Depois de incontáveis e frustradas tentativas de sair de Cuba para receber prêmios internacionais, dar palestras e encontrar seus leitores do exterior, a blogueira dissidente Yoani Sánchez finalmente conseguiu seu passaporte e um visto para entrar no Brasil, onde deve chegar no próximo dia 17.
Blogueira cubana obtém visto e pretende vir ao Brasil
no dia 17
A blogueira cubana Yoani Sánchez anunciou na segunda-feira que obteve o visto para viajar ao Brasil, onde ela pretende desembarcar em 17 de fevereiro para a estreia na Bahia de um documentário em que ela aparece.
No país, seu primeiro compromisso é participar, na Bahia, do lançamento do documentário "Conexão Cuba > Honduras", de Dado Galvão. Ela também deverá passar por São Paulo, em agenda ainda não programada.
Desmond Boylan/Reuters
Yoani Sánchez, escritora cubana que mantém o blog "Generación Y", escreve
em um notebook, em Havana
A passagem pelo Brasil é a primeira escala de Yoani em sua primeira viagem internacional em quase dez anos, após 20 tentativas de deixar Cuba. A dissidente conseguirá viajar graças à reforma migratória que eliminou a "autorização de saída" dada pelo governo.
No início do ano passado, ela chegou a fazer um apelo à presidente Dilma Rousseff para conseguir ser liberada pelo regime comunista comandado por Raúl Castro.
Reconhecida com vários prêmios internacionais que não pôde receber, Yoani viajará também a Peru, Colômbia e México -- onde foi convidada para participar da reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) --, além de Argentina e Chile.
Ela ainda visitará a Espanha, onde, em 2008, recebeu o Prêmio de Jornalismo Ortega y Gasset, além de Itália, República Tcheca, Polônia, Suíça (país onde viveu entre 2002 e 2004) e Alemanha.
Seus planos também incluem os Estados Unidos. Em Nova York, ela planeja participar de conferências em distintas universidades. Na Flórida, visitará a irmã que não vê há um ano e meio.
"Esses lugares me esperaram por muito tempo. Isso representa que, para Yoani Sánchez, as fronteiras nacionais se abriram e vou poder sair da ilha todas as vezes que quiser", disse.
Na semana passada, ela disse à agência de notícias Efe que receber o passaporte foi uma "sensação agridoce", porque é um feito que não "deveria ser notícia". "Teria que ter obtido pelo fato de ser cubana. Deveria ser um direito inalienável", disse.
Folha Online
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