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sexta-feira, 8 de junho de 2012

É hora de rever as privatizações tucanas?



Os que promoveram as privatizações no governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso diziam que a ideia era modernizar o Brasil. Na prática, entregaram patrimônio público a preço de banana.


No setor da telefonia, por exemplo, temos serviços ruins a preços de Primeiro Mundo.


Presidenta Dilma: não é hora de rever as criminosas privatizações tucanas?




Quebra da Espanha reabre debate sobre privatização



NOS ANOS 90, QUANDO A AMÉRICA LATINA ESTAVA NO CHÃO, OS ESPANHÓIS FIZERAM A FEIRA POR AQUI; HOJE, ELES SÃO ALVO DA DESCONFIANÇA INTERNACIONAL, PEDEM SOCORRO E USAM SUAS FILIAIS, COMO NO CASO DO SANTANDER E DA TELEFONICA, PARA SOCORRER AS MATRIZES; É HORA DE REVER A DESESTATIZAÇÃO?


247 – Alguns meses atrás, quando retomou o controle da petroleira Repsol, a presidente argentina Cristina Kirchner foi alvo de uma avalanche de críticas. Estaria quebrando contratos e arriscava levar seu país ao precipício, diziam seus detratores. O governo argentino, por sua vez, argumentava que a Repsol, agora YPF, havia perdido a capacidade de investir num setor estratégico da economia, que é a energia.

Hoje, por mais que se tente atenuar ou maquiar a realidade espanhola, não há meio termo. O país, simplesmente, quebrou. Nesta quinta-feira, por exemplo, a agência de risco Fitch rebaixou o país em três níveis e ainda o colocou em viés negativo – a classificação espanhola é próxima à de países em condição de moratória.

Diante do caos, a Alemanha, de Ângela Merkel, prometeu agir, assim como o Fundo Monetário Internacional, que estima em 90 bilhões de euros a necessidade de capitalização dos bancos espanhóis, que sofrem com a bolha imobiliária. Desempregados ou afetados pela crise, os espanhóis simplesmente não conseguem honrar suas hipotecas.

Essa Espanha de hoje é completamente diferente daquela que, nos anos 90, fez a feira na América Latina. Nos processos de privatização do continente, os espanhóis foram os grandes compradores. O Santander levou o Banespa, a Telefonica adquiriu a Telesp e, mais recentemente, a Vivo, enquanto a Iberdrola levou vários ativos na área de energia. 

Esta última empresa, que era sócia da Neoenergia, já fez as malas e anunciou sua intenção de ir embora do País. O Santander, que fez um IPO no Brasil prometendo usar os recursos em investimentos na sua rede nacional, drenou recursos para a Espanha e, na semana passada, apresentou uma proposta indecente à presidente Dilma: a de que o Banco do Brasil, controlado pelo Tesouro Nacional, compre 10% do banco e se torne sócio da crise imobiliária espanhola.

Nada, no entanto, foi tão esdrúxulo quanto o pedido feito pela Telefonica. Cesar Alierta, presidente mundial da companhia, quer que o governo brasileiro facilite a entrada de espanhóis, uma vez que a empresa precisa cortar 6 mil empregos em sua matriz. A alegação é de que seria mão-de-obra qualificada, não encontrável no Brasil.

Erros da privatização?

Na privatização das telecomunicações, em 1998, havia uma corrente que defendia o controle nacional do setor. Prevaleceu o argumento de que isso não era “moderno” e o Brasil permitiu que ativos importantes passassem a ser controlados por italianos, espanhóis e mexicanos. Hoje, o Brasil tem um dos sistemas de telefonia mais caros e ineficientes do mundo. Há monopólios privados na telefonia fixa, o sinal das empresas de telefonia celular é cada vez pior e a chamada banda larga é de má qualidade e não chega a toda a população.

Prova inconteste de que aqueles que fizeram a feira na privatização talvez não estejam mais tão dispostos a investir. Não é chegada a hora de buscar um novo modelo?

Brasil 247


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