Vejam os leitores que o que a reles blogueira disse aqui, as críticas e reflexões que fez em vários posts, na segunda, terça e hoje, estão muito próximas das do experiente jornalista.
Infelizmente a luz amarela acendeu...
E Dilma foi à festa dos algozes da Folha
Por Altamiro Borges
O exercício de poder produz cenas constrangedoras! A presença de Dilma Rousseff na festa dos 90 anos da Folha é um exemplo típico do chamado “cretinismo institucional”. No passado distante e recente, este veículo esteve em campos diametralmente opostos ao da atual presidenta. Hoje, ele tenta disfarçar o seu oposicionismo. Amanhã, quem sabe como se comportará!
A ditadura no passado distante
No passado distante, a Folha foi um dos baluartes da direita brasileira. Em manchetes e editoriais, ela clamou pelo golpe militar de 1964; ajudou a criar um clima de instabilidade no país para justificar a deposição ilegal do presidente João Goulart. Depois, o seu fundador, Otávio Frias, foi um dos principais aliados dos “generais de linha dura”. A empresa chegou a ceder as suas peruas para transportar presos políticos à tortura. Já nos estertores do regime militar, ela mudou de lado e abraçou a bandeira das Diretas-Já.
Neste período sombrio, a jovem militante Dilma Rousseff participava da resistência à ditadura. Com diferentes métodos de luta, num contexto totalmente adverso, vários patriotas e democratas deram sua vida pela democracia no Brasil. A atual presidenta foi presa e torturada. Escapou da morte por pouco. Para o “seu” Octávio, chefão da Folha, Dilma Rousseff seria mais uma “terrorista”, “subversiva”, “comunista” – apta a ser enviada ao pau-de-arara, a levar choques elétricos, a figurar na lista dos “desaparecidos”.
O golpismo no passado recente
Superada a ditadura, a Folha manteve sua visão de classe. O ecletismo da sua linha editorial só serviu para ludibriar os ingênuos. Conquistada a eleição direta, o jornal elitista e preconceituoso fez de tudo para evitar a chegada do “peão” Lula à presidência. No reinado de FHC, ele foi um defensor militante dos dogmas regressivos e destrutivos do neoliberalismo. A partir da vitória de Lula, em 2002, o diário deixou de lado o seu falso pluralismo e abusou do denuncismo vazio, do oposicionismo golpista.
Para evitar a continuidade do ciclo político aberto pelo operário-presidente, a Folha estampou na capa uma ficha policial fajuta de Dilma - lembrando as manchetes contra os “terroristas” do finado “seu” Frias. O jornal blindou o demotucano José Serra e virou quartel-general da sua candidatura. Seus colunistas de aluguel tentaram justificar o soldo. Josias de Souza, o carona de FHC, não vacilou em usar estereótipos machistas – termos como vadia e vagabunda. Eliane Cantanhêde vibrou com a “massa cheirosa” do PSDB.
Manobra tática ou cedência estratégica?
Toda esta tenebrosa história, distante e recente, foi deixada de lado na festança dos 90 anos do jornal. Os mais otimistas afirmam que Dilma cumpriu o seu papel de chefe de estado, que não tinha como evitar o ritual – junto com ela estiveram os presidentes do Senado e da Câmara, ministros do STF e lideranças políticas de distintos partidos. Já os mais incrédulos criticam a participação da presidenta na homenagem aos algozes da Folha. Alguns suspeitam que sua atitude sinalize nova cedência aos barões da mídia.
Ainda é cedo para tirar conclusões taxativas sobre o significado do seu gesto. A presidenta pode ter decidido ir à “toca dos leões” numa tática para neutralizar ou minimizar os ataques deste veículo. Momentaneamente, a sua visita “diplomática” colocaria na defensiva os filhos do “seu” Frias – e, de quebra, o conjunto da mídia e de seus “calunistas”. Josias de Souza virou fã da Dilma; até o Estadão elogiou a festa do seu rival. Leitores mais hidrófobos devem ter entrado em parafuso. Essa é a hipótese mais otimista.
Um discurso ensaboado
A mais pessimista analisa o gesto não como uma manobra tática ou obrigação de uma estadista, mas sim como opção estratégica de evitar confrontos com os barões da mídia. Numa visão tecnicista e administrativista, Dilma estaria evitando qualquer “marola” – seja com a imprensa golpista ou com o “deus-mercado” (vide o aumento dos juros, o corte dos gastos públicos e a refrega do salário mínimo). Corrobora com esta visão mais negativa o próprio discurso da presidenta no evento festivo – veja íntegra abaixo [já publicado pelo ABC!].
Dilma nada falou sobre seu compromisso de campanha de promover mudanças no marco regulatório para democratizar os meios de comunicação. Nem sequer citou a projeto do seu antecessor sobre regulação da mídia. Ao fazer tantos elogios à Folha, ela não fez sequer uma crítica aos monopólios e às manipulações midiáticas. E a presidente ainda insistiu no erro conceitual ao confundir liberdade de imprensa – que serve hoje unicamente aos monopólios midiáticos – com a garantia da plena liberdade de expressão.
Em síntese, a festança da Folha revela que a ditadura midiática continua exercendo forte poder político e enorme capacidade de sedução – ou de intimidação. Dilma Rousseff, que foi vítima destas corporações no passado distante e recente, parece que ainda carece de uma melhor estratégia para o setor. Em festa, hoje a Folha bajula e acaricia. Amanhã, caso não dobre e enquadre a nova presidenta, o jornal poderá voltar novamente chamá-la de “terrorista”. Aí poderá ser tarde demais para mudanças!
O exercício de poder produz cenas constrangedoras! A presença de Dilma Rousseff na festa dos 90 anos da Folha é um exemplo típico do chamado “cretinismo institucional”. No passado distante e recente, este veículo esteve em campos diametralmente opostos ao da atual presidenta. Hoje, ele tenta disfarçar o seu oposicionismo. Amanhã, quem sabe como se comportará!
A ditadura no passado distante
No passado distante, a Folha foi um dos baluartes da direita brasileira. Em manchetes e editoriais, ela clamou pelo golpe militar de 1964; ajudou a criar um clima de instabilidade no país para justificar a deposição ilegal do presidente João Goulart. Depois, o seu fundador, Otávio Frias, foi um dos principais aliados dos “generais de linha dura”. A empresa chegou a ceder as suas peruas para transportar presos políticos à tortura. Já nos estertores do regime militar, ela mudou de lado e abraçou a bandeira das Diretas-Já.
Neste período sombrio, a jovem militante Dilma Rousseff participava da resistência à ditadura. Com diferentes métodos de luta, num contexto totalmente adverso, vários patriotas e democratas deram sua vida pela democracia no Brasil. A atual presidenta foi presa e torturada. Escapou da morte por pouco. Para o “seu” Octávio, chefão da Folha, Dilma Rousseff seria mais uma “terrorista”, “subversiva”, “comunista” – apta a ser enviada ao pau-de-arara, a levar choques elétricos, a figurar na lista dos “desaparecidos”.
O golpismo no passado recente
Superada a ditadura, a Folha manteve sua visão de classe. O ecletismo da sua linha editorial só serviu para ludibriar os ingênuos. Conquistada a eleição direta, o jornal elitista e preconceituoso fez de tudo para evitar a chegada do “peão” Lula à presidência. No reinado de FHC, ele foi um defensor militante dos dogmas regressivos e destrutivos do neoliberalismo. A partir da vitória de Lula, em 2002, o diário deixou de lado o seu falso pluralismo e abusou do denuncismo vazio, do oposicionismo golpista.
Para evitar a continuidade do ciclo político aberto pelo operário-presidente, a Folha estampou na capa uma ficha policial fajuta de Dilma - lembrando as manchetes contra os “terroristas” do finado “seu” Frias. O jornal blindou o demotucano José Serra e virou quartel-general da sua candidatura. Seus colunistas de aluguel tentaram justificar o soldo. Josias de Souza, o carona de FHC, não vacilou em usar estereótipos machistas – termos como vadia e vagabunda. Eliane Cantanhêde vibrou com a “massa cheirosa” do PSDB.
Manobra tática ou cedência estratégica?
Toda esta tenebrosa história, distante e recente, foi deixada de lado na festança dos 90 anos do jornal. Os mais otimistas afirmam que Dilma cumpriu o seu papel de chefe de estado, que não tinha como evitar o ritual – junto com ela estiveram os presidentes do Senado e da Câmara, ministros do STF e lideranças políticas de distintos partidos. Já os mais incrédulos criticam a participação da presidenta na homenagem aos algozes da Folha. Alguns suspeitam que sua atitude sinalize nova cedência aos barões da mídia.
Ainda é cedo para tirar conclusões taxativas sobre o significado do seu gesto. A presidenta pode ter decidido ir à “toca dos leões” numa tática para neutralizar ou minimizar os ataques deste veículo. Momentaneamente, a sua visita “diplomática” colocaria na defensiva os filhos do “seu” Frias – e, de quebra, o conjunto da mídia e de seus “calunistas”. Josias de Souza virou fã da Dilma; até o Estadão elogiou a festa do seu rival. Leitores mais hidrófobos devem ter entrado em parafuso. Essa é a hipótese mais otimista.
Um discurso ensaboado
A mais pessimista analisa o gesto não como uma manobra tática ou obrigação de uma estadista, mas sim como opção estratégica de evitar confrontos com os barões da mídia. Numa visão tecnicista e administrativista, Dilma estaria evitando qualquer “marola” – seja com a imprensa golpista ou com o “deus-mercado” (vide o aumento dos juros, o corte dos gastos públicos e a refrega do salário mínimo). Corrobora com esta visão mais negativa o próprio discurso da presidenta no evento festivo – veja íntegra abaixo [já publicado pelo ABC!].
Dilma nada falou sobre seu compromisso de campanha de promover mudanças no marco regulatório para democratizar os meios de comunicação. Nem sequer citou a projeto do seu antecessor sobre regulação da mídia. Ao fazer tantos elogios à Folha, ela não fez sequer uma crítica aos monopólios e às manipulações midiáticas. E a presidente ainda insistiu no erro conceitual ao confundir liberdade de imprensa – que serve hoje unicamente aos monopólios midiáticos – com a garantia da plena liberdade de expressão.
Em síntese, a festança da Folha revela que a ditadura midiática continua exercendo forte poder político e enorme capacidade de sedução – ou de intimidação. Dilma Rousseff, que foi vítima destas corporações no passado distante e recente, parece que ainda carece de uma melhor estratégia para o setor. Em festa, hoje a Folha bajula e acaricia. Amanhã, caso não dobre e enquadre a nova presidenta, o jornal poderá voltar novamente chamá-la de “terrorista”. Aí poderá ser tarde demais para mudanças!
O segredo é do medo que encerra
ResponderExcluirO segredo é somente uma cela
No escuro da noite, sem haver razões
Tem estrelas paradas, com sonhos e ilusões
Estão trancados perdidos
Mas a mente sempre a voar
E esperam que a noite passe
Para o dia chegar
Na esperança de um dia estarem a correr
Num campo de flores que lindo há de ser
Como diz a canção, "o importante é que a nossa emoção sobreviva"...
ResponderExcluirPois é, Sônia. Ontem a TV Senado mostrou homens da casa discursando contra o marco regulatório e enfatizando que a Presidenta os deixou tranquilos de que isso não acontecerá.
ResponderExcluir"Embaçou", como se diz... O ministro das Comunicações também não está ajudando muito. Dá declarações confusas, controversas... E a presidenta agora, depois da Folha, de braços dados com Hebe... E vem aí Ana Maria Braga e o Louro José, claro... Dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és... Vamos continuar atentas, vigilantes. Abraços e obrigada pela informação, Geysa.
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