SUPREMOCRACIA
O decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Celso de Mello, em agosto do ano passado, se manifestou inequivocamente em defesa da validade dos embargos infringentes. Veja o vídeo abaixo. Agora, na próxima quarta, 18, proferirá voto decisivo para o destino de 12 réus do chamado "Mensalão", já que ontem o placar fechou em 5 X 5.
Supremo dividido.
E agora?
Celso de Mello resistirá à pressão vinda dos jornalões e colunistas da mídia golpista (Reinaldo Azevedo, Merval Pereira, Augusto Nunes...), que querem José Dirceu "enforcado em praça pública"?
E o "rebanho" frequentemente insuflado pelo jornalismo de esgoto de Veja e afins? Vai às ruas clamar por mudança de posição (e consequente desmoralização) do decano e "fuzilamento" imediato dos réus?
CELSO DE MELLO INDICA QUE NÃO CEDERÁ À PRESSÃO
Abordado por jornalistas ao sair da sessão em que só não votou em razão de uma chicana conduzida pela ala acusatória do Supremo Tribunal Federal, decano da corte, Celso de Mello, afirma que já firmou convicção sobre a admissibilidade dos embargos infringentes e manifestou sua posição em agosto do ano passado, favorável aos recursos (assista o vídeo); perguntado sobre se seu entendimento pode evoluir, ele foi claro: "acho que não evolui"; nos próximos dias, no entanto, ele será alvo de intensa pressão para que mude seu voto e negue aos réus a possibilidade de um recurso sempre aceito no STF
247 - Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, estava preparado para proferir seu voto na sessão desta quinta-feira. Só não o fez em razão de uma chicana liderada pela ala acusatória da suprema corte. Na sessão de ontem [quarta], o presidente da corte, Joaquim Barbosa, encerrou os trabalhos às 18 h. Hoje [quinta], também antecipou o fim alegando que haveria sessão do Tribunal Superior Eleitoral. Foi ajudado pelos ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello, que proferiram votos extensos, de modo a impedir que o decano pudesse falar. O objetivo é submetê-lo a uma pressão intensa dos meios de comunicação. De hoje até a quarta-feira, quando os embargos infringentes serão julgados, há tempo para capas de Veja e Época e diversos editoriais de jornais, como O Globo. A aposta dos que querem negar aos réus um direito de defesa antes consagrado no STF é que Celso de Mello não suportará a pressão midiática (leia mais aqui).
Hoje, essa pressão se manifestou pela primeira vez, na saída da sessão, quando um jornalista perguntou ao decano se sua posição pode evoluir. "Acho que não evolui. Será que evolui?" Ele lembrou aos jornalistas que cuidou especificamente do tema em agosto do ano passado. Na ocasião, quando se discutia o desmembramento do processo do mensalão, ele foi favorável a esse tipo de recurso. "Eu não posso antecipar voto algum, este não é o momento, mas já preparei meu voto, como lhes falei. Ouvi todos os lados, li os memoriais redigidos por advogados [...]. Li os memoriais da eminente procuradora-geral da República e todos os votos bem fundamentados que foram pronunciados na sessão anterior e na sessão de hoje", disse, emendando que "tenho minha convicção já formada e vou expô-la na próxima quarta-feira".
Abaixo, o vídeo:
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