Há quase duas semanas, esta blogueira teve a honra de receber em seu email particular mensagem da ministra do STJ e Corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon, nos seguintes termos:
Agradeço o apoio recebido pela minha atuação à frente da Corregedoria Nacional de Justiça, ao tempo em que reafirmo a minha intransigível luta em favor do Poder Judiciário expurgado dos males da corrupção.
Dias antes, a ministra havia sido informada dos vários posts que o Abra a Boca, Cidadão! vem publicando, divulgando e defendendo a luta da ministra guerreira por um Judiciário livre das mazelas da corrupção.
Eu não pretendia comentar isso aqui, mas resolvi fazê-lo para mostrar um modo de apoio à ministra, que qualquer cidadã e cidadão pode prestar.
Há um embate claro na sociedade entre interesses mesquinhos, corporativistas, e interesses dos cidadãos brasileiros.
Querem retirar poderes de investigação do CNJ, Conselho Nacional de Justiça, transformando-o num penduricalho qualquer, num enfeite, pra inglês ver, sem qualquer utilidade social. O STF, Supremo Tribunal Federal, julgará em breve ação impetrada por associação de magistrados neste sentido.
A grande imprensa vem noticiando e dando espaço à ministra Eliana Calmon. Alguns blogs estão há mais de um mês divulgando as manifestações da ministra, que luta bravamente contra a corrupção no Judiciário, e afirmou em entrevista que há, sim, infiltração de "bandidos de toga" no poder.
Cidadãs e cidadãos brasileiros: o momento é grave. De forma tranquila, cordial, educada, sem cometer ilícitos, sem proferir ofensas, manifestem-se onde for possível, na imprensa, na blogosfera, nos tribunais superiores.
Indignem-se!
Emails do CNJ e do gabinete da ministra no Superior Tribunal de Justiça:
corregedoria@cnj.jus.br e Gab.Eliana.Calmon@stj.jus.br
Infelizmente, o STF, salvo engano, não disponibiliza emails de contato para os cidadãos.
Todo o apoio à ministra-corregedora Eliana Calmon!
Por um Judiciário aberto, limpo, transparente, não elitista, democrático e cidadão!
Abaixo, mais uma manifestação da ministra sobre a preocupante questão.
Eliana Calmon volta a falar de corrupção no Judiciário
SALVADOR - Garantindo que não retirará uma vírgula do que disse sobre as mazelas do Judiciário, a corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Eliana Calmon, assinalou com todas as letras nesta segunda-feira, logo após receber a Medalha Dois de Julho outorgada pela prefeitura de Salvador, que "existe corrupção no poder Judiciário, como existe em todos os segmentos da sociedade brasileira".
- E e eu tenho o dever constitucional de combatê-la".
No seu discurso de agradecimento, ela aproveitou um trecho do Hino ao Dois de Julho, tocada na solenidade, que faz referência à vitória do exército popular brasileiro contra as tropas portuguesas na Bahia, em 1823, para comparar o que ocorre hoje no Brasil.
- Estou atenta às minhas responsabilidades, aos meus deveres constitucionais para que um dia eu possa dizer, depois da minha aposentadoria, como nós acabamos de recitar: 'nunca mais o despotismo, regerá a nossa Nação.
Ao ser perguntada se esse "despotismo" era uma referência à corrupção, respondeu:
- A todos os segmentos que atrapalham a realização da Justiça: a lentidão é um problema, a corrupção é outro, a incompreensão dos órgãos públicos com o Judiciário é outro problema, tudo isto é algo que precisa ser removido, é muito trabalho, mas a gente tem que acreditar que pode, pelo menos, melhorar.
Outro repórter quis saber se a popularidade obtida por ter dito a frase sobre haver "bandidos escondidos atrás da toga" não poderia fazê-la entrar na política e se candidatar a algum cargo eletivo. Eliana Calmon refutou essa possibilidade.
- Sou apenas magistrada, não tenho nenhum preparo para ser política, não tenho vocação para isso, me preparei a vida inteira para ser unicamente magistrada e atravessei minha vida dentro do Tribunal, do gabinete, dando sentença, e realmente isso é o importante para mim. E isso eu consegui, a compreensão dos meus magistrados, no momento em que na sexta-feira passada eu fui ao Colégio de Presidentes de Tribunais de Justiça e eles me receberam de pé, aplaudindo. Nesse momento eu vi que sou realmente magistrada, porque aquela homenagem para mim aplacou meu espírito.
Como juíza e corregedora do CNJ, Eliana Calmon fez a promessa de uma pessoa que "jurou a Constituição e as Leis da República", não decepcionar "os brasileiros e os baianos".
O Globo Online
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