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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Depois da "Martaxa", a "Martahacker"...



Sai o marasmo e entra o furor. O Brasil no século 21 também na Cultura.

É uma outra energia, esfuziante, borbulhante, que se instala na Esplanada dos Ministérios: uma mulher arretada, pulsante, radiante e de perfil executivo.

A ex-senadora Marta Suplicy não se encontrava muito à vontade no vetusto e pesado ambiente do Senado da República. A ex-prefeita de São Paulo, que vestiu até colete à prova de balas e encarou a Máfia dos Transportes, e foi muito incompreendida pela criação da taxa do lixo em sua administração na cidade, tem muito a oferecer ao País, além de declarações polêmicas e bombásticas.

É uma raridade: nascida em família rica, tradicional, a fervilhante Marta pensa e trabalha pelo povo mais humilde e pelo respeito à diversidade. 

Presidenta Dilma: agora o próximo passo poderia ser levar a ousada, midiática e não menos esfuziante ministra Eliana Calmon para chacoalhar as estruturas do Ministério da Justiça...


                    Marta agitando no Movimento de Mulheres em São Paulo/Facebook


Frase da nova ministra da Cultura, Marta Suplicy, é interpretada como sinal de mudança na relação entre o ministério e a cultura digital; em reunião com representantes do setor nesta quinta, ela prometeu diálogo permanente e garantiu: "Podem ter certeza, vocês são a minha turma"

Alex Rodrigues, da Agência Brasil – Uma frase curta e de difícil compreensão para leigos em informática está sendo interpretada como sinal de mudança na relação entre o Ministério da Cultura (MinC) e a cultura digital, da qual os pontos de Cultura, no Brasil, são a expressão mais visível em termos de políticas públicas.

Ao se reunir com representantes do setor, na tarde desta quinta-feira 20 em Brasília, a ministra Marta Suplicy disse "ainda não sou uma hacker, mas vou ser". Bem recebida pelos participantes do encontro, a frase na mesma hora inspirou a criação da hashtag (modelo de endereço digital) #Martahacker no Twitter.

"Podem ter certeza, vocês são a minha turma", disse Marta, prometendo manter diálogo permanente com representantes do setor. Com status de audiência pública e transmitida pela internet, essa foi a primeira reunião da ministra com representantes de um setor cultural.

Para os participantes, foi mais um indício de uma mudança em relação à gestão anterior, já que eram justamente os ativistas da cultura digital os maiores críticos da ex-ministra Ana de Hollanda, a quem associavam a tentativas de restringir o compartilhamento digital de conteúdo e que, após tomar posse, em 2011, não lançou nenhum novo edital de convênio para pontos de Cultura.

"Mudou tudo no MinC. O discurso da Marta é a antítese do que foi o da Ana. O Brasil voltou ao século 21 na cultura", escreveu o jornalista Renato Rovai no Twitter. Já o produtor cultural Pablo Capilé disse à Agência Brasil que o encontro foi promissor e indicativo do que poderá ser a gestão de Marta "após dois anos de obstrução do diálogo com o setor".

"Não estamos passando atestado e temos autonomia para cobrar e criticar se for necessário, mas a avaliação é que os primeiros sinais são positivos. A ministra Marta é uma política capaz de sentir a temperatura e fazer transbordar algo que já está fervendo, como é o caso da cultura digital por todo o país", disse Capilé.


Meta de pontos de cultura é "delírio"

Marta admitiu, na reunião, ainda estar conhecendo o Ministério da Cultura e disse que a meta de o país ter 15 mil pontos de Cultura em funcionamento até o ano de 2020 é um "delírio" e que exigirá muito trabalho para ser atingida.

"O resgate e o fortalecimento dos pontos de Cultura têm que ser um ponto central dessa gestão, mas falar em 15 mil [unidades] em funcionamento até 2020 é um delírio. Vamos ter que trabalhar muito para isso e vamos trabalhar", disse a ministra, destacando que, dos cerca de 4 mil pontos de Cultura identificados em todo o país, apenas 2,3 mil são beneficiados por convênios com o ministério.

A meta de 15 mil pontos de Cultura é um dos 53 objetivos do Plano Nacional de Cultura (PNC), elaborado em parceria com representantes da sociedade civil e aprovado em dezembro de 2011.

A secretária executiva do Pontão de Articulação da Comissão Nacional de Pontos de Cultura, Patrícia Ferraz, disse ter interpretado a declaração da ministra como um reconhecimento da necessidade de mudanças.

"Vendo a atual realidade do ministério, o [montante] de recursos destinados ao Programa Cultura Viva [ao qual estão associados os pontos de Cultura], a meta dificilmente seria atingida. Acho que ao reconhecer o que chamou de delírio, a ministra admitiu que é necessário um outro olhar, uma nova linha de atuação por parte do ministério", disse Patrícia.

Brasil 247

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