Com a condenação do Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), obrigando o Estado brasileiro a reparar os direitos violados pela ditadura militar na Guerrilha do Araguaia, em 1972-1974, familiares dos mortos e desaparecidos e ativistas dos direitos humanos querem um "WikiLeaks brasileiro", abrindo-se os arquivos em poder das Forças Armadas para se conhecer todas as informações negadas até agora à sociedade, inclusive no governo Lula.
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Familiares de vítimas da ditadura pedem a Lula um "Wikileaks brasileiro"
Um “Wikileaks brasileiro” é uma das formas que familiares de vítimas da ditadura militar no país usaram para expressar a demanda de abertura dos arquivos mantidos pelas Forças Armadas sobre o período. Após a divulgação, na terça-feira (14), da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos condenando o Brasil por não investigar os crimes cometidos pelo Estado na repressão à guerrilha do Araguaia, os peticionários consideram reaberto o debate sobre o direito à informação e à verdade.
“O Lula elogiou o Wikileaks. Por que não abre o nosso wikileaks?”, disparou Criméia Almeida, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, atualmente com 63 anos, companheira de André Grabois, morto no Araguaia. Ela revela ter recebido com satisfação a sentença da Corte, ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA).
A declaração de Criméia faz alusão ao site que vazou documentos secretos do governo dos Estados Unidos. Ela ironizou a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu a iniciativa por duas vezes na última semana, alegando defesa da liberdade de expressão e de imprensa.
A crítica direta ao governo Lula deve-se ao fato de que a gestão dele não promoveu, a exemplo dos governos civis anteriores, qualquer forma de investigação efetiva ou abertura de arquivos da Ditadura.
A representante da Comissão participou, na manhã desta quarta-feira (15), de uma entrevista coletiva em São Paulo ao lado de membros dos dois demais peticionários da ação, que tramitou na Corte por 15 anos. O Grupo Tortura Nunca Mais e o Centro Pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil) assinaram o pedido com base em acordos internacionais firmados pelo país em 1992 e no reconhecimento da instância em 1998.
15 de dezembro de 2010
Excelente texto Sonia, parabéns!
ResponderExcluirAbraço
Rosa
É, Rosa... agora o Presidente Lula ficou numa "saia justa"... E deixou Dilma, que ainda não se pronunciou sobre o WikiLeaks, numa "sinuca de bico"... Obrigada pelo apoio, volte sempre, estarei também com você sempre que possível... Abraços.
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