"Pessoas que escrevem por acreditar em uma Idéia não são melhores do que as outras, de maneira alguma. Mas são perigosas. Mais perigosas do que as que cumprem ordens ou estão simplesmente fazendo o seu trabalho. Muitos levariam uma bala ou iriam presos pelo que acreditam, mas quantos fariam o mesmo por seu emprego?"
Quanto custa um blogueiro?
Hordas de leitores desgostosos de uma opinião que não a sua partem para o ataque, a todo o momento, por estas bandas. Bem, muitos de vocês já viram os diversos casos, alguns mais patológicos, outros menos (para entender os diferentes tipos que povoam os blogs, sugiro a série publicada tempos atrás pelo grande Maurício Stycer). No final das contas, é divertido e não me importo. Até porque a senhora minha mãe não é frequentadora da rede mundial de computadores…
Uma das tentativas mais interessantes de agredir é sugerir que o jornalista “leva um por fora”, seja por fazer parte de uma organização não-governamental (e, como sabemos, toda a ONG tem pacto com o Tinhoso), seja por publicar denúncias contra empresas e governos. Se é algo que atinge a administração Dilma, é um tucano. Se é uma crítica à administração Alckmin, dá-lhe petista. Se é crítico a uma grande obra de engenharia que está engolindo comunidades tradicionais, o sujeito é um bastardo vendido para o Tio Sam por um mísero iPhone. Ou um Homem das Cavernas, que não ousa ver a terra brasilis alcançando o destino deveras glorioso para o qual estava abençoado desde que se deitou no berço esplêndido de sua fundação (porque, na internet, não basta ser conservador, tem que ser rococó).
Tem muita gente vendida por aí? Ah, sim, claro. Em todas as profissões e classes sociais, diga-se de passagem – porque a falta de ética não é monopólio de figuras públicas ou políticas. Além do mais, cada um vende sua voz ou força de trabalho para quem quiser, vivemos em um país livre (sic). Uma das características do Reino do Mercado é que faz parte do jogo tentar precificar as relações humanas e os posicionamentos pessoais. Pode-se até comprá-los.
O que assusta muita gente, porém, é que há os que não se dispõem a receber um preço. E assusta ainda mais que existam os que escrevem em nome de sua consciência individual, de uma idéia maior que ele próprio – seja ela qual for. Aliás, Idéia, com maiúscula. Como Dignidade, Liberdade, Igualdade de condições. Neste mundo que cisma em ser pós-moderno é difícil explicar que ainda há alguns nortes que valem a pena ser seguidos. Não grandes discursos de Verdade, pois essa não existe. Mas as noções básicas que, construídas e compartilhadas, nos tornam semelhantes, nos tornam humanos.
Pessoas que escrevem por acreditar em uma Idéia não são melhores do que as outras, de maneira alguma. Mas são perigosas. Mais perigosas do que as que cumprem ordens ou estão simplesmente fazendo o seu trabalho. Muitos levariam uma bala ou iriam presos pelo que acreditam, mas quantos fariam o mesmo por seu emprego?
Uma Idéia é um treco muito poderoso. Não se dissolve em gás lacrimogênio, não se anula com processos, não se reverte com intimidações. Não morre com as pessoas que a carregam, não se cala no silêncio. Se rasgada ao meio, não se divide, multiplica-se. Nada contra a corrente ou divide um mar.
Uma das tentativas mais interessantes de agredir é sugerir que o jornalista “leva um por fora”, seja por fazer parte de uma organização não-governamental (e, como sabemos, toda a ONG tem pacto com o Tinhoso), seja por publicar denúncias contra empresas e governos. Se é algo que atinge a administração Dilma, é um tucano. Se é uma crítica à administração Alckmin, dá-lhe petista. Se é crítico a uma grande obra de engenharia que está engolindo comunidades tradicionais, o sujeito é um bastardo vendido para o Tio Sam por um mísero iPhone. Ou um Homem das Cavernas, que não ousa ver a terra brasilis alcançando o destino deveras glorioso para o qual estava abençoado desde que se deitou no berço esplêndido de sua fundação (porque, na internet, não basta ser conservador, tem que ser rococó).
Tem muita gente vendida por aí? Ah, sim, claro. Em todas as profissões e classes sociais, diga-se de passagem – porque a falta de ética não é monopólio de figuras públicas ou políticas. Além do mais, cada um vende sua voz ou força de trabalho para quem quiser, vivemos em um país livre (sic). Uma das características do Reino do Mercado é que faz parte do jogo tentar precificar as relações humanas e os posicionamentos pessoais. Pode-se até comprá-los.
O que assusta muita gente, porém, é que há os que não se dispõem a receber um preço. E assusta ainda mais que existam os que escrevem em nome de sua consciência individual, de uma idéia maior que ele próprio – seja ela qual for. Aliás, Idéia, com maiúscula. Como Dignidade, Liberdade, Igualdade de condições. Neste mundo que cisma em ser pós-moderno é difícil explicar que ainda há alguns nortes que valem a pena ser seguidos. Não grandes discursos de Verdade, pois essa não existe. Mas as noções básicas que, construídas e compartilhadas, nos tornam semelhantes, nos tornam humanos.
Pessoas que escrevem por acreditar em uma Idéia não são melhores do que as outras, de maneira alguma. Mas são perigosas. Mais perigosas do que as que cumprem ordens ou estão simplesmente fazendo o seu trabalho. Muitos levariam uma bala ou iriam presos pelo que acreditam, mas quantos fariam o mesmo por seu emprego?
Uma Idéia é um treco muito poderoso. Não se dissolve em gás lacrimogênio, não se anula com processos, não se reverte com intimidações. Não morre com as pessoas que a carregam, não se cala no silêncio. Se rasgada ao meio, não se divide, multiplica-se. Nada contra a corrente ou divide um mar.
Sim, quem escreve em nome de uma Idéia leva muita coisa por fora. Mas guarda no peito e não no bolso. E ri sozinho à noite.
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