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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dilma encara ruralistas e veta 9 pontos do Código Florestal


A Newsweek já tinha avisado: não mexa com a Dilma!

A ex-guerrilheira, barbaramente torturada na ditadura militar, é mulher de fibra: não tem medo de cara feia nem de assombração. Muito menos de latifundiários apátridas, que só pensam nos seus interesses mesquinhos, em detrimento do País e do povo brasileiro.

A presidenta vetou ontem 9 pontos do Código Florestal aprovado no Congresso. Dilma não aceita anistia a desmatadores e defende direitos dos pequenos agricultores.


DILMA FAZ NOVE VETOS AO CÓDIGO FLORESTAL


Proprietários rurais terão que recuperar áreas maiores nas proximidades 
dos rios, com espécies nativas; derrota dos desmatadores


Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff decidiu vetar nove itens do Código Florestal aprovado pelo Congresso Nacional em setembro. O principal veto retira do texto a flexibilização que os parlamentares queriam para a recuperação de áreas de preservação permanente (APPs) nas margens de rios.

O governo vai devolver à lei, via decreto que será publicado hoje (17), a chamada regra da “escadinha”, que prevê obrigações de recuperação maiores para grandes proprietários rurais. A “escadinha” determina que os produtores rurais terão que recompor entre 5 e 100 metros de vegetação nativa das APPs nas margens dos rios, dependendo do tamanho da propriedade e da largura dos rios que cortam os imóveis rurais. Quanto maior a propriedade, maiores as obrigações de recomposição.

A presidenta excluiu do texto o trecho incluído pelos parlamentares que permitiria a recuperação de 5 metros de APP em torno de rios intermitentes de até 2 metros de largura para qualquer tamanho de propriedade.

“Os vetos foram fundamentados naquilo que era o princípio da edição da medida provisória, que significa não anistiar, não estimular desmatamentos ilegais e assegurar a justiça social, a inclusão social no campo em torno dos direitos dos pequenos agricultores”, explicou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que apresentou os vetos hoje [ontem, 17], junto com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

Também foi vetada a possibilidade de recomposição de APPs com monocultura de espécies frutíferas exóticas, como laranja e maçã. “Não teremos áreas de pomar permanente, como diziam alguns”.

O decreto que será publicado hoje (18), no Diário Oficial da União, também trará a regulamentação do Programa de Regularização Ambiental (PRA) e do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que suprirão os possíveis vácuos na lei deixados pelos vetos.

Segundo Izabella, mais instrumentos normativos serão necessários para regulamentar outros pontos do texto, que poderão ser decretos ou atos ministeriais. “Outros atos, não necessariamente decretos, serão necessários para regulamentação do código”.

Izabella disse que os vetos foram pontuais, apenas para recuperar os princípios que estavam na proposta original do governo.

Brasil 247

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