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sábado, 12 de janeiro de 2013

O "apagão jornalístico" e o golpe em andamento


Eles não erram. Eles são mal-intencionados. E não produzem jornalismo, mas ativismo político-partidário.

"Eles" são os veículos da dita "grande imprensa": Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, Veja... que constituem o que alguns chamam de "PIG" (porco, em inglês): Partido da Imprensa Golpista. E também o Jornal Nacional, claro, e coisas do gênero.

"Eles", proclamando isenção, têm lado. Sempre tiveram. E não é o lado do Povo Brasileiro.

Desinformar para confundir, tumultuar, dividir, dominar.

"Eles" são porta-vozes históricos das "elites podres" de que falou a ministra Eliana Calmon, classes privilegiadas, gente mesquinha, ignorante, apátrida, que não aceita o Brasil sob o comando de governos trabalhistas, populares, cujas políticas contemplam sobretudo os mais frágeis. 

"Eles", as forças do atraso, do retrocesso, do golpismo, já estão em campanha para 2014. Ou antes. Não se enganem: os setores retrógrados, elitistas e patrimonialistas do Judiciário (e STF) estão com "eles", no embate contra Lula, Dilma e todas as forças progressistas, que querem um Brasil para todos.




A semana dos grandes erros na grande imprensa



Primeiro, a Folha noticiou uma reunião de emergência sobre o setor elétrico, que era rotineira. O Estadão, em letras garrafais, anunciou que o Ministério Público investigaria o ex-presidente Lula. E o Globo avisou que empresários já estariam fazendo seu próprio racionamento. Três exemplos "wishful thinking", em que a vontade política dos editores se impõe à objetividade dos fatos. Se isso não bastasse, Veja também derrapou feio ao anunciar uma megafusão bancária que não houve

247 - Wishful thinking. A expressão inglesa é a melhor tradução para o comportamento dos grandes jornais brasileiros na semana que passou e expressa um dos principais erros do pensamento, que é o de transformar desejos em realidade. Em vez de narrar os fatos como eles são, a história é contada como gostaríamos (ou gostariam) que fosse.

Entre pessoas comuns, o erro é perdoado. Mas quando se trata de grandes jornais, que têm o dever da objetividade, a questão se complica. A semana que passou, para a grande imprensa, foi também a semana dos grandes erros. Não pequenos deslizes, mas erros colossais, que, em alguns casos, foram escritos em letras garrafais – fugindo até ao padrão gráfico das publicações.

O jogo dos erros começou com a Folha de S. Paulo, dos Frias, que, na segunda-feira, anunciou: "Escassez de luz faz Dilma convocar o setor elétrico". No subtítulo, a mensagem de que, na "reunião de emergência", seriam discutidas medidas contra o racionamento, sob a imagem de uma vela acesa na escuridão. Este era o desejo – o wishful thinking. A realidade, no entanto, é que a reunião não era emergencial nem haverá racionamento.

No dia seguinte, foi a vez do Estadão, principal concorrente da Folha, que não ficou atrás. O sonho da família Mesquita, que controla o jornal, talvez seja ver o ex-presidente Lula atrás das grades. E a manchete "MPF vai investigar Lula" veio em negrito e letras gigantes como se anunciasse que a Alemanha nazista foi derrotada pelos aliados. Mais um exemplo de wishful thinking. No mesmo dia, a "informação" foi negada pelo procurador-geral Roberto Gurgel.

O Globo, dos Marinho, naturalmente, não poderia ficar de fora da festa e anunciou que grandes grupos empresariais já planejam racionar energia. Outra demonstração de um desejo – na quinta-feira, após uma reunião com a presidente Dilma, os principais empresários do País deram demonstrações públicas de que não estão trabalhando com a hipótese de apagão.

Se tudo isso não bastasse, houve também a barriga de Veja Online, que, também nesta semana, anunciou a fusão entre Bradesco e Santander. Neste caso, não era wishful thinking. Apenas um erro de informação e os jornalistas responsáveis foram demitidos.

De todo modo, a semana foi exemplar ao escancarar os riscos que se corre quando a vontade política dos editores se sobrepõe à objetividade dos fatos.

PS: até agora, apenas a Folha admitiu o erro, ainda que em letras miúdas.


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