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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Apesar da Lei, do Judiciário e das sentenças dos juízes



Endinheirados  X  Despossuídos. O embate de sempre, como escrevi ontem.


Dedico o brado de indignação e alerta abaixo, o chamamento à cidadania, a todos os oprimidos, humilhados e ofendidos, vítimas da ação violenta de particulares e agentes públicos, apoiados por um Judiciário míope, tacanho, anacrônico, patrimonialista, classista, aristocrático, oligárquico, elitista... que se alinha com poderosos e não promove Justiça, mas Iniquidade. No Pinheirinho e em toda a parte.


Os cínicos, os hipócritas... Eles todos sabem bem o que fazem. E todos nós também, Indignadas e Indignados, precisamos saber. E fazer.


Apesar da lei, do Poder e das sentenças dos juízes, 
Não os perdoem: eles sabem o que fazem!

Ao povo do Pinheirinho!


Gerivaldo Neiva *

Indicação: Ivana Lima Regis, do blog Xad Camomila


Para o governador, a culpa é da Justiça.
Para toda a imprensa, a Justiça determinou, mandou, decidiu, despejou...
Para o Juiz que assinou a ordem, cumpriu-se a Lei e basta: Dura lex sede lex!
Para catedráticos cheirando a mofo, o Estado de Direito triunfou!
Para o Coronel que comandou, ordens são ordens!
Para o soldado que marchou sobre os iguais, idem!

Ei, Justiça, cadê você que não responde e aceita impassível tantos absurdos?
Não percebes o que estão fazendo com teu nome santo?
Em teu nome, atiram, ferem, tiram a casa e roubam os sonhos e nada dizes?
Tira esta venda, vai!
Veja o que estão fazendo em teu nome! Revolte-se!
E o pior dos absurdos: estão dizendo teus os atos do Juiz e do Poder que ele representa!
Vais continuar impassível?
E mais absurdos: estão te transformando em merdas de leis.
Acorda, vai!
Chama o povo, chama o Direito das ruas e todos os oprimidos do mundo e brada bem alto:

- Não blasfemem mais com meu nome! Não sou o arbítrio e nem a ganância! Não sou violenta, nem cínica e nem hipócrita! Não sou o poder, nem leis, nem sentenças e nem acórdãos de merda!

Diz mais, vai! Brada mais alto ainda:

- Eu sou o sonho, sou a utopia, sou o justo, sou a força que alimenta a vida, sou pão, sou emprego, sou moradia digna, sou educação de qualidade, sou saúde para todos, sou meio ambiente equilibrado, sou cultura, sou alegria, sou prazer, sou liberdade, sou a esperança de uma sociedade livre, justa e solidária e de uma nação fundada na cidadania e dignidade da pessoa humana.

Diz mais, vai! Conforta-nos:

- Creiam em mim. Um dia ainda estaremos juntos. Deixarei de ser o horizonte inatingível para reinar no meio de vós! Creiam em mim. Apesar da lei, do Poder Judiciário e das sentenças dos juízes, creiam em mim e não perdoem jamais os que matam e roubam os sonhos em meu nome, pois eles sabem o que fazem!


* Juiz de Direito (BA), membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD).

*

3 comentários:

  1. Renata C. Chiarini Dallagnol24 de janeiro de 2012 às 14:32

    Se possível, gostaria de receber um parecer, acho que já enviei antes e não tive uma posição.
    Boa Tarde Sra. Calmon, já faz algum tempo que tenho tentado denunciar, receber um parecer ou uma sugestão com relação a um processo que tenho no TST. Meu processo (3997/2007-069-09-00 númeração antiga), teve provimento de recurso em 09/12/2009, cujo acórdão foi publicado em 05/2010. Após este feito, a ré entrou com dois Embargos Declaratórios, os quais foram rejeitados, o primeiro em 08/2010 e o segundo em 02/2011. Após tal feito, o precosse foi encaminha para o Ministro Aloysio Correa da Veiga, para decisão monocrática em 07/2011, o qual deu por extinto o processo em 08/2011. Na sequencia foi reautuado o processo como agravo, cujo julgamento foi marcado para o dia 17/10/2011, sendo que o processo foi concluso ao Ministro que adiou o julgamento. Entretanto, o julgamento não foi marcado, pelo menos não constou na página do TST e depois apareceu com provimento de agravo negado no dia 15/12, e com publicação de acórdão em 09/01/2012 (período de recesso, se não me engano). Estou deverasmente desconfiada do rumo que está tomando este processo, afinal a ré, tem influência política e econômica (o filho do dona da IES que é parte é senador atualmente), já enviei reclamação para a ouvidoria do TST e até o presente momento não recebi nenhuma posição. Moro em Cascavel - Pr, e está difícil de acompanhar o processo de perto, gostaria de pediar a gentileza de me informar se os procedimentos são usuais, qual a medida a ser tomada. Agradeço desde já sua atenção.

    Att.


    Renata C. Chiarini Dallagnol
    (45) 9912-64-39

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  2. - BRAVO, EXCELÊNCIA! BRAVO!

    Sonia, gosto demais do Gerivaldo e não esperava menos dele!

    Aproveito a oportunidade pra deixar uma sugestão aqui, se vc me permite (rsrsrs). Seguinte:

    O caso Pinheirinho está no Supremo e o presidente do STF, ministro Cézar Peluso, precisa decidir se julga a liminar, que pediu a suspensão da operação de reintegração de posse iniciada no dia 22 ou se deixa para o Pleno do STF decidir; quer dizer, ele precisa resolver se vai decidir, agora, sozinho, ou se vai esperar o término das férias forenses em 02 de fevereiro.

    Para dar uma forcinha, sugiro o envio de email para o ministro: cpeluso@stf.jus.br

    A notícia está na página do STF:

    http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=198129

    E no meu blog:

    http://www.scmcampinas.blogspot.com/2012/01/pinheirinho-recorre-ao-supremo.html

    Segue o texto do email que mandei para o ministro:


    Título do email: SOMOS TODOS PINHEIRINHO

    Exmo. Ministro,

    Tem o presente email a finalidade de solicitar a Vossa Excelência o julgamento da LIMINAR no Mandado de Segurança 31120 impetrado, ontem (23/01), pela Associação Democrática por Moradia e Direitos Sociais de São José dos Campos (SP), a fim de que seja determinado à Polícia Militar do Estado de São Paulo e à Guarda Municipal de São José que suspendam IMEDIATAMENTE a desocupação da área denominada “Pinheirinho”, cuja posse é reclamada pela massa falida da empresa Selecta, mas que vinha sendo ocupada, desde 2004, por cerca de 1.300 famílias sem teto.

    A operação de reintegração de posse, iniciada no dia 22, de forma violenta, em meio a conflito de competência entre as Justiças Estadual e Federal, feriu direitos fundamentais dos moradores de “Pinheirinho”, colocando milhares de pessoas - entre elas, crianças, idosos e portadores de necessidades especias - em situação de risco social, moral, físico e psíquico.

    A DECISÃO sobre a suspensão desses atos perpetrados pelo Poder Público, que atentam contra a dignidade da pessoa humana, não pode aguardar o término das férias forenses em 02 de fevereiro, já que patente o “periculum in mora”.

    Contando com a compreensão de V. Exa.,

    Atenciosamente,

    Nome
    Profissão
    (RG. *** )
    ***************************
    Divulgue a ideia por aí!! Bjaum. Tamo junto!

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  3. Eu também gosto muito do juiz Gerivaldo. Sempre que posso dou uma passada no blog dele. Felizmente, nem tudo é "bandidagem togada". Ainda tem muita gente séria e digna no Judiciário. Esta semana estou meio atarefada, mas logo logo poderei agitar mais atividades. Fica aí a sugestão da blogueira-ativista do Xad Camomila, pro pessoal abarrotar a caixa postal do Imperial Presidente do Supremo com pedidos a favor dos cidadãos da Comunidade Pinheirinho, violentados de todas as formas com a complacência e cumplicidade dos Poderes Públicos. Abraços e Vamo que Vamo!... rs

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