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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Dilma surpreende e cumprimenta ativistas do "Veta, Dilma!"



Os sinais são alvissareiros. 


A presidenta Dilma largou a comitiva e foi cumprimentar ativistas do "Veta, Dilma", hoje, em Belo Horizonte. Ela deve vetar pelo menos os artigos mais escabrosos do Código Florestal.


O ABC! e a Blogueira engrossam o coro cidadão: Veta, Dilma!


Em BH, Dilma surpreende comitiva e vai falar com manifestantes do "Veta, Dilma"

Sorrindo, presidenta atravessou para cumprimentar jovens que protestavam com máscaras de deputados peemedebistas

Denise Motta

A presidenta Dilma Rousseff (PT) interagiu na manhã desta sexta-feira (11) com manifestantes a favor do veto ao novo Código Florestal. Ao chegar para uma cerimônia na cidade de Betim, na Grande Belo Horizonte, Dilma abriu o vidro do carro oficial para acenar em direção aos manifestantes. Ao sair do evento, em que entregou unidades habitacionais do programa “Minha Casa, Minha Vida”, a presidenta surpreendeu sua comitiva. Ela atravessou uma rua para chegar perto de uma grade e cumprimentar algumas pessoas que pediam a ela que vetasse o projeto aprovado no Congresso.

     Presidenta quebra protocolo e vai falar com manifestantes do "Veta, Dilma"
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR


“Dilma, pode vetar. O Brasil vai te apoiar”, gritava um grupo de aproximadamente 50 pessoas, no conjunto habitacional Baviera, local da solenidade. Além desta unidade habitacional, ela inaugurou outra, o Parque das Palmeiras, 1 e 2. Sua primeira agenda na cidade foi inaugurar o Centro Infantil Municipal Wilma Costa Pinto Afonso, uma creche, mas apenas repórteres de imagem puderam acompanhar e não houve solenidade. “Dissemos a ela: coragem, presidenta. Veta tudo. Ela sorriu e acenou positivamente com a cabeça. Não esperávamos essa recepção dela”, contou o estudante Raul Lansky, de 19 anos.

Alguns manifestantes usavam máscaras com os rostos de deputados federais mineiros que votaram a favor do projeto que reforma o Código Florestal, como o ex-governador de Minas, Newton Cardoso, Leonardo Quintão e Paulo Piau, todos do PMDB. “Partido da Motosserra do Brasil” é uma inscrição utilizada em manifestações na capital mineira. Durante a visita da presidenta nesta sexta-feira, entretanto, a faixa não foi utilizada. Entre os pontos polêmicos do projeto de reforma do Código Florestal está a anistia para desmatadores.

“Na chegada, ela abriu o vidro do carro e colocou o corpo pra fora, acenando para todos. Ela viu os cartazes de “Veta, Dilma”. Já na saída, pegou na mão de cada um. Foi uma surpresa”, contou o também estudante Gabriel da Luz, 21 anos. Durante a solenidade, Gabriel empunhou cartazes com a inscrição “Veta, Dilma”. Amanhã, ele e outros manifestantes pretendem realizar um ato na Praça da Savassi, região centro-sul de Belo Horizonte.

“A orientação de governo foi nesse caminho, que nós acreditamos que ela defende. É uma interpretação minha. A posição dela (presidenta) é uma posição clara. Não há dúvida que vários artigos ela vai vetar. A presidenta está se sensibilizando com a mobilização da sociedade. Queremos ver o país crescendo, mas que não seja coisa agressiva ao meio ambiente”, afirmou o deputado federal Miguel Corrêa (PT), que acompanhou a chegada e saída da presidenta com os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Aguinaldo Ribeiro (Cidades) e Aloizio Mercadante (Educação).


Destaques do ABC!

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Os Maias tinham razão? Começou o Fim do Mundo?


Na cidade de São Paulo, no bairro de Engenheiro Goulart, Penha, cidadã blogueira vem sendo violentada de várias formas, há anos, sem que as instituições lhe amparem, como manda a lei. Esbórnia total.





Na Capital da República, o confronto entre Mensaleiros e Cachoeiristas, escândalos de parte a parte, podridão, imundície. Puro pântano.


Todos estes detritos, lá e cá, vindo à tona, sendo expostos à luz do dia.


Ratos, ratos e mais ratos. E ratazanas também.


Dizem que a Luz do Sol é o melhor detergente...


Será mesmo o começo do Fim do Mundo, como previram os Maias?


Mensalão versus caso Cachoeira: é a guerra 
do fim do mundo

                                                                                   Foto: Edição/247

DOIS ESCÂNDALOS ATÔMICOS CORREM EM PARALELO; DE UM LADO, UMA ALA NEGA O MENSALÃO E VÊ NA CACHOEIRA GOIANA UM MANANCIAL INESGOTÁVEL DE PODRIDÃO; DE OUTRO, APONTA-SE A CORTINA DE FUMAÇA DOS MENSALEIROS; NÃO SERIA O CASO DE SIMPLESMENTE ACABAR COM A HIPOCRISIA NA MÍDIA E NA POLÍTICA?



Leonardo Attuch _247 – Lá se vão 31 anos de que o escritor peruano Mario Vargas Llosa publicou um clássico da literatura latino-americana: “A Guerra do Fim do Mundo”, que mistura personagens reais e fictícios da Guerra de Canudos, liderada no sertão da Bahia por Antonio Conselheiro.


Vargas Llosa usou a imaginação para elaborar sua narrativa, mas, no Brasil, a realidade sempre supera a ficção. Ninguém poderia prever que, em 2012, dois escândalos atômicos correriam em paralelo: o do mensalão, que está prestes a ser julgado, e o do esquema de Carlos Cachoeira, que acaba de ser desbaratado pela Polícia Federal.


De cada lado, haverá uma torcida organizada, com políticos, jornalistas e porta-vozes informais. Uma espécie de Gaviões da Fiel contra Mancha Verde numa competição para apontar qual foi o maior escândalo de corrupção de todos os tempos no Brasil.


Um lado sustenta que o mensalão nunca existiu, ou seja, que jamais houve uma rotina de pagamentos mensais a parlamentares, em troca de apoio político. De fato, nunca existiu. Parlamentares não tinham salarinho mensal, com descontos no dia 20 e no dia 5. Mas a tese de que o mensalão foi apenas um megaesquema de caixa dois eleitoral não elimina uma série de crimes. Quando um determinado grupo político se propõe a pagar dívidas de campanha passadas e a organizar campanhas políticas futuras de sua base aliada, o que se está fazendo é, sim, a compra de apoio parlamentar. Afinal, políticos visam o poder. O poder depende do voto. E o voto depende de dinheiro, no sistema eleitoral brasileiro. Se a palavra mensalão puder ser utilizada como sinônimo de esquema de financiamento político, é algo que existe em todas as câmaras de vereadores e assembleias legislativas do País.


O outro lado, por sua vez, irá apontar que, por trás da CPI do Cachoeira, há o dedo de forças ocultas tentando criar uma cortina de fumaça para evitar o julgamento do “maior escândalo de corrupção de todos os tempos” – essa é a tese da revista Veja, por exemplo. E seus porta-vozes enxergarão em qualquer ato da CPI, como as possíveis convocações do procurador Roberto Gurgel ou de jornalistas ligados a Cachoeira, uma tentativa de melar o mensalão.


Cada um no seu quadrado


Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, já diria o sábio Vicente Matheus. Todos querem que o mensalão seja julgado – e o ideal é que o seja de forma justa, sem pressões exercidas por fatores externos, como a própria imprensa. E a sociedade brasileira também quer que a CPI tenha liberdade plena para investigar todos os aspectos da quadrilha liderada por Carlos Cachoeira. Uma quadrilha, diga-se de passagem, com ramificações em governos estaduais, no Ministério Público, no Judiciário, no PAC e, sim, na imprensa.


Por que será que, num país livre como o Brasil, deve haver temas proibidos ou tabus? Se o procurador Roberto Gurgel vier a ser convocado, porque, aparentemente, prevaricou, nenhuma instituição sairá abalada. Se jornalistas vierem a ser chamados a explicar suas relações com Carlinhos Cachoeira, o Brasil compreenderá melhor como funciona o jogo de achaques e extorsões no submundo da política brasileira. E a liberdade de imprensa sairá fortalecida.


Perde-perde?


Com o olhar arguto de jornalista acostumada a desvendar os meandros do poder, a brilhante Tereza Cruvinel, que presidiu a Empresa Brasileira de Comunicação e comandou a coluna política mais importante do jornal O Globo, definiu a CPI do Cachoeira como um jogo de perde-perde.


Os dois lados, governistas e oposição, mensaleiros e cachoeiristas, sairão derrotados. Mas, se é assim, e se estamos mesmo diante de uma guerra de extermínio entre gangues rivais da política, o Brasil sairá ganhando. A bomba atômica fez nascer o Japão da paz, como diria Gilberto Gil. E o cogumelo nuclear pode também estar gestando um sistema político mais saudável no Brasil.


Transparência, liberdade e o fim da hipocrisia só podem fazer bem a um país. Quem sabe se, depois disso, brotam do pântano as flores do mal.


Brasil 247



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