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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Confrontos e depredações: São Paulo vai parar?


ATIVISMO



Quem são eles e o que querem?


Nós não temos como controlar as pessoas que vêm aqui só para zoar e quebrar tudo. Nossa ação tenta ser pacífica.

Isso tudo é importante porque mostra como temos poder de mobilização. Tudo pela internet.

O movimento é apartidário, mas nós aceitamos todos os partidos que queiram se unir à luta. Em geral, é a polícia que começa a violência. 

Nós somos um movimento social. Queremos transformar a realidade.

Mas, enquanto estivermos irritando a esquerda e a direita, estamos no caminho certo.


"Se a tarifa não baixar, São Paulo vai parar" 
Movimento Passe Livre/Facebook


As faces do movimento que está parando São Paulo

KIKO NOGUEIRA* 

“Nós não temos como controlar as pessoas que vêm aqui para quebrar tudo”.


Thaís Lopes, estudante de jornalismo


O terceiro ato contra o aumento das tarifas de ônibus do Movimento Passe Livre terminou com um saldo de 32 detidos, barricadas, uma agência do Bradesco e uma estação de metrô depredadas e confrontos com a polícia na Estação da Sé, na Paulista e em alguns outros pontos da cidade.

O Diário acompanhou a manifestação que juntou aproximadamente 5 mil pessoas (as fotos são de autoria de Andrés Vera).

Por que terminou assim? Tem de terminar assim? É útil para a causa do Passe Livre que termine assim? “Nós não temos como controlar as pessoas que vêm aqui só para zoar e quebrar tudo”, me disse um membro do MPL que não quis se identificar. “Nossa ação tenta ser pacífica”.

A concentração na esquina da Paulista com a Consolação era relativamente tranquila na tarde feia paulistana. Em comum, todos estavam atendendo à convocação feita pelo Facebook. “Isso tudo é importante porque mostra como temos poder de mobilização. Tudo pela internet”, disse Thais Lopes, estudante de jornalismo. Os membros do MPL batucavam na Praça do Ciclista, no coração da aglomeração. Usavam camisetas pretas com o símbolo da organização e entoavam gritos de guerra como: “Ô motorista, ô cobrador, me diz aí se seu salário aumentou”; “Mãos ao alto, 3 e 20 é um assalto”.

Em torno deles, a multidão de jovens – muitos deles com lenços cobrindo o nariz e a boca. Faixas estendidas. Não eram visíveis bandeiras de partidos como PSTU e PSOL. Mas o MPL era, na verdade, a minoria.

“Nós todos queremos a mesma coisa”, disse Guilherme Kranz, morador de Higienópolis e membro da Juventude Às Ruas. Guilherme distribuía panfletos de sua agremiação. “Há notícias de que até mesmo a Abin (A CIA brasileira) tem se infiltrado e espionado nossos atos e isso num governo de uma ‘ex-combatente’ contra a ditadura”, lia-se.

O homem destacado pelo MPL para falar com a imprensa era Caio Martins. Magro, alto, óculos de aros redondos, Caio mora na Lapa com os pais. “Nós decidimos que eu falaria com vocês numa reunião à tarde. Eu me sinto mais à vontade”, disse. “O movimento é apartidário, mas nós aceitamos todos os partidos que queiram se unir à luta. Em geral, é a polícia que começa a violência”. Caio declarou enxergar uma inspiração no Ocupe e nos protestos em Istambul, na Praça Taksim. “Nós somos um movimento social. Queremos transformar a realidade”.

A passeata seguiu em direção ao centro. A chuva intensa fez com que muitos se refugiassem nas marquises de lojas da Consolação. “Há muitas coisas ruins acontecendo no Brasil. É preciso dar um basta. Gostaria de ver mais famílias aqui”, disse Isadora Lima, de 32 anos, hostess, que aproveitou o dia de folga do trabalho para protestar.

“A USP está engajada, especialmente a FFLECH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). O transporte tem de ser gratuito”, afirmou Renato Aguilar, morador de uma república e que vai à escola com o circular da USP — o qual, aliás, é gratuito. “Eu não me conformo com essa situação. Sou do coro de maracatu da faculdade e o pessoal do Passe Livre nos convidou a participar”.

A violência teve início na Praça da Sé, com a rotina de gás lacrimogêneo contra pedradas. “Esquecemos o vinagre”, disse Júlio Witer, estudante de geografia, de olhos vermelhos após uma bomba de efeito moral. Muitos levavam lenços embebidos em vinagre para amenizar os efeitos do gás. Sacos de lixo foram usados para acender fogueiras. Mais tarde, grupos se dispersaram e confrontos esparsos prosseguiram por algumas horas. Na Bela Cintra, bexigas com tinta foram atiradas nos policiais. Uma bomba explodiu na estação Brigadeiro do metrô. Os passageiros tiveram de sair por causa da fumaça.

“Não sei se vamos nos isolar. É possível que sim”, disse o estudante Reinaldo Carvalhosa. “Mas, enquanto estivermos irritando a esquerda e a direita, estamos no caminho certo”.

As faces da manifestação:



Adriana Martins, artista plástica


Guilherme Kranz, estudante e membro da Juventude Às Ruas

Stefany Marques, estudante


Enzo Santos, estudante de cinema


Isadora Lima, hostess


Melannie Schisler, estudante de geografia

Júlio Witer, estudante de geografia

Rogério Che, diretor de fotografia

João Paulo Freire, enfermeiro

* Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

Diário do Centro do Mundo

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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Yoani Sánchez: meio milhão de seguidores no Twitter


BLOGUEIRA CUBANA, LIVRE, PELO MUNDO



Na Suécia, depois de passar alguns dias em Zurich, Genebra e Neuchâtel, a ativista, escritora, jornalista, 
blogueira e tuiteira cubana Yoani Sánchez vai entrando na fase final de sua muito produtiva "Volta ao Mundo em 80 dias", que acompanhamos aqui no blog, e comemora a marca de meio milhão de seguidores no Twitter, para tristeza e desespero de seus invejosos perseguidores. E dos irmãos Castro, claro...

Yoani vem cumprindo uma programação intensa em Estocolmo, onde visitou universidade e entidade de direitos humanos, conversou com cidadãos cubanos e participou de encontro de ciberativistas no Parlamento.



Com Laritza Diversent, advogada, e Miriam Celaya, blogueira

Parlamento da Suécia, em encontro com ciberativistas


Imagens do Twitter de Yoani: @yoanisanchez

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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

São Paulo: ABC!, sob ameaça, comemora 2 anos





Parece pouco, dois anos. Mas vocês não imaginam o que é  editar diariamente um blog, selecionar assuntos importantes, escolher ilustrações, escrever, dar opinião, se posicionar, se comprometer. Todos os dias. E talvez vocês desconheçam também o quanto isto é apaixonante. Um trabalho ativo e criativo. Uma atividade comprometida, pois o Abra a Boca, Cidadão! e esta Blogueira têm lado: o lado dos mais frágeis, o lado dos sem voz, o lado dos sem mídia.

Para uma cidadã em risco de vida e em situação de vulnerabilidade econômica, ameaçada por quadrilhas que pretendem silenciá-la e a impedem de transitar livremente e exercer suas atividades profissionais, considero uma vitória maior ainda chegar a 24 meses, 730 dias, 1211 artigos publicados sobre Ativismo, Cidadania, Direitos Humanos, Justiça, Mídia e Poder e outros assuntos.

Agradeço de coração a cada um que veio até aqui, para ler, receber informação, formar opinião. Agradeço em especial aos amigos que fiz por meio deste espaço e que hoje acompanham minha luta pessoal, em defesa dos meus direitos de cidadã. 

Um carinho imenso a todas e todos!

Continuamos aqui, humildemente, no enfrentamento diário, fazendo nossa parte, em defesa da Justiça, da Lei, do Estado Democrático de Direito, da diversidade e dos mais frágeis.

Celebrem comigo, mais uma vez, a Cidadania Planetária, a Liberdade de Expressão e a Alegria de Viver!





O primeiro post do Abra a Boca, Cidadão! foi ao ar num momento histórico, inesquecível, durante a dura campanha eleitoral de 2010, que acabou por eleger Dilma Rousseff, a primeira mulher Presidente da República do Brasil. Hoje a cidade de São Paulo vive um clima eleitoral parecido, de "guerra", até porque um dos lados não abre mão da costumeira sordidez...


Por Amor ao Brasil

Há tempos venho pensando na possibilidade de criar um blog, abrindo um novo espaço de atuação para divulgação de ideias e pontos de vista. A hora me parece mais do que propícia.

O Brasil vive um momento único em sua história: um clima eleitoral nunca visto, com uma campanha sórdida, eivada de infâmias, desencadeada pelo candidato oposicionista, associado a uma mídia perversa e pervertida e a elites mesquinhas, ignorantes, sem qualquer compromisso com o País. Um descalabro. Um verdadeiro "atentado à cidadania".

Ando engajada diariamente na campanha, em minha "trincheira virtual", acompanhando os sites dos principais jornais e a Blogosfera Cidadã, disparando mensagens por email a amigos, parentes, conhecidos, tentando de alguma forma chamar a atenção deles para o gravíssimo momento que o País vive.

A cidadania corre risco. A democracia está ameaçada.

Não sou eu, uma ilustre desconhecida, que o afirmo. Há pouco li um post a respeito, mostrando o pronunciamento da extraordinária professora e filósofa Marilena Chauí nesse sentido.

O Brasil cresceu muito nos últimos 8 anos, chegando a uma posição nunca antes alcançada, inclusive em termos de prestígio internacional. Graças a um governo comprometido com o povo, com as classes menos favorecidas, com a nacionalidade. E corremos o risco de daqui a duas semanas, no segundo turno das eleições presidenciais, jogarmos todas estas conquistas numa lata de lixo e entrarmos num processo de retrogradação e obscurantismo.

Em pleno século XXI, no Terceiro Milênio, não tem sentido andarmos pra trás como caranguejos, na contramão de todo o avanço planetário. O momento é de estupefação, claro. Mas também de reflexão e ação. Precisamos todos buscar claridade sobre o processo em curso e avançar em atitudes que possam reverter este quadro, afastando o risco de retrocesso. Não em função de um partido ou de uma candidata. Mas por amor ao Brasil.

VIVA O POVO BRASILEIRO !!!

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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Professora Ativista se elege em Natal


Mazelas não faltam no Brasil. No Judiciário, na administração pública, na saúde, na educação... 

É preciso denunciar tais mazelas, apontar erros, distorções, ilícitos, reivindicar medidas cabíveis etc. e tal. E ocupar espaços.

Não há outra saída para a cidadã e o cidadão, a não ser abrir a boca de alguma forma. Não há outra saída para a democracia, que se alimenta de eleições há cada 2 ou 4 anos, mas também de atuação combativa o tempo todo. 

Veja o grande exemplo da professora-ativista Amanda Gurgel, cujo desabafo em audiência pública sobre educação explodiu em milhares de acessos nas redes sociais, o que lhe valeu uma cadeira na Câmara Municipal de Natal, onde defenderá ideais e tentará transformá-los em projetos e programas.




Professora que ficou famosa no YouTube se elege vereadora em Natal

Amanda Gurgel, que se revoltou com a precariedade do ensino, teve votação expressiva pelo PSTU e elegeu mais dois do PSOL

Wilson Lima 

Conhecida pelo vídeo de desabafo no YouTube em que ataca a precariedade do ensino público no Rio Grande do Norte, realizado durante audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado, a professora Amanda Gurgel conseguiu eleger-se a primeira vereadora do País pelo PSTU. Ela foi a vereadora mais votada na Câmara de Natal e, com isso, conseguiu eleger dois candidatos do PSOL pela coligação: Sandro Pimentel e Marcos do PSOL. Ela obteve 32 mil votos (8,5% do total).

No ano passado, ela ficou conhecida por um desabafo que rendeu aproximadamente 80 mil acessos no Youtube em menos de dois dias. O assunto também chegou à lista dos trending topics do Twitter. Na época, ela constrangeu deputados da Assembleia Legislativa potiguar perguntando aos deputados se eles “conseguiriam viver e manter seu padrão de vida com um salário de R$ 930”.

Além de ter conseguido eleger uma vereadora, o PSTU também disputará um segundo turno de eleição majoritária em Belém, na coligação com Edmilson Rodrigues, do PSOL.


Portal iG

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ciberativistas: Web não faz revoluções, mas ajuda muito



Muitos de vocês já perceberam pelo que eu escrevo ou reproduzo aqui no Abra a Boca, Cidadão! que sou extremamente otimista quanto ao uso das redes sociais e da web em geral para defenestrar a patifaria de plantão, sejam eles familiares canalhas que querem te roubar ou representantes da advocacia de esgoto, da bandidagem togada, políticos corruptos, governantes incompetentes e fascistas, como os dois que temos aqui em São Paulo... 


Enfim, acho que a cidadã e o cidadão, no mundo todo, têm que dominar pelo menos os procedimentos básicos da comunicação digital e "mandar bala" nestes malfeitores todos. Isso obviamente não exclui nem substitui denúncias nas instâncias devidas e a ida às ruas e praças e entradas de prédios onde estes marginais "trabalham", carregando cartazes e gritando slogans contra suas falcatruas. A Revolução Mundial, que no meu entendimento já está em curso, não vai ser vitoriosa apenas com o uso das redes sociais. Mas que o potencial de combatividade é exponencialmente ampliado, isso ninguém pode ignorar.


Portanto, nas ruas, nas instâncias devidas e diante de um computador, Abra a Boca, Cidadão!


A Internet ajuda, mas não faz revoluções

Beatriz Mendes

Durante palestra na Campus Party, ativistas falam sobre a importância da web para manifestações de protesto. Foto: Divulgação

Telefones celulares. Esta foi a “arma” que a ativista síria Leila Nachawati pediu aos participantes do Campus Party para que mandassem aos manifestantes de seu país, que vive forte tensão política sob a ditadura de Bashar al-Assad. Em tempos de redes sociais como ferramentas de articulação, e nos quais xingar muito no Twitter já é uma prática corriqueira, a blogueira garante que manifestar opiniões na rede é tarefa fundamental para o combate à repressão e aos regimes autoritários. Mas ela alerta para uma hipervalorização desse fato: “A luta é feita com sangue, não com a web. A realidade não é um videogame, tem sofrimento, pessoas sendo torturadas e massacradas”, declarou.

Leila Nachawati foi uma das participantes da mesa “Uma revolução em rede: os movimentos sociais no século XXI”, realizada no Campus Party na última sexta-feira, 10. Ao lado dela estavam Olmo Galvéz, ativista do movimento espanhol Democracia Real Ya!, e Charles Lenchner, do Occupy Wall Street.

Como quebrar o silêncio na Síria

Leila narrou alguns dos episódios horríveis que a Síria enfrenta sob o regime de Bashir al-Saad, como o caso de um ativista que filmava um protesto e teve os olhos arrancados, ou o do cartunista Ali Ferzat, cujas mãos foram quebradas depois de ele ter publicado charges que criticavam a ditadura. “São metáforas, avisos do governo para as pessoas pararem com as manifestações”, explica.

A ativista síria ainda afirma que grande parte da população nem fica sabendo destes fatos: o governo controla a mídia local e a entrada de jornalistas estrangeiros é estritamente proibida. Justamente por isso a rede se tornou essencial: “Acredito que o papel da tecnologia foi o de espalhar a revolução de um lugar para outro de forma rápida. Antes da internet, milhares de pessoas foram assassinadas pelas autoridades e o mundo não tomou conhecimento disso. Dessa vez, havia fotos e vídeos que mostravam os acontecimentos”.

“Nós precisamos de solidariedade global, de quebrar a barreira de silêncio, não esperar apoio dos governos. Escreva em algum blog, perfil de Twitter a respeito do assunto, revolte-se!”, enfatizou.

"Mudar o mundo é muito mais excitante do que qualquer jogo de computador"

“Quem aqui já falou sobre corrupção?”, perguntou Charles Lencher assim que tomou o microfone. A maioria da plateia respondeu afirmativamente. E o ativista emendou: “E quem participa da edição brasileira do Occupy?” Os braços levantados rarearam.

Diante de um público nem tão engajado assim, o ativista do movimento Occupy Wall Street tratou de realizar uma palestra didática. O primeiro ensinamento, bastante simples: não se apaixone por você mesmo. “Nós temos que nos apaixonar por aquilo que o mundo pode ser”, afirmou.

Lencher falou sobre a mobilização online do movimento e explicou que as pessoas precisam entender a importância de cada um se ver como um agente livre, capaz de divulgar suas ideias, mesmo sem ser escoltado por uma organização. “Qualquer um pode ser um agente, mas para isso é preciso que a gente se conecte, agregue idéias, conheça pessoas. Você pode até não conhecer quem que está ao seu lado, mas pode ser que vocês compartilhem opiniões. Por que não juntar essas ideias?”

Ainda, o ativista deixou claro que o sucesso do Occupy Wall Street é em grande parte fruto de uma prática incomum em grandes corporações: não há juízo de valor. Os integrantes do movimento não impedem que ninguém tome alguma atitude, mesmo que pareça que ela não dará certo. “Nós achamos que os erros ensinam tanto quanto os acertos. Tudo deve ser tentado, depois vemos se deu certo ou não”, disse.

“Mas não fique prestando tanta atenção no futuro, você tem que agir para que as mudanças aconteçam”, ressalvou. A ideia de Charles Lencher é trazer o espírito de luta que permeia a rede para o mundo real. “Muitos cidadãos foram atingidos por balas de borracha e tiveram sangue derramado durante os protestos. É preciso se mobilizar online, mas, na sequência, também é necessário sair às ruas para que essa mobilização surta efeito”, conclui, mostrando um slide que garantia que mudar o mundo é muito mais excitante do que qualquer jogo de computador.