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sábado, 2 de março de 2013

Yoani Sánchez: o começo da fama mundial


Reportagem de capa no The Wall Street Journal em 2007, no começo do blog Generación Y, projetou Yoani Sánchez internacionalmente.


                                                                                           Imagem de vídeo/WSJ


A reportagem que mudou a vida da dissidente



Yoani atribui à reportagem notabilidade que ganhou desde 2007

Renata Cardarelli

O correspondente no Brasil, John Lyons, representou o The Wall Street Journal (WSJ) na coletiva de imprensa com a blogueira Yoani Sánchez, promovida pelo Estadão, na quinta-feira, 21. Quando ele se levantou para fazer uma pergunta, a cubana o interrompeu e disse que o jornalista foi responsável por mudar sua vida, em consequência de reportagem escrita em 2007. A dissidente do regime cubano se referiu à notabilidade que ganhou devido à repercussão de seu blog, Geração Y. “A minha vida mudou, por causa de um artigo que ele escreveu”, disse.

Lyons explica que há seis anos os cubanos que moravam em Miami (EUA) começaram a se questionar sobre a pessoa que mantinha o blog Geração Y e sobre suas intenções em expor a realidade do país comunista na internet. “Fui a Cuba, cheguei como turista, com chinelo e roupa havaianos. É muito difícil para um americano conseguir o visto de Cuba”.

O americano permaneceu por uma semana na ilha caribenha. Antes de todos os encontros que teve com Yoani sempre ia a pontos turísticos de Havana para não levantar suspeitas do governo. “Ao sair do hotel, ia para pontos turísticos. Peguei um táxi irregular para ir até a casa de Yoani, mas acredito que a casa dela era vigiada constantemente”.

Correspondente do WSJ há nove anos, o jornalista conta que a reportagem sobre Yoani foi capa da edição impressa do veículo. Ele, entretanto, não assinou a matéria. Lyons e o editor concordaram que a melhor opção era não divulgar o nome do repórter para que ele pudesse entrar outras vezes na ilha comandada pelos irmãos Castro.

O jornalista fala que “medo” não é o termo mais apropriado para se referir a sensação que teve ao se passar por um turista em Cuba. “Senti um pouco da paranoia de morar em um regime totalitário. Eles colocam uma espécie de polícia na sua cabeça e você deixa de fazer coisas que faria normalmente”.



Yoani, a blogueira "turista"


Datada de 22 de dezembro de 2007, a matéria “Yoani Sánchez fights tropical totalitarianism, one blog post at a time” (“Yoani Sánchez luta contra o totalitarismo tropical, um post de cada vez”, em livre tradução) conta como a cubana contornava as proibições do governo e conseguia ter acesso à web para postar seus textos.

“Para se livrar das restrições cubanas de acesso à internet, a aparente pária de 32 anos se passava por turista para entrar em um café com internet, em um luxuoso hotel da cidade, normalmente o bar Cubans. Vestida de shorts de surf cinza, camiseta e alpercatas verde-limão, ela passou por um guarda do hotel e deu um largo sorriso. O guarda, alto e de cabelo raspado, deu um passo para trás”, narra a cena. Lyons revela que a rotina se tornou comum na vida de Yoani desde abril daquele ano.

Na reportagem, o jornalista ressalta que geralmente blogs mantidos sobre Cuba são feitos ou por pessoas que visitam a ilha ocasionalmente ou por moradores antigos. “Ela não só escreve de Cuba, como também assina o seu nome e publica uma foto sua. Muitos blogueiros de Havana são anônimos”.


O Santo Ofício

Para ver o vídeo do The Wall Street Journal sobre Yoani Sánchez clique aqui.

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