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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Eliana Calmon e os escândalos de um Judiciário em frangalhos



É muito grave o que estamos assistindo na sociedade brasileira. Todo dia surge na mídia alguma notícia que coloca o Judiciário no mínimo numa posição vexatória.


Como o "Guardião da Lei" pode estar tão desguarnecido e fragilizado?


Para uma cidadã blogueira, vítima de criminosa família-quadrilha que vem recebendo "tratamento vip" de um Judiciário no mínimo suspeito, não constitui surpresa os escândalos que explodem todos os dias envolvendo juízes e desembargadores.


Isto pode ser só a ponta do iceberg.


Ministros Cézar Peluso, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowsky, do Supremo Tribunal Federal: ouçam de uma vez por todas as vozes que vêm das ruas, do pobre e esbulhado Povo Brasileiro, que suplica encarecidamente pela moralização do Judiciário.


Excelências: deixem a corajosa cidadã e ministra-corregedora Eliana Calmon, Orgulho da Magistratura Brasileira, cumprir com suas obrigações constitucionais, dando continuidade às investigações do Conselho Nacional de Justiça. 


Poderosos Senhores de Toga: permitam que a luz e o ar puro invadam os gabinetes obscuros e sombrios dos tribunais. Muito provavelmente o cidadão brasileiro ficará ainda mais chocado e estarrecido do que já se encontra. Mas não há outra alternativa. A História caminha para a frente, não em marcha-à-ré.


Há uma Revolução Mundial em andamento. O Brasil não é uma ilha, está inserido no contexto mundial. E a cidadania brasileira e planetária clamam por Transparência, Integridade, Igualdade, Equilíbrio.


E Justiça!


Pode-se cortar algumas flores. Mas não se pode impedir a chegada da Primavera. (Provérbio hindu)


Cabeça de Juiz


Imagine o caro leitor, a prezada leitora qual seria a reação geral diante da notícia de que um alto servidor dos Poderes Executivo ou Legislativo recebeu R$ 150 mil em adiantamento salarial para reformar o apartamento de cobertura danificado pelas chuvas?

Ou se os órgãos de fiscalização constatassem "movimentações atípicas" de mais de R$ 855 milhões nas contas bancárias de parlamentares, ministros, servidores e familiares?

Escândalo, CPI, demissões, cassações (talvez), condenação pública, convocação de protestos via internet, diagnósticos de crise institucional, desmoralização, um bafafá.

Com direito a manifestações do Poder Judiciário na sua condição de guardião da lei e nos últimos tempos muito mais falante e atuante na oratória de combate aos desmandos.

Mas, como esses acontecimentos e muitos outros mais dizem respeito a distorções ocorridas na Justiça, associações de magistrados e excelências de respeitável reputação agem como se contassem entre outras com a prerrogativa inamovível de estar coletiva, definitiva e eternamente acima de qualquer suspeita.

Por mais suspeitas que possam parecer determinadas ocorrências. A partir da criação do Conselho Nacional de Justiça, a despeito da forte reação contrária, foram sendo revelados desvios de conduta em quantidade que chama atenção e inspira cuidados.

A atuação da corregedora Eliana Calmon em sua necessária estridência deu publicidade a fatos que a reação corporativista alega contribuírem para levar a Justiça ao descrédito junto à população.

Neste aspecto, muito mais deletérios são os argumentos de que as investigações do CNJ configuram uma ameaça ao Estado de Direito. Vale para condutas individuais ou para o que se poderia chamar de farra (assim como se faz quando algo semelhante acontece nos outros Poderes) de pagamentos milionários a títulos diversos.

Da mesma forma como estatísticos fazem qualquer coisa com números, juristas encontram nas leis justificativas para quaisquer ações e, com base nelas, falam de uma forma que, aos olhos dos comuns, soa como mera defensiva.

A vantagem da corregedora Eliana Calmon é exatamente abordar os problemas do ponto de vista do que é certo ou errado. Óbvio, observada a legalidade.

Imprescindível também não descuidar da preservação da legitimidade dos atos. O caso do juiz citado acima mais pelo que guarda de pitoresco é típico: receber adiantamento para reformar um imóvel pode ser aceitável na iniciativa privada, onde o dono do dinheiro negocia e é de alguma forma compensado. Mas no setor público qualquer desembolso requer critérios rigorosos.

A começar pela transparência, sempre lembrada pelos magistrados em seus julgamentos, como um dos preceitos constitucionais exigidos à administração pública.


DORA KRAMER - O Estado de S. Paulo 



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3 comentários:

  1. É Sonia, mas parece que o "tiro saiu pela culatra". Ó só:

    http://www.scmcampinas.blogspot.com/2012/01/crise-do-judiciario-prudencia-e-caldo.html

    Só espero que a maioria dos ministros do Supremo também tenha olhos pra ver o "ovo da serpente".

    Bjaum. Tamo junto!

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  2. Nossa, aquele vídeo não deu pra ver, não, Ivana... rs Ver eles vêem. Mas fazem vistas grossas, ouvidos moucos... A praga do corporativismo. Vamos ver se o Joaquinzão, as duas ministras, Carmen Lúcia e Rosa Weber, e quem sabe o "Fucsi" (como diz o GilMAL...) equilibram esse jogo. O Toffoli não me convence e aquela entrevista à Época, que você publicou, achei fraquinha. Imagina o cara dizendo que nunca conheceu advogado desonesto. Se ele quiser eu apresento VÁRIAS para ele. MULHERES. E quando mulher dá pra ser desonesta, é pior que homem! Sai de baixo! rss Abraços e Tamo junto!

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  3. Ô Sonia, o vídeo é brincadeirinha, nada sério não! Só dá um sustinho no final! Rsrsrs
    Falando sério: acho que o voto do Toffoli é certo sim. O Fux propõe uma 3a. via (saída intermediária). Carmen Lúcia e Rosa ninguém sabe (é o voto delas que vai decidir).
    E o Marco Aurélio MeLLo anda nervosinho (bom sinal!); chamando o povo, a opinião pública de turba! Saiu no PHA. Segue o link:
    http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/01/20/stf-x-calmon-quem-e-a-%E2%80%9Cturba%E2%80%9D-esse-collor-de-melo/

    Bjaum. E vamo que vamo!

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