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sábado, 29 de janeiro de 2011

Blogolândia também erra


Na última quinta-feira, 27 de janeiro, o Abra a Boca, Cidadão! publicou o post "Triste notícia para a bandidagem engravatada", comemorando a posse do juiz Fausto De Sanctis no Tribunal Regional Federal (TRF3), que aconteceria na segunda-feira, 31, e o fato de De Sanctis continuar julgando ações cíveis e sobretudo criminais.

O post do ABC! foi escrito tomando-se por base o post do blog Conversa Afiada, do jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim, do dia anterior, 26: "De Sanctis vai continuar a julgar crime".


No dia seguinte, 27, novo post do CA, "De Sanctis convida blogueiro para posse", estampava um convite para a posse, que teria lugar na sexta-feira, ontem, 28, e "dava a entender", sem explicitar, que houve um erro de informação quanto à atuação de De Sanctis também no criminal.


Em dúvida, esta reles blogueira procurou então esclarecer se o juiz de fato atuaria também na área criminal, como afirmara categoricamente o primeiro post do CA, pesquisando em várias fontes na internet e procurando email do juiz para indagá-lo diretamente. Também enviou email ao blog do jornalista-blogueiro pedindo esclarecimento. Sem sucesso.

Hoje a blogueira encontrou no portal Yahoo a notícia abaixo sobre a posse de De Sanctis, onde consta referência do próprio magistrado dizendo não saber ainda se atuará em causas previdenciárias ou criminais.

Ao que tudo indica ocorreram dois erros: da reles blogueira e do ordinário blogueiro.

A reles blogueira pede desculpas a seus leitores pela falha em postar e comemorar informação equivocada. E declara que procurará, a partir de agora, fazer uma leitura mais crítica ainda do que costumeiramente faz dos blogs, sites e portais em que se informa.



Fausto De Sanctis toma posse como desembargador federal


SÃO PAULO - Promovido no fim do ano passado a desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), o magistrado Fausto Martin De Sanctis assumiu o cargo na tarde desta sexta-feira com um discurso permeado por críticas ao avanço do crime organizado e às ações tomadas por governos quando as crises na segurança pública eclodem. Também lamentou as dificuldades enfrentadas no combate à lavagem de dinheiro, um campo em que, segundo ele, o país dá "um passo para frente e 200 para trás".


A cerimônia de posse ocorreu no plenário do TRF3, na região central de São Paulo. Em um discurso de cerca de 21 minutos, De Sanctis disse que a descrença na Justiça corresponde à "grande mazela" do Judiciário e apontou uma tentativa da criminalidade de "tomar de assalto o país".


"A tentativa de estabelecer um estado paralelo - em que vigora a lei do mais forte, violência, força e medo - já se direcionou a alguns Estados brasileiros, que agem lamentavelmente apenas em momentos de crise".


Mais tarde, em entrevista a jornalistas, ele disse ser "assustador" o avanço do crime organizado, acrescentando que o tráfico de entorpecentes aumentou "sensivelmente" no último ano. "O Brasil tem assumido uma vocação como corredor natural do tráfico internacional", disse.


O magistrado também assinalou que, apesar do discurso sobre a busca por celeridade e eficácia, o processo penal envolvendo casos de lavagem de dinheiro ainda esbarram em dispositivos que o tornam mais difícil.


De Sanctis ganhou projeção nacional como juiz da 6ª Vara Federal Criminal, que é especializada em crimes financeiros e de lavagem de dinheiro.


Lá, tramitam processos gerados por investigações da Polícia Federal que tiveram vasta repercussão, como a Operação Satiagraha, envolvendo supostos crimes do banqueiro Daniel Dantas. Pela relevância dos casos, a vara se tornou uma das mais importantes do país no combate ao crime organizado.


"Acho que o trabalho realizado tomou dimensões que nem eu mesmo podia imaginar", afirmou De Sanctis, que assinou despachos na 6ª Vara até hoje. Em sua nova função, ele disse ainda não saber se ocupará a área criminal ou previdenciária.


Entre as autoridades presentes ao evento, assistiram à solenidade de posse o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, o cônsul americano em São Paulo, Thomas Kelly e o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), além do deputado federal eleito Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), que comandou a Operação Satiagraha na época em que foi delegado da Polícia Federal.
(Eduardo Laguna | Valor)

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