PRIMAVERA BRASILEIRA
E ontem, manifestações pelo Brasil afora mostraram que eles estão "contra tudo" o que representa "poder institucionalizado". Em Brasília, invadiram o Congresso Nacional. No Rio de Janeiro, a situação beirou o terrorismo. Em São Paulo, às 11 da noite eles ameaçavam o Palácio dos Bandeirantes.
E os insultos à presidenta Dilma Rousseff já começaram.
Não era "passe livre" que eles queriam? E agora querem governar o País sem ter recebido 1 voto sequer do povo brasileiro?
O que significa tudo isso?
Há partidos, grupos de poder, por trás deles?
A quem interessa desestabilizar as instituições e os governos democraticamente eleitos?
Oposição ao governo comemora e insufla. E a mídia golpista também.
E hoje tem mais.
A Praça da Sé em São Paulo vai virar a Praça da Revolução.
Vamos acompanhar e tentar entender.
A PRAÇA TAHIR É AQUI?
LEONARDO ATTUCH
O “outono brasileiro” não tem dono, nem direção. E quem tentar se apropriar desse “movimento” será rapidamente devorado pela fúria das ruas
Quem são eles? O que querem? O que realmente motiva os milhares de jovens que tomaram as ruas das grandes cidades e, ontem, invadiram o próprio Congresso Nacional?
Serão mesmo os vinte centavos da passagens de ônibus? Ou há algo mais fundo? Há explicações para cada tipo de freguês. Para os petistas, a violência da Polícia Militar de São Paulo potencializou a reação desta segunda-feira. Para os tucanos, o que existe é uma insatisfação difusa contra os rumos do País e a precariedade dos serviços públicos.
Diante de uma catarse coletiva, sem direção e sem lideranças claras, cada grupo tenta impor sua própria agenda ao “movimento”, que, na verdade, não tem unidade alguma.
Nessa tentativa de se apropriar dos protestos, a Globo, por exemplo, enxergou um grande protesto nacional contra a PEC 37, que limita ações do Ministério Público, sem qualquer amparo na realidade. E acabou sendo alvo da fúria das ruas, diante de manifestantes que gritavam palavras de ordem contra a “Central Globo de Mentiras”.
Se a Praça Tahir é aqui, o que fica claro é que ela não tem dono. Há quem grite contra a corrupção, contra os gastos da Copa, contra a mídia e até mesmo contra as tarifas de ônibus.
No mundo político, a correnteza das ruas deixa um grande ponto de interrogação. À direita, os que ontem falavam em “baderna” hoje enxergam uma oportunidade de apontar a fúria da massa contra o PT e a presidente Dilma Rousseff. No Facebook, tanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quanto o senador Aécio Neves saudaram o grito de indignação e a perspectiva de um eventual levante popular. No Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff limitou-se a elogiar o “caráter democrático” dos protestos. E o ex-presidente Lula jogou a batata quente para o prefeito Fernando Haddad, apostando numa negociação com o Movimento Passe Livre.
Mas o fato é que o poder está cercado. E a polícia, intimidada pela repercussão negativa de suas ações na semana passada. Hoje, há apenas incerteza. E quem tentar se apoderar desse movimento sera rapidamente devorado por ele.
Brasil 247
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