei de Medos: covarde, pequena, atendendo aos interesses desses poderosos meios de comunicação.

Por isso o Plano Nacional de Banda Larga deve vir antes. Com o acesso à informação livre, via internet, chegando à maioria dos brasileiros, teremos uma massa maior para fazer frente ao poderio de comunicação do chamado PIG.

Atualizando uma famosa frase da década de 60 do século passado, de Marshall McLuhan, "o meio é a mensagem". Informação livre, de várias fontes, comunicação de mão dupla, e não mais, nunca mais, verticalizada, de Marinhos, Civita, Frias, Mesquitas para baixo, nos dizendo o que devemos ver da realidade e como interpretá-la.

Computadores baratos, celulares com acesso à internet, banda larga acessível vão transformar a democracia representativa em que vivemos em uma democracia participativa.

Aí sim a Ley de Medios vai para votação. E nós com ela contra os que são contra ela.


Blog do Mello

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